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II -Dave



As toalhas eram brancas com detalhes naquele tom mais claro de roxo. As flores eram margaridas roxas e seriam postas às mesas dentro de garrafas transparentes com água. A primeira entrada a ser servida era o risotto; o bife wellingnton vinha depois, guarnecido com uma erva a escolha do chefe. Elias deveria criar uma brisa leve para a ocasião, fazendo com que o vestido e blusas dos funcionários que serviriam os cidadãos esvoaçassem e lhe dessem um toque de leveza. E os portões seriam abertos com dez minutos de atraso. Dave bufou e afrouxou a gravata. Ele jamais havia pensado muito no trabalho de Lawrence, o velho que seguia princesa Thaila para todos os lados com uma prancheta. Agora ele apreciava o velho.

Lawrence estava ajudando Thaila a se aprontar para seu aniversário, e pediu que Dave tomasse seu lugar até que a futura rainha ficasse pronta para aquela noite. Dave não negaria nem se soubesse no que estava se metendo, mas achou que não seria nada de mais. Se enganou; de verdade. A prancheta estava cheia de anotações e nomes e ordens, não só de Thaila, mas ordens de todos os seus irmãos. Dave tinha que passar essas informações para os responsáveis de todas as diferentes áreas daquela festa. Havia tanta coisa escrita ali que ele pensou que precisaria dizer que os portões só se abririam em uma semana.

"Mona- Telões: plano original". O que isso quer dizer? Dave se sentiu um tanto desesperado. E quem é Mona?

O salão de recepção estava tão cheio que atrapalhava até mesmo os pensamentos de Dave. Pessoas andavam para todos os lados, falando alto, cantarolando. Pelo rei! Como vou saber quem é Mona? Era sua primeira festa como representante. Queria impressionar Thaila como jamais a havia impressionado. Pensou que Lilian poderia dar algumas dicas, ajudá-lo com aquela lista, mas nem ela, sua mãe ou Tâmara haviam chegado. Estavam sempre atrasadas para tudo. Missie também estava bastante ocupada com sua senhora, e nenhum outro representante era visto circulando por ali. Lá fora, uma multidão animada se juntava nos portões, esperando a festa com entusiasmo, totalmente diferente da multidão amedrontada que se formara alguns meses antes por causa de Tabata. Dave chacoalhou a cabeça e sorriu ao ver como todos esqueciam de seus problemas num dia especial. Então ele percebeu que aquilo não era só uma festa de aniversário, era o ano novo, uma festa para o povo. Um recomeço para todo o reino.

Respirou fundo e se voltou para toda a bagunça do salão. Subiu em uma cadeira e rezou para que ninguém o criticasse.

-Mona –ele gritou. Algumas pessoas pararam e olharam em sua direção, confusas. Dentre essas pessoas, uma mulher toda tatuada com óculos de grau enormes ergueu o braço. Dave apontou para ela com seu lápis –Aqui diz que deve-se seguir o plano original com os telões.

Ele congelou por um instante. Esperou apenas reações negativas, risos, até vaias. Mas Mona mostrou-lhe o dedo polegar em confirmação e gritou: entendi, obrigada. Ele riscou aquilo da lista e sorriu por dentro.

- Toalhas da mesa: brancas e roxo claro –"entendido" alguém gritou. – Primeira entrada: risotto; segunda: bife wellingnton. O chefe quem deve escolher a guarnição. Flores: margaridas roxas, e dentro das garrafas com água. Alguém pode chamar Álvaro para mim? Tem um recado para o príncipe Elias aqui. A princesa aniversariante precisa de mais tempo, então os portões serão abertos com dez minutos de atraso, tudo bem?

Algumas pessoas concordaram, outras se voluntariaram para chamar Álvaro e a passar as informações a diante.

-Qual das garrafas? –Uma voz gritou na multidão.

Uma moça ergueu dois tipos diferentes de garrafas de vidro para Dave ver. Uma mais comprida e outra mais larga. Nas notas de Lawrence não dizia nada sobre escolha de garrafas. E por que diabos deixaram todos esses detalhes para o último minuto?

-Não sei –ele respondeu. Mas era um líder. Aquela cadeira onde subiu era seu pedestal e todos ali esperavam por seus comandos. Decidiu que escolheria por

Lawrence. –A mais larga.

-Ok –a moça respondeu e saiu.

-Fui feito para isso, não há outra explicação –ele falou para si mesmo, sorrindo, orgulhoso.

Dave continuou a ler as coisas da prancheta. Álvaro, representante de Elias, deu o recado para seu príncipe e Missie avisou Tamires que o rei Éres queria um céu bem limpo para aquela festa. O chefe perguntou o que Dave achava de um patê e ele quase comeu a coisa toda; estava muito bom. Ele tinha mencionado para a mãe que seria uma noite muito especial para ele, mas ela não esboçara vontade nenhuma de ir comemorar o aniversário da princesa. Dave entendia. O irmão estaria lá. Madalena, Lorena e toda a família Weis. Dave estava ansioso. Fazia muito calor dentro do castelo de vidro. Não sabia se era o terno ou o nervosismo.

-Muito obrigado Dave, mas pode descer dessa cadeira? -Lawrence apareceu e tomou a prancheta de Dave. Sorriu ao ver vários itens riscados. Pediu que Dave subisse e encontrasse Thaila no quarto dela. –E arrume essa gravata menino!

Dave pulou da cadeira e subiu as escada sem terminar de ajeitar a gravata. Cada movimento que fazia deixava o nó antes perfeito ainda mais embolado. Detestava verdadeiramente ter que se vestir daquela maneira. No corredor do andar onde o quarto de Thaila se encontrava, Elói arrumava sua gravata borboleta com facilidade e sua representante vestia jeans. Ambos deixaram inveja em Dave.

-Dave Fellows! –O príncipe se aproximou do menino. –Problemas com a gravata?

Dave anuiu. O príncipe de cabelos coloridos deu risada e mencionou como teve dificuldades nas primeiras vezes em que fora obrigado a vestir gravatas. Disse para Dave desfazer o nó e tentar de novo. Ditou instruções para ele, mas Dave não conseguiu acompanhar e ficou bem constrangido. Desfez o nó uma segunda vez e Elói foi bem paciente em lhe dar ordens. Em certo passo, Elói não encontrava palavras certas e Dave não entendia o que deveria ser feito. A representante dele grunhiu e passou um monte de fichas para o príncipe. Ela andou até Dave balançando a cabeça negativamente e deu o nó na gravata com facilidade. Resmungou alguma coisa e voltou para o lado de seu senhor. O menino ficou ainda mais envergonhado e murmurou "obrigado" para a menina, mas ela voltou a se concentrar em seus cartões e não disse mais nada. Elói pareceu impressionado pela habilidade da representante, e ao ver o olhar sem graça de Dave, ele fez sinais com o rosto dizendo que não deveria se importar com as atitudes dela. Dave seguiu seu caminho.

Thaila estava deslumbrante. Tinha um vestido bem brilhante e um laço enorme amarrando seus cabelos. A maquiagem era perfeita em seu rosto de menina e seus pés calçavam as botas de coruja. Mais cedo naquele dia, a família real havia comido bolo e cantado aquele parabéns que não fazia sentido em português. Graças a uma receita especial de alcaçuz, pessoas em Érestha não precisavam ter uma língua em comum; a "bala" funcionava como tradutor universal. Dave odiava viver no que lembrava um filme mal dublado, e por isso era ainda mais grato por ser amigo de brasileiros como ele. Gostaria que esses amigos pudessem desfrutar dos mesmos mimos que recebia no Castelo de Vidro. Nessa pequena comemoração do aniversário da princesa, todos mencionavam constantemente que era a primeira festa de Dave como representante. Todos estavam bem felizes por Thaila e o menino. A princesa Tamires era a única que não queria demonstrar sentimento algum. Até mesmo Edgar que, com sua barba cortada em desenhos, era o mais sério e mais intrigante dos príncipes, estava entusiasmado. Depois de ter declarado-se neutra em relação à guerra, Tamires estava ainda mais afastada da família. A senhora dos céus havia criado uma pequena nuvem e chuva sob sua taça e reenchia-a sempre que terminava de tomar a água da precipitação. Ela não falava com ninguém e ninguém fala com ela. Missie evitava conversas, podia-se perceber. Ninguém comentava nada e nem olhava de alguma maneira inadequada para as duas, então Dave fingiu que tudo estava perfeito.

Ele já havia desejado feliz aniversário pela manhã, mas falou mais uma vez. A princesa sorriu e lhe deu um abraço.

-Seu aniversário é em oito dias –ela disse. –Quer comemorar com um piquenique em meus jardins?

-Claro –ele jamais recusaria um convite dela, porém, ficou verdadeiramente contente com a oferta. –Não precisa se preocupar com meu aniversário. Sua festa está começando.

Ela sorriu. Dave ainda ficava um tanto receoso em continuar conversas com Thaila, em desafiar algumas de suas ideias e em questioná-la, mas todos os treinos que haviam feito juntos haviam os aproximado bem. Não conversavam mais apenas sobre o tempo e outras coisas banais, mas assuntos que estavam se tornando comuns entre si, coisas das quais ambos gostavam.

-Eu já tive trinta e oito festas. Essa é a minha trigésima nona, não se preocupe em se focar apenas em mim. Você também merece uma comemoração especial no Castelo de Vidro. É agora parte dele, não é?

-Acho que sim – o menino sorriu.

Thaila pegou sua coroa e colocou-a na mão de Dave.

-Coroe-me.

Ele segurou o objeto com delicadeza, postando-o sob as mechas roxas da princesa. Ela inspirou fundo e sorriu. Poucos minutos depois, quando tudo estava pronto, Thaila passou pelas pesadas cortinas vermelhas da varanda de vidro pela trigésima nona vez. Todos os irmãos e irmãs de Thaila, que apresentavam a festa com muito entusiasmo, estavam aglomerados fora da varanda, aguardado suas vezes de homenagear sua futura rainha. Missie estava ali com sua senhora. Dave se sentia muito melhor com ela por perto. Checou o bolso interno de seu terno: a caixinha estava bem segura ali. Tinha comprado uma coisinha muito simples para a princesa. Era um colar folheado a ouro com um pingente de coruja. Estava muito receoso em entregar o presente pois sabia que não estava à altura de uma princesa. Só esperava que Thaila fosse como Nicolle ou Lorena e se impressionasse facilmente. Estava sentindo um frio desconfortável no estômago. Thaila queria que ele fosse com ela para a varanda e dissesse alguma coisa para o povo. Ao que parecia, a população gostava de Dave. Os participantes do movimento "sem-medo", que defendiam Éres e todas as suas decisões desde a volta de Tabata, tinham usado uma foto do menino vestindo vermelho como propaganda. Dave não sabia onde essa foto havia sido tirada, mas sentia-se importante por ser usado como um símbolo. Ele tinha uma noção da quantidade de pessoas que estariam ali, e eram muitas. Nunca tivera problemas em falar para um público, só não sabia até que ponto se sentia confortável.

-Vai dar tudo certo –Missie pôs a mão em seu ombro e repetiu as palavras que já ouvira cem vezes.

O sorriso da menina iluminou até mesmo o olho fantasmagórico dela. Dave ficou mais calmo, era bom em mentir para si mesmo. Conseguiu parar de pensar que estava ansioso e se concentrou em outras coisas: na cortina, no barulho da multidão, no discurso que Thaila fazia...

-... Com muito prazer que trago hoje meu representante Dave Fellows! –Ela disse.

E ele congelou. Começou pelo seu estômago, que já estava tremendo, subiu-lhe pelas veias e foi sentido em cada uma de suas células. Fez seus pelos se arrepiarem. Ele simplesmente não conseguiu dar nenhum passo, proferir uma palavra sequer, respirar uma molécula de oxigênio. Lawrence sinalizou para que ele entrasse, Missie acariciou seu ombro e as cortinas se afastaram um pouco para ele passar. Mas não foi nada disso o fez ajeitar a gravata e dar um passo amedrontado. Foi o sorriso loucamente animado da aniversariante. Mesmo paralisado, ele não pode deixar de ser contagiado pela animação. Com quatro passos tímidos, ele já havia alcançado a varanda.

Cabeças. Centenas de cabeças gritavam, pulavam e se chacoalhavam nas mesas onde haviam sentado. E fora dos portões, mais algumas acenavam e gritavam desesperadamente. Dave quase congelou novamente. Elói falou alguma coisa e gestificou para que Dave pegasse o microfone. A multidão gritou mais ainda por alguns segundos, antes de se aquietar. Thaila se pôs ao seu lado e passou a mão por seus ombros. Manteve a postura perfeita e olhou para frente. O rei Éres, com toda sua majestade, piscou e balançou a cabeça em aprovação na direção de Dave. Ele era a inspiração de Dave, seu modelo. Era justo, sincero e majestoso. Dave imitou a postura de um rei e pegou o microfone do príncipe.

-Boa Noite. Eu... –Sua boca ficou seca e todo o discurso que tinha decorado com a ajuda dos outros representantes havia sumido de sua mente. Ficou em desespero por uns segundos, mas viu um brilho verde vindo da multidão. Não dava para reconhecer ninguém dali de cima mas Rick havia prometido vestir uma gravata borboleta com lantejoulas verdes. Dave não sabia se era mesmo o irmão, mas acreditou que sim e continuou. –Eu me sinto extremamente honrado por poder estar aqui esta noite...

Ele falou brevemente de toda sua experiência como representante, elogiou a todos da família real e conseguiu fazer a multidão rir ao falar de Elói. Gaguejava um pouco, mas considerou sua performance boa.

-...E finalmente, quero presenteá-la com algo que comprei –Thaila tirou a mão do obro dele e franziu a sobrancelha. –Sei que é simples, mas... Feliz Aniversário.

Ele tirou a caixa de seu terno e entregou para Thaila. Ela não tirou a expressão de surpresa do rosto por nem um segundo. Quando viu o pingente, sorriu verdadeiramente e abraçou o menino, sussurrando que ele era "o melhor" e que amara o presente. Uma lágrima lhe escapou e Elói fez alguma piada com isso.

Dave ficou parado ao lado do rei pelo resto da cerimônia. Éres chacoalhou a cabeça positivamente para ele, e o menino sentiu orgulho de si mesmo. Voltou a olhar o ponto verde na multidão, e sentiu que era sim seu irmão, e que Rick estava contente por seu irmão mais velho.

Tudo correu bem para quem fechou os olhos a detalhes. Dave percebeu. Thaila percebeu. Éres percebeu. Talvez Rick tivesse notado, ele sempre notava tudo. Conforme a comemoração foi chegando ao fim, coisas foram perdendo o brilho, como se tivessem perdido um pouco de suas vidas. A grama ficou tristemente caída; o vento, estranhamente frio e carregava um cheiro fraco, porém desagradável. Até as pessoas pararam de gritar por quaisquer motivos. Havia uma presença negativa ali, e todos sabiam do que se tratava. Tabata também estava comemorando. Afinal, o aniversário da futura rainha era também o aniversário da rainha da morte.


:))


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