T3:C13 - Escavando remorsos
Os três veículos seguiam pela estrada esburacada. O caminhão cheio de corpos lidera a fileira composta pela picape e caminhonete, esta última era a qual Newt dirigia ao lado de Kátia. No percurso não houve muita conversa já que ambos eram desconhecidos até então. A parada foi feita, os corpos descarregados e jogados numa vala de um campo parcialmente plano. O último dos corpos foi arremessado na pilha.
Newt chegou a cogitar se o fogo não atrairia mais dos mortos durante a noite, mas assim fizeram. Ele e Kátia jogaram as tochas sobre a pilha, o fogo subiu rápido nas carnes putrefatas junto com o odor exalando.
- Vamos. Quero voltar antes do almoço. - Kátia disse.
No caminho até os veículos, ela abateu um andarilho que ali vagava. Os demais passaram pelo corpo como se nem existisse. O ruivo deu uma espiada no horizonte, por cima do ombro.
- Aí, tem mais remessas? - ele questionou.
Todos olharam na direção que ele fitava. A pergunta se deu devido ao caminhão enorme que foi avistado entre as árvores, logo mais, outros veículos menores surgiram atrás da grande lataria. Um comboio vinha no que parecia uma velocidade desgovernada.
- Merda. - um deles resmungou.
- Phillip, na escuta? - Kátia puxou o walkie-talkie. - Temos um problema. - anunciou enquanto corria até a caminhonete.
Sem nada entender, Newt apenas seguiu os demais de volta aos carros.
***
Com a entrada parcialmente limpa, os responsáveis no campo de entrada para a comunidade agora entravam para um intervalo. Phillip transpirava aos montes devido as vestes pretas e o sol quente da manhã, ele se escorou no carro próximo e virou a garrafa d'água. Tyrone passou por ele com uma batidinha em seu ombro.
- Manhã difícil.
- Com certeza.
O grandão então prestou atenção nas pessoas que vinham a sua frente. Neiva se aproximava com Harry e os outros jovens. Tyrone foi em direção a Cassie.
- Tudo bem, pequena?
- Qualé, pai. - indicou para os amigos.
Ele soltou uma risada.
- Desculpa. Por onde andaram?
A conversa ficou distante quando Neiva seguiu na direção de Phillip. Ele alargou um sorriso como recepção.
- O que está achando do lugar?
- Estranho.
- Imagino. Mas é bom?
- Estamos avaliando. A propósito, fiz uma caminhada pelas ruas e pude ver que vocês têm de tudo um pouco aqui. - o líder concordou, orgulhoso. - Mas no fim, acabei na cela. - deu ênfase no fim.
Phillip desmanchou o sorriso no rosto e fez uma concordância.
- Era algo que eu ia lhes contar.
- Que tal contar agora?
A chamada repentina impede Phillip de falar. Janet veio correndo até eles com o comunicador em mãos.
- É a Kátia! - entregou.
- Kátia, é Phillip. O que houve?
Os demais ao redor deram atenção, preocupados.
- Estão vindo. É um comboio grande.
- Merda. - olha na direção da entrada escancarada.
Domingo, o rapaz na vigia sobre a plataforma no muro, olhou na direção das pessoas na entrada. Isso foi o suficiente para o líder entender o que o vigia vira. Phillip baixou o olhar para o portão, onde foi visto o caminhão fazer a curva para a entrada.
- Pra dentro. - disse, fixo a frente, ele então vira para a moça. - Neiva, você e o Harry precisam entrar!
- Por quê?
- Façam isso. Eles não podem saber que há mais gente nova aqui. Vão!
Neiva e Harry saem correndo para a casa. Phillip indicou para três do seu pessoal e seguiu para o portão. Os jovens voltaram para suas casas por meio das ordens dos pais.
A velha e o garoto caolho chegaram sem nada explicar, sendo alvos dos olhares confusos dos presentes. Eles não responderam nada, foram direto para as janelas mais próximas. O restante do grupo, curiosos, também espiaram.
- O que a gente tá olhando? - perguntou Erich.
- Estão todos aqui? - Neiva questiona por cima.
- Jack está lá fora. Acho que só. - Marian responde, também de olho na janela.
Neiva então olhou para todos presentes, em sua análise deu falta de Yuki, Cristina, Thomas e Axel.
O líder parou na entrada junto com Tyrone, Janet, Mitt e Domingo. O comboio que vinha diminuiu a velocidade. O caminhão bambaleou na subida e parou. Phillip fechou os olhos, soltando um suspiro como se buscasse paz interior, ouvir a porta abrir fez ele levantar as pálpebras.
Pelo lado do passageiro, o homem de botas pretas, calça cinza, camiseta branca e com a jaqueta apoiada no ombro saiu apreciando a vista do campo de entrada. Ele soltou um assobio virando a cabeça e pousando os olhos no líder estático. Os dentes esbranquiçados surgiram no alargar do sorriso.
Foi aí que os curiosos dentro da casa esboçaram a mesma reação, surpresos, mas furiosos por dentro. Fúria essa que deixaram de sentir por um curto momento dentro daqueles muros. Era Gormax que eles viam distante.
Outra pessoa deixou o caminhão pelo banco do motorista, era o loiro com a balestra pendurada no ombro. Derick parou ao lado do comandante, atrás deles o restante do comboio vinha.
- Phillip! - Gormax exclamou, sorrindo. - Eu não tô acreditando que você conseguiu sair dessa. - indicou ao redor.
- Veio verificarmos se estávamos vivos? - Janet indagou, séria.
- Não vou mentir, eu vim. Se eu soubesse que tinham tanto poder de fogo, não mexeria com vocês nem a pau. - contou, passando por eles.
O restante foi esbarrando nos moradores da comunidade ao entrarem. Gormax foi seguido lado a lado por Phillip, que mantinha um olhar sereno e focado ao chão. Gormax entregou a jaqueta para um de seus homens, esfregou as palmas e olhou para cada morador próximo.
- Bem, já que eu tô aqui não vamos sair com as mãos abanando. Todo mundo, rodando.
- Ouviram o homem! - a ruiva com pontas loiras indicou para frente. A movimentação começou dentro da comunidade.
- Phil, podemos conversar sem o seu segurança no meu cangote? - Gormax olhou para Tyrone ao dizer.
Phillip assentiu para o amigo, em sinal de tranquilidade. O líder então caminhou com o visitante indesejado.
- O que aconteceu com sua mão? - Phillip pergunte, vendo a faixa na canhota.
- Uma arara me fudeu legal. Eu tô bem. Obrigado pela preocupação, Phil.
- Arara?
- Isso aí. Vamos, temos muito o que conversar.
Um pequeno grupo liderado por Derick ia em direção a casa da qual estavam todos espiando. A trupe se afastou das janelas e espalharam-se como formigas espantadas. Caroline veio correndo até eles e entrou na frente do loiro.
- Tem gente dormindo aqui. Um bebê, na verdade.
- Vão adorar nossa visita. - Derick diz, passando por ela.
- Espera.
O loiro entra na casa com seu pessoal, ele contempla o lugar com admiração no olhar. Percebe-se o monte de colchões na sala. Derick franze a testa.
- Quantas pessoas moram aqui?
- Eles vieram recentemente, mas já foram.
- E deixaram a criança? - a encara.
Caroline respira fundo, desviando em busca de algum argumento.
- Só o casal responsável ficou. Mas acho que saíram, a porta estava aberta.
- Sei.
Derick dá sinal para que se espalhem. Ele vai para a cozinha vasculhar as gavetas. A jovem acompanha o loiro, com receio de algum deles sejam encontrados pela casa. Derick pega um pote de pudim sobre a geladeira, abre, pega duas colheres e entrega a ela.
- Não estou com fome.
- Cê que sabe. - volta ao tour, apreciando o doce.
Pelo andar de cima um sujeito gordo, barbudo e de cabelos enrolados, fazia a vistoria nos quartos com um fuzil tático nos braços. Sobre o corredor, os olhos verdes de Vanessa espiavam no pequeno buraco do teto, ela acompanhou o trajeto do homem até passar por baixo deles, saindo de sua visão. Vanessa levanta a cabeça e olha para os demais amontoados na escuridão do sótão.
A corda para descer a escada girava no ar. O sujeito parou no meio do corredor, olhou por cima do ombro, erguendo a cabeça e encarando o teto branco até o final.
- Harley, alguma coisa? - uma voz pergunta lá de baixo.
- Não tem nada. - diz, após uma última olhada no telhado.
Derick deixou o banheiro do primeiro andar e acabou de cara com Caroline que o esperava. O som da descarga foi escutado antes da porta se fechar.
- Você podia ter entrado, não me importaria. - comenta, voltando a caminhar pelo corredor.
A jovem seguia-o sem dizer nada. O loiro parou próximo a porta do porão, o ranger soou quando aberta, revelando a escuridão que o esperava. Uma pequena janela deixava a precária luz do sol entrar, o formato dela refletia no chão. Derick ligou a luz alaranjada no meio da escada e deu o primeiro passo.
- Olha, aí não tem muita coisa. Nada funciona na real. - Caroline disse.
- Talvez eu dê sorte. - desce mais um.
De repente o indivíduo espirra, a poeira no ar corre com o grande jato. Ele se curva deixando a mão apoiada na parede, analisa o subsolo com a canhota no nariz e de forma ligeira, sobe empurrando a moça.
- Porcaria. - funga.
- Tudo bem? - ela fecha a porta.
- Só minha renite. Não tem nada de bom lá mesmo.
Sob os degraus do porão, Erich baixou o braço com a faca. Nelson, Léo e Carly se mostraram mais calmos com a desistência do invasor. O quarteto trocou olhares rápidos. O besteiro se dirigiu até a janela retangular no topo da parede, vendo os saqueadores deixando a casa com as mochilas cheias. Dois deles carregavam um dos colchões deixados na sala.
Dentro da escola no centro da comunidade, as coisas estavam indo bem. Os carrinhos usados para limpeza agora carregavam uma quantidade relativa de enlatados da cozinha. Era um vai e vem nos corredores que deixou o mandante entusiasmado. Phillip continuava andando ao lado do saqueador principal. Gormax parou um dos carrinhos e pegou uma latinha de fanta.
- Tá muito difícil achar uma destas, ultimamente. - comenta. - Eu te adoro, Phil. - deu um sorriso meigo, abrindo a lata. Ele tomou o refrigerante de uma vez só, soltando um "ahh" de satisfação. - Pode ir. - ordenou ao locomodor do carrinho.
Gormax jogou a lata no lixo próximo e depois abriu a porta para uma das salas.
- Primeiro as damas.
Phillip entrou com a cara de poucos amigos. A porta bateu. Gormax pediu para o mesmo sentar-se em uma das cadeiras enquanto ia até a lousa, pegou o apagador e desmanchou o texto escrito no quadro. O líder da comunidade se acomodou na primeira cadeira da fileira, mantendo seu olhar sereno.
- Phil, eu já te disse que adoro este lugar? - pergunta, ainda apagando.
- Já, acho que umas três vezes.
- Então sabe que é verdade. - pega um giz. - Eu não minto. - diz, desenhando uma casa e alguns bonequinhos de palito em seguida.
Phillip viu o resultado final: a casinha simples tinha um sujeito de cabelos longos a sua frente, do lado esquerdo do quadro negro estavam cerca de cinco palitinhos corcundas. O desenho parecia ter sido feito por uma criança da primeira série, contando com linhas tremidas e rasuras.
- Bem, Phillip, você não é burro. Mas às vezes eu acho que tenho de desenhar pra você. Esse lugar, esses muros, são coisas preciosas que eu daria sangue e suor para ter. Mas como um bom samaritano, eu deixo que vivam tranquilos na de vocês. Pois sabe que eu poderia muito bem arrombar a merda daquele portão e fuder com cada engomadinho que tem aqui dentro. Pois bem. - volta a lousa. - Este é você. - aponta para o sujeito em frente a casa. - Esta é a School City. - faz um círculo na casa. - E estes são as porrinhas do bichos. Nós temos duas pizzas. - desenha mais em cima. - No caso...
- As trocas.
- Isso. Exatamente. Bom, são duas trocas por semana. Na segunda, nós viemos aqui, pegamos e saímos. Na quarta, a mesma coisa. - risca as duas pizzas. - O equilíbrio perfeito. Nós temos sua comida e você nossa água. Mas, se você vem e quebra a porra do ciclo - faz um xis nas pizzas. - matando meus homens, eu sou obrigado a mostrar quem manda nisso tudo! Eu não sou burro e ao invés de levar meu pessoal na linha de frente, eu jogo os mortos primeiro. - desenha uma seta das cinco pessoinhas em direção a casa. - Agora entende o quão essa porra não é legal?
- Gormax, eu sinto muito...
- NÃO! AGORA VOCÊ VAI OUVIR! - bate na mesa, ficando cara a cara com Phillip.
O sujeito se encolhe na cadeira, recua a cabeça e encara o homem furioso. Gormax fuzila o amedrontado, de forma calma ele muda seu semblante, umedecendo os lábios.
- Nossa parceria é do caralho. Somos Dom Quixote e Sancho Pança. John Watson e Sherlock. Donkey Kong e Diddy Kong. O mel na manteiga. Porra. Somos lendas. Eu quero menos disto. - parte o giz. - E mais disto. - as junta. - Me entendeu? - Phillip afirma. - Diga sim.
- Sim.
- Ótimo. - larga os giz. - Vambora. - bate em seu ombro.
Ele abre a porta e deixa que Phillip saia primeiro. Ambos saem, com Gormax mantendo o braço em volta do pescoço do líder. Nos corredores, pelas frestas dos armários, cada um dos sobreviventes fitou a dupla passar. Axel, espremido no pequeno espaço, esticou a cabeça para vê-los deixar o corredor. O militar trincou os dentes e cerrou os punhos suados.
Em questão de discrição, Jack estava se saindo bem lá fora. Ele, assim como todo mundo, não contavam com a vinda dos Golders. O ladrão esgueirava-se entre os arbustos do quintal de uma das casas. Com a vinda de um pequeno grupo de saqueadores, liderados pela moça ruiva de pontas loiras - ouviu um deles a chamarem de Sabrina - Jack teve de sair de seu posto para que não o vissem. Ele correu para os fundos da casa bem próxima ao muro - era uma das últimas da comunidade - e entrou sem cerimônias.
A casa parecia vazia, sem dono. Jack andava agachado fitando a movimentação externa por meio das sombras nas cortinas. Uma das sombras aumentou pelo vidro da porta.
- Merda. - girou apoiado no corrimão e subiu sem barulho.
A ruiva entrou com mais três homens. Ela ordenou para que dois fossem vasculhar o segundo andar. Assim foi feito.
Jack entrou em um quarto de casal bem arrumado. Deixaria qualquer visita impressionada com tal organização. Mas não era hora de apreciar. Jack fechou a porta devagar. Os passos subindo foram escutados e logo mais, se aproximaram. Sem muita opção, Jack deslizou no piso de madeira e rolou para baixo da cama grande. Seus braços tremiam com a tensão.
A porta abriu, os tênis desgastados e a calça de moletom preto rasgada na sola moveram-se para dentro do quarto. A ponta da M4 quase encostava no chão. O sujeito andou até o guarda roupa, abrindo com tudo. Jack ouviu um pigarro vindo dele. O homem abandonou o guarda roupa aberto e foi em direção a cama. O escondido se encolheu com o aproximar do sujeito misterioso. Ele ficou parado no pé da cama por um tempo. A impressão de ter sido visto passou pela cabeça de Jack.
- Puta merda.
Jack arregala os olhos ao ouvir isso.
Ele me viu, pensou.
O lençol sopra com seu puxão, o tecido cai do lado direito de Jack que olha para a direção, espantado.
- Bill, chega aí. - chamou o sujeito.
Outros pés surgem, agora parados na porta. O chamado usava um sapato preto engraxado, as pernas eram cobertas por uma calça marrom de número maior que fazian suas barras dobrarem.
- Me ajuda com isso aqui. - pede o misterioso.
- Fala sério.
Jack se arrasta para trás com a aproximação do homem. Ambos ficam lado a lado. O colchão grande arrasta centímetros para frente. Jack olha para a entrada de luz atrás de si, seu coração acelera.
- É pesado.
- Eu sei, babaca. - retruca Bill.
O colchão vai para frente de novo. Os homens firmam nas extremidades, assim tiram metade do colchão sobre a cama. Jack se encolhe com cada puxão dado. O colchão sai por inteiro de cima das madeiras, logo sendo visto nas mãos dos dois sujeitos que o arrastam para o centro do quarto.
Jack estranha a sombra ainda estar sobre si. Com uma olhada por cima ele percebe que há mais um colchão fino como segunda camada. Ele revira os olhos, pousando a cabeça no chão gelado e soltando um suspiro de alívio.
- Cuidado, idiota.
- Eu tô vendo.
Passam o colchão de pé pela porta.
Jack sai de baixo da cama em silêncio, levantando devagar afim de evitar até o estalar de um osso, caminha vagaroso até a porta que vai se fechando sozinha pelo empurrão do colchão.
- Espera. Vou pegar o outro.
Jack corre para trás da porta. O sujeito entra novamente. A porta bate e ameaça voltar, mas o escondido a segura pela maçaneta e acaba a deixando intacta. O arrastar do colchão é escutado até passar pelo exterior do quarto. Jack solta a maçaneta e do outro lado, o homem fecha a porta com tudo. O ladrão desliza até o chão, aliviado.
***
Algumas munições foram recolhidos. A muvuca estava intensa no arsenal. Mitt, o responsável pela guarda das armas, não estava nem um pouco contente com os folgados. Junto a ele estava Janet, que deu uma checada na lista de armas.
- Já foi o bastante. Chega. - ela diz.
Um rapaz de cabelo longo e barbado solta uma risada, ainda recolhendo as armas. Outro homem mais velho, quase calvo, toca no ombro do companheiro.
- Já chega, cara. É só a metade.
- Eles ficam com quase toda nossa água e nós só com a metade das merdas deles?
- É assim que funciona. - retrucou o parceiro.
Os outros deixam o arsenal. Mitt e Janet mantêm o foco no rapaz, que então guarda a G18 na sacola.
- Só as munições. - Janet fala.
O rapaz ignora e passa por eles com um empurrão de ombro. Eles seguem o indivíduo enquanto soltam os resmungos. A correria vai até o portão. Mitt aperta o passo e agarra os cabelos longos pelo ombro.
- Só as munições, imbecil.
- Do que cê tá falando?
- A gente viu. - disse Janet.
- Cês tão viajando. Eu não sei o que tão falando. - diz, para os amigos.
- É? Mostre a sacola. - Mitt pede.
O velho que acalmara a situação antes volta com o olhar desconfiado.
- Kenny, mostra a sacola.
- Qualé, Roger.
- Por favor.
- Não tem arma nenhuma aqui dentro!
- Vá se foder. - Mitt deu um soco bem no nariz do rapaz. Ele caiu de bunda com a região atingida sangrando.
- Ei!
Todos olham na direção da fala. Gormax vem calmo até o portão, desfrutando de uma maçã. Ele analisa a cena rapidamente e então olha para Mitt com o punho sangrando.
- Que merda aconteceu aqui?
- Ele pegou uma das nossas armas. - Mitt responde logo. - O trato são só as munições. E foi mais da metade, se quer saber.
- Mitt...
- Não. - Gormax impede a intromissão de Phillip. - Não precisa dizer nada, Phil. Eu resolvo. - afirma, encarando Mitt. - Mostre o que tem no saco, Kenny.
O rapaz com o nariz escorrendo pega a sacola e despeja tudo dela, as munições caem e por último, a pistola. Gormax se curva, apanhando a G18.
- Trato é trato. - estende a Mitt.
Mitt olha receoso para a simplicidade da resolução, segura a arma mas Gormax não a solta.
- Eu sou um homem justo. Quero saibam disso. - sorri, soltando a arma. - Roger, leva esse moleque daqui. - o velho obedece. - Você junta isto. - aponta para outro dos seus.
Phillip transparece calma depois de tudo, chega a ajeitar sua postura para desmanchar a inferioridade. Gormax vai em sua direção.
- Hoje foi produtivo, não foi? Estou feliz que tenham conseguido conter os bichos e mais feliz ainda por estarem vivos. Eu espero que o recado tenha sido dado.
- Foi.
- Ótimo. - Gormax morde a fruta e deixa-a na mão do líder. - Até sexta. Vamos, Derick. - vê o loiro chegando.
O líder se retira com seu grupo. Phillip acompanha-os até o portão, ao seu lado estão Tyrone, Mitt, Janet e Caroline.
Gormax acena antes de entrar no caminhão. Os veículos saem de ré até chegarem na curva, deixando o local de uma vez. Gormax ajeita o retrovisor externo e solta um suspiro.
- Vamos mandar mais algum recado? - Derick perguntou, ao volante.
- Não. Eles já entenderam.
- Babá eletrônica, na escuta?
Gormax pega o rádio e aproxima-o da boca.
- Na escuta.
- Encontramos outra comunidade anteontem. Já nos estabelecemos.
- Ótimo. Sigam o sistema, depois me enviem mais informações.
- Entendido.
- A coisa tá começando a ficar interessante. - disse para o loiro, sorrindo esbranquiçado.
— 3.13 —
"Escavando remorsos"
Sim, meus caros, os Golders voltaram. Houveram diversos indícios de que os putos estavam nas redondezas, era só questão de tempo pra fuderem com a alegria do grupo.
Phillip tem uma "aliança" com o corno (tá mais pra serviço obrigatório) e parece que isso se dá já faz cota. Gormax e seu pessoal são os ligeirinhos do fim do mundo.
Nos vemos no próximo sábado.
Abraços, Dalaxiz
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