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XXIII -Alícia



Seus alvos cravados na árvore estavam perdidos por debaixo dos furos das facas mais uma vez. Ela havia feito uma marca no chão e dava passos para mais longe cada vez que acertava seis facas bem no centro de um dos alvos. Alícia trouxe todas as facas devolta para si e deu um passo para trás. Atirou a primeira bem no centro do alvo mais alto. Estava se preparando para atirar a segunda quando princesa Tâmara surgiu do meio das árvores. A menina, inconcientemente, deu mais dois passos para trás. Estava cada vez mais difícil acertar. A princesa parou, observando-a de braços cruzados. Alícia arremessou a faca para cima e empurrou-a na direção que queria com seu legado. Contudo, errou o alvo por alguns centímetros. Tâmara não fez nenhum comentário.

-Faça-me ficar brava –ela falou. Emoções aumentavam a potência de seu legado. Estando na guerra ou trabalhando para Tâmara, ela estaria brava. Poderia treinar ali, naquele momento, e impressionar a princesa da terra. –Vou acertear todas.

-Por que não tenta algo diferente? –sugeriu a mulher, aproximando-se.

Alícia saiu de sua posição de ataque e franziu a sobrancelhas.

-Como o que, por exemplo?

-Não sei. Felicidade, talvez? –Tâmara enfiou as unhas cumpridas na barriga da menina e lhe fez cócegas.

Alícia chacoalhou-se para livrar-se dela e derrubou uma de suas facas na grama verde do jardim daquela princesa.

-De nada adiantaria isso -resmungou a menina, cuidando para não usar o tom de voz errado. -Não vou estar feliz batalhando. Vou querer matar todo mundo.

-Você é ótima -Tâmara sorriu. –Preciso de mais do que observar-te usando meu legado. Estou já satisfeita com isso. Preciso saber se faria qualquer coisa por mim, ter certeza de que posso contar com você quando precisar.

-Como posso provar minha lealdade, senhora? –Alícia perguntou, receosa.

A menina sentia-se honrada em ser escolhida para lutar pela princesa da terra, mas isso ainda a assustava. Tudo o que Tâmara tinha pedido para ela fazer até então fora ir até o Vale da Primavera ajudar os residentes com um dragão e dedicar-se a melhorar cada vez mais. Alícia ficava esperando que ela pedisse algo absurdo para ela fazer, mas isso nunca acontecia.

-Nossa queridíssima rainha Thaila insiste que eu e minha gêmea devemos nos reconciliar –explicou a princesa, arrumando seus magníficos cabelos verdes nos ombros. –É a última coisa que quero no momento, e sei que Vitória e Missie Skyes estão aprontando alguma coisa. Estou cansada de pedir que elas parem com isso, pelo menos por enquanto, então vou tomar outras medidas. É ai que você entra –ela sorriu. Alícia estremeceu, nervosa, mas não falou nada. Deixou que a princesa continuasse. -Já deve ter visto Dave Fellows com o punho fechado naquela espada durante as reuniões no Castelo de Vidro. Tamires vem hoje para o jantar. Você empunharia uma espada contra ela?

A resposta imediata seria não. Alícia não poderia apontar uma lâmina contra alguém da família real de Érestha que não fosse Tabata. Contudo, ela respondeu que sim.

-Se assim desejar, senhora –concluiu curvando-se para a princesa.

-E se eu desejasse que empunhasse suas facas contra Missie Skyes?

A menina congelou na posição em que estava. Essa pergunta não tinha uma resposta. Não se vinda dos lábios perfeitos da princesa da terra. Castrp, o tigre branco velho e encardido da princesa aproximou-se das duas naquele momento e rugiu para Alícia. Ela e Missie não eram tão próximas como a brasileira e Lilian Alberton, mas se respeitavam e sempre se divertiam quando juntas. Se Tâmara tivesse dito para fazer isso contra Bia Vallarrica, Alícia teria sorrido e dito que sim imediatamente. Mas Missie era uma história completamene diferente.

-Não pense, só faça –Tâmara riu enquanto acariciava o pelo velho do tigre. –E se não quiser fazer, sinta-se livre para voltar para o Brasil. Estarei esperando-te em meus aposentos.

Alícia não podia se dar ao luxo de perder a bolsa escolar e o emprego pelo qual ainda não recebia em dinheiro. Ao mesmo tempo, não podia atirar uma faca afiada em uma de suas melhores amigas. Ela trouxe suas facas de volta para seu cinto e correu para alcançar a princesa.

Tâmara era sempre acompanhada de pelo menos três aias dentro de seu castelo. Outras duas andavam atrás de Alícia, embora não eram sempre as mesmas pessoas. O grupo caminhou até o quarto de Tâmara em silêncio, e as empregadas começaram a cumprir ordens assim que a porta foi fechada. O chão do quarto dela era de grama verde e fresca, e as paredes pintadas de ouro de verdade. A estrutura do lustre de lâmpadas brancas era feita de ossos, dentes e marfim. O colchão e os travesseiros eram cheios de penas de aves diversas e suas cobertas eram peles e pelos de seus servos animais. Alícia estava tão acostumada com partes de animais pelo castelo que não se impressionou.

A princesa da terra parecia sempre fazer questão de que todos se lembrassem o quão linda ela era a todo momento. Ou isso, ou ela estava tão acostumada a ser perfeita que não se importava com o que fazia ou quem estava presente. Assim que as aias terminaram de encher a banheira de madeira com água quente e pétalas de rosas, Tâmara despiu-se e caminhou para seu banho casualmente, como se Alícia estivesse ali em seu quarto todos os dias ou nem sequer existisse. Ela prendeu os cabelos verdes em um coque desleixado e arrepiado e virou o rosto para Alícia.

-Você não quer tomar um banho? –perguntou.

-Não, estou bem, obrigada –respondeu, desconfortável.

-Está cheia de terra –ela estalou os dedos e apontou para um armário no canto, onde um cabide com um macacão de couro estava pendurado. –Alguém ajude a menina a vestir isso, por favor. Fui eu mesma quem desenhei, Alícia -sorriu.

A menina garantiu que conseguia vestir aquilo sem ajuda e se arrumou em poucos minutos. A peça lembrava-a do uniforme que as côndefas de Tabata usavam. Era um macacão de couro verde escuro com mangas três quartos que a fazia sentir uma espiã de desehos animados. Prendeu o cabelo num rabo de cavalo e tirou algumas manchas de terra de seu rosto. O cinto com as seis facas combinava bem com a roupa, a qual facilitava movimentos que com as jeans seriam impossíveis. Ela ainda ficou admirando a si mesma no espelho do quarto, mesmo depois de Tâmara terminar seu banho, se trocar e arrumar seus longos cabelos maravilhosos.

-Está ótima, menina –Tâmara falou, aproximando-se. Vestia agora um vestido verde-água com saia mullet e diamantes no decote. Parecia exageirado para um simples jantar, mas se tratando de Tâmara, Alícia não estava impressionada. –Vamos até a sala de jantar comer alguns pães e queijos. Não será um jantar tão agradável.

_*_*_*_

Alícia estava nervosa. Ana Vitória tinha saído da sala de jantar ha trinta segundos e ela já estava suando. As palavras da representante ressoavam na mente de Alícia enquanto ela contava as facas em seu cinto. "Elas chegaram, senhora". Uma faca. Tâmara arrumou a postura na cabiceira da mesa cumprida e pediu que servissem mais pão. Duas facas. A princesa olhou para Alícia e piscou, sorrindo, dizendo para ela manter a calma. Três facas. Passos no corredor foram ouvidos; um salto alto, uma sandália e um sapato. Quatro facas. Quanto mais ela contava, mais pesadas elas ficavam; mais afiadas elas pareciam, mais a menina arrependia-se de não ter ido embora. Cinco facas.

-Boa noite, irmã –Tâmara sorriu com o canto dos lábios. O tigre branco rugiu, seus pelos arrepiaram-se e ele deu uns passos para frente.

-Não comece, Tâmara –Tamires falou por entre os dentes, sentando-se na outra ponta da mesa sem pedir permissão. Alícia não acreditava que ninguém mais achasse completamente assutador que Tamires estivesse usando um vestido exatamente igual ao da irmã, porém na cor azul escuro.

Seis facas. Ela terminou de contar assim que Missie passou pela porta do salão. Ela franziu o cenho, e Ana Vitória sussurrou algo preocupado em seu ouvido. O pão cortado e quentinho foi servido, e as representantes permaneceram em pé.

-As duas têm que conversar –Missie falou com uma determinação estranha para ela e cruzou os braços.

-E quem é você para me dizer isso? –Tâmara perguntou, mergulhando uma fatia de pão em seu vinho.

-Eu? Ninguém importante aqui nessa província –Missie descruzou os braços e apoiou-se na armação de guarda-chuva de metal que ela carregava. Alícia não tinha reparado naquilo até então, mas entendeu uma coisa que a assustou. Tamires tinha pedido a mesma coisa que Tâmara para sua representante e protetora. Se a princesa dos céus quisesse, Missie acertaria um raio no couro cabeludo da brasileira. –Mas são ordens da rainha.

-Ela só quer que vocês conversem, senhoras –Ana Vitória falou, cuidadosa. –Estar em guerra significa também estar em paz. Precisamos de união para prevalecer.

As gêmeas reviraram os olhos em sincronia. Pareciam duas crianças recebendo um sermão de seus pais. Tamires banhou sua fatia de pão em mel e engoliu metade sem se dar ao luxo de mastigar. Missie lançou um olhar significativo a ela e a princesa respirou fundo.

-Ora, vamos! O que pode haver de tão ruim em conversar? –disse. –Se decidirmos que nada mudará, ao menos tentamos.

-Ou podemos simplesmente continuar dessa maneira até o fim de nossos dias e lembrar nossa querida rainha de que nossas vidas pessoais não dizem respeito a ela –Tâmara sugeriu, sempre sorridente.

-Isso é inútil –Tamires levantou-se, nervosa. –Você é uma ignorante. Vamos embora desse castelo de merda, Missie.

Então Alícia entendeu o que Tâmara queria que ela fizesse. Ela jamais iria ferir aqelas pessoas, mas podia mostrar que, se fosse preciso, poderia. Arremessou uma faca que fez um pequeno corte no nariz da princesa dos céus. Alícia não conseguiu absorver as próximas informações no momeno em que aconteceram, e só foi entender quando estava levantando do chão. A menina sentiu um calor absurdo em seu braço direito que a paralizou por completo. Seus músculos comprimiram-se e esse calor pareceu subir por seus tendões até atingir seu rosto e força-la a torcer a mandíbula pela dor. Além de tudo, fora um impacto tão forte que a jogara contra sua cadeira e a fizera cair de cabeça no chão de pedra. Ela se levantou com dificuldade, sem conseguir mexer os lábios ou o braço, e viu o guarda-chuva de Missie apontado contra ela. Ana Vitória estava a pedir calma para todos. Tâmara ria doentiamente enquanto Tamires continuava parada, incrédula.

-O que você pensa que está fazendo? –Missie perguntou para Alícia, sem abaixar sua arma.

A menina não conseguia responder. Sentia como se seu braço continuasse a torcer-se para dentro e a respiração estava difícil.

-Pelo menos em uma coisa concordamos, irmã –Tâmara falou, levantando-se. –Isso é inútil.

Tamires correu de onde estava como se não vestisse sapatos de salto alt e alcançou o pescoço da irmã. Bateu com a cabeça dela na mesa e grunhiu, irritada. Seus olhos estavam cheios de trovoadas e raios nervosos, como um céu num dia de tempestade. Fora do castelo, ouviu-se um raio partindo uma árvore, e Tâmara sorriu. A mão que apertava o pescoço da princesa brilhou com o poder da eletricidade que passava dela para a irmã. O sorriso da princesa da terra tornou-se vermelho; o sangue escorria por suas bochechas vagarosamente. E ela continuava a rir. Gargalhava sem nunca engasgar-se em seu próprio sangue. Quando Vitória começou a envolver as pernas de Tamires em plantas cheias de espinhos, Missie balançou seu guarda-chuva para atingi-la. Alícia não sabia o que fazer e não queria fazer nada. Estava arrependida de ter começado aquilo. Contudo, ela agiu. Não precisava de seu braço para que as facas planassem em sua frene, nem para que voassem em direções diferentes. Duas delas foram para a princesa de azul, cravando em seu ombro e parando o fluxo de energia que atingia sua gêmea. As outras três furaram ou arranharam Missie Skyes. O guarda-chuva caiu no chão pelo braço inutilizado, as duas gritaram ao mesmo tempo e a polarista virou o rosto para não ter que assistir àquilo.

Ainda mais desacreditada, Tamires tentou dar um passo para trás, mas enroscou-se nos espinhos e caiu no chão. Castrp foi o mais rápido a tomar uma atitude. O tigre branco pulou contra a princesa e mordeu sua clavícula com uma fome de justiça estampada em seus olhos velhos. O grito da princesa foi ainda pior do que o de Missie. Tâmara apoiou-se em sua cadeira para encarar a irmã e tossiu seu sangue contra a cena de seu fiel tigre dilacerando o ombro dela. Os cabelos castanhos da princesa estavam espalhados pelo chão e manchados de vermelho. A boca do tigre salivava e mexia-se para a esquerda e para a direita, lentamente mastigando o ombro dela. Alícia quis gritar para que ele parasse, para que todos parassem, mas não conseguia. Algumas batidas fortes fizram a porta do salão tremer. A menina esperava que fossem os guardas e tentou respirar fundo para se acalmar. Ela não estava pronta para assistir a um tigre assassinando uma pessoa. Castrp levantou a cabeça, rugiu, e tremeu quando um outro raio de Missie atingiu suas costas. A representante dos céus não parou de atirar contra ele até o animal estar no chão, tremendo violentamente e sem conseguir respirar.

-O que você fez? –Tâmara gritou o mais alto que conseguiu e caiu de joelhos no chão.

Nesse momento, homens de uniforme passaram pela porta e tudo se acalmou. Eles levaram Vitória aos gritos, e Alícia colaborou ao ser carregada pelos corredores do castelo. Tâmara gritava, engasgava, tossia e resistia aos braços fortes dos guardas. Olhava seu tigre e ignorava sua irmã desesperada. A última coisa que Alícia viu antes de sair da sala foram os olhos assustados de Missie. Algo dentro da menina superou o susto, a adrenalina e o medo, e a fez sorrir. Recolheu todas as suas facas ainda sendo carregada e finalmente conseguiu respirar fundo.

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