XXXIV -Dave
Último capítulo do livro 3! AAHHH! Muito obrigada a todos que acompanharam e que continuarão a acompanhar a série (: Espero que gostem do final! Vou avisar aqui assim que o próximo lívro for postado, ok? Nos vemos em breve!
Nem mesmo três funerais no mesmo dia podiam deixar Dave mais cansado do que já estava. Elói congelou o corpo de Bia e colocou-a numa cova rasa nos fundos de seus jardins nevados. Poucas pessoas estavam presente. Os príncipes, princesas e seus representantes, os irmãos da falescida, Maria e Rick Fellows, Alícia, Riley, Tyler e Marcy Klein. Thaila falou algumas palavras rapidamente e depois todos só conseguiram olhar para o homem que cobria-a com neve. Para sempre presa debaixo de gelo em flocos. Para sempre adormentada, imersa num silêncio eterno. Para sempre no coração de todos que a assistiam por uma última vez. Dave não entendia como aquela poderia ser a última vez que via seu rosto. Nunca mais ouviria sua voz, nunca mais beijaria sua boca, nunca mais sentiria suas mãos em seus braços. Um conceito tão simples que ressemblava algo impossível. O primeiro a sair dali foi Elói, segido por seus outros filhos. Dave e Missie ficaram parados por horas, até seus pés serem completamente cobertos por flocos brancos. Eles deram as mãos e deixaram a lápide de lava congelando. Nela, lia-se apenas Dandara Bianca Vallarrica. Ao lado do nome vinha um belo desenho de sua autoria: as silhuetas de várias pessoas assistindo a uma corrida de cavalos. No início, pareceiam apenas humanos aleatórios, mas Dave reconhecia seus cabelos bagunçados, as ondas de Missie, o cabelo cortado de Marcy Klein, a altura de Alícia e os cabelos curtos de Riley Weis. Ela retratara a si mesma em um dos cavalos, e os outros eram montados por sua família real.
Depois do almoço que ninguém comeu, eles foram para o pequeno jardim interno do Castelo de Vidro. Dois homens arrancavam terra com pás de metal logo ao lado da lápide de Thaís. O caixão do rei era de madeira pintada de prata, igual ao de sua rainha. Estava fechado. Ninguém teve a chanche de ver Éres uma última vez. Naquele evento, os presentes eram muitos. Todos os cozinheiros, faxineiros, enfermeiros, e qualquer outros serviços do Castelo de Vidro reuniram-se nauqela área tão pequena. E fora dos portões, nas outras províncias e em suas casas, os cidadãos de Érestha choravam e cantavam canções tristes pela perda. Todos estavam de luto e vestiam vermelho e dourado em sua homenagem. As palavras fúnebres foram ditas por Francis. Seu manto roxo ondulava com o vento frio e seu rosto estava cheio de lágrimas. Após recolocarem a terra sobre o caixão e Tâmara cultivar grama e flores para o pai, eles retiraram-se. Dave foi para os jardins de sua rainha e perdeu-se entre as árvores e luzes piscantes instaladas ali. Rick e Maria não compareceram àquela cerimônea. Estavam com Madalena, Lorena e a família Weis na província de Tâmara. Ele precisava de mais abraços da mãe e mais tentativas falhas de seu irmão de faze-lo sorrir.
Mais tarde foi a vez de Lawrence. Sua família era pequena e vivia na província de Elias. Tinha um irmão, sobrinhos, sobrinhos-netos e alguns primos. Eles abaixaram o caixão numa cova da família. Colocaram uma foto do velho sorridente na lápide e agradeceram imensamente a presença da rainha. Thaila não cansava de falar o quanto Lawrence tinha sido importante para ela e seus pais. Fez questão de que o irmão se lembrasse de escrever uma carta para ela mais tarde para ela continuar a ajudar financeiramente o pequeno Eyabrom que iniciaria a escola em breve. A família saiu dali satisfeita em saber que grande homem Lawrence fora. Thaila e Dave ainda ficaram mais um pouco. Ela contou algumas históras onde ela fugia do castelo de noite para encontrar-se com um amigo e Lawrence não só mantinha seu segredo como ajudava-a. Dave não fazia ideia do que faria agora sem a ajuda do velho. Ele sempre estava lá, praticamene fazendo seu trabalho. Só tinha a agradecer para o velho da prancheta. Mesmo depois de três horas em frente àqeula lápide, Dave não sabia o sobrenome do velho.
Naquela noite ele elegeu um representante temporário para si mesmo. Era um garoto de doze anos com uma boa postura chamado Gabriel. Ele sentou-se com o menino e contou tudo, desde a parte onde Alícia sumira até o momento quando Thaila ordenou que ele fosse para casa. Dave não aguentaria falar tudo isso mais tantas vezes. Para o povo, para a imprensa, para aqueles mais próximos que ainda não sabiam de tudo. Gabriel ficou responsável por isso, e fez seu trabalho com muito louvor. Dave tinha muito com o que se preocupar. Thaila tinha que ser oficialmente coroada raina de Érestha, e era problema dele resolver isso. Ela estava ocupada de mais recuperando-se. O corte em seu pescoço estava cicatrizando bem, mas estava vermelho e inchado. Ela falava normalmente, mas comia apenas caldos e evitava mexer muito a cabeça. Dave não compreendia o porquê de Tabata te-la deixado viva. Sem ela, Tabata seria, pela própria lei do rei, rainha de Érestha. Não seria aceita, não seria amada, mas chegaria a seu objetivo. O plano de Pedro era muito mais complexo do que Dave imaginava.
A rainha queria que Dave distraisse-se. Estivera fora da escola por uma semana, mas parecia que foram eras. Thaila tentara convence-lo a voltar e estudar para distrair sua cabeça um pouco, mas nem se ele quisesse iria. O reino todo tinha declarado doze dias de luto. Um dia para cada membro da família real e um dia extra para Éres. Dave aproveitou o tempo para focar única e exclusivamente nos preparativos para a coroação. Muitas coisas já tinham sido estabelecidas ha muito tempo. A rainha Thaís tinha desenhado o vestido para a filha e Dave mandou as melhores costureiras de Tâmara fazerm o seu melhor o mais rápido possível. O local da cerimônea era óbvio: a varanda de vidro do castelo da rainha. Ele pemitiria que qualquer um entrasse, mas a segurança seria dobrada e todos deveriam ser revistados antes de entrar os portões, sem exeção. Ele queria extravagância, queria cores, brilho, ouro, tudo que fizesse daquele momento especial. Tabata havia roubado a coroa de rainha que Lawrence forjara, mas Dave mandou que alguns legados de Elói reproduzissem-na pelos rascunhos deixados pelo velho. O trono roxo da sala do trono foi removido de lá e deixado no quarto da rainha. A cadeira de bebê de Argia ficou onde sempre esteve, assim como a cadeira negra da princesa da morte. A tapeçaria atrás dos tronos gêmeos foi substituída. A de Thaila, uma coroa prata num fundo roxo e dourado, foi colocada atrás do trono da direita, e o da esquerda estava vazio. Via-se a cortina vermelha de veludo.
Um dia antes da coroação, Thaila reuniu os irmãos e seus representantes na sala do trono. Os príncipes sentavam-se e os ajudantes ficavam em pé a sua direita. Dave era o único à esquerda de sua senhora, já que à direita estava o trono do rei. Ela colocou-se de pé e respirou bem fundo antes de começar a falar.
-Se é para eu iniciar meu reinado então que eu o faça com honestidade –olhou para o rosto de cada um deles antes de prosseguir. –Há algumas leis e ideias de papai que eu vou escolher não manter. Outras que levarei para o conselho que nós formamos, para votação, e ideias novas que vem de mim e de mim apenas. E há uma de mamãe que excluirei por uma razão muito simples: nem eu e nem ela somos hipócritas. Não precisa ouvir isso se não estiver a vontade –ela dirigiu a última parte para Dave. Os príncipes franziam o cenho e sentaram-se com mais postura. Tâmara e Elói não se deram ao trabalho de fingir que não sabiam do que ela estava falando. Dave estava nervoso, mas escutaria cada palavra. Não queria que ninguém o olhasse diferente depois que Thaila falasse sobre seu pai, mas se fosse necessário... –Há uma lei que mamãe criou proibindo relações íntimas entre nós e possíveis parceiros amorosos fora do casamento. Tanto ela quanto eu quebramos essa regra. Mamãe trouxe para casa um bebê de um pai desconhecido e eu deitei-me repetidas vezes com dois homens que todos vocês conhecem muito bem. Ethan Nova e Reginald Fellows.
Os representantes olharam para Dave e os príncipes para Thaila, incrédulos. Tâmara tinha seu maldito sorriso cínico nos lábios e Dave nunca sentiu-se tão perto de xinga-la até seus ouvidos sangrarem. Teresa foi a primeira a manifestar-se.
-Você foi a favor do exílio de minha filha! –Gritou. Alilia Oskovitch segurou seus ombros com paciência, mas Teresa continuou a gritar. –Como você pode alegar não ser uma hipócrita?
-Meça suas palavras quando dirigindo-se à sua rainha –Dave falou por entre os dentes.
-Ora, vamos –Tâmara interrompeu o ataque de fúria de sua irmã das águas encostando-se folgadamente no encosto de ossos e hera de seu trono. –Eu duvido que alguém de nós tenha obedecido essa lei por todos esses anos. Eu não tenho medo de admitir que eu quebrei-a múltiplas vezes. E sei de pelo menos mais dois de nós que fizeram o mesmo.
Ninguém falou nada, e Thaila parecia aliviada.
-Então podemos todos concordar que essa lei é ultrapassada e nos limita como seres humanos? –continuaram em sliêncio. Todos os representantes ainda olhavam para Dave. –Teresa, eu sei que o que eu fiz foi errado. Como um pedido de perdão eu declaro que, assim que a situação em relação a Tabata for resolvida, Terlúria terá permissão de encontrar seu caminho até você e vice versa. Terás sua filha, irmã. Basta aguardar.
Teresa sorriu e chorou ao mesmo tempo. Alila fez um bom trabalho consolando-a repidamente. Elias levantou seu braço, chamando a atenção de Thaila.
-Já que estamos tratando do assunto... Como farás para escolher um novo rei, senhora?
-Eu sou sua irmã, Elias, chame-me pelo nome –ela sorriu. olhou para o trono vazio ao seu lado. –Não acho que seja algo para se discutir agora, mas que fique claro desde já que eu não tenho intenção alguma de casar-me por qualquer motivo que não seja amor. Vocês são muito mais do que meu conselho, são minha família, e sei que estarão aqui quando o momento de decidir chegar. Aproveitando... Acho que deveriam saber que, há dois anos atrás, o príncipe Átila Markova do reino élfico fez uma propsta de casamento entre reinos. Érestha e o pequeno reino élfco; Átila e eu.
-Odeio essa ideia –Edgar falou afagando sua barba com desenhos de dragão. –Não vai se casar com um elfo, irmã, muito menos Átila. Ele é muito espertinho para o meu gosto, quero as mãos dele bem longe de você.
-É ótimo que pense assim, irmão. Esse também não é meu desejo –Dave não conhecia esse lado "irmãozão" de Edgar. Era divertido aprender coisas novas sobre eles a todo o momento. -Uma última coisa, um pedido, na verdade: Tâmara e Tamires, vocês devem conversar e acertar suas diferenças –as duas reiraram os olhos. Thaila fez o mesmo. –Somos uma família e quero todos unidos. Se eu tiver que tranca-las em um quarto até vocês se falarem, o farei.
-Então escolha um com vista para o mar, sim? –Tâmara falou, sorrindo. –Gosto de observar as ondas, é relaxante.
Ana Vitória e Missie trocaram um olhar basante significativo entre si e depois com Thaila. Aquilo seria resolvido. A reunião se extendeu por mais alguns tópicos e teminou na hora do jantar. Quando o dia da coroação finalmente chegou, Dave parou para respirar. O Mago Roxo fora muito eficiente em lhe cozer um novo terno. Fez também para todos os filhos do rei. Um risca de giz para Elias, um preto com abotoadouras douradas para Edgar e um branco e dourado para Elói. Os três deviam vestir um manto sobre um ombro também. O do príncipe dos ventos era bege, costurado com imagens de cavalos e tigres, o do sol e da lua era azul marinho com desenhos de lobos e veados, e o de Elói era vermelho e branco, com burros, grus e corvos. As princesas estavam fabulosas com os vestidos no mesmo estilo em cores diferentes. O decote canoa permitia que elas usassem belos colares brilhantes. A cauda enorme deles seria levada por seus representantes assim como os longos mantos dos homens seriam carregados. Elói escolhera Adam para ter aquela honra já que Bia não estava mais ali. O corpete delas era enfentiado com padrões personalizados. Pombas para Tâmara, águias para Tamires e cavalos para Teresa. As gêmeas tinham os cabelos contidos em coques trançados, e os de Teresa eram curtos de mais para um penteado. Tâmara também tinha borboletas monarca vivas enfeitando seus cabelos verdes. Estavam todas verdadeiramente deslumbrantes. As coroas de prata e pedras preciosas brilhava na cabeça de todos eles, e carregavam um cetro com uma pedra como a de Argia na ponta. Enquanto Dave esperava que Thaila ficasse pronta ele tentava dar o maldito nó de sua gravata. Segurou-se para não socar alguma coisa e Missie veio em seu auxilio. Não ficou tão bom quanto o nó de Bia Vallarrica, mas era melhor do que o seu. Os dois abraçaram-se demoradamente. Dave queria falar alguma coisa. Algo dentro de si queria discutir a verdadeira relção entre Missie Skyes e sua Bianca, mas o momento certo parecia nunca chegar. Ela sorriu e se retirou para o lado de sua senhora. Dave estava no primeiro degrau da escada, apenas esperando. O brilho de toda a família real foi completamente ofuscado pela sua nova rainha.
O vestido desenhado pela rainha Thaís era perfeito. Também tinha a gola canoa e o corpete personalizado com diamantes. A saia era volumosa e escondia muito bem suas botas roxas de corujas coloridas. As cores eram roxo, lilás e lavanda. A cauda tnha dez metros de comprimento e os detalhes em dourado eram ouro de verdade. As mangas eram feitas para parecerem arregaçadas e acabavam em seu cotovelo. A marca de cobra podia ser vista perfeitamente daquela maneira. Suas mechas roxas estavam também num coque, como as irmãs, mas nenhuma coroa reposava sobre ele. Francis quem carregava a almofada com o objeto, e ele quem a coroaria, como fizera com Éres e Thaís. No pulso ela vestia uma pulseira de ametistas roxas que Dave dera para ela mais cedo naquele dia. Talvez não fosse o jeito certo de gastar as economias que fazia com o salário moderado que ganhava, mas Thaila se apaixonara pela peça. O dinheiro de Dave ainda não era regular e nem tão alto quando o dos outros representantes. Ele ganhava conforme trabalhava. O salário de verdade costmava ser de Lawrence. A partir de agora ele era todo de Thaila, tudo o que ela tinha. Ai sim poderia gastar com joias para presentes e talvez uma casa para a mãe dentro do reino. Isso se a guerra acabasse bem, não a colocaria ali enquanto tudo não estivesse resolvido. Todos curvaram-se para a rainha e ela anunciou que estava pronta. Saíram pelos jardins e deram uma grande volta para chegar aos portões de ferro por fora do castelo. Eles entraram na ordem de seu nascimento. Primeiro Tamires depois Tâmara, seguidas por Edgar, Elói, Teresa e por fim, Elias.
-Está preparada, minha rainha? –Dave sorriu para Thaila.
Ela deu de ombros e eles começaram a andar pelo carpete violeta na grama da frente do Castelo de Vidro. Todos curvaram-se para Thaila, e ninguém levantou-se e nem falou nada até ela entrar de novo no castelo e aparecer na vanada onde comemorava seu aniversário. Seus irmãos expremiam-se para caberem todos ali, e Francis começou a falar. Discursou sobre as responsabilidades de um monarca, sobre a situação do reino e sobre Éres e Thaís. Thaila e seus irmãos fizeram juramentos perante ao reino e perante à coroa. Dave e os representantes também. Quando Francis ergueu a nova coroa de Thaila, o povo vibrou. Era feita de ouro puro, tinha onze pontas com pedras diferentes no topo de cada uma. Francis abaixou as mãos e depositou o objeto brilhante no penteado dela.
-Curvem-se perante Thaila Jade Bermonth –o Mago Roxo ordenou. -Sua nova rainha.
E curvaram-se. Todos na grama, todos na varanda e todos por toda Érestha. O fenômeno que seguiu provavelmente não podia ser visto por todos, e era uma pena pois era magnífico. As pedras dos cetros de todos os príncipes brilharam e parte dessa energia foi transferida para a pedra roxa de Thaila. Dave sentiu uma mudança em sua marca. Sentia mais do que apenas a rainha. Era quente e frio, escuro e claro, molhado, seco... tudo de seus irmãos era agora dela. Thaila era a rainha e ela mandava em tudo. Dave só não sentia a vida de Argia e a morte de Tabata, duas únicas pessoas a não se curvarem para ela. Enquanto sua senhora levantava o cetro recém carregado de legados para o povo, Dave olhava para o horizonte, perdido em pensamentos. Independente de tudo o que acontecera, as mortes, as palavras de Tabata, o enígma da rainha, Isabelle DiPrata e Pedro Satomak, a verdadeira guerra começa com a morte do rei. Finalmente sairiam das preliminares e entrariam no derramamento de sangue. Ele estava preparado, só não sabia de como vencer.
FIM DO LIVRO 3
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