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T3:C16 - Furor

Um punhado de terra foi jogado na cova parcialmente aberta. Phillip era quem forçava a pá no terreno e despejava tudo no corpo do amigo falecido. Já era de incômodo ele ter de enterrar dois dos seus e ainda tendo a presença da filha de Tyrone logo atrás, deixava-o mais desconfortável.

A pressão da pá contra a terra ficava mais intensa a cada leva jogada na cova, acelerando o processo. Era a fúria de Phillip agindo naquele instante só por lembrar da cena do amigo em agonia com as tripas para fora. O líder, mais cedo, havia dado graças a Deus por Cassie não ter presenciado aquilo e nem visto o estado cadavérico do pai, por isso o tronco fora coberto com um lençol branco, para que a menina tivesse, pela última vez, o rosto preservado dele em sua mente.

Phillip parou com a respiração ofegante, assim ouvindo os lamentos abafados da menina na blusa de Kátia, que a mantinha num abraço forte. O líder desolado secou o suor da testa, fitando a cena ao redor. Os moradores estavam presentes na pequena cerimônia, cada um teve de jogar um punhado de terra e sendo ele o último, continuou com o serviço sujo. Em certo momento ele parou para contemplar a chaminé da casa próxima, donde a mesma pairava pequenas frações de fumaça.

Na varanda da enfermaria, Vanessa observava o funeral. Nos degraus ao lado se encontrava Harry sentado, encarando a mesma direção. A porta abriu e dela passou o coreano. Ele parou do lado da namorada.

- Ele disse alguma coisa? - pergunta, olhando para Harry.

- Não. - cruza os braços.

Os olhares deles voltam-se para o funeral assim que Cassie deixa o local com passos firmes, seus olhos estavam vermelhos. Ela evitou contato visual com os observadores.

Lá dentro da enfermaria, o militar foi acudido por Clara e o Doutor T. Com um pouco da especialidade de Yuki, ela também serviu de ajuda. Naquele momento a cama era cercada pela esposa do enfermo e o melhor amigo, Duane.

- A bala saiu. - Clara disse. - Ficará bem daqui uns dois ou três dias.

- Menos. Esse cara é porreta. - Duane comenta.

- Imagino. Vou deixá-los sozinhos. Tyler.

O mesmo assentiu, saindo junto a ela. Yuki ficou por ali com as mãos no pé da cama. Sentada na poltrona, Neiva entrelaçou seus dedos nas do marido, soltando um suspiro de alívio.

Na garagem da casa onde se estabeleceram, a motoca passava por ajustes do besteiro. Ligeiramente ele viu Thomas passando a frente, Erich pôs se a gritar.

- Aí! Viu o Léo? - Thomas nega. - Manja alguma coisa de mecânica?

- Pouca. - se aproxima. - É motoqueiro?

- Não. Meu irmão era. Ele entendia dessas merdas. - fica de pé. - Encontrei esta beleza dando sopa em uma das casas. Pode ajudar?

- Claro. - pega a chave de fenda de suas mãos.

Erich vai para trás, passando um pano nas mãos. Ele espia as ações do mexicano.

- Aquelas caras que você falou... sua gente?

- Era com eles que estava antes de ser pego. Sei lá. Talvez tenham tido azar.

- Besteira. - se escora na mesa. - Pensou que o Gormax estivesse com eles, né?

- Eu tô careca de ver caras como o Gormax, por aí. Antes de tudo, eu fazia parte de um cartel. Meu papel era só contar as verdinhas e se um vacilasse, ia se ver com o chefia.

- Acontecia muito?

- Perdi até a conta. Meu chefe chegou a cortar o dedo de um dos vagabundos pra manter eles na linha. Funcionou. - solta um parafuso. - Acontece que não durou por muito tempo.

- O que fizeram?

- Vieram com o resto do cartel. Queriam mostrar quem mandava de verdade. Eles venceram. Quase perdi uma orelha no processo, mas vivi. - vê o motor. - Sabe, é só questão de tempo pra alguém tirar o bam bam bam da parada, saca? Sempre tem alguém maior. Sempre tem.

- Acho que somos os maiores?

Thomas não respondeu. Ele envergou a cabeça para dentro das ferrugens.

- As válvulas não tão reguladas. Talvez seja isso. Vou precisar de uma chave inglesa.

- Podexá.

* * *

Phillip morava nas últimas casas do condomínio, especificamente do lado traseira da enorme escola que compõe o centro do local e até o nome da comunidade. Jack caminhou até a antepenúltima casa do quarteirão, já avistando o homem desolado no pé da varanda junto a um cigarro. Jack parou alguns metros dele mantendo suas mãos nos bolsos.

- Como você tá?

- Como você acha? - traga.

- Não foi a primeira vez, não é? Neiva contou. Olha, eu te entendo mais do que nunca agora. E se...

- Já parou pra ver as chaminés daqui? - o interrompe, esbafora a fumaça em seguida. - Algumas partículas ainda saem delas, até das casas vazias. O pessoal antes costumava a usá-las bastante no inverno. Acho que muitas das cinzas ainda estam impregnadas nos tijolos, o vento vem e as tira de lá. Curioso, não? - traga de novo.

Jack encarou o sujeito.

- Eu tinha um amigo que esteve na mesma situação que você. Ele era gente fina, mas se mexiam com quem ele se importava, as coisas eram diferentes. Foram os Golders que o mataram. - Phillip ganha sua atenção. - Ele ia ser pai e nem sabia. Eu faria tudo pra ter trocado de lugar com ele naquele dia. Ele seria feliz, estaria com quem amava.

- O que fez pra esquecer?

- Não esqueci. Eles voltaram. Às vezes não temos no que descontar, nós só... Só seguimos em frente.

Phillip joga o cigarro no chão e pisa em cima, apagando o maço.

- "Às vezes." - fica de pé, passando rápido por ele.

- Onde vai? - o acompanha.

O de cabelos grandes entra no El Camino em frente a garagem. O carro saiu em marcha ré, logo seguindo em linha reta numa velocidade de 20km/h.

* * *

Aquele mesmo alçapão escondido se encontrava entre aberto. O menino caolho andou até lá, quando perto pôde ouvir algumas falas abafadas. Harry entrou sem fazer barulho, podendo escutar melhor o que diziam conforme se aproximava.

- Vai ficar tudo bem.

Roxie olhou na direção de Harry. Os dois no sofá olharam para trás, vendo o rapaz ali. Ben estava abraçado a Cassie que fitava-o sem muita expressão.

- Senta aí, Harry. - Eddie convida.

- Estou bem.

- Onde vocês dois estavam? - Ben perguntou.

Cassie deixou de olhar o rapaz de pé para encarar a mesa entre os sofás. Ben deu uma sacudida no ombro dela afim de obter uma resposta.

- Eu só quis sair.

- E há quanto tempo faz isso?

- Tem um tempo.

- Por que você tava lá? - dirige a pergunta para Harry. - Por que saiu também?

- Ben...

- Eu só quero saber. - a olha.

Roxie e Eddie reviram os olhos, detectando a intenção do amigo.

- Eu vi ela saindo e fui atrás. Qualquer um de vocês faria o mesmo.

- Não tentou impedir?

- Ela já tava fora.

- Pronto? Respondido? - Eddie pergunta, sarcástico.

A ruiva eleva os ombros para que a mão do jovem saia, o sinal é compreendido e ele se afasta. Roxie fica de pé e pega na mão da ruiva. Ela direciona a amiga até a saída e apenas os rapazes ficam ali, quietos.

- Você já conhecia o pessoal do Gormax? - Eddie indagou, quebrando o silêncio.

- Sim. Por isso que estou aqui.

- Desculpe pelo Ben, ele só se importa demais com as pessoas.

- Eu mesmo posso falar, Eddie. - retrucou Ben. - Lamento, Harry. - disse, por cima do ombro.

- Tá tudo bem.

* * *

A saída de Phillip deixou uma incógnita na cabeça de todos que o presenciaram. Com a van saíram Han, Jack, Mitt e Erich atrás do sujeito. Tanto o amigo do líder e o antigo ladrão tinham uma ideia para onde o El Camino fora, pois então seguiram por essa hipótese.

Pelo lado leste a linha de trilhos podia ser vista entre as árvores que cercam a estrada. Todos puderam ver o grande letreiro. A velocidade baixou. O sujeito na vigia apareceu na aproximação do veículo. Mitt parou a lata velha e abriu a porta.

- Eu cuido disso. - saiu. - Ei, Spencer! Tudo bem?

- O que faz aqui, Mitt? - o vigia prepara o rifle.

- Phillip saiu. Sei que ele tá aí dentro.

- Gale disse que não queria mais nenhum de vocês aqui. Acha que ele iria permitir a entrada do Phillip? É melhor irem antes que veja, ou eu mesmo vou avisá-lo!

- Fala sério. - resmungou, baixando a cabeça.

O som do motor foi escutado, logo mais a diminuição da velocidade do móvel. O El Camino surgiu parando do lado da van. Dele saiu Phillip, que bateu a porta com força, ele passou por Mitt como se o mesmo nem estivesse presente.

- Quero falar com o Gale. - exaltou Phillip, com os olhos erguidos.

- Não tem nada pra falar! Nada pra nenhum de vocês!

- Seja como for, então. Eu não vou sair daqui. - leva as mãos a cintura.

O guarda desvia olhar mordendo o lábio inferior, transparecendo sua impaciência.

- O que faz aqui? - Phillip perguntou a Mitt, sem olhá-lo.

- Te pergunto o mesmo.

Phillip vê o trio dentro da van e então volta a focar no guarda a plataforma.

- Conversar.

O cercado coberto começou a se arrastar, revelando Samora por trás dele. A loira com o rifle no ombro liberou a entrada para eles.

- Só vocês. Os carros ficam.

A saída de Jack da van fez a moça torcer o nariz. O quinteto entrou com a pouca receptividade. Erich logo bateu os olhos em Parker, sujeito que conheceram na noite do vagão D. Parker parou seu serviço com a enxada para encarar os visitantes, ele deu um cutucão no homem de costas: Gale. O líder travou sua feição raivosa ao vê-los, largou a enxada e dirigiu-se a eles.

- Que merda é essa?

- Eles não iam embora. - Samora disse.

- Quero conservar.

- E o por que do seu pessoal?

- Eu não sabia que viriam. Mas pensando agora, podem servir de bom argumento. Principalmente o Mitt.

Com os braços cruzados, Gale indicou para a estrutura. O grupo caminhou com a orientação do líder. A loira apertou o passo para então ficar lado a lado com ele.

- Fique esperta. Qualquer movimento estranho e você senta bala.

Samora arqueou a sonbrancelha, chegando a negar com a cabeça quando o mesmo não olhava. Gale chamou por Parker e o ele logo se juntou a caminhada. Por trás deles, Phillip apenas observava. Não só ele, mas todos os guiados também notaram a precaução que o sujeito estava tendo.

* * *

Encarregadas de finalizar a limpa dos corpos, as moças recém chegadas aproveitaram para dar um tempo dentro dos muros. Carly e Vanessa atearam fogo nos moribundos. Cristina e Marian assistiam da caçamba.

De longe uma morta-viva grunhiu para as moças, usava saia e uma regata branca que deixava os braços pálidos à vista. Marian seguiu na direção dela, puxando sua faca. O chute deixou-a contra o tronco, a agressora só precisou enterrar a faca em sua cabeça. O corpo deslizou no pinheiro.

- Tô cansada desses nojentos. - limpa a lâmina.

- Marian. - Cristina a atenta, apontando.

Mais dois vêm na direção da moça. Provavelmente atraídos pelo fogo. Marian corre até o da esquerda e faz o mesmo processo como com a morta-viva. O outro recebe uma agarrada pela garganta e tem a lâmina enterrada em seu olho direito. Marian relaxa por uns segundos até a vinda de mais um zumbi por trás da árvore, este a agarra pelos ombros e tenta uma mordida em seu rosto. As moças vêm correndo até a amiga que luta para afastar o faminto. Vanessa apanha um pedaço do tronco no caminho e pede para Marian se abaixar, ela delibera o golpe na face do andarilho que cai instantaneamente. Carly o finaliza quando no chão.

Logo a frente de Vanessa, mais um do bando chega para o banquete. Ela o recepciona empurrando o tronco contra sua barriga, a madeira entra facilmente na criatura, as tripas se remexem. Estando próxima, Marian crava sua lâmina na nuca do apunhalado.

Do outro lado, Carly contorna a árvore e prende um ex empresário pelos braços. Ele morde o ar em tentativas inúteis de conter sua agressora. Cristina só precisou se aproximar e acabar de vez com sua vida. A mão pálida e de unhas amarelas pega no ombro de Carly com toda força, a criatura aproxima a boca aberta, mas leva uma pedrada muito bem arremessada por Marian distante. O zumbi rola no barranco. Ele levanta a cabeça, mostrando seu nariz amassado e escorrendo. Marian desce de uma vez já dando um chute em sua face, que o faz ficar de barriga para cima. Sobre ele, Marian delibera golpes em seu rosto até não poder mais. O sangue tinge a pedra e também o rosto raivosa da moça.

- Marian. - Vanessa desce o barranco. - Marian, chega.

Ela insiste, amassando o rosto descaracterizado do moribundo. Vanessa agarra a mão de Marian antes de outro golpe.

- Chega! - a encarou.

Marian solta a pedra e se livra da agarrada com um puxão. As demais observam sobre o barranco sem nada dizer. Ela se acalma com uma respirada funda, leva a mecha do dread para trás.

- Acham que aquela votação serve de alguma coisa agora? Porque eu tenho certeza que a Neiva quer acabar com a raça daquele desgraçado. Foi como eu falei.

- Todas queremos. - disse Vanessa.

- Eles amoleceram. O Phillip ficou com medo no primeiro contra ataque. Foram aqueles muros. Isso que fizemos agora - olha para o corpo no chão. - foi bom. Não podemos deixar que aquele lugar faça o mesmo com a gente. - abusa do intervalo para retomar o fôlego.

- Não vai. - disse Cristina, guardando a faca. - Creio que o Phillip também não. Ele não saiu atoa.

- É o que acha?

- Algo ele foi fazer.

- Vamos voltar. Já vai escurecer. - Vanessa diz, subindo o barranco.

* * *

Uma secretária de atendimento era o chique de toda o terminal. A madeira polida compunha as paredes, o assento no canto estava de frente para a porta da sala 4x4 onde antes conhecida como de segurança, ao lado direito da porta havia a entrada para o corredor com carpete. Eles pararam no meio da secretária contemplada pelos novatos. Gale chamou somente Phillip para o corredor. Erich acompanhou-o até certo ponto, pois Parker advertiu sua ida. O besteiro espiou por cima da barreira ambulante e viu Phillip entrar na primeira porta a esquerda.

Gale se acomodou na poltrona atrás da mesa. A lareira da sala estava ligada, aquecendo a região. Philip observou a comunidade pela grande janela próxima a porta, uma chaminé de ferro tinha fumaça escapando, estando a janela aberta ele pôde sentir o cheiro da carne no fogão a lenha.

- Sente-se.

- Estou bem. - Phillip continua olhando.

- Por que está aqui exatamente?

- Já respondi.

- Não, você não respondeu. E eu espero que não seja algo ruim porque da última vez três homens morreram.

- E foi bom pra você, não foi? - olha para Gale.

- O que eles fizeram? - quis adiantar.

- Tyrone e Domingo estão mortos. - manteve o semblante sério.

Gale se ajeitou na cadeira, mudando o foco para a lareira.

- Eu... Não sei o que dizer.

- Talvez um sinto muito. Ou um perdão. - desencosta da janela, ficando a frente da mesa.

- "Perdão"?

Do outro lado a loira tentava escutar a  conversa encostando o ouvido na porta. Sem muito entender, Samora voltou a secretária onde todos se encontravam. Han, Jack e Mitt estavam sentados enquanto que Erich andava de um lado para o outro, impaciente. Parker o fitava de braços cruzados.

- O que aconteceu lá? - ela pergunta, cessando assim o vai e vem do besteiro.

- Mataram o Tyrone e o Domingo. - Mitt respondeu.

A moça umedeceu os lábios, baixando a cabeça.

- Eles vieram por causa de vocês. - Erich falou. - Se alguém tem culpa...

- Não fomos nós. - Parker retrucou. - Eles iam chamá-los de qualquer jeito, mas o babaca e a coroa vieram e anteciparam as coisas!

- Repete isso na minha cara. - Erich se aproxima.

Os demais levantaram. Samora deu um passo a frente. Erich estava cara a cara com o sujeito.

- Erich, para com isso. - Han pede.

- Vai deixar esse otário te insultar, Jack? - mantém-se fixo.

- Erich! - Han insiste.

- Eles viriam de qualquer jeito, Parker. - Samora disse. - Aquela mulher só evitou mais mortes nos avisando.

- Evitaram, foi? - Mitt soou sarcástico.

- Não era nossa intenção. Aliás, foi o Gale que agiu. E Phillip já está acertando as coisas com ele lá dentro, não temos de piorar por aqui.

- Você lembra o que eles fizeram, não lembra Samora? - Parker comprimiu os lábios. - Mataram o Jasper. E agora eles vêm aqui cheios de marra, achando que podem botar terror.

Erich agarra a gola da camiseta do sujeito. Parker vem com um soco de esquerda imediatamente esquivado pelo besteiro, que recua em seguida. Antes que pudesse avançar, Parker é jogado contra a parede por Han. O quadro cai com a batida. O coreano puxa a faca, deixando-a no pescoço do indivíduo.

- Não tava querendo evitar problema? - Parker murmura.

- Chega! Pelo amor de Deus! - a loira exalta. - Estão agindo feito crianças!

Jack se mantém próximo do amigo, pronto para contra atacar. Ele percebe a irritação da moça e durante a troca de olhares entre o coreano e o zangado, Jack toca no ombro de Han.

- Tá tudo bem.

A lâmina desliza sobre a pele do sujeito e volta a ao cinto do dono. Han se afasta tendo a mão de Jack ainda em seu ombro.

- Vamos esperar o que eles concluírem. - Samora diz após um pesado suspiro. - E acabamos com isso de uma vez.

Dentro da sala de Gale a discussão se moldava aos poucos que mal ouviram a quase luta na espera. O cheiro da fumaça ficava cada vez mais forte durante o diálogo. Phillip tentava ignorar, mas era como se tivesse um fumante ao seu lado. O andar em que estavam só contribuía mais para a inalação.

- Por que não me diz logo o que você quer?

- Eu quero que tente. - respira fundo, as mãos estavam na cintura. - Que pare de olhar pro próprio umbigo e me ajude nessa. Trabalhamos juntos no começo, erguemos aqueles muros juntos! Por que agora é diferente?!

- Você sabe o porquê.

Phillip o encara por alguns instantes até que solta uma risada que mostra todos seus dentes da frente.

- É por que eles tão comigo? É por isso, Gale?

- Se fosse um dos seus, entenderia. É traição o que fez.

- Não, é sobrevivência. Harry não atirou no Jasper porque quis. Você viu o rosto daquela criança? Se você viu então sabe o que ele passou pra poder ter apertado o gatilho ao ver um estranho. Esse não é um mundo pra que ele cresça, pra nenhum de nós! - se aproxima, ficando centímetros de Gale. - O que eu fiz foi humano. - disse, entre os dentes. - Aceitá-los foi humano.

- Desculpa. Não.

Phillip se afasta, passando as mãos nos longos fios. Ele fechou a janela com tudo. O cheiro da fumaça ameniza.

- Você me deve isso! - aponta. - Você matou aqueles três homens e o Gormax foi no meu portão! - se aproxima novamente. - Me dê metade da suas armas e eu paro de te encher.

- Agora estamos negociando de novo?

- Não. Eu tô de mantendo vivo, cara.

- Isso é uma ameaça?

- Você acha? - trava o olhar em um semblante trêmulo.

O silêncio fica na troca de olhares entre a mesa. O som crepitante da lareira domina a sala.

- Vai se fuder, Phillip. Sai daqui ou te tiro a força.

Um sorriso nasal cresce centímetros na feição dele. Phillip muda seu semblante enquanto fica ereto, dá meia volta e caminha até a porta. O som da tranca soa.  Gale levanta da cadeira e fica estático, esperando o próximo movimento do sujeito na porta. Phillip vira lentamente, mas não por completo, ele trava na chaminé pouco visível em meio a fumaça.

- Phillip...

O sujeito avança em Gale, que chuta a mesa. Em puro reflexo, Phillip salta-a com as mãos apoiadas nela, chuta o abdômen de Gale. O agredido se esquiva do soco numa agachada e corre para o meio da sala.

- Phillip, para!

Ele avança sem pestanejar. Gale se joga para trás caindo sentado na cadeira próxima a porta. Phillip parou na lareira, ele puxou o tenaz preto e girou em um golpe que quase atinge seu alvo. O ferro bate na cadeira, mas Phil persiste, já avançando. Gale se abaixa e o agarra pelo tronco, erguendo-o no ar e derrubando o sujeito no piso. A ferramenta arrasta para longe dele.

- Se controla!

Phillip dá um soco de direita que leva Gale ao chão, quando levanta para atacá-lo recebe um chute na barriga. Gale fica de pé e dessa vez avança. O cruzado é esquivado, Phillip revida com um soco de esquerda certeiro que atordoa Gale. Agora o cruzado de direita acerta a face do zonzo, em sequência vem a canhota também para colidir na cara dele. Quando Gale fica curvado com a mão na região atingida, Phillip ergue o joelho esquerdo para acertá-lo. Gale bate em seu joelho e vira com um soco certeiro em Phillip. Os fios lisos são agarrados por Gale que o puxa para a lareira. Phillip firma as mãos nos tijolos e força a cabeça para trás, enquanto que seu agressor a empurra para o fogo.

O calor invade o rosto dele, que treme incansavelmente na tentativa de fugir. Os olhos ardem na alta temperatura. Seu crepitar fica mais alto do que nunca e o bendito do cheiro volta as narinas de Phillip. As batidas na porta começam junto aos gritos dos que esperavam, mas isso não impede Gale de continuar. Phillip cerrou os dentes, soltou a destra do tijolo e bateu na coxa de seu agressor. Ele virou em seguida com um soco bem no queixo de Gale. O sangue escapou da boca do atingido, que caiu deitado na mesa.

Phillip puxou a faca no percurso, ergueu o braço e desceu quase numa enterrada fatal, intervida pelo braço do alvo. Gale forçava o antebraço esquerdo contra o pulso trêmulo de Phillip, a ponta da lâmina beirava o tecido da camiseta marrom da vítima. Gale pega um livro sobre a mesa com a canhota e tenta atingi-lo, mas Phillip bloqueia e mantém a defesa. Sem opção, Gale chuta entre as pernas dele. O agressor recua na hora e leva um chute que o deixa no chão. Ligeiramente, Phillip se esquiva do soco rolando para o lado, ele dá uma rasteira em Gale com a perna esquerda. O baque é alto na colisão.

- Gale! - Samora grita do outro lado.

Phillip fica sobre o sujeito, soca sua face em sequências que quase fazem o braço virar para trás na ida e volta. Gale vem com a destra para contra atacar, mas Phil impede o soco prendendo o braço do mesmo sob sua axila. A destra de Phillip mantém o trabalho na face do indivíduo. A visão do agredido fica turva, logo o ouvido esquerdo é danificado e passa a emitir o sons abafados. Gale somente vê borrão indo e voltando na virada de cabeça.

A porta é arrombada por Erich que cai por cima dela. Os demais entram sem cerimônias.

- Phillip, pare! - Jack agarra ele, prendendo seus braços.

- Me larga!

- Se controla, cara. - Mitt tenta apaziguar.

Samora e Parker levantam o líder espancado. Um fio de sangue é cuspido de sua boca.

- Eu ainda não acabei com ele! Eu ainda não acabei!

Com o punho fechado, Han subiu um murro certeiro no queixo de Phillip. Os braços dele são libertos e ele acaba no chão. O coreano persiste em mais outro soco que apaga o sujeito instantaneamente. Uma parcela de sangue escapa de sua boca.

O besteiro fica de pé e percorre o olhar pelo cenário devastado. Numa olhada sobre o ombro, vê a dupla se afastando com Gale entre eles.

* * *

O maço acende e quando tragado, é retirado da boca. Phillip esbafora a fumaça, fixa-se no cigarro entre os dedos, assim ele percebe os ossos manchados num tom vermelho escuro. Mitt parou ao seu lado, emitindo o som do atrito da sola contra o asfalto.

- Cê não veio pra conversar, né?

- Acabou assim, Mitt. Aconteceu. - tragou.

Samora saiu de dentro da enfermaria, parando próxima de Jack. Os outros ao redor se aproximaram. Phillip permaneceu no lugar.

- Ele vai ficar. Parece que o agressor desistiu no processo. - disse olhando para Phillip sentado ao meio fio.

- Sinto muito. - Mitt lamenta.

- Eu sei. - se aproxima de Phillip. - Lamento pelo que aconteceu com seus amigos. Lamento pelo Gale e de tudo mais um pouco que tem passado ultimamente. Vamos deixar vocês irem e eu espero que tudo se resolva. Desculpe não poder ajudar.

Phillip solta uma risada curta.

- Vou dizer o que vai acontecer agora. - começa ele. - Vai chegar o dia em que estarão na mesma situação que a minha. Eles vão chegar, vão saquear, te humilhar e  se tiverem sorte saíram vivos dessa. Mas saibam que não vão ter a mim por perto e nem ninguém. Vocês vão morrer aqui... Sozinhos. - esbafora mais da fumaça.

Eles o olham sem nada concreto para expressar. Jack toma a frente e caminha até o portão. Os outros vão andando atrás. Phillip fica encarando a mesma chaminé de ferro apagada, na visão periférica ainda tem a presença de Samora ao seu lado. Ele levanta, solta o cigarro e o apaga com o pé. Deixa a loira sem olhar para trás, do contrário dos demais presentes na comunidade que o fuzilam no caminho para fora. Phillip passa pelo portão, abre a porta do El Camino. Antes de entrar, Jack o adverte.

- Terminou?

Ele olha para o portão. Seus olhos verdes acompanham a ferrugem de 3,5 metros se fechar devagar, sumindo com os olhares enraivecidos de todos.

- Não. Ainda não.

— 3.16 —
"Furor"

SEASON FINALE na mão!

3ª temporada acabou no final. Perdemos muitos nessa season em momentos que foram de cair o cu da bunda.

Houveram arrependimentos, consertos e afins. Mas, finalmente, consegui colocar a temporada no papel. Até crossover essa season foi marcada.

Digam o que acharam da temporada e se quiserem, dêem nota.

Eis as condolências:

† Don: 1X12 - 3X03
† Sally: 1X03 - 3X07
† Katrina: 1X08 - 3X07
† Angela: 2X01 - 3X07
† Steve: 2X01 - 3X07
† Jordan: 3X03 - 3X04
† Norman: 3X03 - 3X05
Frederick: 3X06 - 3X07
† Elizabeth: 3X06 - 3X07
† Joe: 3X06 - 3X07
† Sarah: 3X06 - 3X07
† Jason: 3X06 - 3X07
† Jasper: 3X10
† Tyrone: 3X11 - 3X15
† Domingo: 3X13 - 3X15

Esse período foi marcado pelo fim do livro derivado. Agradeço ao Dom_Peletier por me ajudar com a expansão desse universo, concluindo uma história mais do que foda. Gradece, parceiro. Caso ainda não saibam sobre o livro, visitem o perfil do cara, ele é gente boa, vão por mim xD.

Além disso, chegamos a 1k (sei que estou atrasado). Mas poxa vida, 1k? 1karalhada de gente lendo ou só passando pra dar uma bizoiada me deixa feliz pra porra. Agradeço de coração aos que deram uma chance. O importante é que temos a história e ela será lembrada por alguns. <3

Enfim, nos veremos em breve na 4ª fucking temporada.

Abraços, Dalaxiz.

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