XIV -Dave
Em uma semana, muitas coisas haviam sido decididas para Argia. O quarto antigo de Thaila havia sido redecorado com muitas almofadas macias e as paredes pintadas de rosa. Os projetos para seus jardins e seu novo trono já estavam em andamento, e ela parecia muito contente. Os príncipes dormiram no Castelo de Vidro por três noites, tendo reuniões todos os dias, às vezes mais de uma vez por dia. Eram encontros muito complicados e delicados, Dave estava odiando aquilo tudo. Teresa, Tamires e Edgar não conseguiam acreditar na menina. A princesa dos céus não queria deixar ela dentro do Castelo de Vidro, e a das águas não queria que Thaila falasse sobre isso com o povo. Edgar, por outro lado, queria apenas que pensassem melhor antes de tomar qualquer decisão. Elias e Elói protegiam-na em exesso. Defendiam sua palavra, ajudavam-na com tudo o que precisava e tentavam convencer os outros que deviam ouvi-la e ajuda-la. Tâmara ficava calada, surpreendentemente, na maioria do tempo. Abria a boca apenas para acalmar os irmãos. E Thaila estava irritada. Tanto que usava leis de sua avó contra Argia e fazia questão de usar a palavra 'bastarda' a cada três frases. O pior é que ninguém se importava com Nicolle. Eles falavam com, sobre e por Argia, mas não se preocupavam com a outra menina. E deveriam. Nicolle ainda estava mal. Havia melhorado, estando dentro de Érestha, mas ainda assim estava doente e fraca. Dave foi o único a menciona-la.
-É, a outra menina não está bem –Elói concordou, como se, de repente, se importasse. –Vamos achar uma cura, alguma maneira de adapta-las melhor no mesmo corpo. Não se preocupe, Dave.
-Isso é ridículo –Tamires comentou. –Já passou pela cabeça de vocês que isso pode ser um truque? Parte do plano de Tabata, para nos enganar, para entrar aqui no castelo... Alguem poderia, por favor, preocupar-se em silênciar Tabata de uma vez e não deixar o reino inteiro cair em desgraça, não deixar que a morte de nossos pais seja em vão!
-Acalme-se, irmã –Thaila pediu com paciência. –Já se passou por nossas cabeças, é óbvio. Mas há o livro de mamãe, a pedra em seu pescoço e não podemos negar que há mais de uma pessoa naquele corpo.
-E como pode ter certeza de que é Argia? Pode ser qualquer um!
-Há uma maneira muito simples de resolver isso –Elias falou, sorrindo. –Basta que ela se curve para você e transfira parte de sua aura para a rainha. Se for mesmo Argia, vai funcionar como funcionou conosco. Se não... Bem, ai teremos um problema. E ela já está disposta.
_*_*_*_
O quarto novo de Thaila era duas vezes maior. A cama com as cobertas roxas e douradas, o armário branco com portas de correr, o baheiro... era tudo enorme. A varanda daquele quarto também era enorme e Thaila havia colocado sua mesinha de chá ali. Dave esteve sentado na borda de sua cama por quase trinta minutos enquanto a rainha tomava banho. Seu jantar de aniversário era em duas horas, e logo em seguida iniciaria-se a festa. Ele já havia tomado conta de todos os detalhes naquele ano, para poder relaxar um pouco naquela data. Sua mãe estava com os Weis e Lorena, esperando ansiosamente por essa celebração. Ele queria ter passado mais tempo com Maria antes de ir para a escola. Sentar e conversar com a mãe, como fizera com Rick. Sentia que precisava dizer que a amava.
-Dave? –Thaila chamou.
Ele levantou-se, esperando que ela pedisse alguma coisa, mas não o fez. Andou até a porta do banheiro e segurou a maçaneta redonda e dourada, relutante. Ela chamou-o mais uma vez, então girou e empurrou a porta. O piso do banheiro estava quase completamente coberto com bolhas. Da banheira de hidromassagem que ficava no mesmo nível do piso surgiam ainda mais bolhas, sendo criadas conforme o sabão misturava-se com a força d'água. À direita havia uma ducha com uma porta transparente. O chuveiro estava ligado e a água escorria para todos os lados, mas Thaila não estava ali dentro; estava enterrada até o pescoço nas bolhas. A luz que entrava pela janela desenhava um caminho no ar até a cabeça dela, e deixava seu rosto nas sombras. Ela segurava uma taça de champagne pela metade na mão direita e uma garrafa vazia na outra. Seus cabelos haviam sido presos num coque para evitar que se molhassem, mas ela provavelmente havia mergulhado na banheira e suas mechas pingavam nas bolhas. Geralmente, Dave odiava estar rodiado por tons de roxo, mas agora ele sentia falta deles. Era tudo tão branco que alguns segundos ali dentro já o faziam enlouquecer. A rainha jogou a cabeça para trás, levantou um braço e apontou para o chuveiro.
-Pode desligar, por favor? –pediu.
Dave nunca havia visto Thaila tomar mais do que três taças de qualquer coisa. Contudo, a embreaguez de sua voz e movimentos não era estranha, mas, de alguma maneira, se encaixava nela. Ele andou pela água, tomando cuidado para não escorregar, e desligou o chuveiro. Ela apontou para um roupão de algodão pendurado e Dave andou até ele. Thaila fez menção em levantar-se, mas decidiu que puxar a peça para dentro d'água era uma melhor opção. Vestiu-se na banheira e enfim pôs-se de pé, enxarcada e ainda cheia de sabão pelo corpo. Andou até o armário e colocou o copo e a garrafa em uma prateleira. Olhou para Dave pelo reflexo no espelho daquela parede e sorriu.
-Por que você não gosta de Argia? –ele perguntou, acreditando que a bebida faria ela responder honestamente.
Thaila revirou os olhos e torceu os lábios, como uma adolescente desinteressada. Andou até Dave e abraçou-o, ainda completamente molhada. Acomodou sua cabeça no ombro dele. Dave crescera, e estava agora mais alto do que Thaila por alguns centímetros. Conseguia ver perfeitamente as raizes pretas de seus cabelos crescendo contra o roxo. Ele também tinha um começo de barba em seu rosto que conseguia ser bastante irritante. Não se sentia diferente, ou crescido, mas ninguém perdia a oportunidade de fazer comentários sobre ser um adulto ou ter que aprender a fazer a barba sem sangrar. A rainha passava suas unhas por essa barba e permanecia em silêncio. Afastou seu rosto e olhou-o nos olhos. Dave teve certeza de que os dela eram violetas naquele momento, assim como teve certeza de que voltaria a ter dúvidas entre esta cor e azul claro em alguns minutos.
-Você está muito alto, Dave –ela comentou. Pôs-se na ponta dos pés para beijar-lhe a testa.
-Por que, Thaila? -o menino insistiu. Colocou as mãos em sua cintura e empurrou-a para trás com cuidado, afastando-a sem deixar que ela escorregasse no sabão.
-Pelo mesmo motivo que estamos em guerra –ela voltou a se aproximar e continuou a explicação sussurrando no ouvido dele. –Ela tem algo que deveria ser meu. O legado da vida era meu, eu deveria reinar com ele. Mas que seja, ela é minha meia-irmã e ponto final. E não se preocupe: não vou tentar assassina-la.
-Seja boa com ela –pediu.
-Acha que não sou boa o suficiente para sua amiga?
-Não foi o que eu disse –ele empurrou os ombros dela, e a rainha encostou sua testa na dele, fechando os olhos. Ela estava chateada e extressada desde a morte do pai. Tentava disfarçar com seu sorriso e com os jantares em familia, mas havia muita frustração dentro dela, quer isso envolvesse Éres ou não. –O que houve, Thaila?
-Fora todo o extresse e o luto? -suspirou -Eu mandei uma carta para um amigo –ela contou, ainda de olhos fechados. O cheiro de champagne em seu hálito estava deixando Dave tonto. –Estou com saudades e queria encontra-lo. Mas ele nunca apareceu e nem falou nada. Eu só precisava de... dele.
-Se eu encontrar essa pessoa –ele abraçou-a –eu trago até você com amarras nos pulsos. Não vou deixar que ninguém te faça sentir qualquer coisa que não seja pura felicidade.
Ela olhou para ele como se o menino fosse a coisa mais maravilhosa de Érestha. Algumas lágrimas sairam de seus olhos para juntarem-se a àgua que viera da banheira. Thaila levantou o rosto numa medida suficiente para que um ou dois milímitros de seus lábios tocassem os de Dave. Ele não estava em um pouco a vontade com aquilo, mas não mexeu um músculo. Contrário à razão que dominava seu cérebro e mandava-o permanecer absolutamente imóvel, seu coração estava acelerado. Beijar Thaila seria a coisa mais errada a se fazer em qualquer ponto de sua vida. Ela era vinte e quatro anos mais velha do que ele, fora namorada de seu pai e era uma rainha. Ele jamais negaria que Thaila, assim como todas as suas irmãs, era uma pessoa atraente. Desde sua personalidade até suas feições, ela era muito bonita. Especialmente quando vestia apenas um roupão branco encharcado e ignorava completamente todas as regras do pudor que Dave achava que existiam. Mas nada disso jamais superaria qualquer outro motivo que ele tivesse para ficar bem longe dos lábios reais dela. Para seu alívio, Thaila apenas sorriu e voltou a fechar os olhos.
-Vá trocar essa camisa molhada, Fellows –afastou-se. Beijou sua bochecha com muito carinho. –E obrigada por ser sempre tão perfeito. Te vejo no jantar.
Ele não demorou para se trocar e descer até a sala de jantar. O evento não foi tão estranho quanto Dave esperava, em relação à princesa bastarda. Argia estava sentada ao lado de Elói e Rick, e eles conversavam entre si. A princesa estava muito nervosa, e extremamente fascinada. Ela dizia que Nicolle pordia ouvir tudo o que aconteceia, e era bizarro ver Rick conversando com ela e Elói com Argia.
-Como é? –Elói perguntou para Argia. –Vocês duas se dão bem?
-Claro que sim –sorriu. –Pensamos igual e vemos o mundo do memo jeito. Eu sei tudo o que ela pensa, e ela sabe tudo sobre mim. Não existem segredos, como verdadeiras irmãs.
Tâmara levantou as sobrancelhas e riu, como se Argia tivesse falado a coisa mais ingênua que ela já ouvira. Elói atirou uma colherada de purê de batatas em chamas contra a irmã, e todos surpreenderam-se quando foi Tamires quem mandou que ele parasse e chutou a perna dele por debaixo da mesa. Um silêncio incrédulo pairou pela mesa até Thaila puxar assunto com Elias. Tâmara encarava a irmã gêmea com muita confusão, e parecia que ela considerava correr e abraça-la. As duas tinham problemas há muitos anos, e tudo começara por que uma delas não cumprira com a promessa de proteger a oura. Antes, elas se amavam, eram inseparáveis, e Thaila queria muito que elas voltassem a ser como naquela época. Dave não sabia ao certo, mas tinha certeza de que Missie e Ana Vitória, suas representantes, tinham algum plano para uni-las. As feições no rosto de Nicolle pareciam nervosas por ter causado aquilo, mas não foram nada comparadas à quando teve que apresentar-se para o reino.
A cerimônea do aniversário de Thaila e ano novo do reino ocorreu normalmente, no começo. Foi triste não ter Éres ali, mas os irmãos dela souberam contornar a situação e arrancar risadas escandalosas de todos. Ver Thaila sorrindo era incrível, para todos. Quando todos acharam que a festa tinha acabado, a rainha disse que precisava contar uma coisa extraordinária para todos. Começou contando sobre a pedra de Argia, que tinha pedido para Dave tirar de Érestha. Depois, pediu que Nicolle entrasse na varanda. Ela estava tremendo, e não queria olhar para a multidão. Thaila segurou a mão dela e explicou sobre toda a situação. Nicolle concentrou-se e, pelos telões espalhados por todo o jardim da frente do castelo, os olhos castanhos dela foram substituidos pelos verdes. Quando as pessoas ouviram que aquela era Argia, surtaram. Thaila explicou a versão de Missie e Riley sobre como fazer de uma pessoa hospedeira de outra, e todos acalmaram-se. Ela fez menção ao livro da rainha também, dizendo apenas que Thaís tinha deixado uma mensagem sobre isso. Então, Argia segurou as duas mãos da rainha e ajoelhou-se. Ela jurou ser leal à ela e a seu reinado, jurou ajudar contra Tabata e jurou que aprenderia a ser uma boa princesa para o reino. Dave sabia que todos os príncipes estavam segurando suas respirações naquele momento, esperando para ver se aquela era mesmo filha de Thaís. Mas não Dave. Ele acreditava em Nicolle.
Como ele já sabia que aconteceria, a pedra em seu pescoço brilhou intensamente e emitiu uma espécie de fumaça de luz que envolveu o corpo de Thaila. Ela respirou fundo e absorveu todo aquele novo legado, e Dave sentiu. A marca em seu braço transmitiu uma sensasão incrível de felicidade e amor que Thaila estava sentindo. Ela agora podia cuidar da vida de cada coisa que respirava naquele reino, cada animal, cada planta, cada ser-humano. Ela abraçou a irmã bastarda e sussurrou "me desculpe" para o público não ouvir. Não que escutariam, de uma forma ou de outra. Eles apladiam e gritavam como loucos. Os fogos de artifício foram iniciados e um belo show de luzes explodindo formou-se na noite mais bela de Érestha.
Tamires, Teresa e Edgar pediram desculpas por duvidarem dela, e a menina disse para não se preocuarem.
-Às vezes nem eu acredito –admitiu, sorridente.
-Vamos organizar mais uma festa! –Elói gritou, animado, colocando os braços em volta do pescoço de seu filho supostamente adotivo, Adam. –Boas vindas para Argia. Ou, bem-vinda de volta, se for melhor. Neste fim de semana, depois de...
-Certo, certo –Thaila interrompeu-o, sorridente. –Façamos uma festa para ela, mas calma. Acabamos de sair de outra. E agora ela deve frequentar a escola, não se esqueça.
-Desculpe. Fiquei empolgado –ele sorriu e beijou a testa de Argia. –Bem-vinda de volta ao Castelo de Vidro.
Ela chorou lágrimas de emoção e abraçou-o. Thaila queria que Dave passasse a noite ali, mas ele gentilmente recusou. Ele tinha que ir para a casa de Tia Rosa, jogar dardos com os Weis e iniciar uma guerra na piscina. E foi o que fez. Nicolle e Rick foram juto dele, mas não particiaram nesse ritual entre Dave e os gêmeos. Os três acabaram dentro da piscina, e subir até a janela de Riley pingando foi um sacrifício. Por sorte, o legado de Tâmara estava bem mais forte e ele conseguiu que os ramos das flores e cipós criados por ele formassem um escada pouco estável, mas que ajudou bastante. Alícia passou a noite junto dos meninos, assistindo filmes do Jim Carrey e acertando os alvos na parede com seu legado. Ela fez isso vendada, de costas e com mais de um dardo de uma vez. Era ótimo ver o legado dos amigos ficando cada vez mais forte. O de Dave também estava evoluindo. Ele encontrava as passagens por Érestha e identificava o legado das pessoas com muita facilidade. O lado ruim é que sua empatia e retrocognição também estavam melhores. Ele conseguia acessar o passado das pessoas quase sem esforço nenhum, mas não sabia controlar isso muito bem. Quando Thaila estivera próxima demais dele, ele vira uma versão poucos anos mais nova de seu rosto adolescente abraçando e beijando um rapaz da sua idade. Aquele não era seu pai, ele tinha certeza. Primeiro por que Reginal conhecera Thaila quando ela já tinha completado dezoito anos, depois que aquela pessoa não tinha olhos azuis, mas castanhos. O som daquela memória refletia bem o que Thaila estivera pensando. O ambiente era uma festa muito agitada em um bar, mas o som da música e das pessoas não existiam. Havia apenas o bater acelerado do coração da menina e o estalar dos beijos. Naquele momento, Thaila estava apaixonada, e agora, sentia saudades. Ele tinha pensado que sua rainha estivera perto de o beijar por uma mistura perigosa de champagne e saudades de Reginald, mas estava enganado. Ela queria aquele menino de sua memória alegre. Ela provavelmente nem percebeu que ele vira aquilo, ou não estava nem aí. Dave queria aprender a não deixar que emoções escolhessem o momento certo de ver uma memória. E queria também achar aquele menino, que hoje deveria ser um homem, caso não tivesse sob o efeito da poção élfica que para o envenenamento. Ele já até tinha suspeitas de que sabia o nome do sujeio; Thaila mencionara em sua primeira reunião como rainha quando contara para os irmãos que não gostava de algumas leis de sua mãe. Ethan Nova.
-Dave –Riley acordou-o de seus devaneios –Como foi lá hoje? Com Nicolle e Argia?
-Bem... Não sei, normal. Nem todos estão felizes de tê-la lá, e isso incluí Thaila, mas vão ter que se acostumar. E o livro, alguma ideia?
-Não –ele estava frustrado. –A sessão de livros da rainha Thaís contém apenas literatura, nada sobre isso. Estou enlouquecendo.
-Vamos dar um jeito –Alícia sorriu para o irmão. –Se não, O Mago Roxo não teria dado isso para você, mas para alguém...
-Mais inteligente? Melhor? Que saiba mais sobre as coisas? –Dave debochou.
-Diferente –Alícia concluiu. –Ia dizer diferente.
-É para isso que sou seu amigo? –Riley sentu-se na cama, rindo e preparando um ramo para prender Dave ao pé da cama. Era para ser discreto, mas Dave já havia percebido, e esticava a mão para alcançar Mata-Touro no criado mudo. –Para ser constantemente humilhado?
Alícia tomou o lado do irmão nessa briga e jogou a espada de Dave para perto da porta com seu legado. A planta de Riley prendeu o pulso de Dave e puxou-o para baixo, apertando mais e mais conforme ele tentava se soltar.
-Que pena –Riley abriu a porta do frigobar e tirou um saco de batatas e um ppacote de doces que eles haviam combinado que era de Dave. –Parece que alguém terá que assistir enquanto nós provamos esses deliciosos doces e essas batatas salgadas.
-Isso é maldade, Riley! –O menino havia falado sobre aquelas batatas por três dias, e quando Dave finalmente iria prova-la, o carioca tomava dele e despejava tudo em sua boca e na de sua irmã. –Me solte, qual é!
-Admita que sou o melhor... em tudo. O melhor em qualquer coisa e você não dorme no chão essa noite –ele falou de boca cheia, abrindo o pacote de doces.
-Não –ele riu. –Você não vai fazer isso.
Alícia esticou-se para apagar a luz e deitou-se, espaçosa, na cama à qual Dave estava amarrado. Colocou uma boa quantidade dos doces em sua boca e deu risada, quase engasgando-se.
-Boa noite, Dave Fellows –ela falou.
Apesar dos gritos, cantoria e piadas ruins, nenhum dos dois levantou-se para desamarrar Dave. Ele cortou o cipó com os próprios dentes e empurrou Alícia da sua cama. Os três só conseguiram dormir às duas da manhã, quando tudo havia se acalmado e eles finalmente pararam de dar risadas. Ele sentia-se renovado quando fechou os olhos, e continuou assim ao sonhar com o sorriso de Bianca Vallarrica.
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