T4:C2 - Trato
No quinto soco uma jorrada de saliva rosada escapou da boca de Bruce, interrogado há mais de uma hora por Duane e Marian, esta de braços cruzados e encostada na mesa no canto da sala.
A diretoria da escola eram onde se encontravam. Bruce tinha as mãos amarradas atrás da cadeira no centro da sala, que teve as carteiras afastadas especialmente para recebê-lo.
Duane moveu a cabeça dele para frente, segurando delicadamente seu queixo salivado. O negro esbelto curvou-se para encara-lo no olho.
– Por que não facilita as coisas, filho?
– Ele não vai falar. - resmunga Marian, atrás do pai.
– Hora ou outra sempre falam. - endireita a coluna. – Vamos, garoto. Não quero te desfigurar.
Bruce ergue o olhar para o grandão musculoso.
– Pois é isso que vai ter que fazer, chefe. - sorri, mostrando seus dentes sujos com o sangue que escapa das gengivas. – Eu não vou dizer nada.
– Legal. - Marian se aproxima. – Deixa que eu assumo daqui. - parou ao lado do pai.
– Marian.
Ela o olha, franze a testa.
– O quê? Sou mulher demais pra esse tipo de coisa?
– Vem cá. - a chama para próximo da lousa. Ela vai. Antes que continue, Duane dá uma olhadela no espancado. – Como pretende fazer isso?
– A moda antiga. Talvez do meu jeito ele fale. Apenas observe. - puxa sua Taurus, despeja as balas na mão e deixa somente uma no tambor.
– Que clichê. - comenta Bruce.
Marian o olha com desdém, gira o tambor, vai em sua direção e para a arma em sua virilha.
– Golpe baixo, querida. Por que não se ajoelha e faz algo melhor que isso pra mim?
– Última chance. - ela rosna.
– Não vou dizer nada.
BAAAM.
O tiro foi surpresa para todos na sala, que pularam com o estrondoso. A bala alojou entre as pernas dele, que caiu de lado gritando e xingando a moça dos nomes mais feios.
Marian tampa a boca e arregala os olhos.
– LOUCA! VADIA! DEMENTE! - Bruce se retorce no chão.
Isso não impede Duane de virar o sujeito atrelado a cadeira de barriga para cima e pressionar o peso de sua bota na região atingida.
– AHHHHHH. - se contrai.
– Seus postos! São quantos?!
– Sete! Sete! Meu Deus do céu!
– Eu quero nomes! - força a sola entre as pernas.
– Duas na Dawner 85! Uma na Sky Road. Outra na avenida Sulivan 308.... - pausa respirando fundo. –... três nas redondezas da Park Sloan!
Duane assente a filha, que não demora a passar sobre o castrado e permitir a entrada dos dois médicos locais. Tyler e Clara entram já focados no homem ao chão. Duane tira o pé sobre o sujeito e dá espaço para os médicos agirem.
A dupla levanta a cadeira.
– Atirou no pênis dele? - indaga Tyler ao ver o ferimento.
– Foi um acidente. Pegou? - olha para a filha.
– Sim. Vambora.
* * *
A manhã na School City era marcada por trabalho árduo em todos os lugares. Carros são fortificados com telhas de ferro, lanças recém forjadas pelo ferreiro do TERMINAL - que assim como mais cinco membros de lá, ficaram para contribuir no preparo de tudo.
Eddie chegou movendo o carrinho de mão repleto de ferramentas e o parou próximo a Harry.
O garoto caolho olha para o carrinho e depois para o motorista exausto.
– Tudo bem? - Harry continua a afiar a faca na pedra sobre o balcão empoeirado.
– Nunca fiz isso antes. - olha em volta. – Confesso, eu e o pessoal não fazíamos nada além de fumar um no banheiro e reclamar da vida. Me sinto um inútil.
– Você viveu do seu jeito. Mas veja, talvez o que esteja pra acontecer possa acabar com seu luxo. - lhe entrega a faca recém afiada. – Por isso agora todo mundo tem relevância.
Eddie guarda a lâmina no cinto e assente para o rapaz. Pega o carrinho e volta a caminhar em direção aos construtores.
Sob a plataforma de vigia do lado sul dos muros, trazendo mais uma placa de ferro em direção ao carro, Newt e Axel param ao ver a aproximação de Duane e Marian.
Estando Phillip e Cristina por perto, também se juntaram na presença deles.
– O que conseguiram? - Cristina indaga quando param dois metros da dupla.
– Sete postos avançados. Parecem ter olhos em tudo. - diz Marian.
– É. Mas não dá pra saber se é verdade. - comenta Duane. – Ele podia ter falado qualquer merda pra se livrar daquela situação.
– O que fizeram? - Newt franze a testa, curioso.
– Meio que ele perdeu o pinto. - diz Marian.
Os ouvintes assentiram, arrependidos em saber o motivo.
– Bem, se é assim, então, é melhor que um pequeno grupo vá checar os endereços. - Cristina dá ideia. – Vai ser menos perigoso e não estaremos arriscando tanta gente.
– Tem razão. - concorda Axel. – Tô dentro.
– Beleza, grandão. Escolha quem puder. - diz Phillip.
(...)
No painel do conversível, Axel dá uma olhada de canto a esposa no banco carona e escapa uma risada, atiçando ela a olhar.
– Qual a graça?
– Nosso azar. Chegamos naquele lugar tem o quê? Três semanas?
– Por aí.
– E olha pra nós agora. Chegamos e fodemos com tudo. - dá um sorriso debochado. – Quando eu passei por aquele portão achei que teria ao menos um dia de folga.
– Ficar em coma não foi o suficiente?
– Já levei tiros piores. Aquilo não deu nem pro cheiro.
A dupla no banco de trás, Newt e Caroline, sorriem com a conversa do casal. Caroline apoia o cotovelo no vidro direito do carro e encosta a cabeça.
– Pelo menos temos maior vantagem agora. - comenta ela.
– Qual seria? - Neiva olha para trás.
– Sabemos o que nos espera. Não tô com o mesmo receio de antes, como foi no primeiro ataque.
– Isso é bom. - Newt disse, coça a cabeleireira ruiva. – Mas é melhor não contarmos vantagem ainda. Fizemos isso antes e não foi legal.
O silêncio paira no utilitário, até o militar fortão avisar que chegaram. Ele encosta o Camper fora da estrada, quase entrando na floresta adjacente.
Quando saem, deixam mais uma garantia de camuflagem com duas camadas de arbustos sobre a lataria.
O grupo se separa, assim como planejado, Axel e Neiva seguem para leste, os outros dois, oeste.
* * *
É Thomas que comanda o volante enquanto Phillip assume a navegação. Ele mantém o foco no mapa e no prisioneiro amarrado no banco de trás, pelo retrovisor.
Suleiman está entre Jack e Cristina, sempre soltando um sorriso forçado quando Phil o olha no espelho. O último banco do utilitário de viagens conta com Han, Carly e Vanessa.
– Eu recomendo que me livrem das amarras, porque não vai pegar bem quando meu pessoal vê-las.
– Eu recomendo que você fique quieto. - Thomas retruca.
– Qualé. Tô sendo amigável. Eu podia ter ferido vocês.
– Quer dizer que sua primeira aparição foi só um pega-pega? - Phillip fala sem tirar os olhos do mapa.
– Fariam o mesmo que eu. Aliás, como eu vou me virar num carro com sete pessoas, sendo que três estão aqui atrás como garantia?
– Cê pode ser um kamikaze. - Carly diz do último banco.
Suleiman olha sobre o ombro.
– Ah. Claro! - bufa, volta o foco a frente. – Vamos manter o árabe preso porque foi Bin Laden o responsável pelo onze de setembro.
– Faz um favor e cala a boca. - murmura Jack, focado na janela.
(...)
Meia hora depois o utilitário faz a curva para o pórtico em espiral que tem o nome do recinto em branco metal.
WEST ZOO
O muro de tijolos é alto e contém estatuas de leões sobre as pilastras que sustentam o portão de madeira. Seiva e cipós dominam pequenos buracos entre os tijolos e o cheiro natural das plantas invadem as narinas dos passageiros.
– ALTO! - o guarda berra na vigia.
O utilitário freia na hora e Suleiman quase vai para frente do painel.
– E agora quem é esse? - Thomas se estica para fitá-lo.
– É o Ron. - diz o árabe. – Me deixem falar com ele.
Thomas e Phillip se olham por segundos. O líder concede a liberação dele e Cristina parte as cordas de seu pulso.
Aos poucos o carro é esvaziado, ficando somente Thomas no volante.
O guarda abre um sorriso ao ver o rosto conhecido, mas franze o cenho logo em seguida para o restante.
– Quem são esses, Suleiman? - indaga alto para que ouçam dali de baixo.
Suleiman para entre Han e Jack, põe as mãos nos ombros de cada um, que se encolhem momentaneamente.
– Amigos. - abre um sorriso. – Eles me deram uma carona. Temos assuntos a tratar. Poderia abrir?
Ron, um rapaz aparentando 25 anos, tem a pele olavo mais destacada no sol ali em cima, os olhos pequenos e castanhos espremidos junto ao cenho franzido que transparece sua relutância em permitir a entrada deles.
– Peça pra largarem as armas.
– Sem chance. - Vanessa adianta.
– Tudo bem. - Suleiman intervém. – Eles são gente boa, Ron. Confie.
Silêncio.
– Podem abrir! - diz ao pessoal do outro lado.
O portão de madeira nogueira é aberto aos poucos, revelando as cinco figuras que lhe recepcionam empunhando lanças. No meio deles, uma moça de cabelo volumoso e cacheado abre um sorriso ao ver Suleiman, que vai até ela de braços abertos. Eles se encontram num abraço forte.
Os visitantes, receosos, passam pelo portão. Thomas entra por último e vê os portões se fecharem sobre o ombro.
A moça foca os olhos âmbar nos desconhecidos e se separa do abraço.
– Quem são?
– Eu já explico. - vira-se. – Venham. Vamos conversar num lugar mais reservado.
* * *
Samora bate três vezes na porta antes de ter a permissão de entrada. Quando aberta, o escritório reformado se mostra melhor do que da última vez que ela esteve ali - dia em que seu líder e Phillip se desentenderam.
A lareira tem a chama acesa, há um tapete felpudo no centro, uma mesa de madeira escura a esquerda cheia de livros empilhados – também conta com a presença de um uísque 12 anos – e a estante larga no canto direito do cômodo que é reorganizando pelo sujeito alto.
– Gale?
– Sim? - põe um livro no lugar, sem olhar para a moça.
– Como se sente? - fecha a porta e fica encostada.
– Bem. - pega mais um amontoado de livros de diversas cores e os separa por gênero. – E você?
– Ótima. Eu queria falar com você.
Gale vira o rosto para ela, mostrando os hematomas roxos na bochecha e no canto do lábio, um curativo no nariz machado de sangue e um inchaço no olho direito.
– Estou ouvindo. - volta a guardar os livros.
– Durante a noite, peguei algumas armas do arsenal...
– E as entregou pro Phillip. - adianta, voltando a olhá-la. – Eu já sabia. Você marcou na lista, mas Parker te viu sair com os outros. Ele ia atrás de vocês.
– Bem, ele não chegou a tempo.
– Não, eu pedi pra que não fosse.
Samora arqueia a sobrancelha.
– Como é? Por quê?
– Essa semana em coma me fez repensar sobre o que fiz. E saber que você saiu e conseguiu juntar um pessoal pra te ajudar, só colaborou ainda mais pra que eu mudasse de ideia. - encara a capa de um livro esverdeado. – Eu acho que a surra também ajudou. - sorri.
Ela acaba por rir também, mas logo para.
– Desculpa. - tampa a boca.
– Não, é sério. - a olha. – Se desistir significa perder amigos e o respeito que tenho pelo meu povo, então prefiro me arriscar.
– Então, vai lutar? - franze a testa.
– Vou. - guarda o livro entre os demais. O título prateado na lombada se destaca: TEOTWAKI. – Será que o Phil tá aceitando visitas?
– Claro. - confirma, sorrindo.
* * *
– Posto da avenida Sulivan confirmado. - anuncia Newt no walkie-talkie.
Ele volta a se esconder atrás dos arbustos e ajoelha-se ao lado de Caroline, que faz um risco no endereço anotado na caderneta.
– Entendido. Estamos chegando na Sky Road. - Neiva diz pelo comunicador.
– Parece que o castrado falou a verdade. - Caroline guarda a caderneta.
– Pois é. Vamos.
Newt trava ao se levantar quando vê a moça de cabelos enrolados e vestes pretas apontando uma espingarda de cano curto na direção deles. Caroline olha para a morena parda e se levanta vagarosamente, reconhecendo a moça aos poucos. Era Anne, líder dos batedores.
– Acharam que estavam sendo discretos? - Anne sorriu de canto. – Tirem as armas do coldre bem devagar, caso contrário eu acabo com vocês aqui e agora.
– Tudo bem. - compreende Caroline. Baixa mão devagar, puxando a pistola lentamente.
Quando Newt põe a mão na arma para fazer o mesmo, Caroline joga a automática na cara de Anne que numa tentativa de desvio, acabou por disparar no chão. Caroline se jogou na mulher e elas rolaram barranco abaixo.
Newt desceu para intervir, mas o disparo que tirou cascalho da árvore a sua esquerda o fez recuar. Ele se escondeu atrás do tronco atingido e de relance viu um homem atarracado e de boné, mirando a AK. O ruivo pegou a automática do chão e deu as caras, disparando cinco vezes seguidas e fazendo o sujeito esconder-se atrás de uma rocha. Newt volta a cobertura.
As moças terminam de rolar sobre os gravetos. Caroline acaba por cima de Anne e lhe defere um soco no lábio. Depois rasteja até a espingarda de cano curto à cinco metros de distância. Alcançaria a arma se não fosse pelo puxão em seu pé e o soco de direita que recebe em seguida - o que faz seus óculos voarem.
Anne engatinha até a arma dessa vez.
Caroline pega uma pedra e arremessa na cabeça dela, tendo o momento perfeito para se jogar para frente e tomar posse da espingarda.
– NÃO! - Anne intervém agarrando o corpo da espingarda.
As duas começam a brigar pela posse da arma como duas meninas querendo uma boneca. Caroline sobe a perna num chute bem no abdômen da moça – fazendo ela se contrair – rola para trás, para de barriga para cima e com o braço direito estendido, dispara um único tiro que explode a face da derrotada. Todo o mencéfalo da baleada se espalha pelos galhos secos, respingam no rosto de Caroline e uma cachoeirinha escorre da testa estourada. A cabeça da falecida murcha.
O homem de AK vem descendo o barranco com fúria.
Caroline se prepara para atingi-lo, quando o mesmo é pego de surpresa pelo ruivo
Newt envolve seu braço no pescoço do sujeito, iniciando o estrangulamento. Para colaborar, Caroline atira na perna do homem atarracado, fazendo ele recuar e Newt ficar contra a parede de barro do barranco.
Mais acima, Caroline vê outros dois guardas surgindo. Ela arrasta a falecida até o barranco e para ao lado do ruivo que mantém o estrangulamento. Faz um "Shhh" e aponta para cima.
Antes que o sufocado possa clamar por ajuda, Newt degola sua garganta com a faca. A boca aberta da vítima escapa uma quantidade enorme de sangue, chegando a gargarejar o líquido.
– Ouvi os tiros vindo daqui! - comenta um dos sujeitos sobre o barranco.
Os passos sobre eles se afastam esmagando folhas.
A dupla se mantém em silêncio.
O homem se agita nos braços de Newt, que tem toda a manga da blusa ensopada com seu sangue. Ele perde as forças e o peso do corpo é sentido nos braços do ruivo.
Newt olha para Caroline e a mesma assente. Ele larga o corpo, que desliza em sua barriga até o chão. Por garantia, Caroline perfura a cabeça do recém falecido.
* * *
Enquanto guiado até sabe lá onde, Jack esquadrinha o zoológico como um verdadeiro detetive.
Casas de madeira levantadas nas celas onde um dia os animais ficavam contam com trabalhadores focados nos recém chegados, as grades foram retiradas e seu uso estava agora nas mãos dos guardas como arma branca. Exatamente no meio do zoológico, uma fonte esbanja a estátua de um leão de pé.
Vanessa para no meio do caminho para contemplar o casal de girafas no lado sul da comunidade. Cercados impedem a fuga dos enormes mamíferos, que entrelaçam os longos pescoços um no outro.
Suleiman nota a surpresa da moça.
– Nelman e Cíntia. - diz, ganha a atenção dela ainda boquiaberta. – São ótimos para alertar o perigo.
Eles voltam a andar, dessa vez em direção a uma estrutura grande semelhante a um chalé.
Cristina passa por Vanessa e lhe dá um toque, fazendo ela retomar a caminhada.
– Empolgada?
– Achei que nunca fosse ver uma de novo. - comenta sem esconder a felicidade.
Cristina devolve o sorriso e toca em seu ombro.
– Eu também.
Ao entrarem na casa, o cheiro predominante é de madeira polida e livro novo. O lugar é imenso, contendo dois andares e feito totalmente de madeira - com exceções dos tijolos que compõem a lareira. Da entrada, a janela triangular no segundo andar pode ser vista com uma longa cortina verde escura amarrada.
O térreo é espaçoso, recebendo os convidados com um enorme tapete no assoalho. Três sofás cercam a lareira no lado norte da casa, mesas enfileiradas têm livros empilhados sobre, retirados da estante que se estende até a parede. Há um candelabro no centro onde o diáfano vindo da janela a destaca, fazendo as luzes laranjas cintilarem lá de cima.
Suleiman abre os braços e vira-se para os convidados.
– O que acharam?
– Meio burguês. - Carly diz, sincera.
– Sentem-se. Eu e o Phillip podemos conversar na minha sala.
– Eu vou junto. - Jack toma a frente e assente para Phil.
– Como queira.
Suleiman caminha até às escadas e a dupla o segue.
A moça de cabelo volumoso e boca carnuda indica para os sofás com travesseiros de babados. Cristina, Carly e Thomas se acomodam no maior que fica em frente ao fogaréu da lareira. Vanessa fica na poltrona que balança, deixando a M4A1 em seu colo.
Han analisa a moça da cabeça aos pés, vendo as botas de couro lhe dando mais alguns centímetros de altura, o jeans rasgado nos joelhos e a longa blusa de botões azulada cobrindo a camiseta preta.
– Não quer se sentar? - ela pergunta.
– Tô bem. É um bonito lugar.
– Sim. Temos arquitetos aqui, eles que construíram.
– Sério? - se mostra surpreso.
– Aham.
– Temos alguns construtores de onde viemos também. Talvez isso funcione.
– É. - leva as mãos a cintura.
– Sou Han. - estende a mão.
– Maia. - aceita o cumprimento, dando um sorriso fechado.
O caminho para as escadas foi desviado por Suleiman, que então desceu para a escuridão do que parecia ser um porão. Jack e Phillip não questionam, mas manteram-se atentos.
A única entrada de luz vem a direita e quando descem as escadas, têm a visão do vidro temperado de 20m de comprimento, que proporciona a vista do ambiente vegetal repleto de árvores e uma rocha no centro.
Suleiman bate no vidro e assobia. Na mesma hora, da escuridão sob a rocha grande, o felino surge numa corrida que sopra sua juba castanha clara volumosa para trás. O leão chega no vidro em questão de segundos e levanta encostando as patas na janela.
Jack e Phillip tiveram um misto de surpresa e tensão na presença do selvagem, que só não cresceu devido a janela que os separa.
– Gosto da minha sala, mas prefiro o subsolo.
– Percebo. - diz Jack, se aproxima do vidro e contempla o grande animal.
– Avati. Crio ele desde filhote.
– Ele é lindo.
– Sim, é. - sorri. Leva sua atenção para Phillip. – Então, por que eu deveria lutar a sua lutar?
– Achei que tivéssemos esclarecido isso.
– Esclarecemos, mas eu gosto de garantias. - se aproxima. – Como posso garantir que nossa aliança vai se estender, Phillip?
Phillip desvia o olhar, umedece os lábios abrindo um micro sorriso.
– Você tem belos animais, construções impecáveis, mas pouca colheita pelo que percebi. E bem, precisa manter seu povo vivo além dos felinos. - foca no leão por cima do ombro dele.
– E você teria o suficiente para sustentar sua comunidade e mais outra?
– Já fazemos isso.
– O quê? - o árabe franze a testa.
– Uma era comércio, a outra era roubo. - diz Jack atrás deles.
Suleiman olha para ele brevemente e volta-se para o barbudo.
– Bem, o que acha de metade das suas armas por metade da nossa comida? - Phillip dá ideia.
– Não sei não. Não dá pra confiar em alguém que te amarra.
– Não somos psicopatas. Só temos uma cela pra manter um. E você teve seu canivete de volta. - diz puxando o objeto do bolso e estendendo ao dono.
Suleiman recolheu sua arma e deu uma suspirada funda.
– Trocar suprimentos, é? Vocês têm cereal? - arqueia a sobrancelha.
– De que sabor?
Suleiman abre um sorriso lentamente e Phillip se contagia, estendendo a mão. Sem cerimônias, as mãos ásperas se encontram num aberto firme que sela de vez o acordo entre School City e West Zoo.
— 4.02 —
"Trato"
Boa noite, consagrados.
Esse tabuleiro tá ficando bem organizado, não?
Pessoal já garantiu a dos postos avançados e ainda fechou acordo com um zoológico liderado por um árabe, que ainda por cima tem um LEÃO.
Nada melhor do que arriscar a vida do seu grupo por cereal.
Nota: o livro tem um perfil no instagram. Lá posto curiosidades e os caramba. Recentemente não tem tido muita coisa, mas vou atualizar. Segue lá, se quiser.
Até sábado, meus aliados.
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