XXXIX -Rick
A Meu Deus, último capítulo do livro 4!!!!! Espero que gostem!
Ela ainda não havia voltado. Por mais que poder olhar sempre nos olhos de Nicolle fosse um desejo, a angústia de não ver o verde de Argia superava esse sentimento. Nada conseguia destraír o menino de sua preocupação e curiosidade sobre o sumiço da princesa cor-de-rosa, e isso preocupava a todos ao seu redor. O bolo de baunília e chocolate estava sendo ignorado pelos três à mesa assim como o guaraná ainda nem tinha sido aberto. A vela estava acesa, esperando pelo sopro de Rick e pingndo cera vermelha na foto comestível dos Avengers. Maria e Dave nunca se davam o trabalho de fingir sorrisos, essa tarefa era de Rick. O pequeno banquete de aniversário era o primeiro fracasso desde que o Fellows mais novo havia nascido.
-Não quer cortar seu bolo, filho? –Maria perguntou, estendendo a espátula para ele.
Rick aceitou-a, mas apenas segurou o objeto de metal sem conseguir lembrar-se bem o que a mãe havia acabado de dizer. "Ela está perto, falando comigo pelo ar. Mas eu não consigo encontra-la." As palavras de Nicolle sobre Argia ressonavam nos ouvidos do menino a todo momento. Rick tentara conversar com as paredes do Castelo de Cristal, sonhar com sua princesa ou procurar seus olhos no meio de seus súditos no topo da montanha, mas nada o levava a lugar nenhum. "Ela está tão perto, Rick" Nicolle dizia, angustiada. de Vie estava mais saudável e mais disposta sem Argia habitando seu corpo. Contudo, a menina dos cachos cor de caramelo havia enlouquecido de preocupação tão rapidamente que Rick Fellows decidira mante-la presa no Castelo com alguns guardas. Ela mal havia se dado conta da situação. Ficava encarando o ar e piscando para poeira e insetos que invadiam seu campo de visão.
-Silêncio! –ela demandava, ainda vestida com o vestido rosa claro da princesa. Recusava-se a trocar de roupa, limpar-se ou comer direito há dois meses. –ela vai falar, eu sei que vai. Só preciso que mantenham suas bocas fechadas.
A rainha estava extremamente frustrada com toda essa situação. Ninguém sabia o que fazer e ela queria respostas. Continuava a mandar no reino cor de rosa e a decidir por sua meia-irmã. Como representante da princesa, Rick apenas concordava com tudo o que ela queria fazer. Sua preocupação estava longe de instalar-se nas expedições por recursos, soldados ou proteção das fronteiras. Talvez Argia odiasse ignorar o povo que precisava de ajuda ou gastar tempo e dinheiro em armas, treinamento e novos recrutas, mas só saberia se achasse-a primeiro.
-Filho, o bolo –sua mãe acordou-o de seus devaneios.
A vela havia apagado-se sozinha e o rosto açucarado do Capitão América estava completamente destruído pela cera. Dave suspirou e apoiou as costas na cadeira, impaciente. Recebeu um olhar de reprovação de sua mãe e revirou os olhos. Rick cortou um pedaço rapidamente e serviu Maria.
-Quer fazer outra coisa, filho? –Maria perguntou, acariciando a mão que segurava o prato. –Ainda temos duas horas e meia antes de vocês terem que voltar. Ou, se preferir, posso voltar com vocês. Tenho o resto do dia livre.
-Sim! –Rick pulou em sua cadeira, animado.
-Não! –Dave falou ao mesmo tempo, encarando o irmão como se ele fosse louco. –Ela vai ficar longe de Érestha até que tudo se resolva.
-Levamos-a até o castelo de Cristal, uma visita a Nicolle –Rick insistiu, olhando nos olhos azuis do irmão mais velho. –Dez minutos... cinco se preferr! Por favor.
-Adoraria visitar o novo castelo de Nicolle –Maria falou, levantando-se e sorrindo para os filhos. –Vamos, Dave, querido. Use os legados de sua rainha para nós. Dez minutos.
Contrariado, Dave levantou-se e deixou o casaco leve apoiado na cadeira. Maria pôs a mão no ombro do aniversariante e guiou-o até a porta da frente.
-Onde está a passagem? -ele perguntou, virando o rosto para Rick.
-Elias –Rick respondeu, desviando o rosto dele. Odiava os olhares de reprovação com os quais ele o encarava. Sempre ficava calado e respondia ou saía do quarto quando encontrava aqueles olhos.
Havia apenas uma passagem para a província da vida. Resultava no topo de uma das montanhas e mudava todos os dias. Às vezes resultava na província de Teresa, outras de Edgar e outras de Tâmara. Thaila mudava-a todos os dias e contava apenaspara algumas pessoas. Dave não era uma dessas, o que o deixava sempre furioso.
O coração de Rick acelerou-se e descontrolou-se a cada passo para mais perto de Érestha, Nicolle e Argia que a pequena família dava. Dave ignorou muitas passagens perto de sua casa que Rick já conhecia. Andava confiante e concentrado, com a cabeça erguida e a mão segurando a espada do pai. Maria tinha seu belo sorriso estampado no rosto, escondendo o cansaço e a preocupação que carregava sempre atrás de seus olhos. Dave caminhou bastante em direção à avenida e fez os dois atravessarem-a. Só pararam ao chegarem a um muro vermelho com a placa de uma pizzaria pequena.
-Dez minutos –Dave falou, olhando para os dois com a autoridade que Rick desejava ter.
Maria sorriu e foi a primeira a entrar pelo pequeno portão ao lado do muro. Dave ficou de braços cruzados, esperando que Rick seguisse sua mãe. O menino abaixou a cabeça e passou para a primavera fresca de Elias. Caminhando mais alguns minutos, atravessaram uma placa de rua que parecia ordinária, e encontraram-se no topo das montanhas de Argia. Maria estava fascinada com a vista e Dave finalmente soriu. Ele explicou melhor sobre as pontes e a cidade de cristal enquanto Rick caminhava, procurando a ponte mais próxima. O Castelo de Cristal ficou visível assim que ele encontrou a primeira ponte, revelnado toda a rede de caminhos escondidos e casas invisíveis. Maria ficou ainda mais encantada e Rick começou a correr pelas pontes. Ele achou que podia ouvir a voz de Nicolle dali, ou ver os olhos de Argia nas janelas das torres mais altas.
Quando finalmente chegaram e atravessaram os portões de entrada, os três viajantes pararam, assustados com a cena que enconraram. Nicolle estava sentava em cima do corpo imóvel de um de seus guardas, segurando um travesseiro sobre seu rosto. Os outros dois guardas estavam desacordados, encostados na parede com a cabeça baixa sem sinal de respiração. Nicolle ainda vestia o mesmo vestido encardido e tinha os cachos embaraçados. Maria foi a primeira a tomar uma atitude e adiantou-se para a menina, segurando seus braços e olhando em seu olhos.
-Não, não, não! –Nicolle falou, sem nem olhar para Maria. Ela empurrou-a pata trás e continuou a apertar o travesseiro contra o guarda.
Dave segurou-a por trás, imobilizando seus braços, e Rick afastou o guarda dela. A menina gritava e se debatia enquanto Maria tentava reviver o guarda que já não respirava.
-O que você fez? –Dave gritou, desacreditado. –Nicolle, o que aconteceu?
-Ela precisa de um corpo! –Nicolle gritou, debatendo-se com ainda mais violência, resistindo à força de Dave. –Deixe-me terminar, ela precisa voltar, precisa voltar!
-Nicolle, querida, acalme-se –Maria pediu, ajoelhando-se perto dela e colocando sua mão em sua perna para tentar para-la.
Rick colocou dois dedos no pescoço do guarda e jogou o travesseiro para longe dele. Em seu pescoço restava o colar com a pedra de Argia brilhando fracamente. Por mais serenas e camlas que fossem as palavras de Maria, ainda conseguiam ser mais relevantes para os ouvidos de Rick do que os gritos de Nicolle. Dave bufava e arfava para tentar conte-la. Às vezes gritava para Rick fazer alguma coisa, mas o menino estava ignorando. Apesar do pulso do guarda ser inexistente, suas palpebras estavam se mexendo, tremendo e pulsando como se o ato de abrir os olhos fosse incrivelmente difícil.
-Fiquem em silêncio –Rick pediu, observndo o homem com as sobrancelhas franzidas.
Então os olhos dele se abriram, e Rick pode novamente encontar o olhar de Argia. Seus belos olhos verde-folha piscaram para o menino antes de levantar seu novo corpo e sentar-se. Nicolle parou de espernear e encarou-o com seu olhar de louca e esperança.
-Não é compatível –o homem falou com a voz de Nicolle, a voz que Argia usara por todo o decorrer daquele ano.
Nicolle grunhiu, frustrada, quando o homem revirou os olhos de Argia e caiu no chão, desacordado. Antes que mais alguém pudesse dizer algo, os três guardas ergueram-se ao mesmo tempo, todos com o verde de Nicolle, e repetiram a frase já dita pelo primeiro guarda. Dave soltou Nicolle e deixou que ela voltasse para cima do guarda. Ela fechou os olhos, tocou a testa dele com a sua e concentrou-se. Ficou alguns longos segundos naquela posição, até o homem abrir seus próprios olhos castanhos, respirar fundo e voltar a dormir.
-Não é compatível, nada é compatível! –Nicolle pôs-se de pé, bagunçando o próprio cabelo e olhando em volta. Quando achou e abraçou seu travesseiro, respirou fundo para se acalmar.
-O que você está fazendo? –Dave perguntou, levantando-se e olhando para Nicolle. Ele colocou-se entre Maria e a menina antes de deixa-la responder. –Por que está matando esses guardas?
-Argia precisa de um corpo –Nciolle falou. –Se voltar para mim, o mesmo acontecerá, e quanto mais tempo ela fica perdida, maiores as chances dela nunca mais conseguir voltar para corpo nenhum. E eles não estão mortos, Dave, pense um pouco. Eu sou um legado de Argia. Eu posso faze-los voltar quando bem entender.
-Isso é loucura –Rick falou, finalmente tendo coragem de contaria-la e usar essa palavra. –Não pode ficar matando pessoas até que Argia se estabilize. Deve haver outra resposta.
-Ela só precisa de algo compatível –Nicolle falou, olhando para Maria e apertando seu travesseiro. –Talvez um corpo feminino possa ajudar.
Dave foi muito rápido em empurrar Maria mais para trás e apontar Mata-Touro para o pescoço de sua melhor amiga. Rick estava paralizado, tentando encontrar palavras que não ofendessem a menina e não deixassem Dave com raiva. Mas Maria sorriu para Nicolle e fez todos se alcamarem.
-Eu posso ajudar, querida –ela falou, colocando a mão no ombro de Dave e abaixando a espada. –O que sua princesa precisar...
-Mãe, fique ai atrás. Pare de dizer bobagens –Dave grunhiu, sem tirar os olhos de Nicolle e seu travesseiro assassino.
-Se Argia não voltar, o legado da vida acaba quando a última criança da cidade de cristal morrer –Nicolle falou. –Talvez sua mãe funcione como eu funcionava, ou talvez não, mas... Argia precisa de um corpo. Um permanente, desta vez. Ela mencionou seu próprio corpo, mas não sei bem como chegar lá.
-Fique longe da minha mãe, Nicolle –Rick falou, calmamente. -Pense bem no que você está falando.
-Está apontando uma espada para sua melhor amiga, Dave –ela disse, melancólica. Dave não pareceu sentir-se mal àquela menção. -Vocês ouviram ela, não ouviram? A nova princesa precisa de um corpo permanente, de seu próprio corpo. O que estão esperando? Vão encontra-lo.
Dave e Rick se encararam, depois encaram a mãe e a amiga e os três guardas desacordados. A cidade de cristal estava brilhando do lado de fora do castelo na montanha. Seus habitantes esperavam por suas vidas de volta, e pela paz que fora prometida. Rick esperava poder explorar mais e Dave só queria o bem de sua rainha. O menino nunca imaginou que seria tão difícil estar ao lado de sua pincesa e suas decisões. Quando tudo parecia complicado demais na vida da família real, Rick geralmente escolhia ouvir à pessoa que julgava mais importante ou quem dera a ordem mais curta. Naquela circunstância, ele escolheu o que era certo. O que era sempre certo.
-Sim, mãe –ele falou, ajustando o casaco.
Rick virou-se de costas para os três e começou a caminhar para os portões de entrada. Sua melhor opção era obedecer às ordens de sua mãe. Sempre.
FIM DO LIVRO 4.
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Deixa eu pegar esse espaço para agradecer a todos que acompanharam, votaram, comentaram e interagiram com mais esse pedaço da aventura em Érestha. Agora falta só um, e espero ver vocês lá também. Eu estou adorando escreve-lo, e não quero terminar!! Não quero ter que concluir minha história com Dave, mas vamo que vamo.
Obrigada AlyneLarah e _Dhann, especialemnte, por serem sempre tão presentes :3
Deixem esse livro na biblioteca que eu avisarei qando o quinto for postado!!! (ainda não tem previsão...) Alguém consegue adivinhar qual será o nome do próximo livro? Quem acertar ganha uma abraço virtual e uma ordem de restrição pq provavelmente vc ta me espionando e isso nm é legal, eu sou paranóica.
Vejo vocês na conclusão de nossa aventura (:
E pra fechar com chave de ouro, o meme do tamanduá vegetariano:
Boas Festas e que 2018 seja o novo 2015 e fique bem longe de ser um 2016.
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