Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

XIX -Dave

                  

O diretor disse que ele poderia acordar mais tarde, contanto que estivesse pronto até as oito. Ele tinha o quarto todo para si, então o despertador não incomodaria ninguém. Sonhou mais uma vez o sonho da menina. Agora era diferente. Ele sabia que era Thaila. Persiguia a princesa, mas nunca a alcançava. Era frustrante e relaxante ao mesmo tempo.

A casinha azul não era um lugar grande. Havia apenas uma sala com uma lareira e uma escrivaninha no canto esquerdo e dois quartos com banheiros. Os móveis eram velhos, feitos de madeira esculpida e tudo o que era possível fora pintado ou decorado de azul escuro.O quarto dele tinha três camas e um armário velho. Mal saberia o que fazer caso tivesse que dividi-lo com alguém. O armário era suficiente para as coisas dele. Da janela, ao lado de sua cama, ele via a floresta que cercava a escola. Provavelmente a de Isabelle tinha vista para os outros dormitórios.

Às sete o despertador tocou, e Dave já tinha tomado banho e café da manhã. Isabelle parecia estar dormindo ainda, mas ele não sabia o que deveria fazer, nem tinha com quem conversar, já que os outros estavam em aula, então resolveu bater na porta do quarto dela.

-Você já está pronto? –Ela perguntou lá de dentro.

-Estou –ele esperou alguns segundos, no silencio. Nenhum som sequer vinha do quarto de Isabelle. –E você?

Ela abriu a porta. Estava vestindo um vestido preto, botas e tinha um enfeite prateado prendendo seus cachos num coque. Dave de repente se sentiu estranho em seus jeans.

-Não se preocupe. Se Tâmara achar que essas roupas não são apropriadas ela providenciará outras para você. Provavelmente isso vai acontecer. Quanto tempo ainda temos?

-Uma hora –Dave respondeu.

Isabelle passou pelo espaço entre a parede e Dave em direção ao sofá. Ela estava usando perfume. Pela primeira vez desde que ele estava em Érestha ele se lembrou de Nicolle e de seus cachos cor de caramelo com cheiro de morango e da forma como ela tinha recusado uma carona dando-lhe um beijo molhado de lágrimas. O que será que ela estava fazendo naquele momento? Ela fora sua melhor amiga pelos últimos cinco ou seis anos, Dave mal se lembrava, e o fato de não estar ali para lhe dar conselhos ou contar alguma história comum do dia a dia em sua perspectiva divertida o fazia sentir-se estranho. Como se algo estivesse muito errado. Como será que ela estava?

-Belle? –Dave chamou.

-Sim?

-Como mantemos contato com as pessoas que não moram em Érestha?

-Ou mandamos cartas ou vamos até lá. Temos passagens por todo o mundo, lembra? Telefones não funcionam com o continente.

Dave pegou um pedaço de papel e uma caneta da escrivaninha e escreveu para sua mãe. Contou-lhe sobre a escola, as cores e para onde estava indo, pediu para que ela não se preocupasse por que tudo daria certo.

"Ah! Mãe!" Ele escreveu. "Mande notícias minhas para Nicolle. Não acho que posso fazer isso diretamente, então apenas diga que eu sinto sua falta e espero que ela esteja bem. Saudades, Dave." Foram as últimas notícias que enviou à sua mãe antes de tudo mudar. Levou mais tempo do que achou que levaria. Demorou quase quarenta minutos para escrever tudo o que queria contar e perguntar todas as perguntas. Isabelle lhe disse que havia uma caixa de correio na diretoria.

-Acho que deveríamos ir até lá agora –ela falou. –Esperar por Tâmara lá.

Dave achou estranho o comportamento dela. Havia passado a semana toda falando sobre como acharia que seria sua vida se ela fosse o legado de Thaila e ali, naquele momento onde estava prestes a descobrir seu destino estava quieta. Parecia ter medo do futuro.

Foi Isabelle quem bateu na porta.

-Pai? –Ela entrou. Dave foi logo atrás.

A sala do diretor não era nada mais do que uma mesa grande com poltronas nas cabeceiras e duas escrivaninhas no fundo, uma para cada secretária. As paredes eram brancas e o único sinal de vida naquele momento eram as samambaias penduradas sobre as escrivaninhas. A caixa de correio ficava no canto esquerdo, na mesma parede da porta. Dave pôs a carta lá.

Isabelle foi andando pela sala até uma porta fechada no canto esquerdo. Estava escrito "Professores" nela. Isabelle a abriu.

-Belle, acho que não podemos entrar ai.

-Não se preocupe. São os dormitórios dos professores, devem estar vazios agora.

Ela passou pela porta e Dave foi logo atrás. Era um corredor com portas a esquerda e uma escada no fundo. Vozes vinham do segundo andar.

-Pai? –Ela falou um pouco mais alto. Dave mal teve tempo de ouvir o que as vozes diziam.

As vozes cessaram e agora ouviam-se passos.

-Filha –o diretor falou ao ver a menina. –Vejo que você e o Sr. Fellows, estão prontos.

A próxima pessoa a descer as escadas foi a princesa Tâmara, seguida por Lorena e uma moça magra de cabelos curtos que Dave não sabia quem era.

-Mãe! –Isabelle correu para os braços da moça.

Tâmara passou por Dave se nem olhar para ele, porém com um sorriso no rosto. Lorena o puxou para fora do corredor.

-Dave, -ela falou- O que quer que aconteça hoje, saiba que você pode decidir simplesmente sair de Érestha a hora que você quiser. Não precisa ficar aqui. Sua mãe não vai ficar desapontada assim que você explicar tudo, está claro?

-Não haverá motivos para que ele não queira ficar aqui –Tâmara falou. –O que quer que aconteça providenciará a ele experiências incríveis, garanto a você.

-Apenas faça o que você achar melhor, não faça nenhuma bobagem –ela encarou a princesa e esta apenas sorriu.

-Por que está me dizendo isso? –Dave perguntou, mas a família DiPrata passou pela porta e todos se calaram.

-Acho que devemos ir então –Tâmara falou. –Estaremos de volta as duas. Três no máximo. Se não estivermos um de vocês deve ficar preocupado...

Ela sorriu maliciosamente e saiu da diretoria. Lorena parecia furiosa. O diretor e Isabelle, assustados. A mulher deu um passo a frente.

-Todos nós sabemos o que vai acontecer. Não dêem ouvidos a ela.

-Irene... –O diretor chamou a mulher.

-Ora, Gary, vamos! Nós dois sabemos que nossos filhos são tão especiais quanto você. Olhe Gustavo, por exemplo. Está se formando e logo será tão bem sucedido quanto o pai. E minha princesa será grande, a maior! As pessoas lembrarão muito bem do nome Isabelle DiPrata!

Irene disse tudo com tanto orgulho no tom de voz que Dave finalmente entendeu o comportamento de Isabelle. Ela era igualzinha à mãe.

-Não se esqueça do que eu te falei -Lorena desapareceu pela porta.

Sem dizer uma palavra sequer eles deixaram a escola. Tâmara os esperava em uma carruagem puxada por cavalos brancos, e ainda não havia olhado no rosto das crianças. Ele não se sentia confortável na presença da princesa. Ela parecia saber muito sobre o menino, enquanto ele não sabia nada sobre ela. Isabelle foi o caminho inteiro com um sorriso bobo no rosto, daqueles que você da sem querer, sem perceber. Dave mal sabia o que pensar. Estava agora com medo do que poderia acontecer. As palavras de Tâmara ecoavam em sua cabeça, fazendo-o se perguntar o que poderia acontecer. Nicolle fazia mais falta do que nunca.

-Prestem atenção crianças –ela falou. –Vocês vão chegar lá acompanhados de mim e se colocar numa fila com as outras crianças. Tudo o que minha irmã precisa fazer é olhar no fundo dos seus olhos. Depois disso almoçaremos com o rei, portanto comportem-se.

-Somos as duas únicas crianças na província inteira que não tem seu legado e tem olhos azuis? –Dave perguntou, um pouco receosso de lhe dirigir a palavra.

-Eu não sei –ela deu de ombros e não disse mais nada. Dave achou a atitude estranha, mas ficou calado.

A carruagem começou a andar. O caminho era de terra e estava cheio de buracos. A maior parte era no meio de uma floresta densa, mas campos enfeitados com parreiras carregadas também faziam parte da vista de vez em quando. Isabelle ainda carregava o sorriso e Dave a preocupação. Não notou quanto tempo se passara até ele, sua amiga, a princesa e sua representante andaram juntos para perto do Castelo de Vidro. Os outros príncipes e princesas já estavam todos ali, com as crianças em fila em frente a enorme porta de vidro com vista para pesadas cortinas vermelhas de veludo. Algumas estavam bem descontraídas, fazendo brincadeiras e usando seus legados. Outras mantiam uma postura perfeita, calados e sérios. Tâmara fez com que eles ficassem de pé ao lado das crianças de Tamires, senhora do céu e irmã gêmea de Tâmara, que eram cinco. Não havia muitas crianças ali. No máximo vinte e cinco. Os príncipes que Dave vira no dia da festa estavam mais próximos da parede de vidro. Pareciam tão poderosos, as mulheres em seus belos vestidos longos e os homens com mantos de pele sobre seus ternos engomados. Todos vestiam uma coroa fina, símbolo de seu posto. Os representantes de cada um acompanhavam-nos. Uns eram tão velhos quanto a mãe de Lilian, enquanto outros pareciam ter a idade de Dave. Ele estranhou aquilo, mas não se atreveria a fazer perguntas.

-Bom dia irmãzinha –Elói apareceu por trás de Tâmara. Era estranho estar no meio de tanto poder. Dali ele se sentia tão pequeno perto do enorme e majestoso castelo. -Quem são suas estrelinhas desse ano?

-Isabelle DiPrata e Dave Fellows –ela respondeu, sorrindo.

O príncipe teve que pedir para ela repetir.

-Filho de Reginald? Não sabia que ele tinha filhos! É um prazer conhecê-lo –ele estendeu a mão para cumprimentar Dave e o menino não recusou. –Isso é... interessante, verdadeiramente interessante. É um garoto inteligente, eu diria. E a mocinha eu já conheço há muito tempo.

As portas do castelo se abriram. Todos arrumaram a postura e Tâmara passou por entre ele e Isabelle. Uma garota vestida de roxo passou por elas, acompanhada de perto por um homem velho que carregava uma prancheta. O coração de Dave acelerou. Ela estava com os cabelos presos num rabo de cavalo e carregava um cetro todo trabalhado em madeira com uma pedra roxa no topo. Por debaixo do vestido roxo e dourado, usava botas de chuva roxas com desenhos de corujas coloridas. As crianças ao redor de Dave ajoelharam-se para ela, mas Dave ficou paralizado. Não conseguia parar de encarar o rosto jovem da futura rainha. Ela caminhou até os braços de Elói para um abraço e Tâmara tapou os olhos de Dave. Ele não entendeu o por que, mas ficou calado, ouvindo. Seu coração parecia querer saltar do peito.

-Como está a princesa mais bela do reino? –Elói perguntou.

-Cansada –ela respondeu. A voz dela era tão suave... –Bom dia Tâmara.

-Bom dia irmã. Está pronta para isso? –Tâmara respondeu.

Dave tentava montar mentalmente a cena que se passava. Tâmara tinha um sorriso tão sarcástico quanto sua voz estampado no rosto. Elói estava brincando com os cabelos de Thaila e Isabelle esfregava as mãos, ansiosa. Pelo menos imaginou que era isso que estava acontecendo.

-Eu nunca estou, não é? -Thaila respondeu. -Então acho que podemos acabar logo com isso.

-Bom, esta é Isabelle DiPrata, filha de Irene e Gary DiPrata.

Por que ela estava tapando a visão do menino? Ele queria ver o que estava acontecendo, a expressão da futura rainha e da amiga. Naquele exato momento algo histórico poderia estar acontecendo e ele tinha os olhos tapados por mãos cheirosas e macias.

-Olá Isabelle, como tem passado?

-Bem –ela disse. Parecia agitada, Dave percebeu pela voz. –Muito bem.

Silêncio. Dave não sabia o que ele significava, mas sentia todas as cabeças de todas as crianças, príncipes e princesas viradas para encarar a menina. O mundo pareceu parar naquele momento só para observar a cena que se desenrolava. As flores viraram-se na direção das duas como se todas fossem girassóis e elas fossem seu Sol. As moscas pararam de zumbir para ouvir a respiração das duas, Tâmara apertou o rosto do menino, ansiosa. Quanto tempo se passara? Dez, vinte segundos? Ele estava tão agitado, queria ver a cena, desesperadamente.

-Sinto muito Isabelle –a futura rainha finalmente disse. –Se quiser se sentar lá dentro, fique a vontade.

Isabelle soltou o ar que segurava de uma vez, fazendo um som num tom inconformado.

-Sinto muito por ter que te fazer passar por isso. Leve-a para dentro Lawrence, sim?

-Sim, senhora. –Dave imaginou que Lawrence era o velho com a prancheta.

-Não, tudo bem –Isabelle disse. Parecia querer manter a raiva num nível que não a fizesse destruir o Castelo. –Estou bem.

A princesa de cabelos roxos respirou fundo. Se Isabelle não era o legado da rainha, então de quem ela era? Para onde sua amiga iria? Para onde ele iria? Seria para o mesmo lugar? Por que Tâmara estava tapando seus olhos?

-Odeio esse dia –ela comentou. –Tâmara, o que está fazendo com esse menino?

-Ele é uma pessoa muito especial, acredite, vai gostar de vê-lo.

-Tire a mão dos olhos deles, isso não é educado!

Dave sentiu as mãos da princesa tirando delicadamente as mãos de Tâmara de seu rosto.

-Surpresa! Este é Dave Fellows –as mãos não se mexiam mais. –Filho de Maria e Reginald Fellows.

-Filho? –A princesa sussurrou num sussurro chocado e tirou as mãos de Tâmara depressa.

Dave finalmente pode olhar diretamente no fundo dos olhos que tanto o incomodavam, e finalmente pode ver o que se escondiam neles. Eram violetas e eram azuis ao mesmo tempo. Foi como ser transportado numa viagem. No fundo dos olhos da princesa ele viu um rosto que parecia familiar, e depois viu o rosto de sua mãe e chuva. Eles estavam num carro e Dave estava feliz, se sentia mais feliz do que nunca estivera. Recebeu cócegas na barriga e o mundo poderia acabar ali e agora. Estava tão feliz. E essa sensação que poderia durar para sempre durou apenas aquele um segundo mágico, no fundo dos olhos da princesa, e foi seguido por lágrimas da mesma. Elói abraçou a irmã e Tâmara segurou os ombros de Dave. Todas as outras pessoas encararam o menino.

-Chamem meu pai, já! –Thaila falou por entre as roupas de Elói.

Uma garota de vestido colorido caminhou de cabeça baixa até as portas do castelo. Thaila o encarou mais uma vez com os olhos molhados. Será que ela também sentira a mesma coisa? Dave estava assustado e de olhos arregalados.

-O que está havendo aqui? –Éres falou. O rei o intimidava. Era velho, porém tinha energia em seu andar e uma postura majestosa. Vestia um manto vermelho e uma coroa brilhante de ouro nos cabelos brancos.

-O que você acha que está havendo aqui? -disse uma voz atrás de Dave.

Pertencia a um homem ainda mais velho que o rei. Ele estava carregando uma mala enorme de viagem nas costas com uma barraca amarrada em baixo e panelas penduradas. Vestia um chapéu de cowboy, botas e calças largas. Quem era o sujeito que podia tratar o rei como "você"? As pessoas prenderam a respiração mais uma vez. Quem era aquele homem? Por que Thaila estava a ponto de chorar nos braços do irmão? Dave achou que ia vomitar. Alguma das crianças sussurrou alto o suficiente para que todos ouvissem: "O Mago Roxo!"

O homem fez uma careta.

-Odeio esse nome. Eu já fui chamado de tantas coisas grandiosas! Senhor do futuro, O mago preciso, Tio radical da bola de cristal... Ai eu resolvo comprar alguns mantos na cor roxa e automaticamente sou o "Mago Roxo." Isso é ridículo sabiam?

-Francis! –O rei disse, abrindo os braços na direção do velho. –o que faz aqui?

-Ora, não é óbvio? Vim conhecer pessoalmente o legado da futura rainha. Afinal, é ele quem vai ajudar a trazer tempos de calmaria para esse reino, não é? É o que esperamos. Éres, meu amigo, não pretendo ficar aqui por muito tempo. Até o jantar, acredito eu. Deixe-me falar com a princesa e o menino a sós.

Thaila saiu correndo para dentro do castelo. Éres sorriu para as crianças.

-Entrem! O almoço será servido ao meio-dia.

E para completar a sequência que fez a cabeça de Dave girar em desespero e confusão, Tâmara lhe deu um longo beijo na bochecha e o puxou para dentro das misteriosas cortinas de veludo.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro