Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Central 69

Zack acordou, já era dia. A sua frente havia um quadro enorme da família Morrison. Bons vizinhos, principalmente a mãe, era generosa com todos do bairro. Zack se perguntara se eles sobreviveram. Se perguntara se sua família sobrevivera. Por fim, infelizmente, não era um pesadelo. Pra nenhum deles.

Jack desceu. Deu de cara com Zack na cozinha, comendo cereal.

- Dormiu bem, querida? - Zack brincou.

- Cala boca.

- Sabe, eu tava pensando em uma coisa - falou com a boca cheia.

- Manda - Jack colocou o cereal na tigela.

- Você dormiu durante, sei lá, umas treze, quatorze horas e não foi atacado. Acho que se eu me apoderar do coxão lá de cima, garanto que sobrevivo até essa merda acabar.

- Boa sorte pra você - sentou.

- Quando te encontrei você tava sangrando. Quer dizer, era seu?

- Não. Eu topei com um deles, achei que era um pervertido, algo do tipo.

- Você matou ele? Que maneiro.

Jack franziu o cenho.

- Não é maneiro.

- É... - pensou no que disse. - Tem razão.

- Não enfrentou nenhum?

- Não. Só o Brian. E você, agora. Só que o Brian não chegou a matar. Ele disse que disparou no peito, em tudo que é lugar. Só se salvou porque ao atirar no pé eles ficaram como lesmas no chão.

- Talvez seja o cérebro, não sei. Mas quando disparei, aquela coisa não se mexeu mais.

- Zumbis. Que cê acha? - soltou a colher - Vamos chamá-los assim?

- Zumbis?

- É. Tipo Thriller do Michael Jackson.

- Tá. Indiferente.

Brian desceu com um taco de golfe em mãos. Estava trajado com as roupas do velho Sr. Morrison, que ironicamente lhe caiam bem.

- Olha o que eu achei lá em cima - rodou o taco.

- Você roubou?

- Já não fazíamos isso? Eu aproveitei as roupas do coroa aqui da casa.

- Que cê manda, Brian? - Zack continuou comendo.

- Eu estive pensando. Este lugar é seguro, mas uma hora ou outra a comida vai acabar porque temos mortos de fome aqui - olhou para Zack - e lá fora. Aliás, temos que aprender a lidar com aqueles merdas. Meti o cacete neles e mesmo assim continuaram de pé.

- Talvez seja na cabeça - disse Jack.

- É. Foi o que eu pensei. Tipo nos filmes de alien, né?

- Isso.

- Tão comigo?

- Vou ver o que tem na garagem - Jack se levantou.

(...)

- Tem um deles no jardim - Zack fitava na janela.

- Dá pra nós - Brian olhou - Vamos.

Os três sairam nos fundos da casa. O morto estava de costas, corcunda, usando recata branca e jeans. No pescoço, uma corrente de ouro.

- Ei, feioso - Brian chamou. O coisa se virou. Segurando o taco com firmeza, ele deu um golpe certeiro em sua bochecha.

- Tem que melhorar a pontaria, hein - disse Zack. Ele e Jack estavam distantes, um pouco relutantes.

- Quieto - Brian bateu mais uma vez, com força, acertando a orelha e derrubando-o. Ainda estava vivo - Só mais um pouco - espancou, espancou e espancou a cabeça do morto-vivo que conseguiu ver seu cérebro partindo a cada golpe - É disso que eu tô falando - respirou - Cansei. Quem é o próximo?

- Eu vou - Zack se opõe.

- Tá. Deve ter mais deles na frente da casa.

- Vamos ver - Jack foi andando.

Na varanda havia dois na porta, o restante na rua estavam afastados.

- Todo seus.

- Ei - Zack bateu no chão com o cabo de vassoura, que afiou por minutos. Os mortos se viraram e foram em sua direção.

De repente apertaram o passo.

Zack esticou a cabo e foi para cima, atravessando-o na garganta do morto, derrubando ele na escada da varanda. Jack, com o martelo que pegara na garagem, golpeu a cabeça do outro com a parte inversa, prendendo a orelha da ferramenta na cabeça e mantendo o morto de pé.

- Quer ajuda? - perguntou Brian.

- Eu consigo. - afirmou Jack entredentes.

O morto morde o ar cada vez que se aproxima do ombro dele.

Zack tira o cabo da garganta da coisa e o morto se levanta rapidamente em direção a ele. Zack o derruba novamente só que prendendo sua garganta com o cabo na horizontal, com tanta força que vai partindo a cabeça do corpo. O sangue pinta os degraus brancos da varanda e finalmente a cabeça é cortada, sai rolando para o lado.

Jack coloca a aberração contra a árvore, o morto arranha sua blusa. Ele afunda a orelha do martelo ainda mais, o morto persiste. Jack continua afundando até o ponto em que quase toda cabeça do objeto entre na carapaça. Assim, o morto para de reagir, caindo sentado no gramado.

- Que coisa horrorosa - Brian olhou em volta - E não me refiro aos mortos - tampou o nariz, devido ao mau cheiro.

Zack vomita em cima do corpo decapitado. Jack sente ânsia só de ver.

- Vamos, filho - Brian ajuda Zack a levantar - Vamos pra dentro. Jack se livra deles.

- Que horror - murmurou Jack, olhando a cena.

Era noite, os três estavam reunidos na sala. A lamparina, em cima da mesa, iluminava o cômodo isolado. A rua estava silenciosa, não se ouvia os mortos caminhando, nem grunhindo. Por longos minutos o exterior estava quieto. Mas o silêncio foi cortado por um som longínquo e abafado: a hélice de um helicóptero.

- Estão ouvindo? - Brian se levantou. - É o resgate?

Zack foi até a janela.

- Tô vendo. Estão na cidade.

- Vieram para resgatar?

- Acho que si... Espera - forçou a vista.

Jack não tardou a descer. Também ouvira as hélices e agora indagava o mesmo que a dupla.

- O exército tá na cidade - afirmou Zack.

- Merda.

- O quê? - Jack se aproximou da janela.

Um som estrondoso ecoou. Depois mais outro.

- Tão bombardeando tudo.

- Aqui também? - Brian ficou entre eles olhando por baixo, através das tábuas.

- Creio que sim. Estamos muito perto.

- Eu não vou ficar pra descobrir - Brian subiu correndo.

- Como é? - Zack tirou os olhos da janela.

- Eu não vou ficar aqui esperando eles chegaram e meterem uma bomba em cima da minha cabeça - subiu os degraus num piscar de olhos. Voltou em posse de uma Glock e um taco de golfe. - Eu não vou morrer no estilo segunda guerra.

- Então vambora. - Jack pegou sua M9 e martelo. - Zack, você vem?

- Cê acha que eu vou ficar?

Os bombardeios continuavam e pareciam se aproximar cada vez mais. Brian viu pela janela que algumas casas estavam com energia elétrica. Antes de saírem ele ligou o quadro de energia, restaurando toda a luz da casa.

Os grunhidos começaram.

- Que merda você tá fazendo? - Zack percebeu.

- Quer ir correndo até meu carro no outro quarteirão? - entrou no veículo - Jack, pega o controle em cima da bancada - apontou.

Com todos dentro do carro, bastou Jack colocar a mão para fora e apertar o botão.

A garagem abre levantando o portão devagar. Brian no volante, se prepara.
Os três vêem os pés caminharem até a porta da garagem, que continua abrindo. Agora a perna, o tronco e enfim todo o corpo. Era um zumbi enorme, gordo - até a barriga ficava amostra. Logo atrás vinham mais dois - palitos em comparação ao grandão.

Brian pisou no acelerador, atropelando o maior que aguentou com firmeza. O grandão ficou em cima do capô, impedindo que pudesse ver a frente. Brian freou, derrubando-o. Grande quantidade de sangue ficou no vidro. Desviou do corpo no chão, que se levantava com dificuldade, e partiu veloz.

- Aquele era enorme - Jack olhou para o retrovisor.

- O bicho era grande, cê viu? - Brian sorriu.

- Você é doi... - uma explosão estrondosa assustou todos.

O carro desviou na primeira saída.

- Puta que pariu. É como se tivessem nos seguindo - olhava prós lados.

- Acelera - Zack olhava para trás.


Dirigindo por mais um três quilômetros, um trânsito estava logo a frente. Várias buzinas e gritos soavam.

- Cacete - Brian ergueu a cabeça tentando ver mais a frente.

- Estão indo para o centro de refugiados? - Jack perguntou

- Já era para estarem lá - Zack se aproximou - Essa merda começou ontem.

- Pelo que parece tem bastante gente nas ruas.

O bombardeio, agora mais abafado pela distância, continuara. Todos estavam as pressas, fugindo.

- Qual é! - Brian buzinou.

- Não vamos sair daqui tão cedo - disse Zack.

- É mesmo, gênio?

- Podemos contornar - Jack apontou para a saída em que alguns veículos subiam.

- Sem chance. Se ainda estão parados, imagina lá.

- Podemos tentar...

Um caminhão bateu na traseira bruscamente.

- Mas que porra!?

O motorista insistiu, acelerando e empurrando o carro na traseira dos outros.

- Desvia! Desvia! - Jack apontava pro lado.

- Calma, cacete! - Brian virou o veículo, saindo da frente do caminhão.

O carro girou uma vez parando na contra mão, que estava livre

- O que aquele imbecil tá fazendo? - Brian exaltou, vendo o caminhão atropelar os carros.

- Não tô afim de saber - pronunciou-se Jack. - Vamos.

Brian acelerou, mas não sairam do lugar.

- Mas que... - colocou a cabeça pra fora da janela - Que merda.

- O que foi?

- O pneu. Não sei como caralhos, mas uma parte do caminhão fincou no pneu - socou o volante - É como se fosse uma trava.

- Dá pra tirar? - Jack colocou a mão na trava da porta.

- Talvez com um puxão, sim - Brian olhava para fora da janela.

- Tá bom. Zack, toma - lhe entregou a M9 - Eu e o Brian vamos tentar tirar a barra, enquanto você nos cobre.

- Por que eu?

- Quer tirar a barra?

- Vamo logo - Zack negou.

Eles saíram do carro.

Brian se agachou e pegou a barra, logo atrás estava Jack pegando a ponta. Ambos puxaram com força, mas parecia estar presa. Brian olhou entre as arestas do pneu, lá dentro o gancho da barra estava dobrado.

- Vira pra esquerda e vai sair na hora - falou para Jack.

- O quê? - as buzinas estavam altas.

- Puxa pra esquerda!

- Pessoal, eles estão vindo - alertou Zack.

Os mortos vinham disparados ouvindo as buzinas.

- Puxa! - berrou Brian.

Brian e Jack puxaram com força, tirando a barra. Ambos caíram. A barra, ao sair, furou levemente o pneu.

- Mais essa, agora - Brian se levantou.

Zack atirou em um dos mortos, acertando a orelha esquerda. O morto cambaleou para trás. O resto continuou vindo.

- A gente tem que ir!

- Vamos meter pé - Jack correu em direção ao trânsito.

- Que imbe... - Brian parou de falar quando Zack passou por ele rapidamente - Filhos da puta - viu os mortos se aproximarem - Dane-se - correu para o trânsito.

Os três corriam entre os veículos, desesperados. As pessoas permaneceram nos carros ao verem os mortos. Os motoqueiros fugiram, alguns deixando as motos, outros tentando passar pelos pequenos espaços em alta velocidade.

Brian, que estara em último, percebeu que os mortos pararam de seguí-los. Grande parte se distraiu com as pessoas nos veículos.

- Brian, aqui! - Zack apontou para a cerca, que Jack já atravessara.

Os dois escalaram de forma desajeitada. Brian tinha o pé direito ainda pendurado quando um zumbi se aproximou e puxou para baixo.

- Solta, filho da puta - sacudiu - Chuta ele, Zack - Zack nada fez, estava assustado - Deixa de ser princesa. Faz alguma coisa - continuou sacudindo a perna, enquanto o zumbi mordia a sola de seu tênis.

Jack, através da cerca, socou a garganta do morto, derrubando-o. Brian e Zack passaram a cerca. Brian continuava sacudindo a perna, enquanto descia, num espécie de espasmo.

- Vamos - Jack acenou.

Os três correram para floresta, sem rumo.

(...)

A luz do sol foi direto nos olhos de Brian enquanto dormia. Forçando os olhos, ele acordou com a ardência na vista.

- Desgraçado - se virou e esfregou os olhos. Se sentou.

Tinham dormido no meio da mata. Se camuflaram com a lama, impedindo que pudessem sentir seu cheiro. Jack e Zack ainda dormiam. Brian se levantou, se esticou - deu para ouvir um osso estalando.

- Jack - chutou ele - Acorda, cara. Temos que sair daqui. Acorda o Zack.

- Eu não vou aguentar andar - se levantou - A gente correu por umas duas horas, sei lá.

- Deixa disso. Eu sou anos mais velho que você, eu deveria estar reclamando. Agora, acorda a rapunzel aí - apontou.

(...)

- Para onde a gente vai? - perguntou Zack, sonolento.

- Eu não sei - Brian continuou a caminhar. Jack estava entre eles.

- Para longe daquelas coisas, Zack - Jack olhou por cima do ombro.

- Zumbis. É assim que eu os indentifico.

- Chame como quiser - disse Brian.

- O que eu não daria por um banho - Zack olhou para si - Parece que a gente caiu em um monte de bosta de cavalo.

- Zack, pode ficar quieto? Estou farto de te ouvir - Zack se calou - Jack, tem algo a dizer? Quero ouvir sua voz, parceiro.

- Eu quero mijar - disse Jack.

Brian parou e olhou para ele.

- Quer a minha permissão?

- Não - Jack saiu da fila.

- Francamente - negou com a cabeça.

- Brian, olha - Zack apontou para uma loja com um outdoor "Refrescos Diniz", com um copo que tinha olhos, pernas e um canudo como cabeça.

- Vai servir - se virou - Jack, tem algo interessante aqui.

Jack foi até eles, fechando o zíper.

Caminharam até a loja.

A porta dos fundos não tinha os três parafusos a cima, mantendo-a tombada.

- Oi?! - chamou Zack, se esgueirando pela porta.

- Tá maluco? - Brian bateu em sua cabeça - Não queremos que essas coisas venham e nos peguem.

- Tá. Não precisa disso - esfregou a cabeça.

- Parece que está vazia - Jack olhava pelos vidros.

- Isso é bom - Brian passou por cima da porta, Jack e Zack logo atrás - Vejam se tem algo de bom por aí.

Vasculharam o local de cima a baixo. Zack encontrou uma lata furada, com as gotas pingando no balcão. Tinha molhado toda a caixa registradora, que encontrava aberta.

Havia um resto de hambúrguer na mesa com uma parte mastigada. Um mosquito já tomara posse do alimento. Jack teve vontade de pegar, mas hesitou. Em sua frente está a vidraça mostrando o estacionamento, estava coberta de sangue e algo amarelo, Jack não sabia o que era, mas era nojento.

- Deus! - ouviram Brian distante.

Ambos foram até ele, no refrigerador.

- Caramba - Zack tampou a boca.

- Que droga - Jack se aproximou. Haviam dois corpos, uma mulher e um homem, donos da loja com as cabeças estouradas, em cima de um estava uma espingarda - "Que Deus nos perdoe." - leu o bilhete no colo do outro corpo.

- Pra que escrever isso? - Brian bloqueou o nariz.

- Acho que eu vou vomitar - Zack saiu correndo.

Eles fecharam os fundos com uma corda na maçaneta, e com um dos assentos do local, bloquearam a entrada.

Jack estava na primeira mesa, quieto e pensativo. Percebeu que Brian se aproximava.

- Como ele tá? - Jack ergueu a cabeça.

- Ainda vomitando. Isso me surpreende, a gente com fome e o desgraçado vomitando horrores. - sentou-se na cadeira a frente.

- É. E eu tô com sede - olhou para a janela - Já vai anoitecer. O tempo tá passando rápido.

- Comigo é o contrário. Tá tudo devagar - esfregou a mão na cabeça raspada.

- Eu vou ver se acho alguma coisa - se levantou e foi para a cozinha.

Lá também havia uma porta que levava ao cercado cheio de containers de lixo.

Jack vasculhou cada um, encontrando alguns ratos, que já se alimentavam do que tinha. Ele estava quase entrando no lixo para encontrar algo comestível e que não estivesse ruído de preferência. Abriu um sorriso ao encontrar uma latinha intacta. Ele agitou, estava cheia. Colocou no bolso da blusa.

- Mas que porra... - Jack se afastou.
Uma mulher velha deu de cara com a cerca.

- Por favor, me ajude - lagrimejava. Estava com uma camisola branca, ensanguentada - Eles estão atrás de mim - sua bochecha expunha carne viva, jorrando sangue aos montes conforme falava. - Me ajude! - batia no cercado.

Jack estava assustado, não sabia o que fazer. Se afastou, lentamente.

- Não me deixa aqui... - ouviu grunhidos.

Ela se virou e correu. Jack foi para dentro.

- Pessoal! - entrou tropeçando.

- Fala mais baixo, eu tô tentando dormir - disse Brian, deitado nos assentos.

- Olhem lá fora - foi para a janela.

Viu a senhora ir até o meio da rua, os mortos a seguiam ferozmente. Ela parou, olhando para frente, sinalizando para algo. Jack olhou para a mesma direção: um carro forte vinha a toda velocidade.

- É o exército! - disse ele.

- Como é? - Zack saiu de trás do balcão e correu até a janela.

Os mortos pegaram a senhora pelas costas. Tiros vieram do carro forte, acertando ela e os outros três. Eles caíram, mas continuavam a se mexer. O veículo passou por cima e depois parou.

- Eles vieram nos resgatar - disse Zack.

- Eles mataram ela - Jack o olhou sério.

- Já tinham pego ela - afirmou, desamarrando a porta.

- Zack, espera - Brian foi até ele.

O soldado, ao sair, viu Zack através do vidro da porta. Mirou.

- Pessoal, saiam daí! - Jack se jogou no chão.

Disparos quebram as janelas. Zack e Brian caíram. Os tiros continuavam e uma chuva de estilhaços caía sobre eles. Jack se arrasta até os amigos.

Os tiros pararam.

- Pessoal?

- Que merda - Zack gemeu.

- Acertaram ele - Brian verificou - Estão vindo.

Eles se levantaram, ambos ajudaram Zack. Os tiros começaram, ao perceberem que ainda estavam vivos. Brian e Jack chutaram a porta dos fundos, que estara amarrada, e então, saíram com pressa.

- Eles estão fugindo! - ouviu o soldado do outro lado.

Iam em direção a mata, até que os mortos surgiram e ao vê-los, não hesitaram em avançar. Desviaram em direção as construções, entrando nos becos. Os mortos seguiam. Zack, pressionando na perna, tropeçava.

- Ele não consegue correr, tá perdendo sangue! - disse Brian.

Jack viu logo atrás os mortos chegando.

- Tá bom. Vão pra lá - apontou para esquerda - Vou atrasar eles.

- Tem certeza? - colocou o braço de Zack sobre seu ombro.

- Vai! - eles saíram. Jack permaneceu ali - Vem cá! Venham! - se afastava.

Ao perceber que estavam apertando o passo, Jack correu para o lado oposto de seus amigos.

Sem rumo, apenas seguiu em frente com o coração a mil. Sentiu um frio na barriga enquanto corria. Sem olhar para trás, ele entrou no primeiro beco que viu. Era uma descida, estava cheio de veículos batidos e esmagados pelos destroços dos prédios. Logo a frente, uma saída para a rua. Ao ultrapassá-la escorregou ao dar de cara com uma grande quantidade de mortos. Se levantou, rapidamente, e correu para frente. Sentia as veias do pescoço pulsando mais e mais.

Virou a esquina e lá na frente vinha o carro forte, que no mesmo instante disparou contra ele e os mortos. Jack se jogou no chão. Grande parte dos mortos foram atingidos, espirrando sangue nele. Se arrastou até a calçada, alguns mortos iam em sua direção, mas eram acertados. Passou por debaixo de um carro e ao sair se enfiou na primeira entrada que vira: um bar.

Entrou pela janela, sem ao menos verificar o local. Passou direto desviando e saltando dos corpos no chão, parando em um corredor nos fundos, totalmente escuro.

- Vai, porra - tenta abrir a porta sacudindo a maçaneta.

Um grunhido soou no ar. Jack parou no mesmo instante, congelado.

- Merda. - tentou quebrar o vidro da porta com o cotovelo. Sem sucesso.

Ouviu o grunhido de novo, mas não dava para saber sua direção. Ficou de frente, olhou ao redor e pegou algo em meio a escuridão, o que parecia ser um vaso de flores.

Respirava ofegante, segurando o objeto com força. Suas mãos suavam, quase deslizando o vaso.

O grunhido pareceu mais próximo. Ao seu lado viu o formato de uma pessoa robusta e corcunda, que se jogou em cima dele. O vaso quebrou. Ao cair, pousou seu antebraço no pescoço dele. Não podia ver seu rosto, mas a sensação quente - o mau hálito -, já podia saber que tentara mordê-lo. Fez força para afastar os dentes perto do seu rosto. Com o braço esquerdo, pegou um pedaço do vaso quebrado e cravou na orelha do morto.
Na hora, ele parou de reagir. Jack jogou o corpo para o lado, tirou o pedaço e cravou de novo, de novo e de novo.

- Morre, desgraçado - esbravejou entredentes, deferindo golpes um atrás do outro e sentindo os respingos quentes voarem em seu rosto e tingierem sua mão.

Jack travou o braço no ar e saiu de cima dele.

Ouviu, logo a direita, passos rápidos e quando olhou era mais um morto que se jogou em cima dele. Com a força, ambos bateram contra a porta, quebrando-a e deslizando a escada fora.

Rolaram até baterem na parede de outro beco. Jack afastou ele de cima de seu corpo. O queixo era caído, mostrando a língua e os dentes enormes. Era calvo e usava um macacão.

Ainda no chão, Jack percebeu o barulho, olhou para o fim do beco, os mortos estavam vindo. O zumbi em cima dele abocanhou o ar, chegando em seu rosto, logo foi interrompido ao receber um golpe na cabeça, caindo para trás.

- Mas o quê? - levantou.

Um jovem alto, magro e de olhos puxados usando uma camiseta do time patriots, batia na cabeça do zumbi com o pé de uma cadeira. Ao terminar se virou para Jack.

- Vamos embora - ajudou a se levantar e correu.

- Espera.

- Anda logo - o salvador saiu do beco e virou a direita. Jack tentava acompanhar.

Jack viu ele deslizar para um portão que rola, entrando em uma oficina. Ele rolou para baixo, o jovem estava logo ao lado segurando uma corda. Ele a desceu, fechando o portão onde só se vira os pés dos mortos se aproximando.

- A gente foge deles pelo outro lado - continuou a correr - Vem.

- Caramba - Jack se levantou e o seguiu.

No caminho para a saída, se apossou de uma chave de fenda que estava em um capô aberto. Ambos saíram.

- Por aqui - o rapaz passou por um lugar estreito.

Jack passou com dificuldade, mas conseguiu. Ele parou e colocou as mãos nos joelhos.

- Vamos descansar um pouco - pediu Jack.

- Nem precisa - tirou uma chave do bolso do jeans preto, abriu a porta do carro, um Ford Crown Victoria - Você vem?

- Claro - entrou.


Ao saírem de lá, Jack não disse mais nada, apenas tomava o ar de volta.

- Você é bem rápido.

- E você é maluco - não desviou os olhos da rua - A gente tem que se distanciar. O exército tá matando tudo que se mexe e a cidade tá tomada.

- Não posso ir tão longe, meus amigos ainda estão lá.

O asiático o olhou por um instante.

- Como se chama?

- Jack.

- Ah, que bom - sorriu.

- Como é?

- Seus amigos. Brian e Zack, né?

- Isso - olhou curioso.

- Eu encontrei eles. Eles me falaram de você. Os deixei em uma loja de celulares, a gente já chega lá.

- Que bom - respirou, sentindo um alívio - E como se chama?

- Han - olhou para Jack - Por favor, não diga Han Solo.

- Eu não ia - sorriu.

Já estava tarde, beirando a noite, quando eles chegaram na loja.

- Quem diria - olhou para a fachada.

- Já esteve aqui? - Han tirou o cinto de segurança.

- Tenho lembranças - saíram - Brian - o viu perto da porta de entrada.

- Caramba, você achou ele.

- Eu disse que conseguiria - Han sorriu e colocou as mãos na cintura.

- E o Zack? - Jack perguntou.

- Ele tá bem. O china aí tinha algumas bandagens e remédios.

- Coreano.

- Sério? Você é mais amarelado. - comentou Brian.

Jack entrou na loja.

- Zack?

- E aí - estava sentado no corredor, encostado em uma prateleira - Achei que tinha morrido.

- O mesmo - o olhou da cabeça aos pés.

- Foi mordido? - perguntou Han ao entrar.

A questão levou todos os olhares ao coreano.

- Como é? - Jack franziu a testa.

- A mordida mata. Te transforma naquelas coisas - apontou para fora.

- Bem, não até onde eu sei - Jack verificou os dois braços.

- Como soube disso? - perguntou Brian.

- Um cara lá em casa foi o primeiro a se transformar.

- Casa?

- É. Aliás, tenho que levá-los até lá.

- É do governo?

- Não mais. Não tem nenhum soldado, exceto o líder, mas só civis. Não existe mais centro de refugiados, os que tinham foram destruídos ou tomados.

- Merda - Brian abaixou a cabeça.

- Vamos aproveitar que ainda temos tempo. Peguem o que precisem. Vai ser uma viagem longa.

***

Brian e Zack dormem no banco traseiro, Han assume o piloto e Jack está no passageiro. O silêncio domina o interior do veículo.

Alguns postes ainda tem luz, fraca, mas tem. De resto a escuridão havia dominado a cidade juntamente com os mortos. Eles já haviam saído de lá, estavam pela estrada da floresta, quase entrando no campo, a não ser pela curva feita.

- Você faz tudo isso sozinho? - Jack quebrou o silêncio.

- O quê? Sair? - o carro balançava conforme passava pela estrada esburacada.

- É.

- Desde do começo eu me virei sozinho. Decidi permanecer assim.

- Tem coragem.

Ele agradeceu com um sorriso. Depois o silêncio voltou, até Han falar:

- Chegamos.

Um muro alto com um portão que arrasta, cobria as luzes que vinham de trás. A direita, havia uma pessoa, com o que parecia um charuto em sua boca, sentada em uma cadeira de praia com um lampião ao lado.

O guarda logo se levantou.

- E aí, Price - Han colocou a cabeça para fora - Sentiu saudade?

- Bem que podia ter morrido para eu não ter que te aturar mais - desceu.

Han sorriu. Volta com a cabeça para dentro do painel.

- Vai gostar dele.

- Espero que sim. - Jack falou.

O portão abriu.

- Bem-vindo a Central 69.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro