XXVIII -Riley
Acampar com Tyler e Ajala em uma terra amaldiçoada era a melhor coisa que acontecera com Riley desde o sumiço da irmã. Ele e Dave armaram as barracas que Juliana emprestara enquanto Missie tomava um chá e Bia acendia fogueiras. Tiveram uma discussão muito séria sobre a divisão dessas duas barracas e Dave acabou convencendo-o a dividir a sua com Missie. Nada contra a menina, mas ele preferia a companhia de Dave, que não se importaria com sua bagunça e não sofreria nada se ele se mexesse de mais em seu sono. Ajala ajudou-os e terminaram tudo bem rapidamente. Eles estavam acampados em meio aos escombros de uma vila. Construções de pedra vieram a baixo, pertences esquecidos como panelas, roupas de couro e bonecas de pano enterravam-se no chão e poças de sangue manchavam a terra. Ajala dissera alguma coisa sobre massacre e maldição, mas Riley preferiu não ouvir e focar na barraca. Tyler e sua esquadra ainda não haviam voltado, mas ninguém parecia preocupado. Garantiam que estariam ali em breve. Riley ajustou o cinto de sua irmã na cintura e contou as facas para ter certeza de que tudo estaria em ordem quando entregasse-o de volta para ela.
-Como foi que vocês vieram parar aqui? –Dave perguntou. Os três andavam na direção de Missie para sentar e conversar mais. Ela estava em um tronco próxima a uma fogueira com uma caneca quente em mãos.
-Somos voluntários, nós todos –Ajala explicou, apontando para todas as pessoas que vestiam-se de vermelho no acampamento. –Depois que nossos pais surtaram e tiraram a gente da escola, fomos colocados em um colégio no interior, Tyler e eu. Depois daquele episódio bizarro com Isabelle e Tabata, que lemos nos jornais, uma gartoa de nossa sala estava sempre indo a manifestações de apoio ao rei.
-Os sem-medo –Dave falou.
-Sim, exato. Vestindo vermelho, a cor do rei, e pregando contra os que queriam sair de érestha ou abandonar a província. E, um dia, Tyler e eu fomos junto com ela e quando nos demos conta, estavamos participando de tudo: reuniões, campanhas por toda a província de Tâmara e lutando contra aqueles que não apoiam o rei Éres. Um dia, alguém sugeriu que nos juntassemos a esse grupo de guerreiros voluntários. Tivemos treinamento intensivo por seis meses e viemos para cá.
-Fazer o que, exatamente? –Riley sentou-se ao lado de Missie e Ajala e Dave ficaram no tronco à sua direita. Bia juntou-se ao grupo com um copo de vidro cheio d'água e sentou-se sozinha no último tronco, à frente dele.
-Deter coisas pequenas como esses cavaleiros mortos ou um exército menor de mortos vivos que sirvam Tabata. Fazemos qualquer coisa que possa desacelerar ou enfraquecer a rainha da morte. Nem que seja uma diferença mínima.
-Nossa, quanta coragem –Riley queria ter um marshmallow para assar naquele fogo crepitante. –Mas, se seus pais não queriam vocês na escola... Como podem querer vocês aqui?
-Não querem –Ajala riu.
-Alícia estaria muito feliz em te ver! Ela vive reclamando sobre como o vermelho é sem graça sem sua companhia.
-Ela vai ver, Riley –A anã soriu. –Vamos ajudar vocês a encontra-la.
Riley queria ter coragem de dizer que não precisava, mas precisavam de reforços. Polliverm estava morta, Missie estava ferida e ele não fazia ideia do que enfrentaria em Chelmno. Qualquer ajuda seria mais do que bem-vinda. Quando voou para longe, com Krepto, Riley pensou diversas vezes que estava fazendo uma besteira. Colocar a vida dos três na esperança de que tinha visto alguém era muito arrisado, mas foi tudo o que conseguiu pensar. Não sabia se eram amigos ou inimigos, mas voltou a ver uma pessoa com um binóculo analisando o voo do dragão negro. Ele gritou que vinha em paz e pousou com a mão na espada, pronto para lutar ou joga-la longe, quando Ajala apareceu de trás de uma das ruínas. Ele não poderia ter ficado mais feliz. Contou rapidamente sobre como e por que estava ali, e Ajala foi rápida em montar um plano. Chamou Tyler e dois outros comandantes e prepararam-se para partir. Logo todos marchavam na direção da torre. Porém, uma vez de volta àquele lugar, Riley não encontrou nenhum de seus amigos, cavaleiros zumbis ou esqueletos armados. Por sorte, Alfos voltou em alguns minutos e disse para que eles o seguissem. Foi reconfortante estar no meio de legados de Tâmara que também entendiam o animal e não comentavam o quão bizarro isso era. Riley achou que demorou de mais para encontrar a ajuda e leva-los até os amgos. Temia que duas horas fossem tempo suficiente para o sacrifício que Ajala disse que fariam. Uma vez na cidade dos cavaleiros mortos, foi tão fácil vestir uma armadura completa e entrar no buraco onde estava a escada que descia para as celas que Riley até ficou um pouco decepcionado. Ajala e Tyler ficaram no andar de cima e ele adentrou a escuridão dauela cova funda. Foi igualmente fácil neutralizar o guarda que ficava com as chaves, e ele decidiu que queria tirar todo aquele metal de si. Era difícil andar com uma roupa dura duas vezes o seu número. Tendo-os libertados, esperou nas posições indicadas pelos amigos de roupa vermelha e teve sucesso. Foi um alívio chegar no acampamento com todos bem.
Ajala colocou sua mão no ombro de Riley e deu palmadas amigáveis nele. Era surpreendentemente bom escutar que tudo daria certo, embora ele soubesse que não seria assim tão fácil. O pior era não ter certeza sobre onde ela estava. Dave ainda não havia contado sobre como sabia sobre Chelmno. Cobraria dele mais tarde pois não importava, de um jeito de outro. Nem que ele tivesse que passar o resto da vida ali, ele acharia Alícia, viva. Missie encolheu-se um pouco para mais longe do fogo e apertou a caneca em suas mãos. Bia olhou para os lados e ia começar a falar alguma coisa quando Tyler apareceu montado em um cavalo negro. Riley e Dave levantaram-se e Ajala cumprimentou o companheiro com um aceno de cabeça.
-Não conseguimos pegar todos eles. Vocês dão trabalho. –Tyler falou e sorriu. –Como está, Dave?
-É difícil lidar com Riley e Herton sem você por lá -sorriu.
Os dois abraçaram-se e bateram nas costas um do outro, felizes. Ajala não mudara muito desde a última vez que Riley a vira. Seu cabelo estava mais comprido e as feições mais maduras, mas ainda parecia Ajala. Tyler, por outro lado, estava completamente mudado. Antes, era um garoto magrelo e quieto que prestava atenção nas aulas de Bennu Wills. Agora ele comandava uma esquadra dos sem-medo na província mais perigosa de Érestha. Devia ter crescido vinte centímetros e era mais alto do que Riley. Seus cabelos louros estavam raspados num corte militar e o rosto tinha algumas cicatrizes. Desenvolvera músculos que ficavam expremidos na sua camiseta polo vermelha. Os jeans estavam velhos e rasgados e as botas pretas cheias de lama, sangue e poeira. Tinha um machado preso no cinto que Riley não saberia dizer se era de ferro, bonze ou qualquer outra coisa pois estava completamente escarlate e pingava. Essa era uma imagem de Tyler que Riley não esperaria ver nunca.
-Muito prazer -Missie levantou-se para comprimenta-lo e agradecer por toda a ajuda. Estendeu a mão que não carregava a caneca para ele. –Missie Skyes.
-É, eu sei quem você é -sorriu. -Sou Tyler Duvin, prazer. Como está sua testa?
O som do copo de vidro de Bia quebrando-se não deixou que Missie respondesse. Todos em volta daquela fogueira viraram a cabeça na direção da menina. Ela estava em pé, tremendo e uma cascata de lágrimas descia pors suas bochechas. Todos deram um passo para trás, confusos.
-T-tyler? –ela perguntou entre um soluço e outro. Olhou para a própria mão e depois para o rosto do menino.
Riley olhou para Missie, na esperança de obter respostas rápidas, mas ela parecia tão perdida quanto os outros ali.
-Dandara –ele afirmou num sussurro. Também olhou para sua mão e estendeu-a para Bia.
Aquele aperto de mão fez a boca de Missie escancarar-se. A tatuagem no polegar de Bia completava-se com a marca na mão de Tyler na qual Riley nunca havia reparado. Era a figura de um cavalo que estava apagada pelo tempo e ficava torta devido às curvas dos dedos deles. As patas na mão de Bia e o corpo na mão do menino. Tyler respirava pesadamente, claramente segurando lágrimas também. Ele apertou a mão dela com força e puxou-a para um abraço desesperado. Bia começou a chorar compulsivamente com o rosto enterrado nos músculos de Tyler, e ele fechou os olhos para tentar colocar sua cabeça nos cabelos dela. Dessa vez, Riley buscou pelo olhar de Ajala, mas ela apenas franzia a sobrancelha para tudo aquilo. Bia murmurava que achava que ele estivesse morto, e Tyler pedia desculpas quando não conseguiu mais segurar sua lágrimas. Bia afastou-se e segurou o rosto dele em suas mãos.
-Você está vivo –sua voz falhava por conta do choro. Um sorriso formou-se em seus lábios apesar da lágrimas que ainda pingavam por seu queixo. –Achei que estivesse morto, por que nunca me procurou?
-Eu não sei –ele respondeu, fungando. Também segurou o rosto dela como se tivesse medo que ela pudesse simplesmente desaparecer a qualquer segundo. –Eu sabia que estava bem. Você tinha um castelo e um emprego então eu achei...
-Eu pensei que estivessem mortos! Todos!
-Não, nem todos –ele sorriu.
Bia pareceu derreter com essas palavras. Tyler enxugou as lágrimas dela e os dois olharam nos olhos um do outro. E começaram a rir.
-Certo, então.... Vocês se conhecem? –Dave parecia muito mais interessado em tirar as mãos de Tyler do rosto dela do que saber mesmo do que eles estavam falando.
-Sim –Tyler falou, ainda olhando nos olhos de Bia. –Nos conhecemos no circo.
Ela murchou seu sorriso e soltou Tyler, ajustando seu casaco no ombro e andando para trás. Riley e Dave ainda mantinham as expressões de pura confusão no rosto, e Tyler franziu o cenho.
-Eles não sabem? –Perguntou, voltando a se aproximar dela.
-Não –Bia falou baixo, virando-se de costas. Estava muito desconfortável. –Eu não falo sobre Dandara.
-E por que não? –tocou-lhe o ombro. Riley lembrava das pinturas dela nos troncos do jardim de Elói. Havia uma lona de circo, fogo e dor pintados como os anos escuros da vida de Bia. Lembrava-se também dela comentando sobre seu pior dia. Riley não conseguia falar sobre o que vira quando recebeu a marca de Tâmara sem achar que estava com cactos na garganta. Era compreensível que ela preferisse o silêncio. Mas a situação era muito curiosa e ele não se atreveu a dizer nada. Bia voltou o rosto para Tyler e ele pareceu entender sua expressão. –Está tudo bem, eles são seus amigos, não são? E eu estou aqui também.
Ele segurou sua mão e sentou-se no tronco. Bia fez o mesmo. Riley e Missie andaram até o tronco mais próximo e Ajala já estava acomodada. Dave permaneceu em pé, sem dar um passo sequer para direção alguma. Bia respirou fundo e apontou a mão para a fogueira. As chamas diminuiram de intensidade. A imagem que formou-se no fogo era de uma mulher e uma criança no colo. Bia começou a falar com a voz ainda muito alterada pelo choro.
-Depois da guerra, minha mãe não tinha para onde ir. Ela perdera tudo. Foi muita sorte ela ter conhecido senhor Yuri –o fogo mudou para a figura de um homem de cartola com uma barba que alcançava seu umbigo. Atrás dele estava uma lona de circo e mais pessoas sem rosto. –Ele ofereceu trabalho para ela em seu show de entreterimento, como ele chamava. E, bem, minha mãe nunca quis sair de lá. Então eu cresci como uma criança do circo. Tyler já estava lá quando eu cheguei, com sua família. Tínhamos a mesma idade então sempre fazíamos tudo juntos. No início, apenas assistíamos e ajudavamos a limpar no final, mas depois eu sempre queria tentar fazer como os outros. A corda bamba venenosa, escapar das correntes dentro de uma caixa cheia d'água, os truques de mágica de Yuri... -Conforme ela falava, as imagens no fogo transformavam-se no que ela mencionava. Tudo sempre vermelho e amarelo vibrante. Então, a cena mudou para uma garota e um garoto nas costas de um cavalo. A garota carregava uma tocha e o garoto estava vendado e vestia uma gravata borboleta. –Com seis anos, Tyler e eu estreamos nosso primeiro ato juntos. Eu tinha uma tocha e alguns alvos ao meu redor. Queimava-os aleatóriamente enquanto Tyler conversava com o cavalo e mandava-o andar e apagar o fogo. Se ele demorava de mais eu fazia alguma brincadeira com as chamas como estou fazendo agora. O público adorava. Se não eram da província de Tâmara, eles ficavam bastante impressionados em ver um garotinho confiar no relinchar de um cavalo negro para apagar focos de incêndio que poderia colocar em risco o circo inteiro. E foi exatamente isso que aconteceu dois anos depois.
Ela manipulou o fogo para a figura do cavalo andar. Bia carregava a tocha e queimava o que lhe agradasse, mas desequilibrou-se e caiu contra um dos alvos. Este, por sua vez, estava amarrado à um poste de madeira, que caiu na arquibancada e pegou fogo tão rapidamente que Tyler mal teve tempo de tirar sua venda. O cavalo empinou-se e o derrubou no chão, junto com o balde d'água que carregava. Ele pareceu desacordado. Yuri e a mãe de Bia apareceram ali desesperados. O homem parecia gritar com Bia e ela tentava, inutilmente, apagar ou conter as chamas. Não demorou nada para o fogo chegar na lona, e logo, espectadores e artistas estavam presos, cercados por fogo. Yuri empurrou-a com raiva e ela caiu em cima do fogo. A mae dela desesperou-se e tentou ajuda-la, mas, aparentemente, não era um legado de Elói, pois começou a pegar fogo também. Um legado de Elias tentava soprar, mas o fogo alastrou-se com muita rapidez. Pessoas começaras a cair no chão, e isso incluia a mãe de Bia. Ela olhou nos olhos da filha em agonia, e apontou para uma abertura na lona. Sem hesitar, Bia montou o cavalo desesperado e galopou pelo fogo. Ela não pareceu sofrer nada, mas o cavalo protestou tanto que Bia obrigou-se a puxar as orelhas dele para seguir o caminho. A última coisa que foi vista dentro da lona antes dessa desabar ao chão foi uma mulher sacudindo Tyler e Yuri ajoelhado no chão, com a barba em chamas. Então, a fogueira voltou a ser apenas fogo, desafiando a gravidade e aquecendo os seis que sentavam-se em volta dela. Bia tinha ainda mais lágrimas nos olhos e apertava a mão de Tyler com muita força.
-Ele pediu que eu parasse o fogo –ela falou, soluçando e fungando. –Senhor Yuri queria que eu detivesse o fogo, mas eu não consegui. Minha mãe...
Não conseguiu terminar a frase. Missie e Ajala também tinham lágrimas no rosto, e Riley estava chocado. Tanto pela história quanto pela coragem de Bia em conta-la. Depois de ter sido adotada pelo príncipe, aquela parte de sua vida estava escondida, esquecida, e não era de se espantar. Deixar Dandara morrer naquele fogo e renascer como Bianca era um feito incrível de coragem e superação. Riley pensou que a fênix em seu braço era um símbolo perfeito e até teve orgulho de si mesmo pela escolha. Mas alguma coisa parou seu pensamento. Foi difícil concentrar-se na luz da marca. Estava ainda mais fraca. Ele não ousaria mencionar isso diante de um momento tão delicado e deixou que todos caíssem no silêncio. Depois, Tyler explicou que a mãe o protegeu naquele dia, e os dois sobreviveram. Mudaram-se para Tâmara, província dos legados dos dois, e a mãe começou a aceitar empregos aleatórios e casou-se novamente em seis meses. A vida dele ficou melhor, assim como a de Bia, e ele simplesmente queria deixar aquele episódeo de lado. Ninguém quis fazer comentários ou perguntas e os dois pareceram aliviados por isso. Ajala levantou-se e levou Missie consigo para ter uma enfermeira formada dando opiniões sobre o trabalho dela em seu ferimento. Tyler falou que tinha uma coisa que Bia precisava ver e arrastou-a até sua barraca junto com o cavalo negro no qual ele viera montado. Dave ainda estava em pé. Parecia perdido num mar de emoções que deixavam seu rosto numa confusão engraçada. Ele se sentou à frente Riley e ficou em silêncio, acariciando a pedra vermelha de Mata-Touro com seu polegar. Era muito irritante não conseguir achar um assunto apropriado. Riley sentia-se impotente. Então ele lembrou-se que aquela era uma missão para salvar sua irmã, e ele era o líder.
-Como sabe que devemos ir para Chelmno? –perguntou. Dave olhou para ele através do fogo, mas ficou em silêncio. –Conte-me.
-Alícia disse que era segredo, mas... Acho que todos podemos concordar que guardar segredos pode não ter sido a melhor ideia dela –não tinha intenção nenhuma na voz dele que indicasse uma piada, mas Riley ficou extremamente ofendido. –Não sei se lembra-se da páscoa no primeiro ano, mas Alícia foi mordida por um coelho assombrado.
-É, eu lembro –ela falou. –Não é todo o dia que sua irmã desmaia por causa de um animal felpudo amaldiçoado.
-É, bem... Isabelle que havia feito isso neles e... Ela começou a compartilhar segredos com Alícia através de sonhos. E um desesses sonhos era sempre a mesma coisa: uma pedra enorme, o chão sujo, os urubus...
-Por que ela contu isso para você e não para mim?
-Porque Belle pediu –respondeu rapidamente. –Ela não quer que ninguém saiba e Alícia tinha medo que ela fizesse alguma coisa com você.
-Mas DiPrata confia em você –Dave concordou. Riley estava ainda mais bravo com a irmã, mas isso só fazia com que quosesse abraça-la com mais força. –Ela teve pesadelos antes das cartas. Acha que Isabelle pode ter algo a ver com isso tudo?
-Sim. Na verdade, tenho certeza –ele contou brevemente sobre um encontro que teve com Isabelle, em um sonho onde ela o abraçava em prantos dizendo que aquela era a última vez que eles se veriam antes de algo ruim acontecer.
-E você ainda insiste em defende-la e se nega a admitir que ela trai a coroa. E se não trai a coroa então trai a própria senhora, segredando com minha irmã e torturando-a em seu sono.
-As pessoas podiam começara a parar de trata-la dessa maneira –ele levantou-se, subtamente tomado por uma fúria transmitida por seu olhar. Bia estava voltando para junto deles, carregando alguma coisa de metal enferujado em sua mãos. Dave ignorou-a completamente –Queria ver qualquer outro estar em seu lugar, vivendo no Castelo de Pedra com a princesa da morte, sendo obrigada a servi-la e sabe-se lá mais o que não fazem com ela.
-Ok, então ela é a coitadinha da história? –Riley levantou-se também. Dave abriu a lâmina de Mata-Touro e Riley segurou o cabo se sua espada de bronze. Dave era uma pessoa muito sensata. Admirava-o como ele era cego em relação à Isabelle. E Riley ficava até preocupado, aguém tinha que falar alguma coisa. –Por que não fica você no lugar de Alícia, ou no de Natalie, que teve o rosto desfigurado por um demônio de veneno que ela controlava, ou talvez de qualquer outro habitante de Érestha que morre de medo de uma segunda guerra. Foram as palavras da própria Tabata, Dave. "A guerra começa agora que o destino de uma criança foi selado". Sua princesa deixou óbvio que era de Isabelle quem ela falava. Sua 'Belle' escolheu juntar-se à Tabata e dar início a essa nova guerra, portanto está sim traindo à coroa. O que você ganha defendendo ela? Está perdendo seu tempo.
Dave levantou seu espada e Riley fez o mesmo com a sua. Dave não estava tentando acerta-lo, mas Riley desviou a lâmina mesmo assim.
-Estamos aqui por Alícia, não para decidir o que pensamos sobre Isabelle DiPrata. Além do mais ela é problema meu, então não precisa gastar seu precioso tempo me ajudando a decidir se eu deveria odia-la ou não.
-Que seja, Dave –Riley abaixou sua espada. –Mas o que falta é ela se voltar contra você, e quando isso acontecer, tudo o que eu poderei fazer é dizer que te avisei.
Bia alcançou-os e ficou apenas observando o fogo. O objeto enferrujado em suas mãos era uma ferradura. Dave olhou para ela e fechou Mata-Touro. Colocou a espada no bolso e saiu dali, afastando-se para longe das barracas e das fogueiras a passos largos e raivosos. Bia sentou-se e Riley foi para o lado dela. Não precisou dizer nada para que ela entendesse que admirava sua coragem e ela também não precisou de palavras para ameaça-lo caso ele mencionasse pena. Bia começou a contar a história daquela ferradura e, mais uma vez, Riley achou estranho não conseguir enxergar a fênix de luz. Parecia cada vez mais sem vida.
Oi! Tudo bem?
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