XV -Riley
Dencion parecia adorar servir de inspiração para a turma da aula avançada de Artes da Terra. Os colegas de Riley o tocavam, faziam perguntas e escolhiam usar os mesmos animais em suas feras. O grupo estava se saindo bem, como a professora Bennu esperava. Mais da metade dele já havia conseguido feras muito bem feitas, mas nenhuma escolhia ficar com elas, como Riley. Os que não se davam tão bem nessa matéria eram melhores em combinar o legado com Luta e Autodefesa. Esses alunos manejavam espadas, machados e lanças enquanto a terra dançava ao seu redor. Riley preferia nem pensar muito em todo aquele movimento e focar no que tinha debaixo da terra de Tâmara. Também precisava concentrar-se em não deixar Lilian concluir suas tarefas.
O menino cutucava ela quando precisavam de concentração, não deixava ela ouvir a professora e mentia as instruções que havia lido em seus livros. Lilian ficava aborrecida em estar indo tão mal na sua aula favorita, mas Riley não queria arriscar tê-la no exército de Gary DiPrata. Principalmente agora que o diretor ficava rondando as aulas e fazendo anotações. Gary tinha uma prancheta, uma caneta e um olhar crítico sobre os alunos.
Na maioria dos dias suas aulas avançadas aconteciam simultâneamente às aulas dos transvingentes e dos polaristas. Dave estava sempre por ali com eles, lendo um livro, conversando com seu professor ou assombrando o passado de alguém. Às vezes Riley lembrava-se subtamente de algum detalhe inútil de seu passado e ficava confuso: não sabia se era seu próprio cérebro pregando pessas ou obra de Dave Fellows. Algumas pessoas sentiam o menino invadindo suas mentes e expulsavam-o. Riley sempre deixava ele ver o que quisesse, se o percebesse. A não ser que fosse algo relacionado à Alícia. Ele ouvia as conversas que Dave tinha com seu professor, por mais que os dois falassem baixo e sentassem-se longe do grupo na clareira. Ele provavelmente sabia que Thaila tinha um plano além de "vou exilar minha irmã favorita". Queria conseguir encontrar o que Riley Weis estava escondendo, então ele mantinha-se atento.
Normalmente sua irmã estaria ali também, treinando com Candace e as duas outras crianças polaristas. Em seu lugar tinha Missie, que ficava quieta observando os outros ou ajudando Candace. Ela garatia à professora que estava preparada para a prova final, o que quer que ela fosse. Disse que preferia a parte teórica, mas Riley sabia que ela queria mesmo é não dar mais motivos para as pessoas falarem dela. O legado dos céus era muito impressionante, barulhento e exageirado, diferente da personalidade de Missie. A menina só falava quando falavam com ela e passava a maior parte do tempo na casinha azul ou invisível com o relógio de Reginald. Riley e Lilian queriam dar mais atenção para ela, mas a menina não permitia. A mente dela estava muito ocupada. Ao menos tê-la junto de seu grupo de pesquisa era uma enorme vantagem. Entre eles, era Missie quem conhecia melhor a família real e a história de Érestha.
-Essa parte é sobre Dave e Nicolle –Riley eplicou na primeira noite em que eles se sentaram para atualizar Missie na leitura do Livro da Rainha. –Sobre a pedra de Argia. E esse... –ele procurou suas anotações –é o mais perto que chegamos até agora de alguma pista sobre o corpo da princesa.
-"O corpo vazio tornar-se-á problema das filhas da segunda vida uma vez que a rainha chamar pela morte dourada." –Missie leu em voz alta. –Vou assumir que não fazemos ideia do que isso queira dizer.
-Não –Dave falou, apoiando-se em seu sofá. –Mas temos uma boa teoria do que isso seja.
-Achamos que Rick está certo –Riley continuou. –Sobre a importância do corpo de Argia. Eu ainda estou tentando encontrar mais informações sobre isso, é claro, mas por enquanto essa é nossa teoria. Todas as informações antes da chegada do representante da rainha são bastante claras: fatos da vida de Tâmara, Thaila e Reginald, o exílio de Terlúria, a raiva de Tabata... Tudo com excessão de uma passagem sobre Hy.Da.Bel e essa. O Mago Roxo deixou claro que esse livro é para mim, não Dave; ou seja, não é a mensagem que a rainha Thaís deixou para ele decifrar.
-Lembra-se da introdução da profecia? –Dave falou, espiando um dos papéis na mão de Missie. –"E aquela que foi injustamente levada pelas garras da morte deverá retornar para que a guerra finalmente possa ter um fim." Trata-se de Argia. Seu castelo, seu reino, suas pessoas e seu legado. Tudo é importante para nós. Mas o corpo dela é importante para ela mesma. E para Nicolle.
-Estão sugerindo que o corpo Argia não só é importante para ela, mas para a guerra? –Missie perguntou, tirando os olhos do papel para encarar Riley. Ele constantemente esquecia-se de seu olho fantasma, e tinha que tomar cuidado para não encarar.
-É o que achamos –respondeu. –É só uma teoria até eu entender melhor sobre os Litos Alvos; talvez não seja tudo isso. A minha proposta é deixar você e Dave com a leitura do livro enquanto Lily e eu fazemos essas pesquisas. Faltam poucas coisas para nós entendermos.
-Acho ótimo –Missie sorriu. –Mas e quanto a Rick e Nicolle? Eles sabem disso? Acho até interessante o jeito como eles pesquisam nos livros de fantasia.
-Vou falar com meu irmão, mas sei que é exatamente isso que ele vai querer fazer –Dave disse.
Riley queria ter falado com Dave em paricular naquele dia, mas não arranjou coragem. Ele havia lido algo sobre a alma de fogo que esperava, e pensou em falar com ele antes que encontrasse aquilo sozinho. O menino não conseguiu dizer nada por todo o mês de Outubro. Planejava conversar com ele naquela noite, festa de Halloween. Ele e Missie não estavam animados para aquele evento de uma forma ou de outra. Um estalo de dedos o fez acordar de seus devaneios e voltar para sua aula especial. Ele estava encarando Missie, encolhida debaixo de uma árvore.
-Riley, preste atenção –Lilian sussurrou. –Esteve pensando em que?
-Não pense muito –Dave sussurrou na orelha do amigo, fazendo-o sobressaltar-se. Riley percebeu tarde demais que não queria ter lembrado daquela conversa. Era apenas Dave que estava muito curioso para saber no que o amigo esteve pensando naquele dia. O menino dos olhos azuis sorriu e colocou-se entre Riley e Lilian com os braços passando pelos ombros deles. –Quero mostar-lhes uma coisa.
A parte favorita de Riley do legado de identificador de auras era mostrar suas memórias para os outros. Eles foram transportados para um quarto, ainda na mesma posição em que se encontravam na clareira. Ali era com certeza o Castelo de Vidro, embora Riley nunca fosse para o segundo andar. A luz era fornecida pelo próprio sol, que passava pelas cortinas vermelhas e brancas e iluminava desenhos de fogo e gelo nas paredes. As duas unicas pessoas ali estavam deitadas na enorme cama do príncipe; uma com um cilindro de oxigênio ligado ao nariz e soro na veia, e a outra com um sorriso no rosto. Riley não conseguia se mexer na memória, mas queria aproximar-se e confirmar que aquela era mesmo Bianca Vallarrica.
-Eu sei sobre a alma de fogo, Riley –Dave falou, sorrindo ara sua própria memória. Lilian suspirou, emocionada, e tapou a boca com um sorriso. –Eu fui busca-la.
-Então também sabe o que acontece depois disso –Dave e Bia do passado deram risada de alguma coisa num livro de fotografia que olhavam juntos.
A menina começou a tossir descontroladamente e Dave gritou por alguns enfermeiros. Riley não ficou surpreso em ver O Mago Roxo entrando junto deles para ajuda-la. A memória acabou-se aí, e Riley sentiu o vento do outono trazendo-o de volta à vida real. Lilian abraçou Dave imediatamente, pulando de animação.
-Lilian e Riley, prestem atenção! –Bennu pediu, arrumando os óculos em seu rosto gordinho. Gary interessou-se pela bronca, mas não falou nada. –E Dave, deixe meus alunos em paz, por favor.
-Sim senhora –ele torceu os lábios. –E, sim, eu sei o que acontece agora. Trocamos Bia pelo amigo de minha rainha e ela vira uma mercenária temida.
-Isso também –Riley sussurrou. Bennu lançou um olhar irrtado para os dois e Dave soltou os amigos, dando um passo para trás. –No Livro da Rainha, Bia está um parágrafo antes de você e o enigma da rainha. Estamos tão perto, Dave.
-Acho que sim... –ele continuou a andar para trás. Dencion deu um grito ensurdecedor quando Bennu mencionou seu nome na explicação e todos torceram o rosto. –Mas eu ainda não faço ideia do que fazer Riley, e tenho medo de demorar demais. Tabata pode aparecer à qualquer momento e eu não consigo dormir pensando nisso. Se pudéssemos ao menos saber o status de seu exército... Talvez eu consiga dormir mais tranquilo e me concentrar melhor.
-Conheço apenas uma pessoa que poderia nos dizer –Riley sussurrou, levantando as sobrancelhas. O semblante de Dave fechou-se, sabendo de quem ele estava falando. –Ou esperamos que Alícia apareça e pergunte, ou vamos até ela.
-Não é assim tão importante –Dave deu de ombros. –Prefiro trabalhar com essa insegurança do que falar com Isabelle.
-Você quem sabe –Riley falou, encarando o chão. –Talvez fosse mesmo uma boa ideia perguntar sobre isso. Sabe que ela não é uma...
-Eu sei o que diz o livro, Riley –o emnino parou de andar, levantando um pouco a voz. –Lembro-me de defende-la e lembro-me de tudo o que ela representou nos meus primeiros dias nessa escola. E não me importo. Ela segue suas próprias regras e matou minha Bianca. Não importa o que digam, ela traiu à mim.
-O garoto tem razão –o diretor aproximou-se dos dois meninos e empurrou-os para longe dos outros. Riley engoliu em seco, e arregalou os olhos, assustado por perceber que não estava falando tão baixo. –Seria ótimo para mim saber sobre os guerreiros da morte. Acham que podem me ajudar? Seria uma grande vantagem.
-Não vou falar com sua filha –Dave viou-se de costas e ignorou o diretor. Gary respirou fundo para não fazer nenhum comentário. Riley nunca entendia bem quando Dave o tratava como diretor e quando o tratava como general. Em ambas as situações, o menino colocava-se acima dele.
O diretor revirou os olhos e olhou para Riley. Ele deu de ombros.
-Talvez eu saiba como chegar em Isabelle sem Alícia –ele falou. –E o senhor pode vir comigo.
GENTE MIL PERDÕES
eu to numa fase meio crítica de exames na facul, ta tenso, e semana passada eu esqueci de postar. Simples assim, eu es-que-ci. Desculpem!!!
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