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T2:C4 - Incertos

O sol ardente era refletido pelas janelas da casa onde Vanessa e Marian estavam paradas a frente.

Destrancaram a porta, em seguida bateram. Cristina as atendeu. A mesma já estara com outras vestes, agora com uma camisa branca, calça legging e de meias pretas. Já estava se adaptando ao local.

- O que houve ontem a noite? - perguntou.

- Explicaremos para todos. - disse Vanessa. - Podemos entrar?

- Claro. - abriu caminho.

Ambas entraram. Cristina fechou a porta.

- Pode chamar o resto?

- Rulek! Gormax! Venham aqui embaixo!

Carly já estara na sala, cochilando na poltrona. Despertou com os gritos da amiga.

Rulek e Gormax desceram. Gormax também estava trajado com roupas de casa. Um roupão e de sandálias. Rulek, por sua vez, permanecia com mesmas roupas, não havia vestimentas do seu tamanho.

- O que tá acontecendo? - Carly se espreguiçou.

- Elas tem algo a dizer.

- Diga rápido. - Gormax cruzou os braços após falar.

- Seguinte rapaziada... - Marian foi interrompida por Vanessa.

- Melhor eu falar. - cochichou. - Do meu jeito. - Marina assentiu. - Bem, creio que alguns ouviram a bagunça que foi ontem a noite. Tivemos problemas com mortos.

- Eles entraram? - perguntou Rulek.

- Não. As pessoas se transformaram. - eles se entreolharam.

- Morreram pela mordida?

- Alguns sim. Acreditamos que tudo teve um fonte inicial... Achamos que foi o Richard.

- Como é? - Carly se levantou. - O que quer dizer?

- Ele...

- Tá na roça. - Marian completou. - Tá morto.

- Como? Como aconteceu? - se aproximou de Vanessa.

- Carly, fique calma. - Cristina ficou a sua frente.

- Vocês disseram que ele estava bem! Que ia sobreviver!

- Não sabemos como aconteceu.

- Vocês não servem pra nada! - ela avançou. Cristina apartou a amiga.

Marian colocou a mão no coldre, pronta para puxar a pistola.

- Carly, eles sabiam o que estavam fazendo! Provavelmente foi a mesma coisa que aconteceu com o Nathan!

- Não, não pode!

- Se afasta!

- Cadê ele? - olhou para ambas.

- Posso te levar até lá. - disse Vanessa.

- Eu vou. Pode me soltar? - olhou para Cristina que segurava seus ombros.

- Certo. - soltou - Eu vou também.

- Também vou. - Rulek desceu do sofá. - Ele era meu amigo.

Vanessa e Marian saíram, o pessoal as seguiam logo atrás.

- Eu disse que era melhor eu ter falado. - sussurrou para Marian.

- Agora eles sabem.

***

Brian notou que Newt agia estranho. Se aproximou do mesmo que se encontrava no meio fio.

- Cê tá legal?

- Tô tentando aceitar o fato da gente ter um parasita ou algo assim dentro de nós.

- É. Eu também tô com dificuldade para engolir... Escuta, o Axel me mandou pegar todas as toras de madeira que ainda restam na construção.

- E você precisa de mim?

- Bom, você sabe onde é. E ainda por cima, precisa esfriar a cabeça. Se concentrar em outra coisa, entende?

- Sei. Vou chamar o Tony - levantou - Ele é forte, pode ser de grande ajuda.

***

A enfermaria se encontrava vazia naquele instante, estando apenas Neiva no quarto onde Richard repousava.

A cama continuava bagunçada, praticamente, do mesmo jeito do dia anterior.

Notou o vermelho predominar abaixo do travesseiro. Tirou o mesmo, vendo o lençol sujo de sangue. A fronha do travesseiro também estava suja em um formato circular.

Foi até a sala e parou em frente a porta. Pegou o bule de chaves e fechou a mesma. Colocou a chave na tranca, mas o metálico não rodou.

- Como pensei. - sussurou.

Vasculhou o cômodo, podendo notar que o carpete atrás do sofá estava marcado. A frente havia uma janela, a tranca tinha sido quebrada.

***

- Ainda tô tentando entender como isso aconteceu. - disse Rulek ao se aproximar de Cristina.

- O mesmo. - ambos observavam Carly parada a frente do túmulo aberto.

- Acha que foram eles?

- Não. - negou - Não nos salvariam para matar depois. Como eu disse, pode ter sido a mesma coisa do Nathan.

- E o que aconteceu com ele? - foram surpreendidos pela voz de Zack. - Foi mal.

- Ele também foi mordido. Amputamos a perna, mas já era tarde.

- As pessoas... Já sabiam?

- Sim. Eles se transformam... - cruzou os braços - Vocês não sabiam?

Zack ignorou a pergunta.

- Sinto por vocês.

- O solo está contaminado? - perguntou Cristina.

- Não sabemos. Mas em meio a tanto tempo, já devíamos ter contraído. Talvez tenha sido sorte.

- É... Talvez.

***

Jack bateu na porta da casa onde os recém chegados se instalaram. Gormax atendeu a porta, o mesmo franziu a testa ao ver quem era.

- Te conheço?

- Nem metade daqui. - disse Jack, entrando.

- O que foi? - permaneceu com a porta aberta.

- Achei que estivesse no enterro do seu amigo.

- Não, ele não era meu amigo, só um companheiro de viagem. Pra falar a verdade, todos são... Conheci eles há pouco tempo.

- Sei... Eu queria saber de uma coisa. Viu algo como... Estacas perfuradas nos mortos?

- Como é?

- Eu tô perguntando, porquê como você e seus colegas ficaram por um tempo lá fora...

- Eu não vi nada. Pelo menos eu não. A gente sempre viveu nas estradas, poucas vezes na floresta.

- Aham...  E sabe algo sobre isto? - tirou uma folha de caderno do bolso. Lhe entregou.

- Goldi... Golden....

- Golders. Foi como o homem que encontrei pronunciou. Ouviu algo sobre?

- Pra falar a verdade, cara, eu nunca mais vi ninguém antes da Cristina, do Rulek, da Carly e do Richie. Sempre vivi sozinho.

- Bom - pegou a folha -, ainda bem que não topou com eles. Caso se lembre de algo... Me procure. - andou até porta.

- Tranquilo. - fechou.

Jack desceu da varanda e atravessou a rua, entrando nos fundos da casa a frente. No quintal, Neiva esperava por ele.

- E então? - perguntou assim que o viu.

- Não sabe de nada. Mas foi bem específico na hora de dizer por onde andou. Melhor ficar de olho nele.

- E assim faremos. Vou mandar Duane ficar vigiando a casa, pra garantir que ninguém saía.

- Enquanto o resto que já está aqui fora? Acha que são inofensivos?

- Os quietinhos são os piores. E pelo que Vanessa me contou, são fáceis para se exaltarem.

- Você que manda.

***

Grande parte das toras estavam molhadas. O forro não foi capaz de cobrir as compridas madeiras.

- Vou pegar o caminhão. - disse Newt.

- Vai levar assim mesmo? - perguntou Brian.

- Vai secar uma hora ou outra. - continuou a caminho do grande veículo.

- Eu espero que a gente não perca esse veículo também. - disse Tony ao chegar com um carrinho de mão cheio de tijolos.

- O mesmo. - Brian pegou o carrinho ao seu lado. - Vamos fazer isso logo. Com toda essa merda acontecendo, mais as estacas nos bichos... Eu quero é viver mais um pouco.

- Tudo bem. Pega os sacos de cimentos lá debaixo da escavadeira.

- Beleza. - saiu com o carrinho.

Tony foi andando até o caminhão. O veículo roncou ao ser ligado. Newt saiu do lado esquerdo da lataria, seu nariz estava sangrando. O mesmo tinha a gola da camisa segurada por um estranho.

Tony arregalou os olhos ao ver o homem de cabelos longos e loiros, corte no lábio e de altura elevada. Com a arma na nuca do amigo.

Ouviu passos logo atrás. Por cima do ombro viu outro homem apontado a AK para ele.

- Não pense em nada. Cadê o seu outro amigo?

- Não sei do que tá falando.

- Você não engana ninguém. - sorriu. - Seguinte, você vai largar o carrinho e você e seus dois amigos vão ficar com a gente. Ninguém se fere.

- Garante isso?

- Garantimos! - disse o loiro que segurava Newt. - Marlon...

Brian atacou o homem por trás, derrubando o mesmo.

Newt deu uma cotovelada em quem o segurava. Empurrou ele contra a porta do caminhão.

Marlon, o homem que havia feito Tony de refém, se levantou e tentou contra atacar. Tony atacou o mesmo, indo ambos ao chão.

Brian foi ajudar Newt. Chegando lá viu o estranho socar a costela do amigo e levá-lo ao chão. Correu até ele, mas foi interrompido quando deu de cara com a porta do caminhão que se escancarou. Brian desmaiou.

- Vamos logo com isso. - disse o mesmo, pegando o corpo de Brian.

O loiro apagou Newt, golpeando ele com a arma.

- E o Marlon? - perguntou ele.

- Temos que ir logo.

(...)

Socos eram repetidos incansavelmente. O rosto de Marlon já estava desfigurado com tanto sangue que cobria sua feição, praticamente irreconhecível.

Tony parou e respirou fundo. Piscou repetidamente, como se tivesse acabado de sair de um estado de transe. Checou a pulsação da vítima, já estava fraca.

Sua mão estava ensopada, com os ossos doloridos. A mesma tremia.

Levantou e analisou o lugar a procura dos amigos.

- Newt? Brian? - olhou ao redor - Merda.


– 2.04 –

As coisas estão fluindo e tá ficando envolvente.

Gormax é suspeito de tramar muitas travessuras. Acham que ele é o responsável?

Tony é bicho bruto, ninguém peita o menino. (só o Zack). Agora, Brian e Newt tão relaxando com os novos amiguinhos.

A gente se vê no próximo capítulo. Abraço por trás.

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