Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

T3:C12 - Livres

Axel toma frente do amigos enfileirados, ofegante, encara o barbudo de olhos verdes da cabeça aos pés.

- O que acontece agora?

- Bem, vamos limpar essa bagunça. - sorri. - Quer dizer, fizeram demais por nós. Caso queiram ajudar, fiquem à vontade. E se quiserem entrar, digo o mesmo. - olha para o interior da comunidade. - Só perdoem-me pela recepção pouco calorosa.

Axel olha por cima do homem, analisando o local que parecia bem maior. Havia uma estrutura de tijolos no centro, a rua de entrada ia direto até lá. Era uma escola, coisa que ficou óbvia para o militar devido ao letreiro e a bandeira patriota no campo. Em volta da rua asfaltada, encontravam-se fileiras de casas grandes.

Neiva toca no ombro do marido e sussurra em seu ouvido. Ele assentiu olhou para o resto do pessoal.

- Entrando.

- Caroline - o líder chama a amiga. -, pode mostrar uma casa vazia para eles?

- Tenho opção? - passa por Phillip. - Pelo menos me livro de limpar essa bagunça.

- Vai sonhando. Aliás, entreguem as armas, por precaução.

- Não vamos massacrar ninguém.

- Entendo. Mesmo assim, prezo pela segurança de todos.

- Façam isso e me sigam. - Caroline diz.

Jack para ao lado do militar e suspira pesado. Axel confirma com a cabeça e então Jack dá o primeiro passo para dentro do lugar. As armas são entregues conforme cada um dos membros passam.

O ladrão seguia a moça, olhando para os curiosos que fitavam os recém chegados. Luzes ligavam nas casas, o que foi surpresa para os sobreviventes. Painéis solares no meio fio justificavam a energia. Quando Caroline parou o andar a frente de uma casa, todos pararam também. A fileira encarou o casarão branco com sacada e trocaram olhares.

- Se estivéssemos numa boa ocasião, teria tempo para achar uma para cada um de vocês. - põe as mãos na cintura. - Aproveitem. É o máximo que podemos fazer para agradecer.

- Obrigado. - Han agradece.

Caroline se afasta, ainda mantendo o olhar no grupo estático para garantir segurança do lugar.

- E ae, a gente só entra? - Léo indaga.

- Pode ser armadilha. - Rulek opina.

- Por que seria? - Cristina discorda. - Nós ajudamos.

- Nunca se sabe. - Axel fala.

- Pelo amor. - Yuki toma a frente, sobe a varanda e abre a porta. Ela some quando adentra a escuridão. A luz alaranjado liga e a enfermeira volta com as mãos na cintura.

- Prático. - Duane vai até ela, convencido.

Só precisou de um segundo para que o restante se convencesse da segurança. A relutância batia em Jack, tanto que deu uma última olhada nas pessoas na rua antes que a porta se fechasse.

(...)

Jack acordou num pulo e por consequência, bateu a testa nos pés de Newt. O grupo todo dormia no mesmo cômodo, juntos como presidiários dividindo uma única cela. Ergueu o tronco, esfregando os olhos e bocejando. Uma figura de pé a frente da janela foi vista por ele. Jack levantou e passou entre os pequenos espaços, logo ficou próximo a Erich que fitava o exterior com a faca de cozinha em mãos.

- Dormiu bem? - bate a faca na madeira.

- Até demais, mesmo que num colchão.

- São três e quinze da manhã, segundo o relógio. O pessoal aproveitou bem a água quente. Por que não tomou banho?

- Pergunto o mesmo. - riem. - Como tá aí?

- É um entra e sai. Parece que ainda tão tirando os corpos.

- Se quiser dormir, eu assumo daqui.

- Cê tá pior que um funcionário público depois de um expediente. Descansa. Tô acostumado a ficar acordado.

- Se você diz. Onde pegou isto? - aponta para a cerveja apoiada na janela.

- Tava na geladeira. Sh. - lhe oferece.

Jack vira em uma golada só.

- Com calma. Aquele bar não deu nem pro cheiro.

- Valeu. - devolve. - Acredita que estão por aí? Os Golders.

- Com certeza. Longe de nós, isso eu garanto.

- Não sei, não. Os caras que o Duane e a Yuki encontraram e mais agora que temos o Thomas com a gente. Parece que temos uma praga, e estamos fadados a nos encontrar.

- Besteira. O mundo tá vazio, mas não maior. Se encontrar com eles, estaremos prontos. Você mesmo disse.

- É. - apoia o cotovelo na parede. - Achei que teríamos uma chance com o pessoal do Thomas. Achei que seria diferente.

- É só questão de tempo. Hora ou outra, tudo cai. - olha para o amigo. - Eu sinto muito pelo Zack e o Brian.

- E eu pelo seu irmão.

- Valeu. - batuca os dedos na faca. - O que aconteceu com a Sally, a Katrina...

- Erich.

- Só quero que saiba que me importo. Significaram muito pra mim, eram minha família também.

- Família?

- Foi da boca pra fora.

- Acredito. Não tenha vergonha disso, Erich. - esfrega os olhos. - Toma cuidado aí. Não enche a cara demais. - bate em seu ombro.

- Podexá.

***

Era de se esperar que o grupo dormisse até que acordassem sozinhos, pois já fazia tempos que não ficavam em colchões, contudo pela manhã todos já estavam dispostos. Axel já vigiava pela janela da sala, enquanto o besteiro fazia o mesmo nos fundos da casa. A insegurança permeava todos que nem se deram ao luxo de aproveitar uma boa noite de sono.

Cristina e Newt prepararam o café da manhã aproveitando de tudo um pouco na cozinha. Quando o grupo aproveitou de uma refeição descente, o militar não perdeu a chance de falar com todos já reunidos no cômodo.

- Vamos vasculhar o lugar. Descobrirmos os pontos estratégicos, saídas de emergências, onde guardam as armas e o caralha quatro. Divididos fica bem mais fácil.

Os subgrupos estavam divididos e cada um com sua tarefa específica. O trio composto por Newt, Carly e Marian seguiu para fora da comunidade. O terreno estava parcialmente limpo, os corpos dos mortos iam sendo arremessados em caçambas. Juntaram-se aos demais exaustos pelo arrastar de corpos podres. Newt fitou Caroline trabalhar junto a Tyrone, o grandalhão visto noite passada. Era um homem de 1,88m, um cabelo curto no estilo do exército, boa postura e peitoral; assim como Phillip, tinha a barba bem feita, cabeça no formado de um círculo achatado e olhos dominados pelo azul claro.

- Vai falar com ela? - Carly parou do seu lado, perguntando.

- Bem, é o nosso trabalho, não?

- É, sim. Mas suas segundas intenções já estão bem claras.

O ruivo lhe olha torto, o tanto tímido. Newt então toma iniciativa, chegando bem na hora em que Caroline apanha os braços do corpo.

- Eu ajudo. - pega as pernas. Juntos levantam o falecido e o jogam na caçamba.

- Valeu. Newt, certo?

- Isso.

- Olha, tenho que agradecer. Vocês foram de grande ajuda ontem.

- Não precisa. Na real, nós que somos gratos pela estadia.

- Pretendem ficar? - tira uma mecha da frente do rosto.

- Não sei dizer se a resposta seria um não. - sorri. - O mundo tá uma porcaria aqui fora.

- Bem, saiba que são bem vindos aqui.

Carly observa o ruivo tento sucesso, ela foca no grandalhão que traz dois corpos sobre os ombros, desencosta do tronco e vai até o mesmo.

- Que forte. - debruça-se na caçamba. - Fazia academia ou algo assim?

Tyrone somente encara a cabelo curto e sai andando.

- Simpático ele.

***

Nelson, Yuki e Harry foram os escolhidos para checaram a grande estrutura no centro da comunidade.

O lugar era incrivelmente limpo, os armários azuis refletiam as luzes e sombras, as rodinhas dos carrinhos de mão deslizavam no piso liso - locomovidos pelas pessoas que ali passavam. A enfermeira cumprimentou uma a outra conforme caminhava com o rapaz ao lado, que fitava tudo com um olhar surpreso.

- Parece até conto de fadas. - sussurra Nelson.

- Não é? Soa até estranho. - Yuki sorri para uma senhora que passa.

Harry desvia a atenção para a porta entreaberta do banheiro masculino, onde viu uma garota sobre a pia. Ela tem cabelos longos e retos cuja cor ruiva se assemelha ao fogo, a textura macia e sedosa reflete no espelho atrás dela. Seu olhos são da cor de verde esmeralda (um verde escuro). O menino estranha a presença da mesma ali, ele então avisa a dupla da vontade de ir ao banheiro e então entra no toalete sem fazer barulho.

Os cochichos são escutados. Harry espia atrás da parede azulejada, vendo quatro jovens - incluindo a garota ruiva - em círculo. O mau cheiro invade as narinas do curioso e ele tosse, atraindo atenção deles.

- Ei. - a ruiva o vê.

Harry vai para trás da parede com o olho arregalado.

- Pode sair, a gente te viu. - outra voz fala.

O menino revela-se, encarando os quatro próximos a janela aberta. Eles fitam Harry por alguns segundos e o garoto compreende o motivo. Talvez inúmeras perguntas estivessem passando pela mente deles ao verem a bandagem tampando seu olho direito.

- E aí. - o garoto alto acena. - Cê é novo por aqui? - Harry confirma. - Legal. Sou o Eddie. Esta é a Roxie. - aponta para a jovem a esquerda, ela acena com um sorriso.

- Ben. - o outro rapaz se apresenta.

- Cassie. - a ruiva então fala.

Eddie era magro, quase que raquítico, negro, de cabelo curto, olhos castanhos pequenos e com um pescoço longo. Roxie era a baixinha do quarteto, cabelo black power, lábios carnudos e de pele parda. Já Ben tinha a feição mais sonolenta, os olhos pequenos quase fechados, tão branco quanto desodorante e com um cabelo liso volumoso, parecendo um microfone. Todos ali pareciam mais velhos que Harry.

- Como se chama? - Roxie pergunta.

- Harry. - põe as mãos nos bolsos.

- Bem, Harry, você pegou a gente nas quatro e vinte. - deu um trago no maço. - Quer? - estendeu.

- Eu tô bem. - dá meia volta.

- Ai. - Ben adverte. Harry para. - Não viu nada, falou?

- Qualé, Ben. Ele não vai contar. - disse Eddie. - Aí Harry, tá afim de se juntar a nós depois da aula?

- Aula?

- É. Há quanto tempo cê tá aqui?

- Doze horas.

Os adolescentes se entre olham.

- Temos que voltar. - Roxie lembra. - É suspeito todos quererem ir ao banheiro na mesma hora. - apaga o baseado e joga pela janela.

Harry olha para a ruiva com certa timidez, deixa o banheiro em passos rápidos.

A dupla no corredor entrou no laboratório quando atiçados pelos materiais químicos na mesa. No canto da sala, uma mulher terminava de anotar o texto de ligações iônicas na lousa cheia. Ela ouve a batida da porta e logo recepciona a dupla com um sorriso amigável, devolvido na hora por Yuki, já Nelson acenou.

A mulher deixou o livro sobre a mesa e dirigiu-se até eles. Baixinha, cabelos negros presos - num coque -, pele com o mesmo tom e olhos castanhos pequenos. Estendeu a mão para cumprimentar Yuki.

- Sou Vic.

- Prazer. Yuki. Este é Nelson.

- Seu filho?

- Não. - sorri. - Um amigo de viagem.

- Oi. - ele acena.

Vic acena de volta, sorrindo.

- Vocês parecem bem. Se adaptaram logo. - nota as vestes da enfermeira.

- Que isso. Estávamos à procura de algo assim há meses. Graças a Deus vocês apareceram. - põe a mão no peito.

- Eu digo isso. Foi uma ajuda e tanto ontem a noite.

- Nada que já não estejamos acostumados. - Nelson fala.

- Nem imagino os maus bocados que passaram. Sinto por vocês.

- Obrigada. - Yuki agradece. - É a professora?

- Bem, agora sim. Eu era inspetora por aqui. Como nem todos sobreviveram, eu faço o que posso para manter a educação mesmo no fim do mundo.

- É muita responsabilidade. Meus parabéns.

- Agradeço. Procuramos manter as crianças distraídas por aqui, sabe? Tentar manter um pouco da infância. Semana passada pintamos todas pedrinhas do quintal da escola. Vocês virão? - vai até a janela, apontando.

A dupla vê o quintal colorido com as minúsculas pedras de cores variadas. Nelson acaba por notar a faca escondida por baixo da blusa de Yuki, deixando atrás para que não vissem, ele olha para a enfermeira amigável com a professora e então volta a focar no quintal.

Vic checa o relógio e se afasta.

- Elas vão entrar daqui a meia hora. Vou me preparar.

- Tudo bem. - Yuki vira-se rápido para que a mesma não perceba a lâmina.

- Foi bom conhecê-los. - para na porta. - Sejam bem vindos, aliás. Até breve.

- Até.

Nelson franze a testa e volta-se para Yuki, ela o fita com um semblante sereno e então sorri de canto.

- Precaução é apelido pra você, moça.

- O quê? Não está armado? - bate em seu ombro e passa pelo mesmo.

***

O grupo com Axel, Vanessa e Duane eram guiados por Janet, uma jovem adulta de cabelo tingido com rosa, tinha olhos grandes e castanhos, a pele bronzeada e o jeito de falar entregavam descendência mexicana. Com um rifle no ombro direito, Janet lhes guiou até uma casa do lado de uma igreja alta. Subindo as escadas até a porta, Vanessa pôde ver as estantes através da janela a direita.

Entraram em fileira, assim o que um dia fora uma casa agora servia como arsenal. A direita onde seria a cozinha, agora era substituída por estantes e encaixes para as armas. A esquerda, a sala servia como área de manutenção tendo duas grandes mesas no centro. Perto da escada, um homem careca aproveitava do charuto sentado a cadeira de balanço.

- E aí, Mitt.

- Fala, Janet. Quem são? - aponta para os desconhecidos.

- Gente nova. Phillip pediu para mostrarmos o lugar. Foram eles que nos ajudaram ontem com a manada.

Mitt se levantou tirando o charuto da boca, parou a frente de Axel braços, Mitt estendeu a mão para cumprimentá-lo. Axel aceitou o cumprimento num aperto forte.

- Aperto firme.

- Obrigado. Sou Axel.

- Prazer. - vai até Duane e o cumprimenta, depois para Vanessa ele deposita um beijo nas costas de sua mão. - Madame.

Vanessa deu sorriso forçado e voltou a guardar a mão no bolso da blusa.

- Me desculpem, ele não vê gente nova há um tempo. - Janet disse.

- Qualé, Jane, eu não sou uma criança. - olha para Duane da cabeça aos pés. - Eram militares? Algo assim?

- Nós dois fomos. - Duane respondeu. - Serviu também?

- Não, eu era segurança. Protegia a garotada de outra garotada fanática.

- Era segurança particular? - Vanessa deduz.

- Isso aí.

- Mitt, eu gostaria de continuar minha guia. - Janet disse, sorrindo.

- Claro. Perdão. Vou voltar pro meu turno. - senta novamente e aproveita o charuto.

- Como podem ver, a direita fica o arsenal. As munições ficam nas gavetas da cozinha. No fundo temos a despensa.

- Mantêm a despensa no mesmo lugar? - Axel cruzou os braços.

- É. Fica mais fácil para a vigia. - anda até a garagem.

- E lá em cima? - Vanessa aponta.

- Alguns quartos têm os freezers. Tem um mercado aqui perto e aproveitamos para deixar os congelados em congelados de novo. No começo queriam desligar o freezer durante a noite, mas o Phillip sabia que seria burrice.

- E como. - Axel murmura.

- Venham. Vou mostrar a despensa.

- Conversa com ela. - Duane cochicha para Vanessa. - Vê o que mais consegue tirar da rosinha.

- Tá bom.

***

A viga foi forçada por Han, era firme o bastante para sustentar o enorme muro metálico. Ele, Jack e Léo estavam nos fundos procurando por pontos estratégicos e saídas possíveis. O coreano chamou Jack para mais próximo, estava curvado sobre a tampa de um bueiro camuflado entre os gramados.

- Tem cadeado. - Han disse. - Quem coloca cadeado numa tampa de esgoto?

- Vai ver não querem que algo saia daqui. - fala, com as mãos na cintura e olhando ao redor.

- Ou talvez não querem que algo entre aqui.

Jack olha para o mesmo, franzindo a testa.

- Também pode ser. Têm várias possibilidades. - Jack vê Léo encostado na parede da casa, dirige-se até o garoto. - O que tá olhando?

- Ali. - aponta para a torre d'água da escola. Havia um homem lá em cima. - Eles tem uma vigia. Tão observando em todos os cantos.

- Espertos. Podem ver de tudo um pouco lá de cima.

- Talvez o cara lá em cima já tenho percebido nossa divisão.

- Acho que não. Eles confiam na gente por um ato de ajuda, é um grande erro.

- É, sim. Mas não acho que são ingênuos a esse ponto. - olha para Jack. - Eles tão de olho, assim como nós. - volta a focar no vigia.

Jack respira fundo, passa os dedos nas laterais do nariz e fixa-se no jovem.

- Me desculpa. Aquilo que eu disse sobre você ser um egoísta. Olha, foi da boca pra fora.

- Tudo bem. Você queria achar o Brian. Ainda acredita que ele esteja por aí?

- Tenho minhas dúvidas.

- Pessoal. - Han os chama. - Vão querer ver isso aqui.

A dupla vai na direção do coreano parado nos fundos de uma casa, ele olhava para baixo e mantinha os braços cruzados.

- O quê?

- Por qual razão eles teriam isto?

Jack e Léo olham na direção, vendo uma janela retangular encostando no gramado, a invasão da luz solar clareou a grade da cela que parecia estar no porão da casa.

***

A enfermaria estava tão limpa que o cheiro dos produtos recentes eram sentidos assim que aberta a porta. Neiva, Thomas e Cristina foram recepcionados por uma dupla de médicos, ambos com um jaleco.

- Então vocês são novatos? - o médico se aproxima, estende a mão.

- Somos, sim. - Thomas disse, apertando a mão dele.

- Sou o Doutor T. - alto, barrigudo, cabelos lisos e barba grisalha, negro e com um marca na costa da mão, isso Thomas pôde ver durante o cumprimento.

A outra médica parou ao lado dele. Cabelo loiro até os ombros, aparentando 30 anos, olhos azuis claros, os dentes da frente separados e de nariz pequeno.

- O nome dele é Tyler. - disse ela. - Mas gosta do codinome. - sorriu. - Sou Clara.

- Thomas.

- Cristina.

- Neiva. - deu um passo. - É bem organizado aqui.

- Tentamos manter o mais limpo possível.

- Eram médicos antes disso? - Cristina indagou.

- Sim, trabalhávamos juntos.

- E ela continua pegando no meu pé. - Tyler brincou.

- Esta enfermaria estaria de cabeça para baixo sem mim, T.

- Sabe, temos uma enfermeira também. - Neiva menciona. - Ela é boa.

- Sério? Peça para ela vir aqui mais tarde, vamos adorar conhecê-la.

- Eu vou. - Neiva sorri.

Cristina caminha pelo lugar demonstrando curiosidade. Clara a acompanha, enquanto que Tyler fica distraído com a dupla. Cristina anda pelo corredor, vê alguns pacientes dormindo nos quartos sendo a maioria idosos.

- Achei que não fosse ver isso de novo. - comenta.

- Muitos dizem isso. - Clara disse. - Vão gostar daqui. O pessoal é legal. - percebe o corte na testa de Cristina. - Quer que eu dê uma olhada?

- Não, estou bem. - toca na região. - Quase imperceptível.

- Certeza? Eu posso examinar. Evitar uma infecção. Sabe lá como foi feito esse corte.

- Tá bem.

Cristina se acomodou no pé da cama. A médica veio com um algodão molhado e de luvas, ela passou calmamente no corte da loira.

- Há quanto tempo estão aqui? - perguntou Cristina.

- Dez meses. Vim aqui junto com Tyler. Demorou um tempo para nos acostumarmos, mas deu certo. Está ardendo?

- Um pouquinho. - olha para Tyler conversando com Neiva e Thomas. - Eram um casal?

Clara sorriu, passando suavemente o algodão.

- Éramos. Nos divorciamos, mas continuamos amigos.

- Isso é raro.

- É. Foi bom pra nós dois. É casada?

- Já fui. Ele morreu.

- Sinto muito. - cola o curativo.

- Não sinta. Às vezes é melhor assim. - Clara assenti, reúne as coisas a mesa. - Qual é a do Phillip?

- Ele é um bom líder. Carismático. Procura ajudar sempre. Quer ver como anda o funcionamento para o futuro, ele diz. É um cara bem esperançoso. Acredito que se não fosse ele no comando, estaríamos no sufoco.

- Que bom. - olhou para Neiva, que também devolveu. Cristina assentiu, discretamente.

***

Com a checagem feita, o grupo de Yuki voltou a casa em que residiam. A ideia era esperar pelo restante para trocarem informações conseguidas. Harry aproveitou do tempo para ler um dos livros antes pertencentes ao dono da casa. O garoto fechou o livro, as vozes abafadas atraíram-no para janela ao lado, avistou os mesmos jovens caminhando juntos. Harry desceu as escadas com cuidado, viu Nelson atacando a geladeira na cozinha, passou de fininho e deixou a casa pelos fundos. O único olho avistou o garoto alto e de pescoço fino por último na fileira. Harry seguiu o grupinho com cautela.

Roxie e Ben retiraram os monte de folhas sobre um alçapão escondido, ele foi aberto pela ruiva que entrou logo em seguida. Restou apenas Eddie e antes que entrasse, verificou os arredores e acabou por notar o bisbilhoteiro caolho entre a grama. Harry abaixou na mesma hora.

- Droga.

O menino fechou o olho quando a sombra de Eddie bloqueou o sol, respirou fundo e ergueu a cabeça.

- Vou dizer, é a segunda vez que me assusta. - sorriu, estendendo a mão. - Chega aí.

O caolho levantou com auxílio e foi guiado por seu descobridor. Eddie lhe atentou sobre a cabeça na hora da descia, quando Harry chegou ao térreo pôde ver a lamparina clareando a sala ao fundo, o sol foi embora assim que fechado o alçapão. Eddie foi na frente.

- Pessoal, olha quem decidiu se juntar nós. - revelou Harry atrás de si.

A área era pequena mas aconchegante, com dois sofás e uma mesa entre eles, uma caixa de isopor no canto e uma estante velha de cozinha. Sobre a mesa, garrafas quase vazias e maços queimados. Os acomodados fitaram Harry.

- Fica à vontade. - Eddie sentou ao sofá.

- Vem aqui. - Roxie abriu espaço no sofá encostado a parede.

Harry se acomodou, admirando o lugar.

- Era onde jogavam o lixo. - disse ela. - Bem, não jogam mais.

- Gostei. - Harry disse.

- Vai uma? - Ben oferece a cerveja. Harry senti um frio na barriga e o suor nas mãos. - Cê já bebeu alguma vez?

- Não. - olha para todos.

- Quantos anos tem? - Cassie perguntou. Harry fixou na ruiva ao ouví-la.

- Treze.

- Uau. - Ben sorri, tomando um gole.

- "Uau" mesmo. - a ruiva concorda. - Você é alto pra sua idade, não parece tão novo.

- Essa é famosa genética boa. - Eddie diz, esticando-se para alcançar o cigarro a mesa. - Não se sinta inferior. A Cassie aqui tem quatorze. Ela era a mais nova até então. - põe o maço na boca e acende.

- Como novato, tem que seguir a tradição. - Cassie pega a garrafa das mãos de Ben e estende-a para Harry. - Virar.

- Qualé, Cass. O garoto vai vomitar. - Roxie fala.

- Não, tudo bem. - Harry pega a garrafa.

Sua intensão ia em base de não só experimentar pela primeira vez, mas também de impressionar a ruiva que lhe oferecera. Deu uma goleada de virar a garrafa, o líquido ia descendo direto pela garganta agitada do menino. Os demais olhavam surpresos. Roxie já crescia um sorriso. Harry baixou a cabeça, pondo a garrafa na mesa, tentando ignorar a bebida sem gosto e amarga descendo pela garganta.

As meninas aplaudiram, os outros dois vieram com um toca aqui bem recebido pelo garoto.

- Como se sente? - perguntou Ben, risonho.

- Tonto.

Eles riram.

***

Rulek estava sentado a beira da caçamba onde os corpos eram jogados. O anão apreciou o céu azulado, tendo a leve brisa daquele campo aberto soprando em seus ouvidos, ele aproveitava do pequeno intervalo enquanto que o besteiro vinha arrastando mais um corpo para a pilha.

- Uma ajuda viria a calhar. - Erich mencionou, ajeitando a falecida nos braços.

Ele recebeu a ajuda de Rulek e o corpo então foi jogado. Erich limpou as mãos uma na outra, se escorando na lataria para retomar o fôlego.

- Acha que vai funcionar? - Rulek puxa assunto.

- Eu passei a dúvido de tudo e de todos nesse meio tempo. Só espero que não tenhamos errado de novo.

- Então acredita que sim?

- Por aí. Eu prefiro estar aqui fora do que lá dentro.

- Eu também. É estranho. Falando nisso, de esse monte de bichos vieram?

- Vou lá saber. Atenção. - vê Phillip chegando com outro corpo.

Erich vai até ele o ajuda, pegando os pés.

- Já foi metade. - Phillip disse. - Estão sendo de grande ajuda. Obrigado, de novo. - abre uma garrafa e toma da água.

- A gente pretende ficar. - Rulek comenta. Ele ganha olhares de ambos, besteiro o tanto surpreso. - Mas primeiro queremos saber algumas coisinhas.

- É justo. O quê?

- Quem mandou os bichos? - Erich perguntou na frente. - Digo, todo rebanho tem um pastor.

- Eu contei aos seus amigos. Foram outro grupo. Nos desentendemos.

- E vão voltar?

- Creio que sim. Eu preciso conversar com cada um de vocês, em particular. - tira as luvas. - Tirar esses corpos tem sido cansativo. Descansem. Porque eu vou fazer o mesmo. - se retirou.

A dupla fita o cabelo grande deixá-los em passos calmos.

- Assim que eu gosto. - diz Rulek. - Curto, reto, direto, já disse.

Os galhos próximos são esmagados. Na direção do barulho vêm Newt e Carly, também pousados no líder distante.

- Como estão se saindo? - Erich pergunta.

- Não sabemos muito. - Newt respondeu, com as mãos nos bolsos.

- Só sei que o grandão não é muito social. - Carly comenta.

- Parece que nem todos são. - Erich tira as luvas. Ele acaba por notar a vinda de Kátia até a caminhonete.

- Vamos levar esses fedorentos daqui. - Kátia chega dizendo. - Quem vem?

- Eu vou. - Newt toma a frente. Kátia joga as chaves para ele, o mesmo entra.

Carly vai para a janela do motorista e assenti para o ruivo. Newt dá partida e só acelera quando a comporta da caçamba é fechada.

***

- Tá bom, é um jogo simples. - Eddie enche o copo. Todos estavam sentados ao chão com a mesa entre eles. - Eu conto algo que nunca fiz, se vocês fizeram, bebem. - Harry franziu a testa. - Vai entender.

- Bem, eu começo. - Cassie fala, pensativa. - Eu nunca fiz uma tatuagem.

Eles se entreolharam, acabam por focar em Roxie que aproxima o copo da boca.

- Mentira. - Ben desacredita.

- É sério. - ela fala no copo, tomando um gole.

- Onde? - Cassie pergunta.

- Nas costas.

- Eu ainda vou querer ver. - disse Eddie, sorrindo. - Sou eu. Eu nunca fiz mais de três posições durante o sexo.

- Qualé. - Ben riu.

- Que tal: eu nunca transei? - Cassie corrigi, zombando dele.

Harry deixa uma risada escapar, estava o tanto tímido no momento.

- Bem, ninguém fez. - diz Roxie. - Sua vez, Ben.

- Legal. - se ajeita, cruzando as pernas. - Eu nunca matei alguém. - olha de canto para Harry.

- Jesus. Não tinha uma escolha melhor? - Roxie torceu o nariz. - É a sua vez, Ha...

Ela para de falar ao ver o garoto beber da cerveja. Os outros fitam, surpresos mas também espantados.

- Sério? - Eddie indagou. Harry afirmou. - Quantos?

- Dois, eu acho.

- Eles fizeram isso com você? - Cassie aponta para o olho coberto.

- Não, foram outros.

- Como se sentiu? - Roxie mostrou-se curiosa.

- O primeiro tinha que acontecer, então, tanto faz. Mas o segundo foi acidente. - respira fundo. - Sei lá. Quando você fica lá fora, as coisas se tornam normais. Você se acostuma. Isso te muda, mas é você que decide o quanto. - passa o indicar no bico do copo. - Viveram aqui esse tempo todo?

Todos afirmam.

- Desde o começo, com nossos pais. - Ben acrescenta. - Perdi meu pai nessa droga.

- Sinto muito. Foram os mortos?

- Não. - toma a cerveja.

- Te entendo. Sou órfão. Meus pais se foram logo no começo. O grupo me acolheu.

- Lamentamos por isso. - Cassie disse.

- O que aconteceu com seu olho? - Eddie pergunta.

- Um velho comeu.

Roxie põe a mão na boca, enojada.

- Digo, ele não comeu, mas ia.

- Podemos ver?

- Deixa disso, Eddie.

- Tem razão. Foi mal.

- Tudo bem. - Harry disse, colocou o copo na mesa.

Ele levou as mãos para trás da cabeça, desgrudou a fita da qual prendia o curativo e foi desamarrando em movimentos rotatórios. Os espectadores aproximaram as cabeças alguns centímetros, ansiosos com o que veriam. Na última rotação, a faixa caiu junto a bandagem que cobria a região, Harry puxou a mecha de cabelo para trás e então viu a reação espantosa em todas as faces. Era um buraco centímetros mais largo do que olho intacto do garoto, o tom rochoso no canto ameaçava se espalhar devido ao inchaço - região em que a colher havia adentrado -, este que estava menor em relação as últimas semanas.

O silêncio predominou ao redor da mesa. Harry era alvo dos olhares arregalados dos jovens e afim de sair do constrangimento, pegou a copo de volta e tomou todo o álcool.

- Mais uma.

- Certeza? - Eddie franziu a testa.

- Sim. Somos livres agora.

***

A sala estava cheia, contando com quase todos os membros do grupo. Quase porque Harry repousava no quarto de cima e Newt estava ausente pela saída com a moça para a cremação, isso foi avisado por Erich antes de começarem.

Alguns estavam sentados, outros de pé. Na entrada, Nelson estava escorado vigiando a rua donde passavam mais e mais pessoas. Neiva entra na sala com as mãos nos bolsos do jeans.

- E então?

- Eles tem um bom arsenal e um ótimo estoque. - Vanessa começou. - Eles mantêm tudo junto para melhor vigia.

- Até freezers os desgraçados têm. - Duane comenta.

- Realmente um luxo. - Rulek admite. - São casas que não acabam mais.

- E parece que querem manter o jus ao nome do lugar. - Yuki comentou. - Dão aulas e de tudo um pouco por aqui.

- Enquanto as saídas? - Neiva dirige-se a equipe responsável.

- O esgoto está trancado. - Han falou. - Talvez foram invadidos pelos mesmos caras que lhes jogaram a manada, ou pode ser bem pior.

- Pior como?

- Talvez esteja trancada pra gente.

- Têm vigias em todo o canto. - Léo menciona. - E mais, uma cela.

- Cela?

- Não sabemos o motivo, mas eles têm.

- Só viram uma? - Axel desencosta do sofá. Léo confirma. - Devem estar tramando alguma.

- Vão fazer a gente revezar a cela? - Marian soa sarcástica. - Acho que não. Eu acho que podemos ter uma nova chance aqui.

Os demais dão atenção a moça. Era algo que eles não esperavam, especialmente de Marian.

- Nós os ajudamos. Não iam nos acolher pra depois matar.

- Bem, nós fomos vítimas disso antes. - Carly lembra.

- Mas agora foi diferente. E vocês sabem. Aqui pode ser um novo começo. Algo diferente do que acordar e tentar a sorte em uma casa ou lojinha abandonada. Este é tipo de lugar que o Tony gostaria. É o que a Central um dia foi.

- Ela tá certa. - Erich concorda, próxima a janela. - Talvez tenhamos alguma coisa aqui. Eu quero acreditar nisso.

- Todos queremos. - Neiva corrige. - Vou conversar melhor com o Phillip. Afinal, é o que ele quer. Vou descobrir mais sobre as pessoas responsáveis por essa merda toda, daí teremos uma conclusão.

- Por mim fechô. - Nelson disse, na porta. Todos olham para ele. - É o que eu acho.

- Certo. Encerramos.

A sala fica movimentada com saída dos demais. Marian é parada pelo pai, que deposita a mão em seu ombro. Duane sorriu para a filha e a mesma assentiu, passando por ele em seguida.

- 3.12 -
"Livres"

Voltamos, meu povo! Como foi a virada de ano? Aqui só foi sol na laje e rapadura queimada.

O capítulo hoje seguiu tranquilo graças aos céus. Tanto o grupo quanto vocês leitores precisavam de um descanso. Visitamos as locações da comunidade e conhecemos um pouquinho do pessoal nela. Harry até fez amigos e já foi para o mau caminho (ele deve ter um fetiche por ruivas).

A desconfiança continua forte entre a rapaziada e a descoberta de uma cela faz qualquer um tremer na base. Basta esperar para saberem mais sobre esses bons samaritanos.

Criei um perfil no Instagram para melhor divulgação do livro, lá vou postar curiosidades e algumas atualizações futuras. Quem tiver interesse, segue aí: erazumbi.

Abraços por trás, Dalaxiz.

P.S: Um bom 2020 para nós.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro