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XXXV -Rick


Alfos estava voando do grupo para o Castelo sem parar, animado. Alguém tinha que brincar com o animal. Talvez acariciar sua barriga, alimenta-lo de uma maneira divertida... Rick não entendia muito de dragões. O animal gostava das canções que os veranenses cantavam. Cem vozes uniam-se em um único rítmo para comemorar a visão do castelo e a proximidade da montanha de cristal. Rick acompanhava a melodia com murmúrios enquanto cavalgava de costas no cavalo de Russel. Os três grupos que saíram juntos do Vale do Verão haviam se reencontrado ao longo do caminho. Rick agora liderava uma legião de cem homens e mulheres pelas pontes invisíveis. Todos, incluindo seus cavalos e equipamentos, conseguiam andar pelas pequenas pontes sem que elas sequer tremessem sob o peso. Todos tinham os olhos fixos no castelo que se aproximava e os pensamentos perdidos na cidade de cristal. Rick estava de costas, com o olhar nas montanhas altas e os pensamentos perdidos no rosto de Nicolle. Ela com certeza ficaria orgulhosa dele, mesmo que não tenha sido o primeiro a ver ou descobrir o castelo. Alfos havia mencionado os nomes de Dave e Alícia para um legado de Tâmara que viajava com eles, e muitos mencionavam estar vendo alguém nas torres. Rick ficou com seus pensamentos até o cavalgar diminuir e parar por completo. Ele pulou do cavalo e andou para a frente, parando antes de cair em um abismo.

O castelo da princesa cor de rosa estava bem à sua frente. Uma estrutura magnífica que saía da montanha como um tumor de cristal. Ele sentiu-se pequeno insignificante. O frio não fazia diferença. Olhando dali para cima, as torres mais altas alcançavam o céu. A neve escorregava pelas paredes e sujava-o em poucos pontos. Não haviam luzes e nem movimento. O portão de entrada, embora fosse apenas um muro retângular que dividia o caminho, também era majestoso. Alfos voou até a janela de uma torre e trouxe Alícia até o portão com suas garras. Ela desapareceu atrás da construção e logo uma ponte foi baixada, aos poucos. Cem vozes agora uniram-se para comemorar, fazendo as montahas ecoarem e tremerem. A borda da ponte levadiça ficou ha poucos centímetros do pé de Rick, e ele foi o primeiro a atravessa-la.

-Bom ver que você está bem –Alícia falou, descendo alguns degraus à esquerda e aproximando-se do menino com um sorriso.

-E Dave? –ele perguntou, olhando para o caminho que se extendia à sua frente. Alfos pousou bem ali e gritou para o céu, cuspindo fogo contra o ar frio.

-Ele voltou para o Castelo de Vidro. Foi buscar Argia para conseguir reivindicar seu reino.

-O que? Como? –Rick não compreendia. –Levamos mais de uma semana para chegar até aqui em cima.

-Não sei, não é importante –ela aproximou-se para sussurrar em seu ouvido. -Temos um problema. Venha comigo, mas venha sozinho.

Ela começou a andar e deixou Rick para trás. Alfos levantu voo e circundou a menina conforme ela subia o caminho de neve e pedra. Rick olhou para trás, onde todos estavam esperando por direções do outro lado da ponte.

-Podem vir ou podem ficar –ele falou. –Como preferirem. Russel, cuide de todos enquanto eu falo com Alícia.

-Sim senhor –Russel gritou do outro lado da ponte.

Ele virou-se imediatamente para controlar todos e Rick foi para a outra direção. O Castelo estava cada vez mais perto e seu coração estava acelerado. Quando ele alcançou Alícia, ela já estava abrindo as portas principais. Ele parou, respirou fundo e soltou todo o ar de uma vez. Ele não esperava muito de um castelo perdido e abandonado, mas o que encontrou excedeu suas expectativas. O trono de cristal, o lustre, o salão e as escadas... Cada detalhe era mais impressionante do que o anterior. Um guarda que antes acompanhava Gary DiPrata estava ali dentro com sua espada. Alícia pediu que ele fosse ajudar os outros viajantes lá fora. Continuou a andar sem esperar que Rick observasse mais. Ela foi até uma escada em espiral escondida por uma parede e sinalizou com a cabeça para que ele subisse.

O cômodo onde a escada resultava era um quarto extenso com uma enorme janela. Olhando por ela, estava uma menina da qual Rick lembrava-se vagamente. Parecia uma foto em preto e branco, com vestes negras e uma espada albina. Ela virou-se ao perceber que alguém havia entrado no quarto e disse olá. Confuso, Rick segurou o cabo de sua espada.

-Eu sei quem é você –ele afirmou. –Isabelle DiPrata, representante de Tabata. Você matou Bianca Vallarrica.

-É, essa sou eu –ela afastou-se da janela e deu alguns passos para frente. Colocou as mãos para trás numa postura formal. Sua voz era confiante como seu olhar, e o simples ato de piscar os olhos era intimidador. –Temos um problema a ser resolvido, Rick Fellows. Não temos muito tempo.

Rick levantou sua espada contra ela, tremendo. Isabelle limitou-se a levantar uma sobrancelha como se aquilo fosse patético. Rick não tinha certeza se seria uma boa ideia ataca-la, mas não teve tempo de pensar. A espada foi tirada de sua mão por uma força invisível e foi parar na palma da mão de Alícia.

-Escute-a –Alícia falou, deixando a espada dele de lado. –Confie em mim.

Rick engoliu em seco e assentiu para que Isabelle falasse, relutante.

-Tabata está vindo para cá –ela falou com tanta calma que Rick até se confundiu.

-Você está me contando os planos de sua princesa? Isso é loucura, não é? Por que quer me ajudar? O que ganha com isso? De que lado você está?

-Ganho uma coroa de ágata, um vestido e um trono de pedra –ela respondeu, aproximando-se ainda mais. –Eu sigo meus próprios caminhos e sirvo à uma rainha. Não quero Tabata com esse castelo em seu poder. Isso atrapalharia tudo, e temos pouco tempo.

-E o que vai acontecer? Como impedimos?

-Não impedimos; nós lutamos. Pdero vai aparecer aqui ha qualquer minuto, trazendo Tabata e seus recrutas, um por um até ele esgotar suas energias. Depois, trará o resto –ela voltou a olhar pela janela. –Vocês são cem viajantes cançados, famintos e fracos. Nós somos cem lutadores habilidosos, motivados e aterrorizados. Não podemos deixar que cheguem até o Castelo, e se chegarem, Tabata não pode estar com seu cetro e sua pedra negra. Se ela conseguir, o reino é oficialmente dela, e Argia perderá territórios, legados e um belo castelo. Vai dificultar muito meus planos. Seu irmão deve estar chegando e é melhor que ele não saiba sobre mim.

-Quer que eu minta para ele?

-Se for preciso...

Rick não estava confortável com Isabelle ali, principalemte se ela carregasse tantos segredos. Dave havia confiado muitos pensamentos, pesares e saudades envolvendo a morte de Bia a Rick. Escutar Isabelle e esconde-la do irmão seria traição, como se eles nunca tivessem conversado; como se Rick não soubesse de seu sofrimento. O irmão já não falava tanto nela e conseguia classificar-se como "feliz". Ainda assim, isso não estava certo. Rick pensou por alguns instantes, olhou Alícia parada à porta e olhou Isabelle parada à janela.

-Certo –ele disse, por fim. –Proteger Argia e Nicolle é mais importante agora. Mas é bom que isso seja verdade, e que possa nos ajudar de verdade.

-Não estaria aqui se...

Antes que ela pudesse terminar a frase e o sorriso que começava a se formar em seu rosto, Alfos soltou um grito mais alto do que o normal e cuspiu uma quantidade de fogo absurda para cima. O animal estava alguns andares abaixo deles, mas o fogo chegou ao campo de visão dos adolescentes. Ele passou voando pela janela e rodopiou no ar, estalando a garganta e soltando fumaça pelas narinas até desaparecer na direção da praia.

-Deve ser meu irmão –Alícia sorriu, olhando para fora. Após pensar um pouco, o sorriso desapareceu e ela ficou um pouco preocupada.

-Russel! –Rick gritou pela janela, chamando atenção dos viajantes. O homem gritou algo em resposta que ficou perdido entre a porta da frente e a janela do quarto. –Entrem. Todos! -ele conseguiu distinguir o homem colocando uma mão na testa em obediência, e logo uma fila animada de veranenses havia sido formada para conhecer o Castelo de Cristal. Rick virou-se para Isabelle, que parecia agitada. –Misture-se e faça-o bem. Seu pai vem junto deles.

Isabelle deu um nó em seus cabelos e escondeu-os debaixo do capuz de seu casaco. Escondeu também a espada albina e encarou os outros dois. Rick e Alícia entreolharam-se e franziram o cenho.

-Têm alguma ideia melhor? –Isabelle grunhiu. –Ficarei feliz em ouvi-la.

-Não temos tempo, vejam –Alícia apontou para fora, e Rick não viu nada além de neve, pontes transparentes e o topo de montanhas frias. –Ele estava lá. Na ponte. Ele viu o castelo.

-Vou avisar os outros –Rick adiantou-se para a escada.

O salão principal já estava lotado de pessoas em casacos pesados com sorrisos enormes e um delicioso frio na barriga. Russel e os guardas da rainha estavam conversando entre si, e Rick correu até eles, inventando que ele e Alícia tinham acabado de ver Pedro Satomak e um exército de legados negros. Também avisou sobr a volta de Dave, e isso acalmou-os um pouco.

-O que podemos fazer? –um dos guardas perguntou.

-Homens! –Rick gritou, correndo pela multidão e aproximando-se do trono de cristal. Ele esticou os braços para cima e todos pararam onde estavam, olhando para ele. –A princesa está voltando e nossos inimigos se aproximam. Precisamos protege-la, e proteger o castelo. Precisamos lutar.

Os viajantes gritaram em aprovação sem pestanejar. Rick não entendia como alguém podia seguir tão cegamente as ordens de um garoto de apenas quinze anos de idade. Nenhum deles era um soldado; nenhum deles tinha obrigação de lutar. Rick sentiu-se tentado em gritar para que todos corressem para salvar suas vidas, mas ficou de boca fechada, sorrindo para todos. Eles balançavam colheres de pau, objetos de ferro e algumas armas de verdade.

-Vocês escutaram o garoto! –Russel gritou do outro lado do salão, apontando para a porta. –Movam-se!

Alícia desceu do quarto e instruiu Rick a como lidera-los, repassando as ordens de Isabelle. Eles dividiram homens e mulheres em pequenos grupos e espalharam eles pelo castelo e pelos caminhos que levavam à ele. Eles armaram-se com o que tinham e vestiram todos os casacos disponíveis. Rick e Alícia acompanharam-no até os pontos estratégicos que a representante do mal tinha escolhido. Ela queria que eles escondessem-se na neve, em buracos, em cavernas... Qualquer coisa que pudesse ser uma surpresa para Pedro e Tabata. Mais uma vez, nenhum deles reclamou, e obedeceram assim que organizaram-se em grupos. Os que ficaram no castelo esconderam-se atrás de portas e paredes. Por fim, recolheram a ponte levadiça e trancaram as portas e janelas.

Rick estava com Alícia no quarto de Argia. Nenhum dos dois sabia onde Isabelle estava, e assim era melhor. Aquela janela era a única ainda destrancada, com uma fresta aberta. Alícia estava observando o voo de Alfos, que voltava, feliz, carregando duas pessoas. Rick andava de um lado para o outro, impaciente e inseguro. Suas ordens acabavam em "ache meu castelo". Dali em diante eram suas decisões. Ele não tinha experiência nenhuma nesse tipo de coisa.

-Afaste-se –Alicia falou, saindo de perto da janela e abrindo-a para receber aqueles que chegavam da viagem de dragão.

Alfos largou os dois ao mesmo tempo, lançando-os para frente e pela janela. Dave rolou alguns metros pelo chão, acabando com a cabeça aos pés do irmão, enquanto Argia bateu um pé na janela e caiu de quatro com um lamento de dor.

-Seu dragão é um pouco agressivo, Weis –Dave comentou, com os dentes cerrados.

Rick ajudou-o a se levantar rapidamente e correu até Argia, deixando o irmão limpando o arranhão sangrento em seu rosto. Os olhos verde-folha dela passearam pelo quarto enquanto Rick ajudava-a a por-se em pé. Ela estava usando roupas normais, as roupas de Nicolle, e o menino não sabia bem no que se concentrar. Ela estava fascinada, e a atenção de Rick geralmente era atraída por fascínio. Contudo, os super-heróis desenhados em seu moletom azul também eram interessantes.

-Isso é mesmo real? –ela falou, pulando para abraçar Rick. O menino sorriu no meio dos cachos cor de caramelo. –Obrigada, Rick!

-Onde está meu irmão? –Alícia interrompeu o abraço e aproximou-se de Dave.

-Deve estar chegando com DiPrata. Os outros retornarão para o Vale do Verão –ele respondeu. Ele franziu o cenho para a expressão no rosto de Alícia, mas nao disse nada. –Vocês estão bem?

-Temos problemas –ela respondeu, voltando a fechar a janela. –Pedro sabe a localização do castelo e está vindo para cá.

Eles contaram rapidamente sobre o plano de defesa, sem nunca mencionar Isabelle. Os outros dois explicaram o simples processo de posse da província e as teorias de Thaila e Francis sobre os legados congelados em cristal. Quando terminaram de falar, Alfos jogou Riley e Gary DiPrata para dentro do castelo e gritou para os céus, voando para cima, animado. Riley adiantou-se até sua irmã e os dois ignoraram os outros para um abraço apertado e troca de palavras velozes.

-Vocês viram, não viram? –Gary perguntou, trancando a janela e empunhando sua espada. –Pessoas... Guerreiros! Surgindo nas montanhas, nas pontes e na neve, armados com espadas, fogo e sorrisos doentios.

-Os veranenses não podem segura-los para sempre –Rick disse, puxando o braço de Argia para segui-lo até a escada. –Está pronta? Quando tudo estiver mais calmo, faremos um tour pelo seu Castelo, princesa.

Argia beijou a bochecha de seu representante, sorridente, e tirou seu colar com a pedra da vida. Pelo caminho que seguiram até o salão do trono, ela caminhou olhando para todos os lados, absorvendo cada detalhe que conseguia. Os veranenses que guardavam o trono curvaram-se para a menina com a tiara e não conseguiram tirar os olhos dela.

-É simples –Dave disse, aproximando-se do irmão e da princesa. –A província é dela e o reino é de minha rainha. Tudo o que temos que fazer é proferir um textosimples de aprovação com a pedra e a tiara que ela veste.

-Afastem-se das portas! –uma voz gritou do lado de fora.

Dave puxou os braços de Rick e Argia para trás, colocando-se na frente dos dois poucos segundos antes das portas de madeira serem destruídas e suas farpas e tábuas voarem para todos os cantos da sala do trono. O grito que seguiu essa destruição foi mais agudo e muito mais alto do que Alfos jamais seria capaz de produzir. Frentus, o dragão de escamas negras regenerativo de Tabata, colocou sua cabeça para dentro do castelo de cristal. Dave havia contado um pouco sobre o dragão gigante para Rick, maso menino não fazia ideia da majestosidade dele. Ele devia ter dez vezes o tamanho atual de Alfos, e era cem vezes mais irritado e mais perigoso.

-Quebrem os ossos dele! –Riley gritou, armando-se com uma tábua pesada e correndo em direção à fera.

Alfos foi o primeiro a obedecer, pulando da torre onde estava antes para arranhar e morder o animal. O grito dos homens e as garras de Alfos não eram efetivas, mas estavam irritando o bicho. Suas escamas preto-arroxeadas refletiam a luz do sol e cegavam Rick de onde ele estava. Os dentes dele estavam todos quebrados, então o único perigo vindo de sua boca era o fogo e a fumaça. Dave começou a puxar os dois na direção do trono, deixando os outros tomando conta do animal. Fora do castelo, pra lá da torre com a ponte levadiça, um exército de pessoas de preto avançava. Não haviam mais pessoas surgindo aleatóriamente, e Rick decidiu que as energias de Pedro já haviam se esgotado.

A cena era emocionante. Veranenses surgiam da neve com suas armaduras de pele e armas improvisadas, confundindo os legados de Tabata por todo o caminho de acesso ao Castelo. Eles gritavam por seus príncipes e princesas, depois gritavam novamente por Argia e atacavam. Rick não era forte o suficiente para ver quantos deles conseguiam sair vivos do ataque surpresa.

-Rick! –Argia gritou, cerrando o punho em seu pulso e puxando-o para baixo.

Frentus cuspiu um fogo poderoso para dentro do castelo. Mesmo não atingindo-o, Rick sentiu como se sua pele estivesse queimando pelo calor intenso. O lustre de dez camadas de cortinas de cristal desprendeu-se do teto e veio ao chão. Os irmãos Fellows tiveram a mesma reação. Eles arrastaram-se para cima de Argia e protegeram-na dos milhões de cacos que explodiram com um som alto de vidro quebrando. O casaco grosso de lã e pele impediu que Rick fosse furado nas costas e no pescoço, mas sua canela não estava tão bem protegida. Ao menos os cristais quebravam-se bem e não o furaram tão profundamente. Frentus começou a arranhar o chão e bater suas asas contra os que o atacavam. Riley e Alícia estavam perdidos na comoção, mas Rick conseguiu distinguir o capuz de Isabelle. A menina não se atrevia a sacar sua arma branca, mas parecia tentar comunicar-se com o animal de estimação de sua senhora.

-Apressem-se, por favor –Rick falou para os dois, sentando-se em uma posição confortável. –Vou testar uma coisa.

Ninguém nunca havia dito que seu legado permitia que ele dominasse humanos apenas. Apesar disso, ele sabia que não ia ser fácil. Em seus amigos da escola ele durava pouco mais de dez segundos controlando o corpo deles. Em um dragão da magnitude de Frentus ele não conseguiria nem a metade desse valor. Rick concentrou-se em seus gritos de fúria e em suas garras poderosas que arranhavam o chão e a neve. O físico deixou de existir por um segundo, e ele tornou-se um dragão. Antes mesmo de poder sentir o fogo em sua garganta, a fumaça em suas narinas e o poder de suas asas, Rick forçou sua cabeça para trás, tirou as patas do chão e deixou-se cair. Ele ficou no controle até sentir Frentus caindo montanha abaixo e não abriu suas asas para voar. Tudo escureceu, e ele voltou a abrir os olhos como Rick Fellows.

-Brilhante! –Dave exclamou para o irmão, limpando os cacos do lustre do assento do trono. –Sente-se, princesa. Vamos acabar com isso.

Argia ajeitou a tiara nos cabelos de Nicolle, segurou firme a pedra em suas mãos e sinalizou com a cabeça que estava pronta.

-Como decretado pelo rei Éres Bermonth e aprovado pela rainha Thaila Jade Bermonth, a província na qual nos encontramos pertence à filha mais nova da rainha Leila Thaís Bermonth, princesa da vida, Argia Felicity Bermonth –Dave falou, mantendo a postura correta que ele adotava sempre que fazia algo importante.

Rick ouviu o som da ponte levadiça baixando e o grito de Frentus equilibrando-se na queda. Desviou os olhos de Argia por um segundo no exato momento em que tudo brilhou. O Castelo de Cristal brilhou para sua senhora como se ela fosse o sol de todas as manhãs sentando-se no trono. Rick pos-se de pé o mais rápido que pode e quase agradeceu Frentus por ter destruido a porta. A cidade de cristal brilhou ainda mais forte, espreguiçando-se após anos de um sono forçado. Enfim, os legados congelados da princesa da vida acordaram. As carroças voltaram a ser empurradas, as crianças correram livres pela neve e todos ficaram paralizados, vendo a vida voltar para as montanhas de Argia. No trono, sentava-se uma simples menina de cachos cor de caramelo que cheiravam a morango. Seus olhos, porém, ainda estavam verdes e concentrados. Ela levantou-se, agradeceu Dave e dirigiu-se para a escada, voltando para o quarto.

-Corram –alguém sussurrou em seu ouvido e agarrou seu ombro. Rick reconheceu a voz de Isabelle e não perdeu tempo em puxar a mão do irmão e gritar por Riley e Alícia.

-Não! –alguém gritou em frustração.

Rick teve tempo de ver um homem de sobretudo preto caindo no chão e uma mulher de cabelos e vestido negro lamentando-se ao lado dele. Eles correram escada a cima, lutando para acompanhar os passos de Argia e manterem-se longe da princesa da morte. Alícia estava aterrorizada, correndo entre o irmão e Isabelle para deixar uma distância segura entre os dois. Dave estava bem mais a frente, quase ultrapassando a princesa. Alguns veranenses assustados também subiam a escada em espiral com eles. Argia chegou no quarto, abriu as janelas e gritou para seus legados.

-Levante-se, meu povo –ela abriu os braços e o vento frio balançou seus cachos. –Sua princesa retornou, e ordena que lutem!

A magnífica princesa da vida reistituira seu reino com um moletom de super-heróis e o corpo de outra pessoa. Rick sorriu. Como os veranenses obedeciam a ele, os legados despertos obedeceram a ela imediatamente. As crianças correram para se proteger e os homens e mulheres mais velhos atacaram os legados negros. Desprendiam-se de seus corpos, assustavam-os com suas habilidades e desafiavam-nos como seus opostos. Rick viu Tabata na neve, olhando para Argia com toda a fúria que seus olhos negros podiam carregar. Ele não perdeu aquela chance. Em questão de um segundo, ele abandonou seu corpo e transformou-se em uma princesa da morte. Ela resistia bem e Rick não era forte. Não carregava armas e não estava perto o suficiente da borda da montanha. Tudo o que Rick conseguiu fazer foi usar suas próprias mãos para acertar um soco em seu rosto e ele voltou a abrir seus próprios olhos. Pedro, arrastando-se, segurou sua senhora e desapareceu.

Os adolescentes observaram legados negros rendendo-se, caindo e perdendo uma luta contra dois adversários inesperados. Alguns fugiram nas costas de Frentus, que se reerguera e fugira atrás de sua dona. Eles sorriram pela janela até o último homem de Tabata ser derrubado. O bardo de vitória dos veranenses contagiou a todos, e eles celebraram abraçando-se e rindo. Gary DiPrata foi até eles dar a notícia oficial da vtória deles. Dave, Riley e Alícia conseguiram criar piadas internas em questão de dez segundos, e eles riam mais do que qualquer outro naquele quarto. Isabelle, ainda emcapuzada e silênciosa, andou até a janela para observar a neve e as celebrações. Argia sorriu e tirou os olhos de seu novo reino. Virou-se para abraçar seu representante com lágrimas emocionadas nos olhos. Rick esticou os braços para recebe-la, com um sorriso ainda maior. A princesa, contudo, surpreendeu-o segurando a cabeça dele e beijando sua boca. Rick empurrou-a imediatamente, e ela não pareceu nada feliz em ser rejeitada daquela maneira. Ela cheirava como Nicolle, tinha o mesmo gosto dela, mas era apenas uma princesa bastarda com novos súditos e um castelo de cristal. O menino olhou bem fundo nos olhos verdes, mas não viu nem sinal do castanho. Sentia falta de Nicolle. Ele olhou para o irmão celebrando junto dos amigos e pensou no quanto ele gostaria de estar dividindo esse momento com Bia. Beijou a testa de sua princesa como o irmão fazia com sua rainha e empurrou-a para trás.

-Ei, Dave –ele chamou.

O irmão, sorridente, virou-se para o menino. Ele esticou o braço para o lado e alcançou o casaco de Isabelle DiPrata. Puxou-o para trás sem tirar os olhos do irmão, revelando o rosto de sua inimiga. Alícia gritou para ele, indignada, enquanto seu gêmeo tentava protege-la. Dave apertou o rubi em Mata-Touro e encostou a ponta da espada no pescoço dela. A respiração dele estava pesada e o ar condesava-se ao sair de suas narinas. Imediatamente, Gary DiPrata sacou a sua arma e apontou para Dave. Rick, por sua vez, segurou a espada contra o pescoço do general. O menino só queria que Dave tivesse sua chance de vingar-se, de acalmar seu coração. Ele não acreditava que ele fosse capaz de mata-la, mas leva-la como prisioneira para Thaila já seria uma ótima vingança. Gary olhava para sua filha com uma mistura triste de saudades e nojo.

-Olá, papai –ela disse por entre os dentes, encarando os olhos idênticos aos seus.

O homem abaixou sua espada e voltou a ergue-la contra a menina negra. A expressão no rosto de Isabelle não mudou.

-Parem! –Alícia gritou.

Com seu legado, ela tirou a espada da mão de todos naquela sala e expeliu-as para a porta. Os outros veranenses que presenceavam a cena encolheram-se e levaram Argia para longe da confusão, num canto mais afastado. Dave agarrou o pescoço de Isabelle e apertou-o, deixando seu rosto pálido da cor vermelha. Rick nunca havia visto tamanho ódio no rosto do irmão, mas estava feliz. Alícia empurrou o gêmeo para o lado e tirou duas de suas facas do cinto. Uma arrancou uma boa quantidade de pele do braço de Dave, e a outra furou o a canela do general. Eles afastaram-se de Isabelle e gritaram com Alícia, desacreditados de suas ações. Isabelle apoiou-se na janela, respirando e limpando as lágrimas do rosto. Rick engoliu em seco, excluído da discução, e fez o que achou ser certo. Levantou um dos pés e chutou-a para fora. Acertou o ombro e o pescoço, fazendo-a cair para trás e pela janela. Ela nem sequer gritou. A queda seria longa, gelada e fatal, se Alícia não tivesse ignorado a ira de Dave e Gary e esticado a mão para baixo, parando a queda de Isabelle e prendendo-a no ar pelo cinto que vestia, usando seu legado mais uma vez.

-Deixe-a cair –Dave gritou, chacoalhando a menina com violência. –Alícia, solte-a!

A carioca tinha lágrimas escorrendo por seu rosto enquanto procurava algo no céu. Quando seu dragão apareceu em seu campo de visão, ela gritou seu nome. Dave continuou a apertar os ombros dela e gritar em sua cara. Gary correu até as espadas e Riley estava paralizado. Rick não queria fazer mais nada. Já era o suficiente para um dia só. Alfos pegou Isabelle para transporta-la, e Alícia gritou "leve-a para Ponte Nova" antes dele voar para cima e desaparecer na nevasca que se aproximava. Dave soltou-a e agarrou os próprios cabelos. O general segurou os braços dela empurrou-a contra a parede. Rick estava impressionado com a maneira como ele ignorava o ferimento na perna.

-Sua tola! –ele gritou para a menina. –A pena para traição à coroa é a morte. Vai voltar para a rainha como uma prisioneira.

-Que seja –ela grunhiu.

-Por que? –Dave perguntou, relaxando os ombros e olhando para a menina.

-Pergunte para seu irmão –ela respondeu. –Alfos deve estar de volta até o fim do dia, Riley. Alimente-o. As masmorras estão sempre à esquerda e sempre para baixo, general.

Gary puxou também o cabelo dela e guiou-a escada a baixo. Dave e Riely olharam para Rick, esperando explicações.

-Ela avisou sobre Tabata e Pedro e nos ajudos com as estratégias –ele falou, segurando a mão de Argia e andando para longe daquele lugar. Os dois meninos não falaram nada, e Dave voltou a agarrar os cabelos pretos. –Vamos, princesa. Vamos saudar o povo desperto.



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