XII -Riley
Todos se puseram de pé, fizeram uma rápida reverência e começaram a aplaudir e gritar. O príncipe esperou até que a multidão se acalmasse antes de começar a falar. Fez várias reverências exageradas também, então pegou o microfone.
-Obrigado, muito obrigado! –Ele disse. Sua voz alegre vinha de caixas de som. A imagem era muito bem projetada no telão à esquerda de Riley: um homem que não aparentava ter mais de trinta anos (embora Riley soubesse que, devido à "maldição", ele já tinha mais de quarenta) com metade dos cabelos espetados pintados de branco e a outra metade de vermelho. Vestia um teno branco e uma gravata borboleta vermelha com luzes que piscavam sem parar. –Estou muito feliz de estar aqui hoje para comemorar mais um ano de vida da minha irmãzinha e também o início de um novo ciclo para nós de Érestha!
A multidão vibrou. Rick e Dave estavam interessados e Maria, fascinada por nostalgia. Mas é claro, Rile pensou, Já deve ter vindo aqui com o marido, quando este era vivo. E ele servia à Tâmara. Por isso se conhecem. Embora isso ainda não explique... Todo o resto. Elói tirou do bolso um pedaço de papel e começou a lê-lo, mais para si mesmo do que para o público.
-Blá blá blá... Anúncios importantes... –Dave parecia confuso. Não estava acostumado com o jeito indiferente e engraçado do príncipe. –Ah, afinal quem se importa com a nova lei geral de agricultura? Desculpe Tâmara querida, mas... SENHORAS E SENHORES... THAILA! SUA FUTURA RAINHA, A ANIVERSARIANTE MAIS BONITA DA NOITE!
Dave sorriu.
-Ele não vai mesmo falar dessa nova lei? Parece importante –o menino perguntou, com um sorriso no rosto.
-Elói não leva nada a sério –Riley respondeu, também sorrindo.
-E aí está a princesa! –Lorena comentou, se virando para a tia e tomando um gole de algo que tinha em mãos.
Maria pareceu tomar um pouco mais de ar do que o necessário antes de voltar a atenção para o telão.
-É, é ela sim.
As pesadas cortinas vermelhas se abriram um pouco. Uma jovem vestida com um enorme vestido roxo tipo mullet repleto de detalhes dourados passou por elas. Seus cabelos roxos tinham mechas lilás do lado direito e vinham adornados de uma fina tiara dourada. Os olhos eram azuis claros. Ou seriam violetas? A multidão se pôs de pé e se curvou na direção da futura rainha.
-É ela mesma –Dave comentou para si mesmo, por entre assovios e aplausos das pessoas. Olhava diretamente para a varanda, não para o telão. Parecia perdido em um devaneio. -Foi num sonho. Sonhei com ela, não é estranho?
-Não sei. É?
Dave encarou a imagem da princesa. Riley seguiu seu olhar. Era diretamente direcionado para os olhos dela, com certeza. O amigo parecia estranhamente interessado neles, mas tudo o que Riley via eram dois olhos em um rosto simpático.
-É só uma coincidência. –Alícia opinou.
-Coincidência estranha... –Dave falou, sem tirar os olhos da princesa.
Riley encarou a irmã e ambos deram de ombros. A comemoração continuou como de costume: Elói foi fazendo piadas a todo o momento, interrompendo o discurso dos irmãos e deixando-os furiosos, porém com sorrisos no rosto. Em certo ponto, deixou uma de suas irmãs tão brava que ela o fez ficar pendurado de cabeça para baixo no topo do castelo até ela terminar o discurso. Elói ficou desesperado pois morria de medo de altura, então gritou diversas vezes pedindo socorro e perdão. O povo apenas deliciava-se em rir. Quando finalmente foi posto no chão ele arrumou o terno branco e a gravata borboleta vermelha que usava e apenas tomou o microfone da irmã, senhora dos céus, e continuou a festa, diante de risadas desesperadas e aplausos de uma multidão de moradores.
Pratos maravilhosos foram aquecendo o estômago dos convidados ao longo da festa e a lua foi trazendo a noite com um brilho encantador. Estava tudo como sempre esteve. Até o discurso de agradecimento de Thaila.
Geralmente ela agradecia a presença de todos, aos irmãos e ao pai pela festa, desejava um feliz ano novo e encerrava a cerimônia, e o fazia com muita empolgação. Thaila era vista pelo povo como uma pessoa centrada, que sabia o que fazer e quando fazer. Alguém muito inteligente e bem preparada para qualquer tipo de situação. Porém, durante a celebração de seu trigésimo oitavo aniversário ela segurou o microfone e não disse nada. O silêncio caiu sobre todos. Ninguém se entreolhou, confuso. Ninguém fez comentários. Todos apenas olharam para a princesa, fosse aravés do telão ou diretamente, e franziram uma sobrancelha. O olhar dela estava focado em algum ponto na multidão. Parecia pensar em algum assunto que ha muito não lhe incomodava, tendo um flashback ruim num momento inconveniente.
-Irmãzinha? –Elói a chamou.
Thaila abriu a boca, mas nenhuma palavra chegou aos ouvidos do público.
-Ela parece confusa –Rick comentou. –O que será que aconteceu?
-Acho que já está na hora de eu ir para casa –Maria disse. –Vamos Rick.
O menino contestou.
-Maria! –Rosa chamou. –Fique esta noite. Eu te levo de volta amanhã assim que o sol nascer.
-Não Rosa, obrigada, mas não posso. O dia foi ótimo mesmo. Agradeço a todos por tudo o que fizeram por nós, mas é hora de voltar –ela se abaixou para dar um beijo e um abraço em Dave. –Se comporte meu filho. E me mande notícias. Toda semana!
-Mãe! –Dave estava constrangido e confuso.
-Manterei contato Ruby. Obrigada. Venha Rick.
Rick pareceu chateado.
-Até mais irmão –ele falou.
E os dois foram embora, correndo por entre a multidão.
-Lorena, o que foi isso? –Dave perguntou.
-Não sei mas concordo com ela – esfregou os olhos com as pontas dos dedos. – Estou morrendo de sono.
Riley voltou a atenção para o telão. A princesa tinha dado um passo à frente.
-Eu... –Ela começou. Fez-se silêncio por cinco segundos de curiosidade.- Sinto muito.
Foi num sussurro, um arrependido pedido de desculpas. Talvez exagerado por apenas ter travado na hora de falar. Virou-se e entrou no castelo, seguida de Elói. A multidão caiu em comentários e expressões de confusão. Dave procurava sua mãe no meio da confusão, mas a mulher já estava longe, talvez passando para fora dos portões de ferro. Foi Tâmara quem pediu silêncio. A expressão que mantinha tentava disfarçar um sorriso com um rosto sério, mas apenas a deixava com cara de malvada. Riley se perguntou como ela podia sorrir diante de uma situação dessas.
-Thaila está bem. Só um pouco cansada –Riley sabia que era mentira. Todos sabiam. –Então eu mesma agradeço a presença de vocês e desejo a todos um ótimo ano!
As palmas vieram aos poucos, mas logo enchiam os ouvidos de todos à mesa. Lorena ainda parecia exausta.
-Se importa de me levar para casa? –Perguntou a Rômulo
-Não, claro que não. Estou indo mãe. Vejo vocês amanhã.
Dave pareceu desesperado por um momento.
-Não se preocupe querido –Rosa direcionou a palavra a ele. –Vai passar a noite conosco. Ao amanhecer te levaremos para seu primeiro dia.
Dave assentiu e olhou para Riley. Mais uma vez, ele quis tomas as vezes de Rick Fellows e atacar a todos com milhares de perguntas. Porém, conteve-se e focou-se em tentar acalmar o novo amigo que parecia a beira do pânico.
-Pode ficar tranquilo. A casa dela não é tão ruim assim.
Riley já sabia que seria assim. Os irmãos também faziam isso: dormiam com tia Rosa e pegavam carona com ela para o primeiro dia de aula. Ele estava meio receoso quanto a isso. A casa realmente não era ruim, mas a ideia de passar a noite naquele lugar o incomodava imensamente. Tinham muitas regras rígidas, coisas coloridas e fora ele seriam só mulheres. Não parecia um convite que ele aceitaria, mas agora haveria outro garoto, um amigo. Não soava mais tão horrível.
Hey! Obrigada por lerem a história. Recebi comentários muito legais de novos leitores, obrigada galera, é muito importante para mim. Continuem deixando sua opinião, e se não quiser escrever nada, deixem ums estrelinha! Lembrando que podem sempre tirar dúvidas comigo quando precisarem!!
Queria avisar uma coisa: Mudei a idade das crianças. Elas são um ano mais velhas agora. Não vai mudar o entendimento da história, mas é importante alertar. Antes, Dave estava para completar dez no primeiro capítulo. Agora ele já começa o livro com dez, completa onze e fará doze ainda esse ano (tempo no livro).
Outra coisa é que minhas aulas vão começar logo então não sei com que frequência postarei os capítulos. Espero que entendam, mas vou tentar ser rápida.
Valeu galera! Até a próxima!
De acordo com a LEI N 9.610 DE FEVEREIRO DE 1998, PLÁGIO É CRIME.
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