XLIV -Dave
Esse é o último capítulo do livro 2 :0!!!
Obrigada para você que leu até aqui! Espero que tenha gostado e possa acompanhar o que ainda está por vir :)
As equipes não conceguiam chegar a um consenso. Cada um queria um tema para a festa. Thaila insistiu que Dave deveria decidir algo individualmente pois representava o time Thaila e não os outros dois. Ele não ia a muitas festas então sugeriu alguma coisa que pudessem dançar bastante. Os de Tâmara queriam um baile e os de Elói uma festa com o tema máscaras. No final decidiram fazer um baile dançante de máscaras. Todos pareceram felizes afinal.
À noite, os meninos separaram-se das meninas e entraram numa enorme sala para se vestirem. Os funcionários, com a ajuda de Lawrence, providenciaram tudo o que os três decidiram que queriam para a festa. Dave grunhiu ao ver que os meninos tinham que se vestir com traje esporte fino. Riley também.
-Dave Fellows –Mair, o legado de Elias amigo de Cibele o chamou. Havia uma cesta com várias máscaras no fundo da sala para onde ele apontava. –Deve escolher uma antes que sobrem apenas as com padrões em laranja.
Ele riu. Andaram juntos até o cesto e pegaram máscaras pretas com alguns detalhes em prata. Riley juntou-se a eles e os três puderam reclamar de como calças jeans seriam mais confortáveis.
-Dave Fellows –Lawrence chamou. –Venha comigo por favor. Princesa Thaila quer falar com você.
Dave caminhou com ele até uma sala no fundo do corredor. Risadas animadas eram ouvidas vindas de lá. Uma deles era Thaila. Dave quem havia lhe contado sobre o paintball. A futura rainha dissera que estava muito nervosa em seu primeiro ano no acampamento. Não fazia ideia do que as crianças gostariam de fazer. Dave sabia que todos sempre ficavam animados com paintball. Na sua escola, os colegas sempre faziam planos de ir jogar em alguns fins de semana. Ela achou a ideia muito interessante e Lawrence não falou nada quando teve que achar armas de paintball para todas as crianças. Dave não sabia o que faria sem Lawrence. Ele quem cuidava dos detalhes da vida da princesa. Ter isso como seu trabalho seria extremamente exaustivo.
Ele diminuiu um pouco o passo. Essa era a primeira vez que pensava em ser representante como um emprego de verdade. Formaria-se na escola e não iria precisar de nenhuma especialização. Ficaria com Thaila e a família real, servindo-a, atendendo a todas as suas necessidades. Mesmo se isso envolvesse achar quase mil armas de paintball de última hora. Lawrence bateu três vezes e Thaila permitiu que ele entrasse. O velho com a prancheta empurrou o menino para dentro e fechou a porta.
As princesas estavam todas naquele quarto. Havia uma penteadeira à direita e uma cama alta bem à sua frente. Uma porta de correr levava para a varanda e uma outra estava fechada, próxima da penteadeira. Todas as princesas vestiam um vestido de baile com um corpete prateado, saia enorme com babado e cores diferentes. Teresa era azul escuro e Tamires azul claro, e conversavam na varanda. Thaila tinha os cabelos roxos presos num coque e estava sentada na cama. Tâmara deitava-se, admirando sua própria oroa. Elas congelaram suas expressões quando Dave entrou no quarto. Tâmara tinha um sorriso cheio de malícia e Thaila uma expressão de surpresa. Ela escondeu um pingente em seu decote e perguntou:
-Por que escolheu essa máscara?
Dave deu de ombros. Tirou a máscara do rosto e olhou-a nos olhos.
-Não ha um motivo especial. Ela te incomoda? –Dave achou estranha a atitude dela. Era apenas uma máscara pretas com detalhes prateados.
-Uma vez, -Tâmara contou. Ela deu uma volta, ainda deitada, e apoiou os joelhos no colchão. Isso fez sua enorme saia de baile formar um círculo pomposo ao redor de seu corpo. Ela engatinhou para mais perto da irmã e de Dave antes de continuar. –seu pai usou uma máscara muito parecida num baile em comemoração a meu aniversário. Meu Deus, vocês são mesmo pai e filho.
-Tire esse sorriso idiota daqui. Suma –Thaila fez um aceno de mão para a irmã e ela saiu do quarto.
Dave sentia-se incrivelmente desconfortável sempre que Thaila e Tâmara falavam sobre seu pai. Era muito difícil aceitar o fato de que Reginald e a princesa com rosto de adolescente já estiveram em um relacionamento proibido. Odiava o jeito como Tâmara sempre cochichava para Thaila quando Dave estava por perto, falando sobre seu pai, comparando os dois, procurando semelhanças. A futura rainha pegou sua coroa da mesinha e estendeu na direção de Dave. "Coroe-me" ela falou, e Dave encaixou-a em seu penteado. Ele não entendia por que ela gostava de fazer isso, mas ele setia-se importante. Ela colocou a máscara dele de volta em seu rosto e beijou-lhe a testa.
-Obrigada pela dica hoje de manhã, sobre o paintball. Foi muito divertido –ela apontou para sua marca em forma de fênix. –Foi por isso que não atingiu Bia?
-Acho que não a atingiria de uma forma ou de outra –ele respondeu sinceramente. –É minha amiga.
-E se fosse de verdade? E se encontrasse um amigo numa batalha de verdade, ameaçando sua causa e sua vida? Atingiria-o?
Isso era um teste e Dave estava bravo. Sabia que ela referia-se a Isabelle, perguntava se mataria-a para defendê-la e proteger o reino da ira de Tabata. Ele não podia sequer cogitar essa opção. Teve vontade de gritar que Isabelle era inocente, que não teve escolha, que fora torturada e forçada a tudo. Ele faria qualquer coisa por Thaila, mas algo lhe dizia que não ia precisar matar Isabelle por ela.
-E por que eu seria amigo de alguém que não defende sua causa? –ele respondeu, seco. Antes que a princesa pudesse dizer mais alguma coisa, ele fez outra pergunta. –Por que nos enviam a esse acampamento?
Ele tinha a leve impressão de que não era apenas para diversão, nem para treinar melhor os legados. Eles estavam avaliando a capacidade das crianças, julgando as turmas e suas habilidades. Thaila sorriu. Colocou sua máscara roxa e dourada e puxou Dave para fora do quarto.
-Você é perfeito –ela disse, por fim. –Exatamente como deve ser.
Eles abriram o baile com uma dança. Todos os prínicpes dançaram com seus representantes. Thaila não sabia expressar o quanto estava contente de finalmente ter com quem dançar. Geralmene Elói era seu par. Ele deixava a representante na escola e dançava com a irmã. Thaila quem conduzia a dança, Dave não sabia o que estava fazendo, mas era divertido. A pele da princesa era tão morna e tão lisa, uma pele perfeita. A raiz de seus cabelos nascia preta. Logo teria que pintar mais uma vez. Seu rosto estava escondido debaixo da máscara. Tudo o que Dave podia ver era seu sorriso. Ele segurou sua mão e ela deu uma volta. Puxou-a de volta para si e abrçou-a. A música acabou e tudo ficou em silêncio. Os alunos bateram palmas mas Dave não as escutou. Ouvia os batimentos do coração de Thaila, sentia o cheiro de seu perfume doce. Seus lábios moveram-se para pronunciar seu nome e ele foi transportado para seu passado.
Duas pessoas dançavam sozinhas num salão. Uma princesa de cabelos roxos e um soldado com máscara preta e detalhes prata. Reginald sussurrou algo para Thaila e ela riu. Levantou o rosto e beijou-lhe. No canto desse salão, duas pessoas os observavam. Uma mulher com a postura perfeia, cabelo arrumado e coroa de rainha num vestido cor de creme; e uma moça, vestida toda de preto com feições semelhantes a Thaila. Os olhos da rainha eram duas enormes amêndoas impossíveis de serem lidas. O rosto delicado, nariz um tanto torto, exalava poder como seu marido fazia. Tabata havia contado sobre os dois para a rainha Thaís. Lambia os lábios sorridentes como se planejasse um dia provar a carne dos amantes. Thaís agradeceu a filha por contar-lhe e se retirou. Nesse moemento, Thaila descolou seus lábios de Reginald e olhou na direção da gêmea com uma expressão de desespero. Tabata soprou um beijo na direção deles e a lembrança extinguiu-se em névoa.
Thaila então colou seus lábios no ouvido de Dave e sussurrou:
-Esse foi o começo. De todo o inferno. Meu inferno pessoal -Dave sentiu algo a mais em sua voz. Algo além da vontade de lhe mostrar aquilo. Sua voz tinha um tom de Déjà vu. Ele olhou para o canto do salão. Por um milésimo de segundo viu um homem de sobretudo preto e com um chicote e uma garota pálida com caixos negros os observando. Seu coração acelerou-se por alguns segundos e ele apertou a cintura de Thaila contra seu corpo com maior intensidade. A marca de protetor agitou-se, mas Thaila apenas sorriu. Ela virou seu rosto para encarar o dele e acenou na direção de Riley, Alícia, Mair e Cibele. –Vá dançar com seus amigos, divirta-se. Vai ficar tudo bem.
Ele anuiu. Ficou um tanto relutante em solta-la, mas ela deu-lhe um beijo na testa e afastou-se para dançar com Elói. Dave não foi muito longe. Bia o puxou para uma dança engraçada. Sempre que passavam por Riley e Marcy, gritavam palavra aleatórias. Fora bastante descontraída, mas Bia notou sua agitação, sua constante tentativa de cruzar o olhar com Alícia. Ela revirou os olhos.
-Terminamos essa dança e pode ir segredar com a queridinha de Tâmara.
-Eu não...
-Cale a boca Dave Fellows –ela o interrompeu. –Só prometa que vai me chamar nessas férias. Eu gosto de jogos de cartas e de arrumar encrenca. Aliás, sabe quantas vezes vai me ver de vestido na sua vida? Uma, e é essa. Acho bom aproveitar.
-Uma pena. Você fica bem de vestido.
Eles riram e Dave a trouxe para mais perto de si. Ao fim da música, tentando ignorar a visão que acabara de ter de Isabelle, ele andou até Lilian e Alícia, que estavam sentadas, conversando. As duas vestiam vestidos semelhantes. Curtos e de renda. O de Alícia era vermelho com renda preta. Ele estendeu a mão para ela. A menina pediu licença para Lilian e caminhou com Dave para pista de dança.
-O que ela fez desta vez? –perguntou.
-O que quer dizer?
-Não se faça de desentendido. O que Isabelle fez, o que quer que eu diga para ela?
-Espera, então não posso te chamar para dançar? Tenho que ter segundas intenções? –Ela apenas o encarou até ele continuar. –Acho que deveria tentar perguntar a ela o que Tabata quer comigo. Onde me encaixo em seu plano. Não te daria detalhes, mas forneceria dicas.
-Não se esqueça de que não há ninguém nauqele meio de nada. Não aparece alguém ha muito tempo. Mas acho que posso perguntar. E por que de repente isso é importante?
Dave falou em seu ouvido:
-Por que Tabata não tem só ódio por sua irmã; tem ciúmes. Conseguiu tirar meu pai dela, e não posso deixar que faça o mesmo comigo. Se sair de perto de Thaila, ela morre e a coroa passa para Tabata.
-É, não queremos isso –ela olhou em volta, distraída. Algo escondia-se atrás de seus olhos, e Dave nao conseguia lê-los. –Deixe isso de lado por enquanto e vamos dançar.
FIM DO LIVRO 2.
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