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XXIX -Alícia


Ela sentira falta do clima morno do Vale do Verão no momento em que vira os casacos dos voluntários. Os habitantes da vila vestiam-se com lã, couro, casacos de algodão pesados, luvas, toucas, meias grossas, cachecóis, botas de neve e óculos de sol. Ela julgava suas três camadas de roupas de frio suficientes, mas, aparentemente, ela estava errada. Muito errada.

Para cavalgar até o pé da montanha estava ótimo. Seu tronco estava bem protegido e o frio não passava para sua garganta e nem seu peito. As pernas não ficavam frias por conta do contato e moviemnto do cavalo. A única reclamação seriam os pés, cobertos apenas pela meia branca e o tênis esportivo que deixava passar o ar gelado. Seu grupo de expedição era animado e não deixava o vento frio e a neve atrapalhar a felicidade de estar em missão. Alícia classificaria-os como tolos. Felicidade era punida naquela província. Eles deveriam saber. Os guardas da rainha que acompanhavam-na gostavam mais de conversar com os viajantes do que manter a formação e proteger Alícia. Falavam sobre esportes, mulheres e outros assuntos casuais que a menina abominava. Até mesmo as mulheres que a acompanhavam participavam dessas conversas, deixando-a sozinha nas cavalgadas. Durante toda a primeira manhã ela conseguia ver o grupo de Dave à sua direita, e, com muito esforço, o de Rick à esquerda. Ela tinha certeza de que os dois também olhavam para os lados, tentando ver os outros. Não sentia-se muito segura sem Dave. Não importa quantos guardas a acompanhavam, ela preferia alguém que a conhecia e que entendia o mínimo sobre Pedro Satomak por perto. Gary DiPrata e Ethan Nova estavam com o Fellows mais velho enquanto um dos coronéis de Gary estava com Rick. Para Alícia, restavam três soldados faladeiros e um dragão agitado.

Alfos não gostava do frio e queria enrolar-se em sua dona para manter-se aqeucido. Ele não se dava conta do quão grande estava. Ele tinha o comprimento de dois cavalos, sem contar sua cauda. A cabeça do animal era tão grande quanto as pernas de Alícia. Seus dentes e suas garras eram maiores que as mãos dela. Se ela tivesse uma sela especial como as de Juliana, montaria-o e voaria até o topo das montanhas. Esperaria os outros lá em cima abraçada à criatura carente. Alfos voava baixo e tentava apoiar as patas no ombro dela, como fazia quando menor. Quando via que não o suportaria, ele gritava e cuspia fogo, chateado. Ela também queria que ele fosse menor. Talvez servisse como um cachecol de escamas.

O silêncio dela dava-lhe tempo para admirar a vista. O manto branco de neve que cobria a grama seca dos cumes refletia o sol fraco da estação. O relevo da área era bem irregular e, apesar de cansar mais os cavalos, deixava a paisagem ainda mais bela. Alícia conseguia ver algumas coisas no alto que ela pensou serem cordas, extendendo-se de um cume ao outro. O grupo alcançou o pé da montanha no início da primeira noite. Ela perguntava-se como subiriam até o alto com os cavalos, mas havia um largo caminho de pedra que subia e subia, tortuoso e perigoso, até o cume, ou ligava uma montanha à outra daquela cadeia. O mapa carregado pelo voluntário com o casaco de pele de urso tinha uma linha vermelha riscada para marcar o caminho a se seguir. Eles estavam ainda mais animados quando o acampamento foi montado, todos pedindo que fossem acordados antes no nascer do sol para apreciarem a cidade de Cristal.

-É claro que já a vimos! –disse um do habitantes do verão para um guarda. –A cidade de Cristal é nosso grande orgulho.

-E por que nunca ficamos sabendo disso nas capitais e cidades importantes? –Alícia questionou, terminando de levantar sua barraca.

-Mas vocês sabem –o homem disse, conseguindo algumas faíscas para iniciar uma fogueira. –Só não levam a sério. Alguns de nós também não levam. É uma coisa um tanto quanto recente, tão velha quanto a princesinha da vida. O problema é que, daqui de baixo, é uma maravilha. Lá de cima ela não existe.

-O que quer dizer? –Alícia aproximou-se do homem para aquecer-se.

-Acha que nós ainda não tentamos encontrar o castelo da história? O nascer do sol não causa o mesmo efeito quando estamos lá em cima. Além disso, o ar é difícil de respirar e o frio é intenso. Esperar pelo nascer do sol, olhar em cada montanha... Não é fácil –ele pegou o mapa e apontou para alguns pontos circulados. –Esses são os pontos de onde a cidade é visível. Estamos indo para este aqui.

Os círculos eram muitos. Mesmo divididos em grupos, demorariam mais de uma semana para visitar todos ao nascer do sol. Isso desanimou Alícia.

-Não faça essa cara, menina –um dos guardas falou, juntando-se ao fogo. –Mesmo se tivermos que nos separar uma vez lá em cima, encontraremos o castelo da princesa cor-de-rosa.

Os outros comemoraram as palavras do oficial. Gritaram e levantaram as mãos, sorrindo. Alícia levantou-se e fechou-se dentro de sua barraca, cobrindo-se até a cabeça com o saco de domir. Otimismo era punido naquelas terras. Aqueles idiotas deviam saber. Ficou a noite inteira esperando que alguém gritasse, que alguém pegasse uma espada para enfrentar aguma coisa do mal, que os idiotas felizes fossem punidos. Assim, demorou para dormir, mas acordou rapido demais. Preferia ter ficado com os guardas barulhentos. A névoa do pensamento estava mais densa naquela ocasião. O banco estava gelado e as folhas da árvore caíam no chão. Isabelle tinha as sobrancelhas franzidas, encarando Alícia com curiosidade. Ela tinha um arranhão vermelho no rosto e lama no cabelo.

-Onde você está? –Isabelle usou a boca para falar. Alícia nunca sabia se isso era um bom sinal ou algo para se preocupar.

-Acha mesmo que vou te contar? –ela copiou-a, usando sua voz no pesadelo. -Mas estou procurando pelo Castelo de Cristal. Por que quer saber?

-Isso é ótimo! –ela comemorou, sorrindo. –Só queria saber porque sinto muito frio no lugar onde está. Mas é melhor que não me diga nada. O que fez no braço?

Ela tomou a liberdade de arregaçar a manga direita de Alícia, causando arrepios na menina. A marca resultante da briga com Missie estava tão visível quanto no dia em que fora feita. O raio estendia-se do cotovelo até o pescoço dela. Às vezes, doia mexer-se demais ou falar rapido demais. Arremessar suas facas era praticamente impossível, e ela dependia totalmente de seu legado. Isabelle passou seus dedos frios pela cicatriz, fazendo Alícia tremer de agonia.

-Atirei uma faca contra a prinesa Tamires, mas por que se importa? –Ela afastou-se, voltando a manga para a posição original. Isabelle encarou-a por alguns segundos antes de desatar em risadas escandalosas. Ela riu até chorar. –Pode me dizer o que quer? Tenho que levantar logo.

-Assombrar você foi a melhor escolha que já fiz em minha vida, Alícia. Você é incrível –ela sentou-se em seu banco imaginário. –Assumo que esteja longe do Castelo de Vidro, e que não vá voltar logo. Precisava que você entregasse algo para a rainha.

-E por que não entrega você mesma?

-Prometi que não entraria nos sonhos de Thaila, não prometi? –ela remexeu-se, irritada. –Já quebrei essa promessa uma vez, não vou fazer de novo se não for extremamente necessário.

-Quem se importa com promessas? –ela revirou os olhos. –Isso é uma guerra, e que se dane Dave Fellows. Ele não vai saber.

Isabelle olhou para os lados como se ali não fosse o vazio, pensativa. As ideias passaram muito rapidamente por sua cabeça e, por mais que Alícia pudesse ouvi-las, não conseguia processar tudo. Ela pensava em caminhos, princesas, consequências e um menino de olhos azuis brilhantes.

-Ok, certo –ela levantou-se, colocando a mão no bolso e tirando um objeto avermelhado de lá. Alícia não conseguiu identificar o que era aquilo. –Se isso não vai sair da província de Tabata, não faz sentido eu dar para você. Contudo, isso torna esse sonho inútil, e a mim uma mentirosa. Conte-me mais sobre a faca e a princesa dos céus. Deve ser interessante.

Alícia passou alguns minutos explicando tudo. Isabelle ouvia com atenção e ria sempre que a guerreira descrevia as feições de horror de alguém naquela sala. Depois, ela perguntou sobre o Livro da Rainha. Era estranhamente libertador conversar com Isabelle. Lilian era sempre legal demais enquanto Laura Souza achava que a resposta para tudo estava no fundo de alguma garrafa proibida. Isabelle DiPrata apenas escutava e dava sua opinião. Alícia não queria ajuda, queria apenas ser ouvida. Em Chelmno, seu primeiro sopro de esperança fora o rosto preto e branco da menina. Tendo ou não sido a responsável pela morte de Bia e os ataques na floresta dos arredores da escola alguns anos atrás, Isabelle havia salvado sua vida. Ela desejava que Dave entendesse isso e não a julgasse sempre que mencionava DiPrata.

-Ele te pressiona a odiar-me porque matei Vallarrica? –ela franziu o cenho e Alícia murmurou alguns xingamentos. Se nem ela própria conseguia processar seus pensamentos, como Isabelle conseguia? Isabelle suspirou. –Dave será mais difícil do que pensava.

-Já disse: desista dele. Ele já desistiu de você.

-Não ainda –ela disse, confiante. –Ficará pior, mas depois, ele entenderá.

Alícia revirou os olhos e andou até a árvore para observa-la de perto. Queria entender o porquê das folhas estarem caindo. A planta parecia saudável. Ela sobressaltou-se quando a representante do mal tocou-lhe o rosto por trás. Ela acertou um tapa na mão dela.

-Alícia, você está muito gelada -comentou. –Tem certeza de que está segura?

-Na província da sua princesa? É claro que não.

-Então acorde.

Daquela vez não houve aviso. A última coisa que ela viu não foi o pedido de sigilo habitual dela, mas um rosto verdadeiramente preocupado. Quando Alícia abriu os olhos para o mundo físico, descobriu que Isabelle tinha razão. Estava frio, e ela estava gelada. Um vento soprava em seu rosto, congelando seu nariz e fazendo seus olhos lacrimejarem. Ela só reparou na dor em seu tronco quando tentou se mexer. Depois, percebeu que estava algumas dezenas de metros acima do acampamento, subindo. A dor era causada pelas garras longas de Alfos que não conseguiam segurar direito o saco de dormir e a menina ao mesmo tempo. Com medo de mexer-se e cair, ela contentou-se em gritar. Agarrou o saco de dormir por dentro para garantir sua segurança e contraiu os músculos para ficar parada. Pela primeira vez, desejou ter o legado de Riley e conversar com Alfos. Por mais que mandasse ele descer, o dragão não parava de voar. O acampamento transformou-se em um mero ponto em seu campo de visão em poucos segundos. Quanto mais Alícia gritava, mais ele estalava a língua e a garganta, e mais rápido ele voava para cima. Ela sentia que seu peso e sua posição eram desconfortáveis para o animal. O desespero era tanto que ele desejou voltar para o pensamento enevoado de DiPrata.

O primeiro floco de neve chegou em seu rosto pousando entre seus olhos. A noite era escura demais para ela ver para onde estavam indo e de onde vinham os flocos. Caíam doloridamente em seus olhos à todo momento. Quando Alfos desacelerou, ela relaxou os músculos. Foi um grande erro. O dragão reclamou de alguma coisa no ar e um movimento brusco de suas patas fizeram a menina escorregar para fora do abrigo. Ela preparou-se para gritar por sua vida quando deu de cara em um monte de neve fresca. A sensação foi pior do que o vento das asas do dragão. O frio atacou seu rosto com tudo, congelando suas feições imediatamente. Sentiu o ato de respirar ficando difícil e não conseguiu mais gritar. A neve era tanta que ela afundou todas as vezes em que tentou levantar-se. Quando resolveu manter a calma e pensar direito, Alfos pousou ao seu lado, também irritado pela neve, e empurrou a menina para trás com a cabeça. Continuou a empurra-la para sair do monte de neve até a noite ficar ainda mais escura e a neve virar pedra.

-Leve-me de volta agora, Alfos! –ela gritou, limpando o gelo de seu rosto.

O dragão rugiu e cuspiu fogo para cima, iluminando todo o lugar, que não era muita coisa. A caverna era pequena e cheia de estalactites pontudas de pedra e gelo. Ela extendia-se por trinta metros desde sua entrada, e estava repleta de neve suja e gelo escorregadio. Alfos reclamou do saco de dormir preso em suas garras e livrou-se dele com os dentes.

-Alfos, por favor –ela disse, abraçando-se e invejando as roupas de frio dos companheiros deixados para trás. O dragão lambeu a bochecha gelada da menina e empurrou o saco de dormir com o focinho para ela. –Não quero dormir, eu quero voltar. Agora!

O dragão cuspiu mais fogo, derretendo metade de uma estalactite e alguns pedaços de outras. Ele virou-se e voou. Desapareceu rapidamente no céu frio noturno. Alícia gritou a plenos pulmões até a neve voltar a congelar seu rosto. Ela não conseguia ver um palmo à sua frente. Tentou sair do abrigo, mas afundou até os joelhos nos primeiros metros e não pode empurrar toda aquela neve. Com lágrimas de desespero no rosto, ela afastou-se da boca da caverna e enfiou-se no que sobrou do saco de dormir para manter o frio afastado. Tentou dormir para pedir ajuda à Isabelle, mas não conseguiu fechar os olhos no escuro. Podiam ter sido horas, podiam ter sido alguns segundos, mas quando Alfos voltou, o dia estava para começar e ela tinha muitos discursos prontos e um nariz vermelho. Ao menos a neve já tinha parado de cair. Não sabia se Alfos entendia o que ela falava, mas caso parecesse que não, ela planejava pular em suas costas, agarrar seu pescoço e forçar a decida até o acampamento. Contudo, ele não voltou sozinho. Desta vez, trazia Dave Fellows entre suas garras.

-Alícia, o que isso significa? –ele falou assim que Afos soltou-o dentro da caverna.

A menina decidiu não perder tempo e pulou nas costas do dragão. O animal remexeu-se e gritou em protesto. As notas que saíam de sua garganta eram agudas e machucavam os ouvidos da menina. Ela não conseguiu agarrar-se ao pescoço, mas tentou segurar em algumas escamas. O dragão cuspiu fogo para todas as direções, bateu as asas e jogou-se de costas no chão de pedra, fazendo a menina torcer um tornozelo e bater a cabeça. Dave levantou sua espada contra o animal agitado, o que causou ainda mais comoção da parte do bicho. O menino tinha alguns rasgos em seu casaco e sua calça. Ele tremia pelo frio assim como Alícia. Seu casaco de lã preta e as botas de neve não eram tão eficientes contra a neve e o frio do alto das montanhas. O cabelo preto dele estava colado em seu rosto com a saliva do dragão, e os olhos refletiam os primeiros raios de sol da manhã. Ainda caída no chão, Alícia virou a cabeça para fora, e a visão paralizou-a.

-Dave, pare –ela disse, levantando-se com dificuldade.

O menino abaixou a espada quando viu para o que ela olhava. Alfos bufou um pouco de fumaça e virou-se para voar mais uma vez. Sem o corpo do dragão para limitar sua visão, Aíciia pode desfrutar inteiramente de todo aquele cristal. Eles estavam bem alto naquela montanha, faltando poucas dezenas de metros para o topo. As cordas que ela vira mais cedo eram na verdade pontes de corda, madeira e brilho que conectavam cavernas, passagens, caminhos e montanhas. Elas expalhavam-se por todo o campo de visão que os adolescentes tinham daquela cadeia de montanhas. A cidade de cristal que haviam visto na primeira alvorada era ainda mais impressionante vista dali. As casas eram belas construções antigas, transparentes, brilhantes e valiosas. As ruas eram ladrilhadas com o mesmo material e a mesma luz que dividia-se em arco-íris. Tudo brilhava com o primeiro raio de sol do novo dia, e as sete cores encontravam-se por toda a parte, decorando a bela cidade e hipnotizando a quem olhasse. Alfos estava acima daquilo tudo, cuspindo fogo contra as casas de cristal e gritando para o sol. Mas isso era a menor das preocupações dos olhos da guerreira. Algumas pontes mais cumpridas levavam até uma montanha inteira de cristal e luz. Ela encaixava-se perfeitamente no desenho da cordilheira. As construções nela eram mais sofisticadas e bem maiores.

-Vamos –Dave disse, dando um passo à frente, estupefato. –O caminho desaparecerá em um minuto, e eu não quero cair dessa altura.

-Suas ideias são péssmas –ela comentou, puxando a mão do menino para acompanha-la. –Vamos.

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