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XIII -Missie

Cecil empurrava o balanço para frente e para trás com os pés firmes no chão. Ela tinha um cigarro aceso entre os dedos da mão direita e apoiava a cabeça nas cordas do brinquedo. Encarava o chão com tédio e balançava-se com preguiça. O playground vazio era uma visão deprimente, e isso com certeza não estava ajudando a cabeça de Missie a ficar no lugar. Ela estava apoiada nos troncos de madeira que formava a estrutura do balanço, e mexia no pingente de seu colar. Desejava poder adormecer e acordar uma semana depois, quando tudo estivesse resolvido e explicado. Passou a mão por sua franja e encarou a menina sentada. Cecil olhou-a e disse:

-Vai me falar logo ou pretende continuar com esse silêncio melancólico para sempre?

Missie não disse nada. Continuou com a mesma postura e o mesmo brilho no olho vivo. Cecil revirou os olhos e tragou seu cigarro uma última vez antes de atira-lo na areia e apaga-lo com um pisão. Então, levantou-se e beijou Missie.

-Fale- ela pediu mais uma vez.

-Eu vou me mudar –Missie respondeu. Não esperou que Cecil reagisse e continuou: -Vou ficar com os outros em Tâmara até... Não sei bem... Até que tudo se resolva.

-O que? –Cecil afastou-se. –Você não pode simplesmente... Se mudar. Seu lugar é aqui, com a sua princesa. Missie, isso não faz sentido.

-Sim, faz sim –ela suspirou. –Riley e os Fellows estão lá, com os segredos, as estratégias e os conhecimentos. Ficar vijando de lá para cá todos os dias, tendo que explicar ou ouvir explicações sobre novas descobertas é muito... Muito cansativo, é uma perda de tempo. É mais fácil eu ficar por lá e ajudar diretamente. Além do mais, Ana Vitória pode precisar de qualquer ajuda até princesa Tâmara e Alícia aparecerem.

-Esse é seu último ano na escola –Cecil chacoalhou sua cabeça, descrente. –Não cometa esse erro, Missie. Seu pai não vai deixar que você vá e vire uma transvingente.

Missie suspirou. Viver na província de Tamires significava muita coisa: céu azul todos os dias, organização, respeito e preconceito. Qualquer um que não seguisse as regras e normas era um estranho. Mudar-se de província antes de concluir todos os estudos ou chegar de uma outra era fora do padrão. Os transvingentes eram exatamente essas pessoas, como o próprio Dave Fellows ou Isabelle DiPrata. Ambos tinham legados que não pertenciam à Tâmara, mas moravam ali como cidadãos normais. Os transvingentes sofriam demais nas mãos dos de Tamires. Para eles, o legado é um compromisso, e sair dali para aprender sobre outros era inútil, quase como uma traição. O pai de Missie já tinha problemas demais com a filha, e ela sabia que isso seria mais um. Principalmente porque a ideia fora dela e não da princesa.

-Meu pai não tem escolha –ela falou, afastando-se da menina do laço azul. –Eu vou e ponto final. Não estou indo porque me interesso por Tâmara, mas porque vai facilitar nossas pesquisas. Não é tão ruim. Só queria que você fosse a primeira a saber disso.

Cecil chacoalhava a cabeça, ainda sem aceitar a decisão da menina. Missie já havia pensado como Cecil, uma vez. Fora antes de conhecer Bianca Vallarrica. Ela cresceu acreditando que transvingentes eram diferentes. Um diferente ruim. A garotinha em sua classe cujos pais eram legados de Elias não sabia nada sobre trovoadas e meteorologia. Missie e seus amigos achavam isso um absurdo. O que alguém como ela estava fazendo na mesma classe que todos os legdos legítimos da princesa? Missie arrependia-se muito de ter tratado a menina como alguém diferente, mas ela não conhecia nenhuma outra realidade. Por isso ela tão perfeita omo representante de Tamires. Ela era cegamente leal a ela e seus costumes. Bianca Vallarrica foi a responsável por mudar sua mentalidade. Ela sempre fora uma pessoa muito confiante, interessante e inteligente. E não era legado de Tamires. Missie não se importaria em ter Bia em sus classes ou em sua cidade. Vallarrica abrira seus olhos para o mundo real. Nem mesmo Tamires se importava com os tranvingentes. Todos eram cidadãos de Érestha. Todos eram pessoas. E não fazia a menor diferença. Se Missie concluísse os estudos ali ou em qualquer outro lugar, ela ainda seria ela mesma. Mas nem todos enxergavam isso. Ela era uma traidora ao próprio legado.

-Você não precisa se mudar. Vá lá nos fins de semana ou...

-Já está decidido. Vou pra lá nessa segunda-feira.

-Mas faz só uma semana que você voltou das férias!

"E só faz uma semana que eu tomei essa decisão" ela pensou. Sua primeira ideia era aparecer por lá no domingo dia nove, aniversário de Dave Fellows. Mas depois decidiu que a segunda-feira seria melhor. As pessoas estariam ocupadas demais com as aulas para prestar atenção nela. Já havia conversado com sua princesa, a rainha e o diretor DiPrata. Todos estavam de acordo com a ideia pois pareciam mais preocupados com outras coisas. Havia perguntado sobre isso no dia do aniversário da rainha, um dia depois da reunião no Castelo de Marfim. Gary e Ana Vitória ainda estavam sussurrando um para o outro sobre elfos e Tamires, e não prestaram muita atenção em Missie. A rainha e Dave, que finalmente tinha aparecido, escondiam alguma outra coisa e disseram que ela podia fazer o que achava melhor. O único a interessar-se verdadeiramente fora Rick Fellows, que começou a contar-lhe sobre uma casinha azul e as aulas de sua prima. Pelo menos ele o acalmava. Missie fez Dave prometer não contar a ninguém. Queria chegar lá sem muita cerimônea.

-Segunda-feira, Cecil –Missie abaixou o olhar de seus olhos castanhos. –Apenas deseje-me sorte para falar com meu pai.

A menina revirou os olhos. Missie não gostava de ter que deixa-la para trás. Sentia que, nos últimos meses, elas vinham distanciando-se. Pela primeira vez ela havia convidado Cecil para o aniversário de Thaila, e a menina recusara. Ela podia ter escrito uma matéria incrível para o jornal onde trabalhava, mas preferira ficar em casa e assistir a tudo pela televisão, sem ao menos explicar-se. Aquele aniversário em particular não havia sido muito especial, pincipalmente sem a presença de Tâmara. Não houveram piadas notáveis, discursos memoráveis e nem ameaças ou confusão. Fora apenas mais uma festa de aniversário em grandes proporções. Missie voltou para casa sozinha.

Ela já tinha as malas prontas para sua mudança. Sua madrasta e sua meia irmã Izzie haviam feito muita perguntas sobre tais, mas Missie preferia contar tudo no jantar. Ela ja esperava que seu pai fosse gritar com ela, quebrar louças e proibi-la de passar a noite sob seu teto. Martina e Maiara limitaram-se a chacoalhar a cabeça e ajuda-la com as malas. Izzie abraçou as pernas da meia-irmã com um sorriso.

-Não se esqueça de fazer a lição de casa –disse a pequena.

Missie acariciou seus cabelos louros mal-cortados e deu-lhe um beijo de despedida. Seguiu então para o Castelo de Mármore, onde já haviam preparado uma cama para ela. Tamires não pediu muitas coisas no final de semana, e Missie conseguiu descansar e apreciar sua província por dois dias. Acordou muito cedo na segunda-feira e dispensou o café da manhã e a companhia da princesa.

-Prefiro estar sozinha, senhora –Missie falou, puxando as malas para o elevador que descia das nuvens para o centro da cidade.

-Como quiser –Tamires beijou-lhe a cicatriz na testa. –Você é uma pessoa muito especial, Missie Skyes. És perfeita.

Missie sorriu. Era difícil carregar as duas malas enormes pelos ladrilhos, mas não tão desafiador quanto fazer o mesmo pela grama. Pelo menos a grama de Tâmara estava sempre bem aparada e bem cuidada. Dave havia explicado para ela como chegar ali, e ela sabia o caminho de cor. O arco de entrada da Escola Preparatória da Província de Tâmara fazia a menina rir. Era uma arte inútil que não servia muito bem como indicação. Foi Lorena quem a recepcionou na sua chegada. Ela conhecia pouco da prima de Dave, mas o suficiente para saber que era muito paciente e simpática.

-Bem-vinda, Missie –ela sorriu. –É um prazer tê-la aqui.

A menina revirou os olhos, mas sorriu.

-Muito obrigada -falou. –Por favor, pule a parte em que repete o que princesa Tâmara espera de mim e me conta quais são as regras...

-Haha, não ia falar nada disso –Lorena pegou uma das malas para ajuda-la. –Conheço-te, Missie, e conheço sua província. Sei que não será um problema para nós. Só queria avisar sobre os esqueletos faz-tudo que nos ajudam por aqui. Já tomou café da manhã?

Lorena guiou-a morro abaixo enquanto explicava o que era cada construção. Sua escola era muito menor do que aquilo e ela preocupou-se em ficar perdida. Eram quase sete da manhã, então todos os alunos e funcionários estavam sentados ao ar livre, servindo seus estômagos com bolos, pães e sucos. A primeira pessoa que reconheceu foi Lilian Alberton, a filha da representante da princesa. Seus longos cabelos ruivo claros eram inconfundíveis. Sentava-se à mesa com o namorado e mais alguns colegas. Ela e Riley sorriram, embora claramente estranhassem sua presença. Lorena continuava a explicar as coisas, mas Missie não absorvia todas as informações. Estava muito interessada na casinha azul para onde se direcionavam.

A mulher bateu na porta e abriu sem esperar respostas. Entrou e deixou as malas da menina no canto. A casinha era encantadora, com seus móveis rústicos de madeira almofadados em tons de azul escuro. O fogo da lareira estava fraco, não passava de uma brasa. Mesmo se fosse uma chama forte, seria inútil. A janela à esquerda estava aberta e o vento frio invadia a sala, fazendo as páginas dos cadernos apoiados sob uma mesa virassem-se descontroladamente. Haviam também duas portas no fundo. A da direita estava fechada, com uma chave pendurada na fechadura; a da esquerda estava aberta. Dave Fellows estava dentro do quarto, apoiado na sua cama e segurando uma caneca fumegante. Olhava a floresta pela janela e não havia percebido a chegada da amiga. Havia alguém deitado naquela cama, e Missie só conseguia ver os pés cobertos com o lençol branco que balançavam lentamente fazendo a poeira balançar sob a luz do inverno. Lorena limpou a garganta para chamar a atenção do primo. O menino sobressaltou-se e respingou a bebida na sua blusa branca, mas sorriu.

-Essa é a lição que deveria ter terminado no fim de semana? –Lorena folheou os cadernos de Dave.

-Te vejo na aula, obrigado –ele empurrou-a para fora e evitou o assunto. Trancou a porta e virou-se para Missie. –Deve estar nervosa.

-Obrigada por me fazer pensar nisso -ela riu. Ele ofereceu seu café mas ela recusou. Tinha medo de colocar qualquer coisa em seu estômago. –Não contou para ninguém que eu vinha?

-Na verdade, sim, eu contei para alguém –ele tomou mais um gole de sua bebida.

Missie franziu a testa, fazendo sua cicatriz arder. Aquilo só acontecia quando ela ficava nervosa. A marca deixada pela lança negra não a incomodava muito frequentemente, mas ela havia pedido que Dave guardasse segredo. Pela confusão no olhar de Riley e Lilian, ela havia imaginado que o menino houvesse mantido a palavra.

-Por que? –ela encarou o chão.

-Eu já te digo –ele fechou a porta de seu quarto.

-Notícias de Alícia ou da princesa? –Missie mudou de assunto.

-Não –ele tomou outro gole e pareceu queimar a língua. Estava indiferente demais para o que Missie conhecia dele. Contudo, a menina estava nervosa demais para fazer peguntas. Ele apontou o quarto trancado com a cabeça e guiou-a até lá. –Bem-vinda à casinha azul. É bem solitário aqui. Meu irmão e Nicolle deveriam estar aqui também mas... Você sabe... Estão muito ocupados morrendo e lendo, ou sei lá o que. O quarto é todo seu.

Seu novo quarto tinha quatro camas, um grande armário velho e um banheiro com duas cabines e duas privadas. Ela sentia-se sufocada ali dentro. Mal podia esperar para descobrir quais truques doentios sua mente usaria contra ela no novo ambiente. Ela deixou as malas ali e fechou a porta atrás de si. Andou até a mesa com os cadernos espalhados para ver quais matérias o último ano estava trabalhando. Ela conhecia um pouco das coisas que Dave havia anotado, mas não confiava muito em sua dedicação na sala de aula. O que mais chamou sua atenção foi uma folha arrancada com palavras escritas em cores diferentes. A sigla Hy.Da.Bel estava circulada furiosamente com caneta vermelha.

-O que significa isso? –ela perguntou.

-Também queria saber -Dave lamentou-se, apoiando a caneca em cima de suas folhas e fazendo a menina contorcer-se levemente em agonia. –Aparece muitas vezes no livro da rainha como Iw.Ez.Afk. Parece uma assinatura, uma marca, uma editora... Eu nem sei se é muito importante. Pode ser alguém que ajudou a rainha e meu pai a escrever o livro.

-Onde ele está agora? O Livro da Rainha? –Missie estava ansiosa para participar mais das pesquisas. Estava cansada de preocupar-se só com o reino élfico e com a princesa da terra. Queria saber em primeira mão quais as frases que tinham que desvendar e que caminhos tomar.

-Fica sempre com Riley, no prédio vermelho ou em seu bolso. Nos reunimos aqui quando temos tempo para pensar sobre ele. Pulamos alguns parágrafos para encontrar alguma coisa sobre Argia e Nicolle. É nisso que estamos trabalhando no momento.

-Seu irmão ainda está certo de que podemos achar um corpo para ela, não está?

-Sim –Dave pegou seu café e tomou todo o resto em um só gole. Respirou fundo e deixou a xícara em cima da mesa. –Agora... Como eu disse, eu contei sim para alguém que você vinha. Mas só porque ela estava com saudades.

Dave voltou a abrir a porta de seu quarto e esperou que Missie entrasse, sem dar mais explicações. A menina deu dois passos para dentro e sobressaltou-se, engasgando em sua própria respiração.

-O que você fez com seu cabelo, Olho-de-Prata? –disse Bianca Vallarrica, ajustando os ombros nos travesseiros com muita dificuldade para encara-la melhor.

Missie não conseguiu conter suas lágrimas. Bia tinha um tanque de oxigênio ajudando-a a respirar e estava pálida. Seu rosto contorcia-se conforme ela se ajustava e sua voz soava rouca e cansada. Missie olhou para Dave, suplicando por explicações, mas o menino não quis falar nada. Ela andou até a menina com as mãos tapando a boca e ajoelhou-se ao lado dela na cama. Estendeu a mão para tocar-lheo rosto e começou a tremer.

-C-como... como isso é possível? –ela perguntou por entre suas lágrimas.

-Acha mesmo que vai se livrar de mim tão fácil, Skyes? –ela tossiu.

-Pare de falar, Bia –Dave entrou no quarto, sentando-se na cama ao lado e checando o oxigênio que viajava pelos tubos até o nariz da menina. –É uma história um tanto... delicada, Missie.

Dave começou a contar sobre mercenários mortos, lagartixas em lágrimas de seria e O Limbo. Ela não sabia se prestava atenção no que ele dizia ou na respiração de Bianca Vallarrica. Queria abraça-la, beija-la e chorar um pouco mais. Também queria acertar alguns tapas no rosto de Dave Fellows por ter mantido um segredo como aquele e feito ela reviver os momentos em Chelmno. Tudo desde a lança negra nas costas de Pollivern até o beijo entre as duas na cidade subterrânea dos cavaleiros.

-Então você é... uma côndefa de Thaila? –ela perguntou, limpando o rosto.

-Exatamente –Bia sorriu. –Sou oficialmente o seu pior pesadelo, Missie Skyes. E Isabelle DiPrata não pode mais fazer furos em mim. Sou também uma lagartixa.

Bia tossiu mais um pouco e Dave ajudou-a a deitar-se melhor enquanto resmungava que ela devia ter ficado com as enfermeiras no Castelo de Vidro. Missie esqueceu-se do primeiro dia de aula e do nervosismo que vinha sentindo. Enxugou suas lágrimas e aproximou-se do rosto dela.

-Vamos leva-la de volta para Thaila hoje à noite, depois das aulas –Dave disse. –Não fale sobre isso para ninguém. Não ainda.

Missie fechou os olhos e pôs seus lábios nos de Bia, como se para confirmar que aquela era mesmo Bianca Vallarrica e lembrar-se de seu gosto. As duas meninas sorriram.

-Eu não vou dizer nada.

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