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|ÚLTIMO EXTRA|♛|Primeiro Natal em Adaman 1/2|


FELIZ NATAL, VIADINHOS MÁGICOS!

É Natal, o primeiro Natal após a estréia de Era Uma Vez Um Ômega como livro físico (Para os que ainda não sabem, ele foi publicado pela EditoraEuphoria ). Também é o primeiro Natal depois que passei muito tempo sem escrever nenhum capítulo de fanfiction, pois a minha rotina e os meus objetivos tiveram que mudar drasticamente. É por conta disso que eu decidi trazer este último extra, tanto para me despedir deste mundinho (mas não se enganem, ainda estarei escrevendo muito por aí hehe), quanto para agradecer aos leitores que me acompanharam até aqui e aos que me conheceram através de EUVUO, pois EUVUO era o meu "universo-refúgio", local aonde a eu escritora escapava para reorganizar as ideias e recuperar inspiração. Por conta disso, senti que devia ao menos uma despedida, um capítulo de Natal para fechar com chave de ouro, antes de seguir adiante para os meus próximos projetos.
Eu pretendia escrever apenas um capítulo grande para postá-lo hoje, mas acabei adoecendo e isso me impediu de concluir o extra e de revisá-lo inteiramente. Por isso, decidi dividi-lo em 2 partes (esta é a parte 1/2), a próxima sairá dia 28/12/2023, e será apenas a conclusão dos acontecimentos que vocês verão aqui.
Quanto ao conteúdo deste extra, esperem por muita boiolagem e cenas fofas e divertidas. Jimin decidiu apresentar o Natal para Adaman, mas nem tudo sai como ele planejou e, além disso, ele e Jungkook embarcam numa aventura em outra "realidade", onde têm a chance de ver (e rever) coisas e pessoas que não existem em Adaman.

Não se esqueça de deixar o seu ⭐VOTO⭐ como presente de Natal para mim :3
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BOA LEITURA💜

#LoboDePrata

~🌕🌖🌘🌑~

|Último Extra: Primeiro Natal Em Adaman 1/2|

    De olhos fechados, Jimin arrastou a lateral da face por sobre o travesseiro de seda negra, buscando os cabelos pretos de Jungkook, que ainda dormia ao seu lado. Quando os encontrou e sentiu aquele cheiro de mel que sempre pairava ao redor do alfa, mergulhou o rosto nas mechas negras e aninhou-se ali. Em seguida, encolheu-se por inteiro, puxando o cobertor e envolvendo o corpo de Jungkook com suas pernas e braços, pois aquela manhã estava fria de bater os dentes, e Jimin queria se prender ao marido para absorver todo o calor que poderia tomar emprestado dele.
    A movimentação acabou provocando o despertar do alfa, que imediatamente sorriu ao notar o marido totalmente encolhido em suas costas, no formato de um ovo.
    — Está sentindo frio? — perguntou num sussurro rouco, e virou-se na direção de Jimin, abrindo os braços para puxá-lo contra si.
    — Um pouco. Tô pensando seriamente em mudar o clima e deixar mais quente. — A voz de Jimin soou abafada, pois seu rosto agora estava enfiado na curva do pescoço de Jungkook.
    — E por que não faz isso, meu amor?
    Jimin negou com um movimento de cabeça.
    — Não posso — murmurou ele, olhando para Jungkook. — Fazer isso afetaria o ecossistema de Adaman de maneira bem ruim. E, pelos meus cálculos, hoje é véspera de Natal. Eu quero que tenha neve, então, preciso desse frio.
    — Natal? — Jungkook riu. — É aquela comemoração do seu mundo que vem comentando comigo nestas últimas semanas, em que um idoso entrará no palácio pelas nossas lareiras e depois irá embora com cópias de você puxando uma carroça?
    Jimin fez uma careta para o alfa.
    — Haha, MUITO engraçado, Majestade! O Papai Noel tem um trenó que é puxado por renas voadoras.
    — Ah, sim, renas, aqueles animais com chifres que não têm nada a ver com Vossa Magnificência. Equivoquei-me, perdão. — Jungkook fingiu se desculpar enquanto segurava um risinho sacana. Por causa disso, Jimin deu pequenos socos no peito dele, e os dois desataram a rir alto.
    O barulho alertou os servos que aguardavam, do lado de fora do quarto, o despertar dos reis para realizarem seus trabalhos. Alertou também um pequeno grupo que estava ansioso para invadir os aposentos de suas majestades.
    — Pai! Papai! Vejam isto! — O grito de Yeonjun veio logo após ele e os gêmeos Hyunjin e Yeji praticamente terem arrombado a porta ao abrirem-na.
    O trio, ainda vestido em roupas de dormir, e trazia consigo um baú pequeno semelhante a outros que os servos também carregavam enquanto adentravam o cômodo.
    — Esses baús foram entregues hoje de manhã para os senhores!
Os três príncipes se aproximaram da cama do casal com a rapidez de um tufão para entregar o baú aos pais. A ansiedade vibrava em seus olhares vermelhos e pairava pelos seus corpos pequenos de criança.
— O que tem dentro!? Podemos abrir? — Yeonjun deu pulos frenéticos. Seu pedido foi seguido pelo dos gêmeos, que falaram em uníssono:
— Por favor, papai!
— Calma aí, galerinha, nós acabamos de acordar. — Jimin ajustou o pijama que vestia, sentou-se e puxou o baú. Após analisar rapidamente o conteúdo dele, sorriu. — Finalmente estão prontos...
— O que tem nesses baús, Jimin? — perguntou Jungkook enquanto erguia as crianças e as colocava sobre a cama para lhes dar um beijo de "bom dia" em suas testas.
— Vou mostrar para vocês. Mas quero que seja para todos vocês. — Jimin inclinou a cabeça na direção da porta, buscando alguém. — Onde estão Soobin e Niki?
— O pequeno príncipe Niki está recebendo um banho da babá. Ele se cobriu com o mingau que comeu no café da manhã — informou um servo, segurando um risinho.
— Tá certo — O sorriso de Jimin cresceu —, e o Soobin?
— Ele está treinando luta de espada no pátio do palácio, sob a tutela da parente de Vossa Majestade. — O servo apontou para Jungkook. Este último soltou um riso anasalado e satisfeito diante daquela informação.
— Soobin anda praticando bastante — murmurou o rei, exalando um pouco de orgulho.
— Hmm, já sei! Jungkook, traz o Niki. Decidi que vamos todos para o pátio. — Jimin saltou da cama e segurou o baú que as crianças haviam trazido. — Lá, a gente se encontra com o Soobin e aí eu mostro para vocês o que pretendo fazer com esses baús.
As crianças gritaram de animação.
— Na verdade, traz todo mundo do palácio, Jungkook! — O ômega segurou os ombros do marido e o chacoalhou. — Faz aí um decreto ou uma convocação real, sei lá. Quero uma multidão naquele pátio para eu mostrar o que é um Natal de respeito.
Outro grito das crianças, agora mais agitado. Ninguém sabia o que era Natal, mas parecia incrível.
— Está bem, irei convocar o palácio inteiro. Estou sinceramente curioso com tudo isso... — Jungkook pegou uma das mãos de Jimin e a beijou calidamente, arrepiando-o.
— Te espero no pátio — falou o ômega.
— Vai me surpreender outra vez?
— Depois de tantas vezes que te mostrei coisas diferentes, acho que não.
O alfa lançou-lhe uma piscadela e disse:
— Pois aposto que vai.

𓄃 𓄃 𓄃

Minutos mais tarde, depois de todos eles terem se reencontrado no centro do maior pátio do palácio de Adwan, Jimin viu que pedir para Jungkook convocar todos os residentes daquele lugar não havia sido a melhor das ideias. Agora, além de Yeonjun, Hyunjin, Yeji, Niki, Soobin e sua tutora de espada, Sira, encarando-o com expectativas, havia também mais de cem pessoas amontoadas num semicírculo, viradas em sua direção, esperando por algum grande feito seu.
— Ai, minha nossa... — Jimin sentiu as pernas ficando bambas. Ele sempre se intimidava quando precisava lidar com multidões como aquela, preferia mil vezes se ocupar com questões da coroa mais ligadas ao seu papel como divindade mantenedora do equilíbrio e da paz, e deixava a parte da comunicação e da administração direta com Jungkook, que era muito melhor nisso.
— Você está bem? — perguntou o alfa, o qual estava em pé ao seu lado, aguardando pacientemente pelas suas próximas ações.
Jungkook sentia seu desconforto através do vínculo, por isso, acariciou a palma da mão dele com o polegar.
— E-estou... — respondeu o ômega, e, enquanto ajustava o tecido da roupa para dispersar uma onda de nervosismo, pensou: "Só não sei mais se o que vou fazer é assim tão interessante para reunir tanta gente assim".
Jimin limpou a garganta e deu um passo para frente. Em seguida, encheu o peito para se dirigir à multidão:
— E aí, tudo em cima, pessoal? Beleza? Ah, bom dia, general Namjoon e Lulu, eu ainda não tinha visto vocês. E tudo bem aí, pessoal da Mesa de Prata? Vai ter confraternização da firma mais tarde, hahaha... Ah, não sei mais o que estou fazendo — murmurou a última frase e apertou a ponte do nariz. — Certo, vou tentar ir direto ao ponto... — Ele encarou a multidão e soltou o ar dos pulmões, preparando-se para falar alto e em bom tom. — Desde que cheguei a este lugar, eu penso em fazer uma coisa. Em trazer uma coisa para Adaman nesta época do ano, já que eu acho que todo mundo aqui ainda tem um pouco de medo do inverno por conta do que aconteceu naquele tempo...
Jimin sentiu o olhar pesado de Jungkook em suas costas.
— De lá pra cá, nós estivemos nos ocupando para esquecermos daquele período tão frio, e também estivemos ocupados tentando trazer de volta o reino de antes. Neste ano, para esta época, eu gostaria de apresentar uma tradição do meu mundo que talvez não faça muito sentido para vocês, mas juro que ela pode se tornar muito divertida e... pode nos ajudar a afastar essa sensação ruim que o inverno traz.
Ele deu as costas para a multidão e se virou na direção dos ladrilhos que marcavam o centro do pátio. Em seguida, suspirou, tentando relaxar o corpo, e se concentrou no solo que havia debaixo dos ladrilhos. Um solo rico e úmido, ótimo para uma árvore específica que Jimin pretendia invocar no momento certo.
— A tradição de que estou falando se chama Natal. No Natal, nós nos reunimos com a nossa família, comemos uma ceia gostosa, trocamos presentes... Também tem mais uma coisa, uma coisa muito marcante: Nós montamos uma árvore de Natal!
Ainda nervoso, Jimin tentou convocar o mais bonito dos pinheiros que seria capaz. Ele lançou um impulso para o solo e, disso, criou uma cratera no pátio, a qual logo foi tomada pela aparição de um pequeno broto. O broto cresceu, e cresceu, e cresceu mais um pouco... E cresceu mais e muito mais, até parar e abrir suas folhas bem lá no alto. Mas não eram folhas de pinheiro.
— Aquilo são cocos?! — exclamou alguém da multidão quando a planta recém-invocada deu luz a algumas bolotas.
Oh-oh, pinheiros também não dão cocos.
Sem querer, por um segundo, Jimin pensou em praias e, por conseguinte, em coqueiros. Praias eram relaxantes, e relaxar diante daquela multidão de olhares era o que ele queria. Seu cérebro havia lhe colocado em maus lençóis.
— O Ômega de Prata trouxe cenários de verão para abrandar os nossos invernos! — outra pessoa da multidão exclamou, e sua fala provocou uma onda de aplausos e gritos de felicidade.
— Adoramos o Natal! — Mais exclamações de felicidade, que logo foram seguidas por aplausos de toda a multidão que assistia.
Jimin não sabia o que fazer. Ele olhou para os filhos e os encontrou tão animados quanto os demais telespectadores, e, depois, encarou Jungkook, buscando ajuda dele, mas reparou que o marido também parecia deslumbrado com aquele imenso coqueiro diante deles. Todos estavam tão satisfeitos com seu erro que ele não teve coragem de silenciar a animação e corrigir o engano.
— Papai, vamos usar isso para decorar o coqueiro?! — perguntou Yeonjun, após aproximar-se com o baú de antes. Ele havia aberto e descoberto dentro um conjunto super brilhante de bolinhas de madeira pintadas à mão e vários metros de uma trança vermelha com franjas reluzentes, tudo feito por um artesão de Adwan que Jimin havia contatado semanas antes.
Atrás dele, Soobin aproximou-se timidamente. O menino também tinha uma dúvida:
— O senhor disse que montar a árvore é uma tradição do Natal. Vamos fazer isso mesmo? — Ele parecia ansioso.
Todas as crianças pareciam ansiosas.
A cabeça de Jimin estava girando.
— Não, não, está tudo errado... Co-como vocês vão decorar um coqueiro? Ele é muito alto! — disse.
— Com a Hansa! — Yeonjun apontou para o alto do palácio, onde a enorme condor do deserto observava tudo com o seu olhar de ave de rapina. — Ela pode nos levar lá em cima!
As demais crianças gritaram palavras de apoio àquela ideia.
Jimin empalideceu.
— Não, não, não deveria ser assim, aaaah...
— Jimin? — Jungkook caminhou até o ômega. Ele havia reparado que algo estava errado com o marido, por isso, segurou-lhe a mão e colocou-se em seu campo de visão. — Precisa dizer algo?
— Sim, eu cometi um erro. — Jimin suspirou. — Vocês ficaram tão felizes com esse coqueiro, mas uma árvore de Natal clássica é, na verdade, de outro tipo.
Ele agachou-se e tocou o solo do pátio. Um instante depois, o chão de ladrilhos deu lugar a um grande e bonito pinheiro de cor verde-escuro.
— Essa é a árvore de Natal. O coqueiro foi um engano, pessoal — disse, mostrando um sorriso sem jeito.
Os espectadores encararam a nova árvore, e, depois, encararam o coqueiro outra vez. Coqueiros eram raros naquela área de Adaman, ainda mais no inverno, e todos estavam sentindo saudade do calor e dos cocos do verão, então, entre as duas opções, a que mais parecia convidativa era justamente a mais inusitada.
— Ainda podemos ficar com o coqueiro?! — alguém da multidão perguntou.
— Sim, por favor, papai! — pediu a princesa Yeji, e seu gêmeo, Hyunjin, repetiu o pedido logo depois dela.
Em um instante, todo mundo passou a deixar claro a sua preferência por coqueiros no Natal. Pinheiros eram sem graça e bastante comuns nas florestas de Adaman naquela época do ano, ninguém tinha interesse neles. No fim, Jimin deu-se por vencido e substituiu a nova árvore por duas dezenas de coqueiros, estes mais baixos e possíveis de serem decorados com facilidade.
Logo, todo o palácio estava se divertindo com aquela nova tradição trazida pelo Ômega de Prata. Levaram a tarde inteira para terminar de colocar as bolinhas e as tranças coloridas em cima das folhas largas e dos troncos esguios. Já estava escurecendo quando finalizaram.
As comemorações de Natal iniciariam na manhã seguinte, então, a multidão se dispersou para ocupar-se com suas próprias tarefas.
Jimin permaneceu no pátio. Sentado no chão, ele encarava os coqueiros enfileirados e completamente enfeitados. Não parecia um cenário de Natal, mas tinha um toque interessante de algo feito em família, por isso, estava fofo e engraçado.
Um momento depois, o ômega sentiu uma aproximação familiar. O cheiro de Jungkook preencheu suas narinas antes de o alfa sentar-se ao seu lado.
— Assim está certo? — perguntou Jungkook ao entregar-lhe um pequeno jarro.
No jarro, havia uma miniatura de pinheiro, e ela estava toda rodeada por tranças prateadas feitas de um jeito atrapalhado, e pedrinhas preciosas penduradas nos galhos pequenos. Jimin encarou aquilo por um longo minuto, totalmente perplexo, sentindo os olhos ficarem pesados. Era lindo, absolutamente lindo.
— Fo-foi você quem fez isso? — perguntou ao segurar o jarro. Sua garganta criou um nó.
— Encontrei esse pinheiro nascendo no pátio leste. Achei que fosse gostar de algo mais parecido com a tradição do seu mundo, por isso, eu o colhi e o cobri com essas coisas... — Jungkook apontou para as pedrinhas penduradas. O brilho das pedras refletia nos olhos dele.
Jimin colocou o jarro no chão ao seu lado e se lançou sobre o marido, abraçando-o com força.
— Valeu. — Sua voz foi abafada pelos cabelos soltos do alfa. — Valeu mesmo, Jungkook.
Jungkook sorriu e depositou um beijo carinhoso na bochecha do ômega.
— É sério... — Jimin voltou a segurar o jarro e o encarou. — Já faz quase seis anos desde que apareci aqui. Amo Adaman, mas sinto falta de algumas coisas e de algumas pessoas, por isso, quis trazer o Natal, que era algo que eu sempre comemorava com os meus pais, com a minha irmã e com os meus amigos. Eu queria comemorar com vocês, minha família... Só acho que saiu um pouco diferente. — Ele riu, direcionando o olhar para os coqueiros.
— Eu gostaria de incentivar o que está tentando fazer. — Jungkook limpou do cabelo de Jimin uma folha vermelha que havia caído dos chifres dele. — Você sabe que sou curioso quanto às coisas de seu mundo, e também agrada-me vê-lo assim.
— "Assim" como?
— Empolgado enquanto tenta trazer para a nossa família coisas que você fazia com a sua. Sei que essa é a sua forma de abrandar essa falta que sente deles, e de conectá-los ao que você tem aqui.
Jimin refletiu sobre as palavras ditas pelo marido enquanto observava o pequeno pinheiro de natal que segurava. Seus lábios curvaram-se num sorriso enorme.
— Sabe o que também fazemos no Natal? Nós escrevemos cartinhas para esse velho barbudo chamado Papai Noel de que te falei. Nas cartinhas, pedimos alguma coisa de presente para que ele realize. Claro que nada disso é real, é só... Conto de fadas. — Ele segurou uma risadinha — Mas, se fosse real, eu pediria para ele a chance de fazer uma visita rápida a casa dos meus pais contigo, ao menos contigo, pra apresentar a eles e à minha irmã uma parte da família que tenho agora.
O semblante de Jungkook iluminou-se.
— Seria uma honra conhecê-los. Eu também gostaria de pedir isso... Você conhece o meu mundo, mas eu não conheço o seu. Uma visita seria algo espantoso.
— É... Seria mesmo. — Jimin descansou a cabeça no ombro do marido e fechou os olhos, tentando imaginar um cenário em que Jungkook estivesse cumprimentando o senhor e a senhora Park, e a pequena Yeseo. Como eles reagiriam? O que fariam? Achariam estranho? Ele nunca saberia, e isso doía um pouco.
A brisa fria daquela noite começou a atingi-los, movendo seus cabelos e roupas, tocando suas faces quentes. O céu estava limpo, portanto, não haveria tempestade de neve, mas, ainda assim, a temperatura dava indícios de que iria baixar um pouco mais. Pensando nisso, Jungkook puxou seu manto e o usou para cobrir Jimin.
— Vamos entrar. Em breve, aqui fora ficará muito frio — murmurou contra o cabelo prateado do ômega.
— Hmmm, não quero, aqui tá bom demais. — Jimin se aninhou no colo do marido. — E também, eu posso impedir que fiquemos congelados, você sabe, hehe.
— Tem razão. Eu sempre me esqueço... — Jungkook riu.
— É porque você é fofo e preocupado.
Isso fez o alfa corar. Um pouco tímido, ele se metamorfoseou para a forma lupina e puxou Jimin para que ficasse deitado sobre sua enorme barriga. O ômega deu um grito de surpresa e abraçou aquele corpo peludo que agora lhe servia como cama.
— Daqui a algumas horas, o Natal vai começar — sussurrou Jimin, ajeitando-se em cima de Jungkook e penteando os pelos dele com os dedos das mãos. — Me deixa dormir aqui um pouco porque amanhã o dia vai ser cheio.
Em resposta, o alfa lambeu-lhe a lateral do rosto e disse:
É claro que eu deixo. Transformei-me com essa exata intenção.
Felizes, os dois se acomodaram naquele canto do pátio e relaxaram sob uma redoma invisível de calor. Em poucos minutos, cederam ao sono e adormeceram.
Quando aquela área do palácio ficou completamente silenciosa, uma brisa diferente fez balançar as pedrinhas preciosas penduradas nos galhos do pequeno pinheiro de Natal. Elas brilharam de um jeito estranho e refletiram as imagens do rei e do Ômega de Prata.
Depois disso, algo extraordinário aconteceu.

𓄃 𓄃 𓄃

Jimin acordou escutando o som de um carro em movimento.
Ele imaginou que fosse apenas um engano de sua mente sonolenta, porque era impossível haver carros em Adaman, e se virou para continuar dormindo naquela cama peluda e confortável que era o corpo lupino de Jungkook.
"Que estranho, não está mais tão confortável quanto antes", pensou ele, apalpando a superfície que agora parecia bem dura, ainda que continuasse bastante peluda.
Outro som de carro atravessou os seus ouvidos, dessa vez seguido de buzinas. Jimin abriu os olhos, assustado, e sentou-se num único impulso.
— E-espera aí... Que diabos está acontecendo? — Ele encarou os arredores, e ficou completamente perplexo ao deparar-se com um cenário que pensou que não veria tão cedo: Prédios tomando conta do horizonte. Ruas, carros, bicicletas, motos e ônibus ocupando uma grande avenida movimentada. Pessoas comuns vestindo roupas modernas e andando de um lado para outro na calçada, a maioria delas ocupadas com seus celulares.
Aquilo era o mundo de Jimin.
— E-eu voltei? — Uma onda de compreensão arrasou-lhe por dentro, distribuindo uma angústia crescente até chegar em sua garganta e fechá-la num nó de desespero e tristeza.
Ele olhou para baixo, buscando Jungkook, mas o que encontrou foi um tapete branco de pelos sintéticos em meio a um cenário de Natal montado em frente a uma loja de variedades. O tapete estava ali para imitar a neve densa. Não era seu marido, não era o homem que amava.
Jungkook havia sumido. Adaman e sua família inteira haviam sumido. Jimin foi completamente tomado pelo desespero.
Ele ficou em pé, cambaleante, o choque impedindo-o de derramar lágrimas. Percebeu só depois que havia pessoas encarando-o atentamente, todas com olhares de admiração.
— Mamãe, ele é a rena do Papai Noel? — perguntou uma criança, e a mulher ao seu lado respondeu um "Sim" indeciso.
Com um vislumbre de seu reflexo no vidro da loja, Jimin concluiu que ainda vestia as roupas de Adaman, e ainda tinha a aparência do Ômega de Prata. Seus chifres estavam ali, seus olhos vermelhos e a pele sobrenaturalmente pálida também. Ele não sabia o que pensar disso. Ainda seria uma divindade naquele outro mundo? Mas isso sequer importava naquele momento? Afinal, ele tinha ido embora e nunca mais poderia reencontrar nenhum deles. Nunca mais veria Jungkook e seus filhos.
Nunca mais...
De repente, ele reparou em um som ensurdecedor de buzinas vindo da avenida que ficava metros adiante. Um garoto que estava caminhando na calçada, depois de ter passado pela origem daquele barulho, encontrou-se com uma jovem parada próximo a Jimin, e comentou:
— Tem um maluco fantasiado atrasando o trânsito. Você deveria ver, ele está apontando uma espada para os carros.
O comentário fez Jimin paralisar e prender a respiração. Por um instante, sua mente ficou presa às possibilidades, às expectativas e à esperança nascida de maneira repentina. No instante seguinte, ele saiu do cenário de Natal com um pulo e correu na direção dos sons.
Quando chegou à origem do barulho, seu coração deu um salto de alívio, porque lá estava ele, magnífico em seus trajes reais e portando sua espada, em meio a uma situação caótica.
Jungkook encontrava-se no centro de um cruzamento movimentado, barrando a passagem de automóveis que vinham de quatro direções diferentes, com motoristas impacientes buzinando freneticamente.
O rei de Adaman não parecia temer nada daquilo, ele agia como se estivesse apenas analisando a situação, visualizando as pessoas dentro daquelas máquinas de metal enormes.
Em determinado momento, um carro avançou, querendo atravessar a avenida a todo custo. Talvez o motorista só tivesse a intenção de assustar Jungkook para que ele saísse da frente, mas Jimin não esperou para constatar essa hipótese e invocou um imenso tronco de árvore que barrou o avanço do automóvel.
Isso desencadeou um caos na avenida. Agora todas as pessoas se viravam para assistir ao que estava acontecendo, e os motoristas saíam de seus carros para ver direito o desenrolar da situação. Jimin correu em disparada até Jungkook e o puxou para que saíssem dali antes que a situação se complicasse.
O alfa arregalou os olhos e sorriu ao vê-lo, e, em seguida, deixou-se ser levado por ele até um parque que havia por perto, com várias árvores e caminhos onde poderiam se esconder daquela confusão. O que as pessoas fariam se descobrissem o que eles eram e o que eram capazes de fazer? Jimin só pensava nisso nesse momento.
— Jimin, eu o encontrei — disse Jungkook, com um suspiro de alívio e um sorriso feliz.
O ômega devolveu o sorriso e o abraçou fortemente. Seus olhos agora pesavam com a emoção que sentia.
— Você está aqui, eu nem acredito. Pensei que tivesse perdido todo mundo — murmurou com a voz embargada.
— Perdido?
— Sim... Estamos no meu mundo. Acho que fomos embora de Adaman. — Jimin tentou sustentar o aperto no peito ao pensar nas crianças que havia deixado. Sabia que elas seriam bem cuidados pelas pessoas do palácio, mas doía excruciantemente pensar que nunca mais iria vê-las, que não as veria crescer.
A face de Jungkook tomou um ar sombrio e pesado quando ele se deu conta desse detalhe. Ele segurou a mão do marido e a apertou.
— Talvez... Talvez haja uma maneira de voltar — murmurou, tentando buscar alguma esperança.
Quando Jimin pensou em responder, uma terceira voz cortou o ar:
— Ah, parem com esse drama, vocês não foram embora de verdade. — A voz era familiar, sarcástica e carregava risinhos etéreos.
A primeira coisa que Jungkook e Jimin fizeram foi se transformar para a forma lupina e mostrar os dentes afiados para o dono daquela fala, o qual havia surgido logo atrás deles, sobre o galho de uma árvore do parque.
Seokjin — Jungkook rosnou, afundando as garras no solo.
Jimin apenas o encarou com atenção, analisando-o. O homem raposa parecia o mesmo da última vez em que se viram, com suas nove caudas serpenteando ao seu redor, os olhos dourados e entretidos, o sorriso sacana nos lábios carnudos...
— Há quanto tempo, Majestades — disse o sujeito, e mais uma vez os risos etéreos acompanharam a sua voz.
O que está acontecendo? Eu matei você. Eu te enviei para ficar com o Kang Song, pra que todo mundo ficasse em paz. — Jimin mostrou os dentes novamente.
— Uma bela forma de se livrar de mim. — O feiticeiro lançou uma piscadela. Suas nove caudas serpenteaeram atrás de si.
Tem audaciosa coragem em aparecer assim, diante de mim, sem medo de uma retaliação. Dê-me um bom motivo para não acabar com você neste exato minuto. — rugiu Jungkook. O rei de Adaman já havia calculado a força do salto que deveria dar para alcançar a altura do galho onde Seokjin estava e arrancá-lo dali com uma mordida violenta.
— O motivo que eu tenho é o seguinte: Eu não estou vivo. Sou só um espectro de suas mentes que veio entregar um presentinho para vocês. E o presente é exatamente este sonho que estão tendo agora. — Seokjin ergueu as mãos para mostrar o ambiente.
Jimin imediatamente voltou à forma humana.
— Sonho? Do que você tá falando, seu maluco? — Ele crispou as sobrancelhas.
—Este lugar é um sonho, um sonho seu que está conectado à mente dele. — Seokjin apontou para Jungkook. Foi a vez do alfa de voltar para a sua forma humana.
O homem raposa desceu da árvore e aproximou-se do casal. Enquanto isso, retomou sua explicação:
— Digamos que vocês foram escutados quando desejaram visitar o mundo de Park Jimin. Essa não é uma visita real, é claro, mas contém tudo o que o nosso querido Ômega de Prata se lembra do mundo dele, então, na maior parte do tempo, todas as coisas e pessoas reagirão de acordo com as suas vivências, memórias e conhecimentos, Park. Vocês têm até o próximo nascer do Sol aqui dentro para aproveitarem tudo, antes de acordarem e voltarem para as suas vidinhas lá em Adaman. — Ele balançou uma mão, agindo como se falar tudo aquilo fosse exaustivamente enfadonho.
Jimin e Jungkook arregalaram os olhos e encararam-se, sentindo uma agitação crescer em seus interiores. A presença de Seokjin já não mais os deixava em alerta ou irritados, pois, agora, suas mentes estavam concentradas naquele presente maravilhoso e no fato de que não haviam ido embora de Adaman. Ele voltariam a ver os filhos em breve, depois daquela aventura.
— Por que logo você veio nos contar isso? — questionou Jimin a Seokjin. O ômega cruzou os braços e arqueou uma sobrancelha.
Seokjin soltou uma risada sarcástica.
— Tirei um pouco da magia do presente, não foi? — disse, abrindo um sorriso cínico e aproximando-se alguns passos de Jimin. De repente, seu ar rude foi substituído por algo mais calmo, mais retraído. Até seus olhos deixaram de queimar dourados e ficaram mais humanos. — É Natal, por isso, eu aproveitei a deixa para invadir este sonho e me desculpar com vocês. Com você, principalmente. — Ele encarou Jungkook com pesar. — Durante muito tempo tive uma raiva infundada por você e por tudo o que representava.
— Não aceito suas desculpas. — Os olhos de Jungkook estavam vermelhos, completamente acesos. — Se já não estivesse morto, eu ainda o mataria.
— Eu sei. Não esperava o perdão de ninguém, de qualquer maneira. — A boca de Seokjin se inclinou num sorriso fraco. Num salto, ele se transformou numa pequena raposa com nove caudas serpenteantes. Sua voz passou a sair como um sussurro do vento: — Seu sonho começa agora. Vou estar por aqui se precisarem de ajuda.
Você nos ajudando? Isso realmente só pode ser um sonho, haha. — Jimin colocou as mãos na cintura, demonstrando sua incredulidade.
Ou um pesadelo. — A versão raposa de Seokjin gargalhou de maneira sinistra, deixando um suspense no ar que fez Jimin e Jungkook entrarem em alerta. No entanto, um instante depois, a atmosfera voltou ao normal e, antes de sumir, o feiticeiro acrescentou, acalmando-os: — Brincadeirinha.
Quando o casal real ficou a sós naquele canto do parque, eles se encararam novamente, deram as mãos e suspiraram. Seus rostos rapidamente foram tomados por sorrisos enormes.
— Então, por onde eu deveria começar? — Jimin deu um salto e começou a observar os arredores. — Eu deveria te mostrar os prédios e os carros? Ah, mas você já viu os dois... Só que não viu por dentro. Ah! Também tem as bicicletas e as motos. As comidas! Não posso me esquecer de te mostrar as comidas da Coréia, é claro! As bebidas, os doces, os salgadinhos, a pipoca... Cinema! Você precisa ver um filme no cinema! E para um parque de diversões, sim, sim! Minha nossa, é tanta coisa! E-eu não sei o que te mostrar primeiro...
— Jimin. — Jungkook pousou a mão no ombro do marido e o encarou com ternura. — Eu tenho uma ideia. É algo que quero há muito tempo...
— Ótimo! Pode dizer, porque nós vamos fazer imediatamente!
— Eu quero conhecer a sua família.
A resposta do alfa fez Jimin ficar paralisado e sem palavras. Um instante depois, seus olhos encheram-se de lágrimas, que caíram ligeiramente, acompanhadas por um soluço baixo.
— Não acredito que vou poder experimentar isso... — murmurou o ômega, abraçando Jungkook com força. — Sim, vamos até os meus pais e a minha irmã. Eu quero que você saiba como eles são. Eu finalmente vou te mostrar essa parte do meu mundo.

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Já que aquela realidade era como um sonho, Jimin adorou saber que não precisava de dinheiro para obter certas coisas, como quando saiu do parque com Jungkook e pegou um algodão-doce de morango com formato de coração para ele sem precisar pagar nada. O ômega apenas pediu a um vendedor que tinha seu quiosque ali perto, e, logo em seguida, recebeu o doce.
No início, o rei de Adaman encarou o algodão-doce com um olhar confuso, vendo aquela coisa de formato esquisito e na cor rosa que parecia-se com uma nuvem espetada. Um pouco relutante, ele mordiscou a superfície macia e arregalou os olhos ao notar que, após sentir um sabor açucarado peculiar, a textura da "nuvem" desaparecia em sua boca. Jungkook achou incrível e continuou experimentando até devorar tudo.
Depois, para equilibrar o apetite, Jimin ofereceu-lhe tokkebi, um cachorro-quente empanado e frito no palito. O cheiro forte de queijo e salsicha fez o semblante de Jungkook se iluminar. Por conta de seu jeito contido, ele aceitou a nova comida e a saboreou aos poucos. Internamente, seu desejo era de colocar tudo aquilo na boca como um verdadeiro animal selvagem, pois estava delicioso.
Após passarem por mais alguns quiosques de rua, e apreciarem um bom número de comidas que não existiam em Adaman, Jimin parou um táxi e o mostrou para Jungkook.
— Entra aí. Acabei de descobrir que estamos em Seul, na capital da Coréia do Sul. A casa onde eu morava com a minha família fica num município um pouco longe daqui, por isso, precisamos nos mover — explicou, abrindo a porta para o marido.
Jungkook analisou aquela caixa de metal colorida e sustentada por quatro rodas escuras, e o homem sentado no banco da frente que aguardava, um pouco impaciente, pela entrada dos clientes em seu veículo.
— Que espantoso! — disse o rei, ao se acomodar no banco de trás.
Ele tateou o teto e os assentos, sentindo a textura de ambos, enquanto Jimin se sentava ao seu lado — ou melhor, encolhia-se, já que os chifres em sua cabeça o impediam de ficar totalmente ereto —, e fechava a porta. O aparelho de som do carro estava ligado numa rádio que tocava músicas pop num volume alto, e havia um aromatizador de lavanda pendurado no espelho retrovisor. Jungkook arregalou os olhos diante de tantos estímulos.
— Você será o nosso cocheiro, cavalheiro? — perguntou ao motorista.
— An... — O taxista o encarou sem entender direito. — Eu só vou dirigir, moço fantasiado. Aliás, para onde vocês querem que eu os leve?
— Para Gimpo, o mais rápido possível! — exclamou Jimin, animado.
— É pra já!
No instante seguinte, o táxi cantou pneu pelas ruas de Seul. Dentro do veículo, Jungkook, atordoado com a aceleração, segurou a mão do ômega e o encosto do banco da frente. A cidade passava lá fora em alta velocidade, os barulhos do tráfego e da vida metropolitana estavam misturados ao bombardeio de informações visuais, deixando o rei de Adaman completamente perplexo.
Jimin reparou nisso e, sorrindo, acariciou a mão dele para oferecer-lhe alguma calmaria.
— Sabe o que tem em Gimpo? — murmurou no ouvido do marido.
— Não. Não sei de absolutamente nada — respondeu Jungkook com um sorriso que o ômega achou a coisa mais fofa do mundo.
— Lá tem muitas lojas, muita comida, e aquilo que vai nos levar para a minha família: Um aeroporto! — Ele chegou mais perto e falou, destacando cada sílaba: — Ou seja, aviões.
Jungkook o encarou e, ao relembrar das explicações que o ômega lhe deu no passado sobre aviões serem máquinas capazes de atravessar os céus, a sua face encheu-se de um brilho ansioso.
Subir num balão de ar quente havia sido uma aventura incomparável, mas atravessar as nuvens em algo como uma carruagem de metal super veloz nunca tinha deixado de ser um desejo do rei de Adaman.
Momentos mais tarde, eles chegaram à Gimpo Airport Avenue, uma área comercial cheia de restaurantes, lojas e outros estabelecimentos localizados bem próximo ao Aeroporto Internacional de Gimpo, o grande objetivo do casal de Adaman.
A primeira coisa que Jimin fez quando saiu do táxi foi puxar Jungkook para uma loja de roupas. Ele estava louco para ver o marido provando roupas daquele mundo e pretendia levar algumas peças para vestir quando fosse reencontrar seus pais. Por mais que nada daquilo realmente estivesse acontecendo, Jimin queria ter a experiência completa de um reencontro verdadeiro com sua família — vestindo roupas comuns e modernas —, porque, muito provavelmente, nunca mais teria uma chance como aquela.
Eles entraram numa loja de grife que o ômega jamais pisaria na vida real, pois cada peça custava mais que um playstation seu.
Jimin pegou algumas roupas e as entregou para Jungkook, e depois escolheu outras para si mesmo. Eles se trocaram em provadores separados com a promessa de que se veriam quando escolhessem o conjunto mais confortável e atraente para cada um.
No final, o ômega se rendeu a uma calça jeans escura, uma camisa de malha branca com mangas longas e padrões em xadrez, uma jaqueta bege de algodão, e uma bota estilo lenhador. O dia naquele sonho estava bem frio e natalino, por isso, ele optou por peças quentinhas.
Foi a vez de Jungkook aparecer. Antes disso acontecer, Jimin imaginou que talvez o marido estivesse precisando de uma ajudinha com todas aquelas vestimentas estranhas. Porém, quando o alfa atravessou a porta do provador, ele viu que havia sido desnecessário se preocupar.
Jungkook estava de tirar o fôlego. Seu visual agora era uma combinação elegante de calças pretas, um suéter cinza com gola alta, um sobretudo de lã negra e sapatos sociais de mesma cor.
Havia apenas um único erro nele, Jimin reparou. O zíper da calça não estava fechado. Que perigo...
Volta pra dentro — disse o ômega, quase numa ordem, e empurrou o marido para o provador atrás dele, acompanhando-o desta vez.
— O que houve? — perguntou Jungkook, confuso. — Estou estranho? Escolhi as peças erradas?
— Na-não... — Jimin o colocou contra a parede num impulso que veio inconscientemente, e segurou o zíper da calça do alfa, fazendo menção de que iria puxar o metalzinho para cima, para fechar a abertura. Mas paralisou nesse instante e respirou fundo.
Um aroma quente preencheu o ar do provador no mesmo segundo.
— Jimin... — A voz de Jungkook agora saiu rouca e num sussurro questionador que demonstrou sua confusão.
— Como você consegue ficar perfeito de qualquer jeito? Isso é golpe baixo... — Ele manteve a mão no zíper, ponderando se realmente queria fechá-lo.
Não teve muito tempo para pensar, pois Jungkook segurou seus pulsos e, no mesmo instante, fez o provador mergulhar numa onda quente de feromônios.
Jimin sentiu as pernas ficarem fracas e a temperatura de seu corpo subir.
— A-aqui? Vamos fazer isso aqui? — murmurou. Sua voz estava tépida.
Aqui. Tire suas roupas. — Os olhos do alfa estavam escarlates, refletindo o ômega como se o queimasse.
Jimin, um pouco trêmulo, começou a abrir os botões e os zíperes de suas vestimentas. De um a um, colocou cada peça no canto do provador. O sibilo dos tecidos se arrastando sobre a pele dele aquiesceu ainda mais a temperatura entre os dois reis.
Quando Jimin ficou completamente despido, Jungkook o estudou por um instante, passando o olhar pela pele úmida e ruborizada do marido. No momento seguinte, segurou as costas do pescoço dele e, num gesto súbito, o girou e o colocou contra a parede do provador.
— Será rápido, ainda temos que ir aos aviões, certo? — Sussurrou o alfa contra o ouvido do Ômega. Seu hálito quente e adocicado como mel fez este último estremecer.
Jimin balançou a cabeça, confirmando, e murmurou tepidamente:
— Eu quero uma coisa de você.
— Diga.
— Me foda com força até quebrar os meus chifres. Todos os dois.
O alfa levou um instante para processar aquele pedido.
— Muito bem.
Ele colocou as duas mãos no corpo nu de Jimin e passou a acariciá-lo. Subiu pelas costas dele, traçando os caminhos dos músculos delgados, das articulações rosadas, das curvas atraentes. Subiu até o pescoço, onde seus dedos grandes e largos roçaram pela região da garganta e foram até a mandíbula. Mais em cima, encontraram os lábios carnudos e macios como seda e se enfiaram em provocação, saindo e entrando, roubando um gemido torpe do ômega.
O aroma da umidade que se acumulava entre as nádegas de Jimin inundou as narinas de Jungkook, agindo como um convite, uma hipnose arrebatadora. Por isso, ele deixou as provocações de lado e levou as mãos até os cabelos prateados do marido, puxando-os em mechas, enfraquecendo-o ainda mais com estímulos. Em seguida, subiu para as hastes e as agarrou, trazendo-as para trás, fazendo Jimin erguer a cabeça e soltar um arquejo. Jungkook lambeu o pescoço totalmente exposto dele, descendo até a marca na clavícula e mordendo levemente aquela região. Quando o ômega já estava a um passo de implorar para que fosse fodido, o alfa tirou o pênis ereto e enfiou-se nele com tudo.
Enfiou-se uma, duas, três, quatro... várias vezes, indo e voltando, abrindo caminho, abrindo Jimin, fazendo-o sentir cada centímetro, mergulhando em cada gota do líquido dele. Tocou-o com uma das mãos, masturbou-o com força, sentindo o membro sensível do marido pulsar e jorrar de prazer. Ele continuou mais um pouco, em solavancos que fizeram as hastes bater contra a parede, rachando-as aos poucos. Cada vez que isso acontecia, Jimin gemia mais alto, pedia mais, porque ele queria sentir toda a força de Jungkook, cada pedaço dele.
Jungkook entrou e saiu e entrou, e então segurou o corpo do marido, ergueu-o para cima e o girou, colocando-o em seu colo, com as pernas e os braços envolvidos em seu próprio tronco, e, assim, continuou a fodê-lo enquanto movia os quadris de maneira ritmada, sempre pressionando-o contra a parede, para que os chifres não tivessem outra opção exceto a de cederem e se partirem. Se Jimin queria isso, ele o teria, mesmo que doesse quando acontecesse.
E aconteceu. Uma das hastes se partiu quase na base. Eles interromperam a transa e encararam o pedaço que havia se soltado e que agora estava no chão, descartado.
— Quebre o outro. Faça isso com suas mãos agora mesmo — ordenou Jimin. Ele raramente usava esse tom de voz com Jungkook, e muito menos fazia esse tipo de escolha de palavras para se dirigir ao marido, porque não era do seu feitio. Mas, quando entrava em transe, quando seu cérebro virava receptáculo para os feromônios e o sabor do alfa, o ômega tornava-se exigente, desesperado, a epítome da imperatividade.
Jungkook, que nunca hesitava em dar a ele o que queria, segurou a haste que sobrara e, depositando sua força na mão, a rachou até que se separasse da cabeça do ômega, restando apenas um chifre tão pequeno quanto o outro.
— Por que me pediu isso? — quis saber, jogando o segundo pedaço no chão e ajeitando o corpo de Jimin em seu colo.
Com o solavanco, o ômega gemeu baixinho, pois o pênis do marido ainda o preenchia, sendo uma lembrança do que ainda precisava ser concluído naquele provador.
— E-eu... Depois explico... Só continua, não para... — implorou num balbucio, e enrolou os braços ao redor do pescoço de Jungkook. Depois, rebolou e se mexeu para cima e para baixo, para absorver e sentir de novo seu grande trunfo.
Jungkook voltou a colocá-lo contra a parede, para que se apoiasse nela, pois seus movimentos seguintes exigiam que seus corpos estivessem firmes.
Ele segurou Jimin pelas nádegas e as abriu, em seguida, inclinou-se para entrar até a base e sair. O ômega gozou, sujando a face do alfa, que lambeu as gotas. Continuou o movimento com constância e força, enfiando e tirando, abrindo-o e enfiando mais, e tirando de uma vez, roubando-lhe arquejos, gritos e gemidos, roubando-lhe toda a água do corpo. Era sempre assim, o sexo entre eles, entre um rei profético e uma divindade.
Jimin já não tinha forças e nem se segurava mais em nada, era apenas Jungkook e seu desejo voraz, seu anseio de lobo controlando tudo. Fazer sexo num espaço tão pequeno e tão estranho, com pessoas diferentes os aguardando do lado de fora, dava a ele sensações lascivas, provocantes. Ele era polido e educado em Adaman. Naquele mundo, ele poderia ser, por um instante, um homem completamente diferente.
Por isso, ele não se preocupou com o barulho, com as exclamações de luxúria e os movimentos exagerados. Ele amava ver Jimin se debater de prazer e implorar. Era o único momento que adorava vê-lo fraco e torpe. Fazê-lo se sentir num ambiente que imitava sua antiga casa, o mundo dele, deu ao rei de Adaman satisfação, porque sabia que o ômega estava se derretendo de prazer e jamais se esqueceria dessa experiência.
Então, continuou.
Virou Jimin mais uma vez e o colocou de quatro, fazendo-o se apoiar num assento dentro do provador. Em seguida, enfiou-se nele novamente, naquela bunda que sempre o absorvia por inteiro e pedia mais. Para intensificar as estocadas, segurou os pulsos de Jimin e puxou os braços dele para trás, então passou a puxá-lo ao mesmo tempo em que movia os quadris para frente para trás, aumentando os sons da foda, do encontro de pele úmida contra pele úmida.
As ondas de prazer vinham como tempestades dentro do corpo de Jungkook. Ele queria gozar, gozar muito, jorrar-se inteiro, porque tinha se segurado até aquele momento do sexo. Decidiu, portanto, fazer isso dentro de Jimin, mas de outra forma.
Puxou o ômega, virou-o e, segurando sua mandíbula com calidez, murmurou:
— Abra essa boquinha para me receber.
Jimin o encarou, lascivo, e abriu a boca, colocando a língua para fora.
Recebeu, assim, o pênis do alfa, e enfiou-o até o fundo da garganta. Para provocar, segurou-o ali, sem mexer, e ficou brincando com a língua. Jungkook tremeu e forçou um movimento. Jimin afrouxou o aperto e passou a chupar, tirando e botando, usando toda a boca, todo o comprimento da língua. Sugou e saboreou até o talo, até quase alcançar as bolas, até sentir a tensão no corpo do alfa e o jorro de gozo quente descendo pela sua garganta.
Os dois caíram no assento do provador, exaustos e suados, ainda que a temperatura ambiente estivesse baixa. Seus membros íntimos pulsavam, seus corpos exalavam calor e cobriam-se com rubor. Seus semblantes sorriam, satisfeitos, felizes e sensuais.
— Caralho... — balbuciou Jimin. Não tinha forças e sua respiração estava ofegante, por isso, levou um tempo para se dar conta do estado em que as coisas ao seu redor haviam ficado. — Jungkook, olha o que a gente fez!
O chão do provador havia se transformado num tapete de grama fresca cheia de margaridas, e as paredes agora estavam decoradas com algumas videiras repletas de rosas. Uma borboleta, que não deveria estar ali por ser inverno, entrou no provador por meio de uma brecha, indicando que do lado de fora havia mais daquele jardim.
— Até onde será que atingimos? — perguntou Jungkook. Ele não parecia nenhum pouco preocupado ou envergonhado.
"Que safado!", pensou Jimin, dando um empurrãozinho brincalhão no marido, o qual segurou uma gargalhada.
— Ainda bem que é só um sonho. Mas, ainda assim, espero não ter atingido a loja toda — murmurou, apoiando-se numa videira para levantar-se.
— Hm, então ficaremos com essas roupas? Aliás... você não me disse se o que escolhi para vestir é adequado — lembrou Jungkook.
— Você ainda pergunta, depois de tudo isso!? — O ômega balançou as mãos, mostrando o estado do provador.
A face do alfa se abriu num sorriso de compreensão e divertimento.
— Ah, certo. Sendo assim, admitirei como muito adequado.
Jimin revirou os olhos, num gesto brincalhão, e vestiu novamente as roupas que havia escolhido na loja.
— É ótimo o fato de que não precisamos pagar nada, porque, assim, podemos só sair correndo do provador e fugir direto pra rua — disse enquanto arrumava os fios de cabelo de maneira a tentar disfarçar as bases dos chifres quebrados. Aquele ponto doía um pouco, mas ele estava satisfeito.
Ao seu lado, Jungkook o estudava em silêncio.
— Jimin, ainda não me explicou o porquê de querer quebrar os seus chifres — quis saber o alfa.
— Hm, é porque... — Jimin crispou os lábios. — Eu realmente quero fingir que estou numa situação normal em que vou me encontrar com os meus pais para apresentar a eles o meu esposo. Numa situação normal no meu mundo, eu não teria essas coisas na cabeça. E-eu já estou nervoso o bastante, entende?
Jungkook soltou uma lufada de ar, sorrindo, e abraçou o ômega.
— Eu entendo. O que mais posso fazer para que se sinta confortável e menos nervoso?
— Talvez se arranjasse alguma coisa para colocar na minha cabeça... Acho que só os meus cabelos não são suficientes para ocultar esses cotocos que sobraram.
— Certo. Quando corrermos para fora da loja, vou me lembrar de pegar algumas coisas para cobri-los.
— Tudo bem. — Eles se posicionaram em frente à entrada do provador, como corredores se preparando para uma maratona. — No três. Um... Dois... TRÊS!
Foi dada a largada, os dois saíram correndo em disparada até a saída do estabelecimento. No meio do caminho, Jungkook agarrou o que viu pela frente: Cachecóis, chapéus, casacos... tudo o que poderia, de um jeito ou de outro, cobrir a cabeça de Jimin. No fim, quando chegaram à calçada no lado externo, eles ficaram petrificados com o que encontraram. A loja não havia sido a única a ser atingida pelo jardim do ômega. Quase metade da avenida tinha agora árvores coloridas e grama verde, nem parecia mais um cenário de inverno.
— Opa... — Jimin abriu um sorriso amarelo e virou-se para o marido. — E aí, o que conseguiu para mim? ... Nossa!
Ele encarou as dezenas de peças que Jungkook havia pego, elas formavam um montinho nos braços do alfa.
— A-acho que só vou precisar disso — disse o ômega, pegando um gorro de frio que combinava com a sua jaqueta. — Valeu, amor.
— Disponha. — Jungkook descartou as peças que sobraram.
— Agora, vejamos... Você já andou de carro, já comeu algumas comidas da Coréia do Sul e já experimentou roupas do meu mundo. Tá na hora de pegarmos um avião! — Jimin apontou para o fim da avenida, onde jazia um enorme prédio que ocupava muito mais que um quarteirão. — Aeroporto Internacional de Gimpo, aí vamos nós!

[Continua no dia 28/12/2023]

Ilustração de minha autoria, também postada no instagram @ Kaka.Leda. Ela retrata o casal principal de EUVUO na versão do livro físico. Na direita, Malee Han (Ômega de Prata). Na esquerda, Seiya Byakuya (Rei de Adaman). Eu a fiz para que os leitores da fic possam conhecê-los um pouco mais💜

~🌕🌖🌘🌑~

#LoboDePrata

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