T2:C8 - Fácil demais
O relógio marcava 8:24h. O clima era frio e de céu cinzento para aquela manhã onde se encontravam grande parte do pessoal já no portão. Todos já separados. Com o trailer e uma caminhonete para os que iriam partir.
- Tem certeza? - Jack perguntou a Zack durante o diálogo.
- Claro. Quero ajudar a manter o lugar seguro.
- A Sally me disse que ia.
- A gente conversou durante a noite. Foi decisão de cada um, então...
- Tudo bem. Aqui - lhe entregou sua M9.
- Não precisa, cara.
- Vamos. - manteve o braço estendido.
Zack pegou a arma.
- Vou manter ela inteira, pode confiar.
Brian se aproximou de ambos.
- Então vai ficar mesmo?
- É isso aí.
- Então aproveita e faz uma faxina lá em casa. Aquele lugar tá um horror.
- Vou chamar sua mãe pra me ajudar. Como é mesmo... Rua Power, apartamento 2C? - sorriu.
- Zack... Você é meu pai?
Os três riram.
- Mantenha no canal 3. - disse Jack.
- Boa sorte, pessoal.
- Relaxa - disse Brian risonho - Eu volto pra fazer um teste de DNA.
- Vai se surpreender com o resultado. - disse Jack, risonho.
- A propósito - Zack chamou atenção de ambos - Os cachorros olham para cima.
- O que vou ter que fazer pra provar o contrário? - Brian sorriu.
- Não vai. Eu só sei.
- Se cuida. - disse Jack.
(...)
Mais a frente do portão Axel e Neiva encerravam o diálogo. Axel se dirigiu até Harry que estava sentado no meio fim.
- Ei, garotão. - a sombra dele bloqueou o sol fraco. Se ajoelhou para ficar cara a cara com o menino - Vou trazer ela de volta.
- Sei que vai. Tenha cuidado lá fora, você é durão mas não imortal.
- Eu vou. - sorriu. - A gente se fala.
- Até.
Axel ficou de pé e foi em direção aos veículos. Deu um selinho em sua esposa e abriu a porta do trailer em seguida. Atrás da cumprida lata velha estavam Zack e Sally em um beijo longo.
- Já chega loiro, ela não vai a guerra.
- Mas estaremos em uma chuva de balas. - disse Katrina após entrar no trailer.
- Obrigado, Kat. - disse em um tom irônico.
- Tenha cuidado. - disse Neiva logo ao lado.
- Teremos.
- Eu me oponho. - todos olharam para a direção da voz feminina. Era Cristina com a mão levantada. - Precisam de gente.
- Também tô nessa. - Gormax se posicionou. Em seguida veio Carly.
Axel franziu o cenho.
- Tá bom. - disse Neiva sorrindo de canto. - Tem razão, precisamos de gente.
- Enquanto ao baixinho? - perguntou Axel.
- Vou ficar. - disse ele, do lado de Zack. - Dar um suporte pro aliado aqui.
- Então vamos! - Axel falou em alto tom. - Estamos perdendo tempo.
Metade entrou no trailer, o resto foi na caçamba e dentro da caminhonete.
Os que ficaram permaneceram ali vendo os veículos se distanciando.
Na caçamba, Sally via a figura de Zack mais distante, até ela sumir quando virada a rua.
***
Abriu os olhos, já tendo a visão do céu estrelado e os grilos cantantes no matagal. Tommy, o vigia apagado por Newt, levantou com uma dor insuportável na cabeça. Notou seu parceiro na mesma situação, mas desacordado.
Ouviu o grunhido a sua direita. O zumbi saiu dos arbustos, lentamente, na direção dele. Puxou a pistola de trás da calça e disparou. O som foi o bastante para acordar todos nos veículos e dentro da igreja.
- Que porra foi essa? - perguntou Derick ao sair de dentro do carro.
- Os prisioneiros fugiram. - disse, esfregando o local machucado.
- Inúteis. Todos para a floresta! Cerquem a área! Sem eles, não há troca. - resmungou para si.
(...)
Os três corriam com o coração acelerado. Por cima do ombro viam as luzes longínquas.
A exaustão tomou conta de todos. Marian foi a primeira a parar e se escorar na árvore.
- Tempo. Dá um tempo.
- Não dá pra parar agora. - disse Vanessa, ofegante.
- Ela tá certa. Mais um pouco e eles alçam a gente.
- Precisamos de um abrigo. Pelo menos um lugar para nos escondermos. - respirou fundo antes terminar a frase.
- Uma caverna? - optou Newt.
- Sem essa. Tem aranhas.
- Vamos continuar e ver o que encontramos. - Vanessa disse, já decidida. A mesma tomou a frente e voltou a correr.
As luzes permaneciam, o que foi motivo suficiente para ambos ali parados seguirem a amiga.
Em mais uma dessas corridas eles toparam com uma cerca que fechava a rua do outro lado. Lá também se encontrava locais públicos, totalmente devastados. Escalaram a cerca e enfim chegaram do outro lado.
- Acha que é seguro? - perguntou Newt.
- Desde que possamos nos esconder. - Vanessa respondeu.
Os três seguiram caminho pela rua imunda. O semáforo estava torto, quase caindo. Alguns carros tinham o capô batido nas vitrines e postes. Havia ocorrido um verdadeiro caos ali.
Em uma dessas explorações Vanessa avistou o local ideal para se esconderem. Levou ambos até uma escola de janelas quebradas e paredes imundas de lixo e sangue. A porta principal estava escancarada e com os vidros em pedaços.
Logo a frente havia uma escada para o segundo andar. Abaixo da mesma continham duas passagens para o corredor. A esquerda de Marian havia outro corredor escuro. A direta de Newt, quatro portas, duas eram acessos para as lavadouras, uma para sala dos professores e outra de acesso restrito.
- Melhor fazermos uma barricada na escada. - disse Marian.
- Não. - Newt negou - Se queremos nos esconder, vamos manter o lugar do jeito que encontramos pra não levantar suspeitas.
Ambas assentiram. Newt entregou a M4 para Marian. Ele subiu para vasculhar, enquanto as duas checavam o andar debaixo.
Marian foi para o corredor principal, enquanto Vanessa checava as salas restantes.
Seus passos ecoavam no longo corredor destruído. Luminárias penduradas, com seus fios amostra e desencapados, portas arrombadas, incluindo os armários. Do seu lado havia um corpo sentado com um buraco na testa, e um machado em sua mão. O mesmo estava trajado com uniforme de bombeiro. Aproveitou e pegou a arma branca das mãos do falecido.
No fim do corredor duas portas tinham correntes na maçaneta, o vidro da mesma estava imundo. Ao lado da porta havia um crachá indicando o local: refeitório.
Ao se aproximar, um zumbi deu de cara com o vidro sujo. Marian recuou dois passos, apontando a arma devido ao susto. Após isso, mais dois ficaram atrás da porta e assim foram se aglomerando, levando a porta mais a frente devido ao empurrão. O som das correntes arranhando umas nas outras ecoou sobre o corredor vazio.
- Bem, a cantina tá fechada, crianças. - se afastou.
Assim que subiu as escadas, Newt viu o enorme corredor sombrio repleto de folhetos no chão. Alguns armários abertos, portas e janelas também. A vidraça no fim do corredor permitia a entrada da luz natural naquele ambiente tenebroso.
Se esgueirou por uma das portas, dentro as carteiras se encontravam sujas com sangue, contendo três corpos no chão. Seguiu pelo corredor, olhando de vez ou outra dentro das salas. A última porta no lado direito, fechada. O vidro fora manchado com marcas de dedos ensanguentadas. Newt tentou abrir, sem sucesso.
Ouviu alguém subir as escadas. Viu Marian no fim do corredor, a mesma o chamava.
(...)
- É um bom esconderijo, pelo menos para a noite. - disse ela após abrir a porta de acesso restrito. A porta dava para a área de controle da ventilação, contendo painéis e registros na parede.
- Pode funcionar. - disse ele, checando o resto do lugar.
Vanessa parou em frente a porta.
- A área tá limpa. Algumas salas com andarilhos, mas nada preocupante.
- Enquanto o lado de fora?
- Só os mortos.
- Perfeito. - sentou-se no chão. - Agora esperamos.
Ambas fizeram o mesmo. Vanessa fechou a porta antes de se sentar.
- Belo machado.
- É. Me dei bem. - sorriu.
- Devem estar perto.
- Talvez. - disse Newt - Ou simplesmente desistiram.
- Não, você não entendeu. Eles precisam da gente... Eles se comunicaram com o Axel.
- Como é?
- Exigiram uma troca. Alimentos e munição por duas reféns. Eles não vão parar de procurar.
- Dês que a gente fique quieto. - disse Marian encostada na parede - Passamos dessa.
Feixes da lua pela janela iluminaram o andarilho que grunhiu na escuridão ao fundo. Eles olharam assustados para a direção, vendo a figura alta cambaleando até eles.
Marian tomou frente para derrubá-lo. Deu uma coronhada no morto-vivo, indo ao chão com a força do golpe.
Faróis iluminaram o interior do local, passando pelas janelas empoeiradas.
Marian se virou para ambos atrás dela. Newt colocou o dedo a frente do nariz, com os olhos tão arregalados quanto.
Ouviram o bater forte da porta do veículo. Em seguida, mais um carro parou ali perto, ainda com os faróis ligados.
- Chequem tudo! - disse a voz familiar. Newt já reconheceu, era Derick, parecendo mais frustrado do que o normal.
As figuras assustadas na escuridão ficaram imóveis, apenas usando o máximo da audição para saber onde seus caçadores andavam. Não estavam perto, pelo menos era o que parecia.
Luzes mais claras, com um tom azulado, iluminaram as janelas grandes do local. Logo escutaram passos nos corredores.
Os passos se aproximavam cada vez mais, ecoando sobre todo o ambiente abandonado. A caminhada cessou. A luz da lanterna adentrou a área por baixo da porta. Estando Vanessa a frente da mesma, ela se aproximou lentamente. Colocou sua mão sobre maçaneta e assim deixou. O metálico começou a rodar. Vanessa usou sua força para mantê-la intacta, no entanto, quem estava do outro lado insistia incansavelmente.
Marian se preparou, mirando para a porta. Vanessa já notou o que seria feito, então negou com a cabeça.
A maçaneta parou de girar, todos ali focaram no metálico. Os passos foram se afastando, juntamente com a luz. Vanessa respirou fundo, aliviada. O mesmo valeu para os outros dois assustados.
A calmaria se esvaiu quando ela escutou o carregar de uma espingarda. Ela se jogou para frente e quase simultaneamente um buraco foi feito na porta enferrujada. A arma foi recarregada
- Saiam! - gritou ela.
Mais um disparo na porta.
- Eles estão aqui! - gritou o homem do outro lado.
Os três correram para ao fim do corredor. Tiros foram dados contra as grandes janelas, caindo os cacos de vidro sobre os fugitivos.
A frente se encontrava uma curva. Viraram, quase batendo contra a parede. Contudo, a grade que separa o gerador das demais máquinas teve sua aglomeração de mortos-vivos devido ao barulho, o que foi motivo para que dessem meia volta. Todavia, as luzes agitantes na parede os impediram de continuar.
- Aqui! - Newt apontou para a porta de emergência ao lado. Com um puxão forte ele abriu a porta, dando para o corredor do primeiro andar.
Os disparos eram a trilha do momento. Verem as luzes descontroladas lhes perseguindo, deixavam-os em pânico.
Marian parou no fim do corredor em frente ao refeitório, Newt e Vanessa continuaram a correr depois da curva, nem notaram a falta da amiga.
Com o machado em mãos, ela deliberou um golpe nas correntes. Os mortos ficaram agitados. Mais outro golpe e as correntes apenas balançaram. Olhou por cima do ombro. O homem passou pela porta de emergência e logo apontou a arma para a mesma. Ela se jogou para o lado quando disparada a arma, sendo um tiro certeiro nas correntes, abrindo apenas uma porta, mas o suficiente para libertar os famintos.
Se levantou às pressas e voltou a correr. Alguns seguiram ela pelo caminho percorrido.
(...)
Mais a frente, Newt e Vanessa continuavam em ritmo de fuga. Já haviam virado dois corredores e nem sabiam para onde ir.
A saída de emergência no fim do corredor foi destruída quando uma caminhonete com ferros no capô adentrou o local, cegando a visão de ambos com os fortes faróis. O motor roncou no corredor. Vanessa correu para direita, enquanto Newt foi para a direção oposta devido a cegueira temporária.
O veículo seguiu Vanessa que corria ofegante pelos longos corredores. Exausta, ela entrou em um dos armários abertos e se apertou no lugar para caber inteira. Fechou a porta com o trinco quebrado. O veículo passou devagar, a luz do farol adentrou as aberturas do armário. A longa M4 dificultava o espaço apertado para ela. Mesmo assim, pôde manter o indicador no gatilho. Já começou a suar ali dentro.
O som do motor se afastou. Vanessa permaneceu ali por alguns minutos. Após ter certeza, ela abriu o armário e logo a porta bateu contra algo ao lado. Logo percebeu um caminhante atrás da porta, agora no chão. Arregalou os olhos ao ver a multidão de mortos cercando o corredor. Correu para a primeira entrada que vira. Assim percebeu que adentrou o vestiário.
Os mortos continuavam seguindo. Ela se virou e descarregou o pente da arma conforme recuava. Depois, para atrasar, jogou todas as toalhas e acessórios que continham dentro dos armários. Um desses foi uma calcinha rosa jogada na face de um andarilho. Continuou a correr e então parou ao ver a janela no alto. Apoiou o pé no banco e saltou, segurando-se para não cair. Os mortos chegaram no corredor fechado e por um fio quase agarram o pé de sua presa que escapou com sucesso.
(...)
Os grunhidos soavam no local abandonado. Newt estava encostado na parede, ofegante, esperando que os mortos passassem. Os disparos haviam parado, o que era preocupante. Esgueirou para analisar o perímetro, os mortos já haviam passado para o corredor seguinte.
Caminhou em passos lentos. Parou quando as lanternas iluminaram o corredor do lado.
Entrou no ginásio, a porta mais próxima, e a fechou. Correu, seus passos ecoaram na quadra. Ao fundo das arquibancadas se encontrava a saída de emergência.
- Enfim. - sussurou.
A porta atrás de si foi arrombada, ao olhar para trás já se surpreendeu com a figura de Derick o agarrando pela gola, levando-o de encontro a parede. Newt foi ao chão depois de colidir no concreto. Derick puxou a pistola do coldre.
- Moleque desgraçado!
Newt chutou entre as pernas de Derick e logo ficou de pé, avançando no oponente descuidado. Ao tentar acertá-lo, Derick logo se recompôs e o acertou no queixo. Foi para cima do ruivo e o pegou pelo quadril, levantando-o, pousando o corpo no chão novamente. Dali ele socou Newt sem parar, a vermelhidão já começava a tomar conta de seu rosto. Em mais outro golpe, Newt bloqueou e acertou Derick com um golpe de direita.
Levantou com dificuldade e correu até o carrinho de rodas, que continha sobre ela bolas de basquete. Pegou uma por uma e começou a arremessar em Derick.
- Tá de brincade... - uma das bolas acertou seu rosto, o mesmo ficou tonto por segundos.
Após tomar visão novamente, ele avançou, cambaleando, até o ruivo. Newt chutou o carrinho que foi de encontro a Derick, apenas esbarrando nele. Quando percebeu, Newt já havia socado o centro de seu rosto.
Colocou a mão no coldre e pegou a arma novamente. Newt agarrou o braço do mesmo. Os disparos foram dados no teto conforme tentavam tomar posse da arma. Derick deu uma cabeçada em Newt, ele resistiu. Assim, um empurrão foi o suficiente para levar o ruivo ao chão.
- Fácil demais, magrelo. - destravou.
- O que acha de três? - perguntou com a boca e o nariz escorrendo sangue.
- Quê?
- É por isso que tá aqui. Precisa delas. E querendo ou não, eles sabem que estou com vocês e se não aparecerem comigo lá... - sorriu. Derick pôde ver o sangue entre os dentes do jovem.
- Interessante.
***
Marian cravou o machado em mais um zumbi no corredor. Atrás da mesma havia uma fileira de mortos-vivos no chão com furos e cortes na cabeça. O sangue pintou o piso liso da escola.
Estava a procura dos amigos, mantendo sempre a cautela. Ao derrubar mais um zumbi, viu Vanessa no lado de fora, logo na porta principal.
- Merda. - correu até a amiga. Pensou em chamá-la mas hesitou.
Ao passar pela porta, simultaneamente o carro freou assim que Vanessa forá atravessar, batendo contra o quadril da moça. A mesma foi ao chão.
- Vanessa! - correu.
- Para! - Derick saiu pela porta de incêndio. Junto a ele estava Newt, sendo agarrado pela gola. - Larga o machado e a arma.
- Marian... - Newt acenou com a cabeça.
- Faça isso e seus amigos vivem. - colocou a arma na cabeça do ruivo.
- Porra. - sussurou. Largou o armamento e levantou as mãos.
- Que noite. - disse Derick, após um sorriso de canto.
— 2.08 —
Negócio foi bruto para o trio.
O bonde neurótico tá a caminho para colar com os aliado novamente. Enquanto isso, tivemos a puta perseguição na escola abandonada.
Newt apanhou igual mulher de malandro, coitado. O magrinho não deu conta.
Mas e aí? Acharam envolvente o capítulo? Muito menos eu.
Abraço, rapaziada. Beijo na boca.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro