T2:C10 - Causa
O carro passou da cerca elétrica, entrando na estrada logo atrás do parque.
- Seymour, a troca funcionou? - Derick perguntou ao pegar o rádio.
Levou alguns segundos para ter a responda.
- Nada de troca. - outra voz respondeu. Era Max, o piloto do grupo. - Mataram ele, cara. - tiros ecoavam ao fundo. - Estamos revidando.
- Desgraçados. - desligou. - Dá meia volta.
- Como é?
- Vai logo!
***
O trailer ia de encontro ao local onde a caminhonete foi escondida. Axel alertou à Brian que já estavam chegando, assim a caminhonete tomou frente da estrada minutos depois.
Assim seguiram no campo aberto, onde haviam dois zumbis caminhando lentamente sobre as altas gramas secas. Era o que Marian via pela janela do trailer.
- Como você tá? - Tony sentou na poltrona da frente.
- Com uma dor de cabeça terrível.
- Acabou. Está a salva com a gente.
- Assim espero. - passou a mão sobre a testa.
- Achei que tinham te matado.
- Eu não duvidei. Tentamos fugir, mas foi em vão.
- Sabia que tentaria.
- Puxou isso da sua mãe. - Duane sentou ao lado dela. - É durona.
Marian sorriu.
No piloto, Axel ainda não se contentava com o que fizera. Ele dirigia com o olhar furioso mas concentrado.
- Cê tá legal? - Erich perguntou.
- Aqueles cretinos machucaram nossos amigos. Nem sabemos se o Newt voltou mesmo pra casa... E eles ainda ganharam comida de graça.
- Eu também não concordo com esses canalhas. Mas olha, foi melhor do que trocar tiros no meio do parque. Talvez elas não estariam aqui, agora.
- É... Talvez...
Jack escutou a conversa de ambos do banco perto da porta. Do seu lado estava Vanessa. No banco da frente se encontrava Gormax e Cristina.
Cristina desencostou do banco e apoiou os cotovelos na coxa, ficando aproxima a ele.
- Jack, certo?
- Sou eu.
- Esse grandalhão aí na frente...
- O Axel?
- É. Ele é sempre assim?
- Digamos - ficou próximo dela, ambos cara a cara - que ele é um cara bem cauteloso e muito desconfiado. - sorriu de canto.
- Uau. Se conhecem há muito tempo? Ou é genro dele? - zombou.
Jack levou segundos para responder, tendo pequenas lembranças ao ouvir as palavras.
- Conheci ele no início. - respondeu de cabeça baixa. - Ele é um grande homem. Assim como a esposa... São fortes, é o que quero dizer.
Vanessa tocou no ombro dele. Ele olhou para a mesma que soltou um sorriso de calmaria. Cristina ficou sem entender. Ela voltou as costas para o banco.
No carro, o trio seguia em silêncio. Brian mantinha a concentração na estrada.
- Como se chamam mesmo? - Carly perguntou.
- Han. - respondeu. O mesmo estava no banco traseiro.
- Brian.
- Bom, Han e Brian, o que gostam de fazer?
Brian olhou para a garota, em seguida olhou para Han. Ambos estranharam a abordagem.
- Foi mal. Só tô tentando puxar assunto.
- Eu gostava de passar a tarde com RPGs. - Han respondeu. - Era entregador de jornais nas horas vagas quando eu precisava descolar uma grana.
Brian o olhou pelo retrovisor. Sorriu de canto ao notar que Carly esperava por sua resposta.
- Eu roubava. - notou seu olhar surpreso. - Me lembro do que houve antes de tudo virar um caos. Tínhamos acabado de roubar uma loja de celulares. Esperávamos que tivesse uma quantia boa, já que um cara havia dito que tinha. - olhou para ela. - Fui acertar as contas com ele depois do roubo. Ele havia se transformado. Talvez tivesse sido mordido ou algo parecido. É claro, ninguém sabia na época.
- O que você fez? - ela perguntou.
- Eu corri. - sorriu - Ele veio disparo até mim e não queria atirar pra que toda a vizinhança ouvisse. Mas ele não desistiu, continuou correndo atrás de mim pelos corredores do apartamento... Ele escorregou no piso limpo e bateu contra a janela do oitavo andar - sorriu - Parou no asfalto. Foi o meu primeiro e melhor contato com essas coisas.
- Uau. Eu era repórter. Conheci o Richie no trabalho, ele era o câmera.
Ela fungou, logo secando uma lágrima disfarçadamente.
- Olha...
O trailer bateu contra a traseira do carro, impulsionando-os para frente.
- Que caralho foi isso?! - Brian gritou.
Han olhou para trás. O trailer havia perdido o controle e virou para a rota do lado, indo para o leste. O mesmo carro que haviam visto no parque seguia a lataria.
- Merda. - disse Carly ao ver outro carro preto atravessar o pasto seco do seu lado.
- Segurem as calças, meninas! - acelerou.
O carro esmagava as gramas do solo com toda a velocidade. Quando Brian notou que o mesmo entraria na rua, ele freou a caminhonete, assim o veículo preto entrou derrapando com sua tentativa falha de acertá-los.
Carly abaixou o vidro e pegou a shotgun entre ela e Brian.
- O que vai fazer? - Han perguntou.
Ela colocou o tronco para fora da janela e carregou a arma. O vento sobrou seu cabelo curto. Entreabriu os olhos para não prejudicar a visão. Enfim, atirou contra o carro da frente, acertando o porta malas.
- Mais pra baixo, mulher! - Brian resmungou.
Ela mirou com precisão, atirou, indo o cartucho vermelho de encontra ao pneu da esquerda.
O carro logo deu ré.
Carly voltou para dentro no mesmo instante.
Brian virou a caminhonete na tentativa de fugir do carro a frente, assim a lataria entrou no gramado e quebrou a cerca de madeira. Brian seguiu acelerando sem pestanejar.
Brian parou o carro quando na curva a aglomeração de mortos pairou à sua frente.
- Fudeu.
Deu ré com a caminhonete, batendo contra os mortos de trás. A lataria parou de se mover, ficando presa nos corpos podres abaixo dela.
- Ali. - apontou para o caminhão estacionado.
- Podemos chegar lá? - Carly duvidou.
- Podemos chegar lá. - Han afirmou.
- Se preparem. No três. Um, dois, três. - saíram.
Brian atirou em dois zumbis a frente. Carly e Han deram a volta no veículo, seguindo Brian que ia disparado ao caminhão.
- A carona é minha. - disse Brian ao derrubar um mordedor.
Brian pulou o degrau do caminhão, logo abrindo a porta para o banco do passageiro. Se deslocou para o banco piloto.
- Entrem!
Carly entrou correndo, Han logo atrás. Ele fechou a porta com tudo.
- Chave. Chave. Chave...
- Aqui. - Carly retirou do porta luvas.
- Anda logo! - Han apressou, vendo os mortos chegando.
Brian ligou o caminhão.
- Agora vai! - acelerou.
O enorme veículo começou a andar pelo terreno esburacado. Desviou para a estrada de terra, sendo uma área plana. Logo à frente haviam enormes estruturas de madeira.
- Conseguimos - Han olhou pelo retrovisor.
- Agora meu cu tá relaxado. - Brian disse, aliviado.
- Brian! - gritou ela.
- Meus ouvidos, mulher! - olhou na mesma direção que ela.
O mesmo carro vinha disparo na direção deles, com um homem armado no lado de fora da janela. Ele atirou no piloto, acertando o braço de Brian. Assim, ele perdeu o controle do caminhão que virou bruscamente.
- Brian!
O latão bateu contra a estrutura de madeira, ficando a parte da frente no interior do lugar. A buzina soou nos ouvidos de ambos ainda acordados. Brian havia dado de cara com o volante.
- Brian? - Han ficou consciente.
Carly sacudiu ele, mas nenhuma reação.
- Brian! - Han gritou.
- Temos que ir! - viu o carro se aproximar com os mortos.
- Não.
- Han, vamos morrer se ficarmos.
- Ele também.
Carly esticou o braço e abriu a porta, empurrou Han para fora, que caiu de barriga para cima no chão.
- Vem. - levantou ele.
Han encarou Brian ao levantar.
- Han!
Ele fechou a porta com força e correu com a moça para longe dali.
***
- Arrombado! - Axel gritou enquanto girava o volante, tentando fugir do perseguidor.
Duane pegou o rifle na bolsa debaixo da mesa. Correu para o fundo do trailer e abriu a janela.
- Acelera! - gritou para o motorista.
Axel obedeceu. O trailer ficou a frente do carro preto.
Duane disparou na direção do piloto, mas o veículo se deslocou para o lado, acertando o retrovisor externo.
- Merda!
- Esses desgraçados só podem estar brincando. - Erich resmungou enquanto pegava o outro rifle.
O trailer adentrou a estrada cercada pela floresta densa. Axel ia na mais alta velocidade, enquanto Duane dava tiros errôneos no lado de trás.
A lataria logo afundou no lado da frente repentinamente, parando na mesma hora.
- Que porra aconteceu? - Axel checou o acelerador.
- Merda. - Marian disse após olhar para a janela e ver um perfurador com pregos e madeira, abaixo do trailer. - Os pneus já eram.
- Cornos!
- Não dá pra ficar aqui! Vamos embora! - Jack pegou a bolsa de armas e abriu a porta.
- Mas o quê?
Todos saíram.
O carro havia sumido de suas vistas, o que era um mau sinal.
Lamentos de mortos-vivos soaram. Três dúzias de zumbis vinham na direção deles.
- Estamos no território deles. - disse Duane.
- Estamos onde eles queriam. - Vanessa corrigiu.
- Foda-se. - Axel saiu do trailer. - Perna pra quem tem! A gente não dá conta deles.
Todos correram para dentro da mata.
***
Os tiros não paravam no lado de fora da Central. Yuki ficou no canto da sala da enfermaria com sua arma em mãos.
Ela ouviu alguém subir a varanda. Rapidamente ela entrou no armário do lado para se esconder.
Um homem careca e barbudo, com grande estatura e músculos, entrou no local.
- Seymour, a troca funcionou? - uma voz soou no rádio do homem.
Ele pegou o comunicador e logo respondeu.
- Nada de troca. Mataram ele, cara. Estamos revidando. - a transmissão se encerrou com o resmungar do outro lado da linha. - Derick?
Uma bala passou de raspão no ombro esquerdo do homem. Ele logo correu para trás da parede do lado do corredor.
- Eu te vi desgraçado! - gritou ele.
- Eu também! - a voz de Steve soou.
Yuki destravou a Taurus 817 em suas mãos.
- Tá fudido, seu miserável! - o homem gritou novamente.
A porta do armário abriu com tudo, assustando o invasor que atirou por reflexo no armário.
Yuki caiu atrás da poltrona devido ao empurrão.
- Vadia! - foi até ela.
Passos rápidos vieram do corredor. Steve deu uma coronhada na nuca do homem quando distraído, levando-o ao chão.
- Merda!
- Perdeu, otário. - destravou sua pistola.
- Manda ve... - a bala abriu um buraco entre os olhos do homem. Ele caiu instantaneamente. Seu sangue sujou todo o carpete.
Yuki arregalou os olhos ao ver o corpo em sua frente. Olhou para Steve que tremia a mão incansavelmente.
Don veio mancando até a sala.
- Tá tudo bem? - escorou na parede.
- Agora estamos. - Steve respondeu.
- Harry! - Zack gritou no lado de fora.
Todos escutaram. Steve foi para fora de imediato.
- Zack? - atirou no zumbi mais próximo dele.
- Valeu.
- O que está fazendo?
- O Harry ainda tá por aí.
Don e Yuki saíram da enfermaria.
- Vocês todos tem que ir. Procurem carros ou qualquer...
A casa do quarteirão do lado explodiu. Todos pularam com o estrondo repentino.
- Matem todos! - uma voz gritou da mesma direção.
- Vamos logo.
Eles correram o máximo que podiam, tendo Steve para ajudar Don a se locomover.
Zumbis flamejantes saíam de trás das casas, indo de encontro a eles. Alguns tiros derrubavam-os, mas não o suficiente. Continuaram a correr pelas ruas, evitando os mortos hora ou outra.
O desvio para a rua ao lado levava para o armazém. Na porta do lugar estavam Harry e Rulek cercados pelos mortos-vivos.
Os tiros dados por Steve e Zack foram suficientes para derrubar alguns deles.
- Harry! Temos de ir! - Zack se aproximou.
- Vamos deixar o lugar?
- Não dá pra recuperar!
Os mesmos zumbis que os perseguiam chegavam vagarosamente até eles.
- A gente tá ficando cercado! - Rulek gritou.
- Droga. - Zack atirou na maçaneta do armazém. Com um chute, a porta foi aberta.
Eles entraram desesperadamente. Steve pegou as duas M11s. Rulek foi direto para as shotguns, entregando uma à Don.
- Aqui. - Zack entregou uma M4 para Harry. - Coloque o pente no slot, puxe a trava e atire nas pernas. - explicou rapidamente para o garoto. - Entendeu?
- Acho que sim.
- Yuki, precisaremos de total apoio, então se puder matá-los vai ser de grande ajuda. - ela assentiu. - Steve fica com o Don. Rulek, abra a porta. Eu e o moleque abriremos caminho.
Com sua força, Rulek conteve a porta que era aglomerada pelos mortos. Zack e Harry tomaram posição, os outros estavam logo atrás.
- Pronto? - olhou para Harry.
- Não.
- Agora!
Rulek soltou a porta. Os mortos entraram se empurrando. Ambos atiraram contra eles, detendo os da frente.
O caminho foi liberado, tendo alguns mortos próximos.
Harry e Zack saíram, tomando a linha de frente, eliminado os desfalecidos que vinham. Rulek matou uma morta-viva que vinha na direção do garoto.
- Venham - Rulek se adiantou.
Steve e Yuki seguiam os passos de seus guardiões, com Don entre eles.
- A van! - Don apontou para a sua garagem.
Eles correram em direção ao automóvel. Zack foi eliminando os mortos atrás, enquanto Harry e Rulek liberavam caminho para a van.
Zack tentou recarregar. Com um morto vivo à três metros de distância, a tensão cresceu, que foi motivo para que ele errasse o slot da M4.
O tiro na cabeça derrubou o zumbi. Harry apareceu do seu lado, atirando na perna dos famintos.
Zack enfim carregou a arma, voltando para o combate.
- Devagar. - disse ele.
- Tô sabendo. - derrubou três de uma vez. Recarregou.
A casa do lado explodiu, empurrando ambos e os mortos com a pressão. Harry e Zack sumiram, juntamente com os mortos, no meio da fumaça.
- Harry! - Yuki gritou.
- Porra. - Rulek disparou nos zumbis. - Eles já eram!
A mesma mulher responsável pela morte de Arnold deu as caras no fundo da rua, em seus braços, uma bazuca.
- Cristo Jesus! - Rulek entrou na parte traseira da van ao vê-la. - Acelera!
Steve deu partida. Retirou a van da calçada e assim partiram velozmente.
Rulek deu o último tiro, tentado acertar a mulher. Fechou as portas assim que notou a falha.
- Vadia!
Passaram rapidamente pelo fumaceiro. Logo desviaram para a rua que dava para o portão.
No meio da fumaça, Harry levantou, retirando os pequenos destroços da casa de cima de sua perna.
Os grunhidos ecoavam na neblina pairada ali.
- Zack? - ouviu passos em sua direção.
Ele se afastou ao perceber que a sombra era um zumbi. Seu coldre estava vazio, sendo assim ele pegou uma das madeiras da casa e caiu sobre elas devido ao medo. O zumbi caiu sobre Harry, que fincou a madeira no olho esquerdo da aberração quando ela caiu. A cabeça do zumbi afundou no pedaço de madeira, matando-o.
Com força, Harry rolou o corpo do falecido para o lado.
- Harry...
Ele olhou para o lado, vendo Zack apunhalado por uma tora de madeira no abdômen.
- Zack...
- Pegue. - retirou a M9 do coldre e estendeu para o garoto. - Precisa se defender.
- Eu vou tirar você daí.
- Apenas pegue. Se garanta. - suspirou.
- O que eu faço?
- Sinceramente, eu não sei. - sorriu forçado - Vamos tentar sair daqui. É máximo que... - sentiu a pontada - Podemos fazer.
***
O grupo continuava fugindo dos mortos pela floresta. Tony foi eliminado os zumbis da frente, abrindo caminho para o pessoal.
- Não parem! - Katrina gritou no fundo da fila.
Grunhidos eram emitidos no meio florestal, deixando-os mais tensos.
- Pra lá. - Tony apontou uma área aberta a sua esquerda.
Ele correu de imediato, com os outros seguindo.
Os zumbis pareciam mais próximos a cada curva, mesmo eles sendo os mais rápidos.
Tony tirou o arbusto de sua frente, revelando uma enorme fábrica de sanitários. Todos correram na direção da indústria. A mesma tinha seu portão da garagem aberto.
Marian e Jack iam derrubando os caminhantes da frente.
Tony chegou ao portão da garagem.
- Venham! - chamou pelos de trás.
Ele entrou na área escura. Logo deu de cara com a lâmina de um machado, que cravou-se em seus olhos.
- Porra! - Jack escorregou quando a cena aconteceu.
- Não! - Duane foi para o lado afim de encontrar o responsável, mas uma coronhada na nuca o levou ao chão na mesma hora.
O resto do grupo entrou na garagem. Se surpreenderam com a cena. Em um piscar de olhos, pessoas saíram de trás das enormes caixas de estoque e começaram a disparar no chão. Todos se juntaram em um círculo no centro da garagem.
- Larguem as armas! - Derick saiu das sombras.
O grupo ignorou, apontando-as para o homem que segurava o machado cravado no rosto de Tony.
- Se fizerem isso, mais vão morrer.
A mulher que havia golpeado Duane, deixou o cano da pistola encostado em sua cabeça.
- Tudo bem. - Marian disse com a voz trêmula. Seus olhos já escorriam lágrimas.
Ela soltou a arma.
Axel encarou todos de seu grupo, eles colocaram as armas no chão. Ele analisou a situação, olhando no rosto do amigo que tinha a vida por um fio.
- Vamos, homem. - Derick disse - Sabe a hora de parar.
Hesitante, Axel jogou as armas no chão.
Os outros ao redor recolheram as armas. Um deles retirou o comunicador do cinto de Axel.
O portão rolador da garagem foi fechado pela mulher do lado. A escuridão pairou sobre a área, com a precária iluminação das janelas imundas.
Ao redor do grupo, vários deles com as armas em punho. Uns no segundo andar, outros em um degrau a cima no primeiro.
Derick se dirigiu para dentro do círculo. Ele pegou a pistola no chão e entregou ao dono.
- Obrigado. - Gormax sorriu.
Todos o encararam, confusos.
Gormax foi até a frente do grupo.
- Axel... - sorriu. O mesmo o encarava com fervor. - Sei que tá puto. Mas eu preciso dizer... Isso não estava no script! Eu fiquei com a benga dura quando vi os muros a quilômetros de distância. E caralho, como deu merda.
- Tava com eles o tempo todo, cuzão?!
- Ponto seu.
Axel avançou, mas foi impedido por Jack que o interviu com o braço.
- Relaxa, grandão. Eu só tava fazendo o meu. Claro, com alguns altos e baixos, mas conseguimos. E quando eu digo que a coisa toda não tava no roteiro, é porque é verdade! Ninguém aqui nessa garagem esperava que vocês revidassem.
- Achou que aceitaríamos ser fornecedores de clandestinos? - Vanessa indagou com fúria.
- Muitos aceitaram, por custos altos. - olhou para o corpo de Tony. - Eu não queria o matar o Richie. - Cristina o encarou, arregalando os olhos. - Ele tava atrasando as coisas... Não queria que a Central caísse...
- Como é que é? - Erich deu um passo a frente.
- Olha, conhecendo meu pessoal, acho que o lugar está mais aberto que bar de strip.
- Desgraçados. - deu um passo para frente. Ele parou, percebendo a situação. - E o que acontece agora?
- Só Deus sabe. É sério, não tava nos meus planos essa porra toda. Mas, eu sou um homem justo! - disse com ênfase no final - E é por isso que eu vou levar qualquer canalha arrependido daí, pra dentro do meu teto! E olha que poucos eu daria essa oferta... Cristina? - sorriu amarelo. - Além de gostosa, você e eu tivemos um grande laço na estrada...
- Vai se fuder.
- Difícil. Eu gosto. Mais alguém? - abriu os braços - Ninguém? - olhou ao redor - Tá legal. Trevor, acabe com isso. - ordenou para o homem do machado.
O mesmo assentiu. Ele retirou o machado dos olhos afundados de Tony e deliberou mais um golpe.
- Não! - Duane gritou, aos prantos.
A mulher acima dele encostou o cano da pistola em sua orelha. Silenciando-o com o queimar repentino.
O impacto da lâmina na carne era um som horrendo para todos que desviavam o olhar. O homem continuava a cortar o rosto de Tony que já tinha seu corpo sem vida no chão.
Gormax se aproximou de Axel que o fitava com fervor. Ele socou a barriga do militar.
- Filho da puta! - foi ao chão, ficando de joelhos.
- Escuta, Axel... - agachou-se na frente dele - Eu quero ver se é homem o suficiente pra aguentar a porra do mundo que te espera. Porque acredite, o outro lado do muro é bem melhor. - sorriu. O som da lâmina partindo a carne era a trilha de fundo. - Eu espero que a gente possa se ver um dia. - ficou de pé - Isso caso vocês sobreviverem. Já chega, Trevy. Vamos embora! - se afastou.
O grupo seguiu o mesmo.
- Ah, Axel! - virou. - Boa sorte. - sorriu amarelo.
Gormax sumiu nas sombras com seu pessoal. Trevor foi o último, arrastando o machado que formou uma trilha de sangue.
Escutaram a porta dos fundos bater com força.
Marian levantou com dificuldade. Ela caminhou vagarosamente até o corpo do irmão. Duane levantou tropeçando, ele foi em direção ao corpo.
Axel acompanhou o amigo desolado. Marian ajoelhou do lado do irmão, ela virou o rosto ao ver o seu estado. Mais lágrimas caíram de seus olhos. Duane ficou imóvel, vendo o corpo do filho no chão com os dentes do arco inferior da boca todos amostra, sendo o restante apenas pedaços do cabelo, tecido e cérebro.
- Duane... Irmão, a gente tem que ir.
- Temos que enterrá-lo. - disse com a voz embargada.
- Nós vamos... De algum jeito.
- A gente precisa voltar. - Vanessa se aproximou. Ela ajoelhou do lado de Marian. Marian colocou a cabeça sobre o ombro da amiga, enxugando as lágrimas. - Vamos levá-lo conosco. O pessoal precisa da gente agora.
- Marian - Sally se ajoelhou - Estaremos seguros em casa. É lá que ele será enterrado.
Marian assentiu. Elas se afastaram do corpo.
- Duane? - Axel tocou no ombro do amigo. Duane assentiu, enxugando os olhos.
Axel e Duane pegaram o corpo pelo tronco, enquanto Erich e Jack cuidaram das pernas. Assim foram, levando o corpo falecido do filho e amigo. Ficando Marian para trás, junto com Vanessa que viam eles se afastarem.
- Vamos. - disse Sally.
- 2.10 -
Penúltimo capítulo entregue.
A tensão cresceu ao máximo hoje, fiquei até com calor. Perigo para lá e para cá. Jesus!
Descobrimos que o Gormax era o famoso tirano duas caras. O cara é o líder do bonde neurótico que fudeu com o pessoal nesse resto de temporada. É de brochar.
Perdemos o Tony, minha gente. É de cair o cu da bunda ;(.
Próximo capítulo será o último (obviamente), então aguardem para o pior xD.
Um minuto de silêncio para Tony Wall.
† Tony Wall
T1:C3 - Segurança
T2:C10 - Causa
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