XVI -Dave
Gelraaa!! Eu tinha feito isso um tempo atrás, mas só me lembrei dele agora haha. Esse é o mapa de Érestha! Vou deixar a foto aqui e na apresentação, então se tiverem alguma dúvida durante a leitura, podem escolher um desses capítulos para voltar e dar uma olhada....
Na terça-feira, Dave e os colegas tinham prova de climatologia. Ele não sabia o que fazer. Sabia muito pouco sobre a matéria e queria colocar a culpa em Herton, mas sabia que não tinha ninguém para culpar a não ser ele mesmo. Sentia que tinha ido muito bem nas provas que já realizara, mas agora estava bem nervoso. "Se não passarem em alguma matéria não irão para o evento da PIC" o diretor dissera. Ele não podia se dar ao luxo de perder a surpresa do segundo ano, então pediu ajuda para Lilian, que sempre tinha as melhores notas entre seus amigos.
-...Radiação, temperatura, pressão atmosférica e umidade –ela explicou alguma coisa contida no livro, mas Dave não conseguia prestar atenção.
Havia muitos desenhos e coisas para se identificar neles. Conseguia responder algumas delas, mas as definições das palavras ele não conseguia memorizar. Nervosamente mexeu na pulseira de couro.
-Não memorize, entenda –Lilian bateu com uma caneta na cabeça do menino. –Não é tão complicado, é só pensar. A prova é em duas horas, Fellows. Concentre-se.
Dave bufou e continuou a fazer anotações. A biblioteca não estava imersa num completo silêncio. O barulho de páginas sendo viradas e canetas riscando papéis incomodava Dave. O lugar todo cheirava a desespero e ansiedade. Como todos na escola tinham um total de dez matérias por semana, eles tinham duas provas por dia. Dave mal sabia quel seria a outra prova daquela terça-feira. Precisava de um lugar mais quieto para estudar, mas Lilian não o deixaria sair dali até ter certeza de que ele estava pelo menos tentatndo.
Ele não conseguia parar de pensar em tudo o que Lorena lhe diseera no Halloween. Mais de um mês já havia se passado, mas ele ainda queria entender tudo o que ela dissera. Ele tinha a caixa de madeira que fora de seu pai guardada em seu armário. O relógio havia sido deixado com Dneva um ano atrás. Ele sentia falta do objeto, mas não culpava Alícia. Afinal, ela os salvara usando tal relógio. Sua espada ficava guardada lá dentro agora, pois não precisava dela nas aulas de Lorena. As cartas que também estavam lá dentro não lhe davam nenhuma resposta a suas tantas perguntas que sua prima gerara. Se quisesse saber que missão era essa que o pai se envolvera ou quem realmente fora a rainha Thais, ele teria que falar com alguém que conhcia os dois muito bem. E esse alguém não era Thaila.
-Preste atenção! –Lilian jogou seu estojo no menino.
Dave concentrou-se em seu caderno. Mas logo sua atenção foi atraída por alguém que derrubara muitos livros no chão. Era Riley, tentando alcançar alguma coisa numa preteleira alta. Ele recolheu os livros e andou até os dois amigos. Cumprimentou Lilian com um beijo na bochcha e bateu na cabeça de Dave com um pedaço de papel.
-Por que todos gostam de me acertar na cabeça? –ele reclamou.
-Leia isso mais tarde –ele deixou na mesa o papel que o acertara.
Lilian tomou-o de sua mão, guardou em sua mochila e ordenou que ele continuasse a estudar.
A segunda prova era de geografia, e Dave conseguiu se dar bem nesta. O dia escolar acabou mais cedo, às três da tarde. Ao invés de voltar para a biblioteca ou ir para a casinha azul e estudar, ele bateu na porta do dormitório amarelo. Era um sobrado de uma estrutura moderna com um cômodo saltando para fora que poderia ser uma garagem. Os parapeitos das janelas eram enfeitados com gallas, margaridas e lírios amarelos. Girassóis não podiam faltar, e eram estes que estavam dos lados do degrau que dava acesso à porta. Ele nunca estivera dentro de nenhum outro dormitório a não ser o seu. Ele sabia que o vermelho tinha uma televisão e o roxo uma cama elástica no primeiro andar. Dave não tinha nada disso. Era tão simples, tão quieto e solitário na casinha azul. Ficaria feliz se tivesse uma TV.
-O que quer aqui? –um menino de topete atendeu a porta.
-Falar com Lilian –Dave respondeu. Não gostou da atitude do menino. Fez com que ele não se sentisse bem-vindo.
-Alberton –ele gritou para dentro do sobrado. –Fellows quer falar com você, ou algo assim.
-Estou ocupada com esse seu projeto idiota –ela gritou de algum lugar lá dentro. –Fale para ele entrar. Traga-o aqui, Tom.
Tom grunhiu, mas levou Dave para dentro do dormitório amarelo. Ao passar pela porta ele dava de cara com um corredor. Um aparador de madeira segurava um vaso de flores e alguns livros. Uma foto de todos os componentes do amarelo estava emoldurada e pendurada logo acima do aparador. A porta da esquerda estava entreaberda e resultava numa sala onde alguns alunos mais velhos estudavam. A da direita estava fechada. Foi para lá que Tom o levou.
O cômodo que parecia uma garagem era um depósito ou uma sala dedicada à bagunça. Havia um mini frigobar, pedaços de madeira e o chão estava coberto de peças de dominó coloridas. No fundo desse cômodo, Lilian e uma outra menina colocavam mais dominós no chão. Tom adotou uma expressão animada, buscou por uma câmera de video numa caixa e afastou Dave dos dominós.
-Obrigada meninas –ele agradeceu as duas no fundo do quarto. –Afastem-se. Vamos gravar essa proeza –virou a câmera para si e continuou a falar. –Meu nome é Tom Müller e, com a ajuda de minhas amigas, completei o maior projeto de dominós desse ano. Contemplem minha obra de arte!
Ele filmou os dominós no chão. Deu uma ordem para Lilian e ela bateu em uma peça. O efeito iniciou-se, logo consumindo o quarto todo. As cores amarelo, verde, rosa-claro e azul caíram no chão e formaram a figura do rosto da princesa Tâmara. Seus olhos e cabelos verdes, sua pele com um jogo de luz e sombras e um adorno esquisito no cabelo. Era impressionante. Os três comemoraram e Lilian passou para perto de Dave.
-Vou começar a trabalhar no meu próximo projeto –Tom pegou um caderno para anotações e sentou em um pedaço de madeira.
-O quer falar comigo, Dave? –Lilian deu um nó em seus enormes cabelos para tira-los de suas costas.
-Não sabia que se interessava por dominós –ele a seguiu para fora do quarto.
-Não me interesso –ela falou. –Mas é divertido. Tem alguma dúvida em astronomia? Por que se me pedir para te ajudar e não prestar atenção, eu juro...
-Não, não é nada disso. Quero falar com Tâmara.
-Então te encontro na casinha azul em cinco minutos. Vou dar um jeito.
Dave ficou contente que ela não fez nenhuma pergunta. Ela levou um pequeno cubo de cristal com a figura de uma mulher magra e soridente feita a lazer dentro dele. Lilian ligou e sua mãe atendeu. Vitória perguntou do que ela precisava e Dave respondeu que queria falar com a princesa.
-Sobre o que? –ela perguntou
Dave mentiu, dizendo que era algo que Thaila pedira para ele contar. Vitória não entendeu por que ela não podia contar para sua representante, mas Dave insistiu e Vitória pediu para que esperassem enquanto ela checava se Tâmara estava desocupada no momento. Lilian se retirou e a princesa apareceu na imagem holográfica com seu velho tigre branco Castrp.
-Estava apreciando minha natureza –ela falou. –O que pode ser tão importante que você tenha que me interromper?
-Preciso da verdade, Tâmara –Dave falou. –O que a rainha Thaís sabia sobre Tabata e o que ela disse para meu pai? O que eu tenho que fazer?
-Primeiro, eu não sou Tâmara, sou princesa Tâmara. Não pense que tem toda essa intimidade comigo, menino Fellows. Segundo, suas perguntas são tolas. O que ela sabia sobre minha irmã do mal? Tudo. Minha mãe sabia de tudo. Leila Thaís Bermonth era clarividente, assim como seu pai. Ela viu tudo, Dave. Viu você, viu Isabelle e viu o fim da guerra. Ela nunca nos disse exatamente que fim é esse. É seu trabalho responder à essas perguntas, não meu. Vai ficar mais forte e mais esperto antes que chegue perto de dar um fim nisso. Preocupe-se com outras coisas no momento, como meu tio disse, use esse tempo para conhecer Thaila melhor. Para a última pergunta... Eu não sei. Isso eu lhe garanto. Minha mãe sabia o que fazer, mas eu não. Ela deixou uma mensagem e é seu trabalho encontrá-la e decifra-la. Mais uma coisa. Não minta sobre minha irmã Thaila tendo um recado para mim. Trate-me como sua princesa e a Thaila como sua rainha desde já.
Ela foi embora e desligou. Dave se jogou no sofá.
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