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|8|♛|Canção de Amor entre Lobos|

💜EAÊ, ALCATEIA???💜

Pera, VAMOS POR PARTES:

1- O BTS CONSEGUIU 1º LUGAR NA HOT100 AAAAAAA os meninos ficaram tão felizes, eu chorei muito, surtoooooooo

2- Eu fiz um desenho dos Jikook de EUVUO, tá aí em cima, na mídia do capítulo. Ele me custou muito esforço porque eu estou apenas começando nesse mundo de design gráfico que tanto amo, então espero que gostem💜 (Vocês poderão encontrar o desenho em melhor qualidade na tag #LoboDePrata no Twitter ^^)

3- Dias atrás fiz uma enquete no Twitter, e avisei a vocês sobre ela aqui no Wattpad, para que decidissem por mim como eu iria fazer com a att de hoje. Por conta de imprevistos, retorno de minhas aulas e problemas pessoais, acabei demorando mais do que o normal para escrever. ENTÃO, eu pedi a vocês que escolhessem entre postar nesta segunda um só capítulo, ou postar a att dupla que ainda não tem previsão de data. Vocês escolheram POSTAR UM SÓ CAP, então, como sou mera cadelinha de vocês, vossos pedidos são uma ordem~~~

Deixe o seu VOTO e BOA LEITURA!!!

♛|Canção de Amor entre Lobos|

Antes dos eventos mais dramáticos da noite luar de Sua Majestade, enquanto a Ode Alfa ainda vibrava pelos instrumentos musicais da orquestra palacial, Kim Namjoon se posicionou entre os convidados do evento para assistir às coreografias dos casais.

Com uma mão segurando uma taça de vinho branco, e a outra acariciando os cabelos macios da pequena Kim Jina, o general de Adaman contemplava todo o cenário com um olhar sereno e nostálgico, e sustentando um pequeno sorriso nos lábios. Em sua mente, ele relembrava os momentos em que dançou sob o som daquela balada ao lado da mãe de Jina. Por isso, cada movimento de mãos e pés pareciam enraizado em suas lembranças.

Inconscientemente, o seu corpo balançou naquele ritmo. Quem notou esse ato foi a pequena garotinha ao seu lado.

— Papai quer dançar? — Jina perguntou, seus olhos enormes e castanhos se abriram para ele.

Um leve rubor tomou as bochechas do general. Ele pigarreou para recuperar a pose altiva e bebeu um gole do vinho antes de falar.

— Estou apenas apreciando a música, meu bem — Kim explicou.

Jina balançou a cabeça, compreendendo, e virou o rosto para observar um casal que dançava bem diante deles. Sua mente inocente e curiosa rapidamente pensou em algo.

— O senhor também dançava assim com a mamãe? — ela quis saber, toda animada com a ideia. Ver os alfas com os seus ômegas no meio do salão, tão felizes e irradiando paixão, era como assistir à personificação dos romances infatis que suas babás liam para a menina um pouco antes de ela ir dormir.

Kim Jina desejava que o seu amado pai também tivesse vivido algo tão maravilhoso. Lhe incomodava vê-lo constantemente distante e silencioso, às vezes cabisbaixo em sua solidão.

Kim Namjoon conseguiu sorrir com a pergunta da filha, pois ele compreendia o que se passava na cabeça dela.

— Sim, algumas vezes — ele respondeu com um tom de voz suave.

— Oh — Jina adorou aquela informação — E o senhor gostaria de dançar de novo?

O general não pensou muito antes de responder a ela.

— Sim... — a mente dele estava em um outro plano.

Com a afirmação, a pequena garotinha se animou e virou o rosto para procurar uma figura no meio da multidão. Depois de alguns minutos varrendo o salão com os olhos, ela soltou um arquejo e caminhou até a pessoa que usava uma longa bata preta e que mantinha os cabelos vermelhos penteados para trás, de um jeito elegante e atraente.

Aquele era Lu Keran, e ele arqueou as sobrancelhas para cima ao avistar a menina se aproximando.

— Tio Lu, venha comigo! — Jina disse no momento em que segurou o pulso dele.

— O-o que houve, pequena Jina? — Keran questionou enquanto era arrastado pela menina, mas ela nada falou, apenas selou os lábios com um sorriso maroto enquanto abria caminho entre o aglomerado de pessoas.

Assim que retornou para o lado de seu pai, Kim Jina abriu a boca num enorme sorriso e pegou a mão dele, atraindo a sua atenção.

— Papai, dance com o tio Lu! — ela disse de modo imperativo, sem se importar em estar criando uma situação desconcertante para ambos.

Lu Keran, ao se dar conta das intenções da menina, piscou os olhos várias vezes, levantando-os para encarar o general Kim e então abaixando-os de novo, cheios de vergonha. A sua face conseguiu ficar tão rubra quantos os fios de seus cabelos.

Do outro lado, Kim Namjoon tornava-se estático, com um semblante tenso, comprimindo os lábios finos e franzindo um pouco as sobrancelhas ao encarar o jovem discípulo do alquimista real.

— Jina... — a voz do general saiu menos serena desta vez — Essa música é dançada apenas por casais.

A fala de Kim Namjoon fez algo murchar no interior do peito de Lu Keran, mas, por estar acostumado com as recusas do general, o rapaz não deixou a tristeza transparecer em sua face. Ao invés disso, ele tentou abrir um pequeno sorriso divertido e acariciou uma das bochechas de Jina.

— Isso mesmo, senhorita Kim. Não é adequado quando duas pessoas que não estão num relacionamento dançam a Ode Alfa — Keran explicou.

— Isso é verdade, papai? — ela se virou para Kim Namjoon com uma cara tristonha.

— ... Sim — o general respondeu com um olhar distante.

A menina refletiu sobre aquilo durante um momento.

— Mas... O rei não está noivo e nem mesmo casado com aquele senhor bonito, e mesmo assim eles estão dançando, olhem — ela apontou para o meio do salão, onde Park Jimin e Jeon Jungkook davam as mãos e aproximavam os corpos como se estivessem sozinhos naquele imenso lugar.

Jina ainda acrescentou mais:

— Significa então que o rei está sendo inadequado?

Tanto Kim Namjoon quanto Lu Keran engasgaram-se com o ar e tossiram. Enquanto soltavam pigarreios e risadinhas nervosas, eles se entreolharam e amenizaram as expressões de suas faces.

Kim Namjoon então se agachou para ficar na mesma altura em que a filha, e, olhando bem fundo nos olhos dela, ele disse:

— Jina, relacionar-se com alguém não envolve apenas um compromisso oficial, como um noivado ou um casamento. Envolve, principalmente, estar nutrindo sentimentos fortes por outra pessoa, e isso ser recíproco. Estás compreendendo?

A pequena garotinha contraiu o cenho. Tudo lhe parecia ainda mais confuso.

— Mas, papai... O tio Lu aprecia o senhor. Então, significa que não é re... Recíproco? — ela questionou, bastante chateada.

Nessa hora, Keran prendeu a respiração. O coração dele bateu amargo e nervoso em seu peito. Ele engoliu o ar até sentir a garganta secar por completo quando Kim Namjoon virou os olhos para cima, em sua direção, e o encarou com hesitação.

Antes que o general pudesse pensar numa resposta, o discípulo de Jung Hoseok se apressou para interromper aquela conversa.

— Pequena Jina, ve-veja só, a música já está acabando! A senhorita quase me fez perder a hora de usar a minha mais nova invenção — ele agradeceu em silêncio por ter se lembrado de sua geringonça que provocava fumaça. Era uma ótima desculpa para fugir daquela discussão, pois ela rapidamente atraiu o interesse da menina.

— Invenção!? — os olhos de Jina bilhavam como estrelas. Ela começou a dar pulinhos, fazendo a saia de seu vestido bufante balançar — Onde!? Onde!? Mostre-nos, tio Lu!

Em seguida, o general Kim se ergueu do chão e voltou a ficar em pé com a sua pose elegante e intimidante de sempre, a qual parecia ainda mais vistosa agora por conta do uniforme militar que ele usava. O alfa observou Lu Keran em silêncio. Seus olhos profundamente castanhos reluziam como âmbar sobre o ômega, mas sem revelar o que se passava por trás deles.

Nervoso, Keran apressou o passo para andar até um canto do salão onde havia deixado a sua "máquina de névoa". Enquanto mexia nas pequenas alavancas para fazê-la funcionar, centenas de pensamentos atravessaram a sua mente ao mesmo tempo. O garoto se sentia tenso e, como sempre após trocar palavras com o general de Adaman, desiludido.

Além disso, pensar em como estava ficando cada vez mais difícil de se aproximar de Kim Namjoon, sem ser abalado pela presença e pelo olhar dele, lhe era absolutamente frustrante. Dessa forma, Keran sentiu os olhos pesarem e ficarem cheios de água.

Com a vista tomada pelas lágrimas, ele não viu quando tocou numa alavanca errada e acabou provocando a queima de uma substância que não deveria entrar em contato com o calor.

Logo, a explosão que veio em seguida foi inevitável.

Estilhaços de madeira e ferro fino foram lançados para todos os lados, e uma densa cortina de fumaça subiu até o teto, chamando a atenção de todos no salão.

Kim Namjoon foi o único que não paralisou com o estrondo, pois o seu olhar esteve concentrado em Lu Keran desde o instante em que o rapaz se afastou, então ele viu quando o acidente aconteceu.

Se estivesse ciente de que aquela pequena caixa de madeira e ferro fosse se fragmentar de uma maneira tão violenta, a ponto de machucar o discípulo do clã Jung, o general teria agido antes mesmo de qualquer coisa acontecer. Mas agora já era tarde demais. Lu Keran se encontrava ferido, com os braços ensanguentados por conta de pedaços de ferro atravessados em sua pele.

O alfa então correu até ele, sem hesitar, pela primeira vez desde que o conhecera, desde o instante em que pôs os olhos sobre aquele ômega tão peculiar.

— Keran...! — ele nem se deu conta de que o tinha chamado pelo primeiro nome, sem honoríficos.

— General Ki-Kim?... Argh! — Lu Keran gemeu e tremeu de dor.

Sem mais delongas, Kim Namjoon passou os braços fortes por baixo do corpo do rapaz e o ergueu em seu colo, tomando cuidado para não machucá-lo ainda mais. Ele então deitou a cabeça de Keran em seu ombro, com a intenção de lhe oferecer algum conforto. Mal sabia o general que aquele simples gesto conseguiu amenizar toda e qualquer sensação ruim que pairava pelo corpo do discípulo de Jung, até mesmo aquela que havia feito o seu peito murchar, pois o aroma e o calor de Kim Namjoon sempre agiam como um láudano doce em Lu Keran.

Com o rapaz devidamente colocado em seus braços, o general de Adaman abriu caminho pela multidão atordoada ao exalar os seus intimidantes feromônios de alfa. A pequena Kim Jina o acompanhou logo atrás, completamente nervosa, puxando a barra do vestido para cima, para não tropeçar enquanto tentava alcançar o ritmo veloz de seu pai.

Quando o trio já estava a um passo para fora da porta do salão de baile, eles visualizaram o alquimista Jung Hoseok se aproximando após ter exclamado aos convidados que tudo ficaria bem e que ajudaria o discípulo.

Agora eram quatro pessoas se dirigindo ao jardim dos fundos do palácio, onde se localizava a estufa do alquimista real, na qual jazia todo os seus medicamentos e ervas curativas.

Assim que chegaram, Hoseok esvaziou a superfície da escrivaninha, jogando as coisas que estavam sobre ela para longe, e deu espaço para Kim Namjoon deitar Lu Keran ali.

Jina ficou observando tudo de longe, ao lado de alguns vasos cheios de flores exóticas que o grande alquimista cultivava. Todos pareciam tão tensos para ela, principalmente o seu pai, o que lhe era um tanto surpreendente. Na maioria das vezes, Kim Namjoon agia movido pela razão, sempre com austeridade, mesmo se alguém estivesse morrendo em sua frente.

Depois de vasculhar as suas vidrarias repletas de substâncias esquisitas, Jung Hoseok agarrou dois recipientes, um com líquido transparente e outro com algo gelatinoso e escuro. Depois de despejar cuidadosamente o primeiro frasco sobre as perfurações no braço de Keran, para desinfetá-las, ele entregou o segundo ao discípulo.

— Beba ao menos uns três goles — ele mandou enquanto se preparava para cortar fora a manga da bata do garoto machucado. Tal procedimento deveria ser feito com muito cuidado, pois os ferros tinham perfurado a pele de Keran através do tecido.

Ciente do que estava por vir, o discípulo pegou o vidro para tomar o conteúdo suspeito; mas Kim Namjoon segurou a mão pequena dele, impedindo-o de colocar aquela gosma em sua boca.

— O que é essa... Coisa? — o alfa contraiu o cenho para Jung Hoseok.

— Trata-se de um novo anestésico, general. Eu que fiz, é seguro — o alquimista respondeu com um sorriso largo.

Kim Namjoon ainda não parecia muito confiante, mas ele cedeu quando Lu Keran sorriu, confirmando as palavras do alquimista. O discípulo então bebeu os três goles rapidamente, contraindo o cenho toda vez, pois o anestésico tinha sabor amargo e era viscoso como meleca.

— Bom... — Jung murmurou assim que Keran terminou o último gole — Agora devemos aguardar pelo efeito da substância. Senhorita Jina e general Kim, se puderem distrair o Lulu enquanto fervo as minhas ferramentas cirúrgicas, eu ficaria grato... — ele pediu enquanto se afastava, levando consigo uma maleta para perto de um minúsculo fogão à lenha que havia nos fundos.

Namjoon hesitou com o pedido, mas não deu sinal de que sairia de perto de Lu Keran. A pequena Jina, contudo, se animou com a ideia.

— Sim, senhor alquimista! — a menina se aproximou pulando. Ao chegar perto de Keran, ela mostrou a ele uma flor azul que havia colhido de um dos vasos — Combina com os seus olhos, tio Lu.

— O-obrigado, senhorita — Keran tentou mover a mão para pegar a pequena flor, mas ele logo desistiu de fazê-lo porque o movimento lhe causou dor.

O rapaz só não esperava que quem fizesse isso por ele fosse o general Kim. Aquele homem grande e aparentemente bruto lutava para não despedaçar a minúscula florzinha entre os seus dedos enquanto a levava até a orelha esquerda de Lu Keran, deixando-a ali como um adorno delicado.

Essa atitude doce pegou de surpresa tanto Nina quanto Keran. A menina sorriu bobalhona, e o rapaz fechou a boca enquanto sentia o rosto queimar de vergonha.

— Eu pegarei mais flores para fazermos um colar! — Jina saiu correndo, animada com a ideia.

Enquanto isso, os dois homens ficaram a sós, num silêncio nervoso.

— Eu a-agradeço, general... — o jovem Lu murmurou, por fim.

As palavras de Kim Namjoon sumiram de sua garganta. Ele não sabia o que dizer ao outro naquele instante.

No entanto, para a sua sorte, um conjunto de explosões coloridas brilharam de repente no céu noturno, sendo possível ver através do teto de vidro da estufa. Os três olharam maravilhados para cima, e também bastante chocados, pois nunca tinham visto nada assim.

De longe, eles escutaram Jung Hoseok exclamar algo como: "HAHA! Sor Park conseguiu! Vou adotá-lo, ah se vou!"

— Sor Park? — Namjoon parecia confuso.

— Eu acredito que... Que essas luzes sejam o presente de sor Park Jimin para... Sua Majestade, o rei — a voz de Keran estava começando a ficar arrastada, como um ébrio após alguns copos de vinho.

— Oh, entendo... — o general ergueu os olhos para contemplar o show de explosões.

Keran também estava contemplativo, mas não exatamente por conta das luzes no céu, e sim por causa do reflexo delas contra a face sublime do general de Adaman.

Ele era realmente bonito. Seu rosto oval, com lábios cheios e olhos que pareciam ter sido desenhados por uma pincelada de tinta negra e marrom, carregava uma virilidade de tirar o fôlego.

—Si-sinto muito, general — Lu Keran balbuciou, a voz um pouco mais carregada.

— Pelo quê se desculpa? — Kim Namjoon questionou.

O garoto comprimiu os lábios antes de se explicar:

— O senhor deve estar perdendo a melhor parte da festa por... minha causa...

Namjoon o encarou de soslaio e, depois de um segundo, suspirou fundo.

— Não culpe a si mesmo... — ele disse.

— ... A minha falta de cuidado foi o que causou este... Esta situação — o discípulo já sentia as tonturas causadas pela gosma que havia engolido, mas se esforçava para falar adequadamente.

Após escutar Li Keran, Kim abaixou o olhar e amenizou o semblante sério.

— Eu prefiro esta quietude, para ser sincero — ele disse, sereno.

Em seguida, riu.

— General...? — Keran não compreendeu a risada do outro. Por conta do sedativo, ideias começaram a pairar em sua mente: "O general Kim poderia estar achando as luzes engraçadas?"; "Talvez eu esteja engraçado para ele"; "A flor da Jina deve ter feito algo com o meu rosto".

Enquanto isso, Kim Namjoon balançava a cabeça e limpava a garganta.

— Lembrei-me do dia em que nós nos conhecemos. Foi exatamente assim, como hoje. É engraçado — ele explicou.

— Oh... — Keran balançou a cabeça, processando aquela informação, e fechou os olhos para se concentrar em afastar a névoa que de repente pairava em seu cérebro. Ao recordar-se novamente da primeira vez em que havia visto Kim Namjoon, o discípulo sorriu — ... Eu estava tentando construir um moinho movido à água mais eficiente para o meu vilarejo... Vossa Excelência caçava pelas redondezas com suas tropas... Se o senhor não fosse tão rápido, eu teria me afogado naquele riacho, hehe...

— Esse detalhe não é engraçado, Lu Keran — Namjoon ficou sério novamente.

Foi então que, para a completa surpresa dele, o rapaz ébrio lhe deu um pequeno chute e gargalhou.

— Sempre tão sério, general Kim, haha... — os olhos de Keran se viam distantes, bêbados — Entretanto, eu sempre admirei isso no senhor... Desde o momento em que me tirou daquelas águas, até... Até agora. Esse jeito controlado de viver é o que o mantém vivo, não é verdade...?

Kim Namjoon não respondeu. Com isso, Keran continuou a falar os seus devaneios.

— Ah... Depois que Vossa Excelência me apresentou ao clã Jung, eu fiquei tão agradecido, mas... Mas trocar algumas poucas palavras com senhor era absurdamente difícil! — o garoto balançou o corpo. Uma sensação incontida de tristeza se alastrou pelo peito dele, ela aproveitava as brechas abertas pelo anestésico para eclodir — No i-início eu tolamente pensei que o senhor me odiasse. Depois, eu passei a compreender... A compreendê-lo. E-eu entendi que sempre... sempre mantém distância de todos os ômegas... Então conclui que o problema não era... Eu.

Lu Keran parou de falar durante um segundo para respirar fundo. O general Kim, em seu silêncio perturbado, viu quando uma lágrima desceu pela bochecha do rapaz.

Nessa hora, Jung Hoseok já retornava com os seus materiais cirúrgicos devidamente esterilizados, e Kim Jina se aproximava pulando, segurando um colar de flores azuis e vermelhas feitas por ela.

— Como o Lulu está? O anestésico já começou a fazer efeito? — o alquimista real perguntou com um sorriso inocente.

No segundo seguinte, como se ninguém tivesse interrompido o clima daquela discussão, Lu Keran retomou a palavra, olhando diretamente nos olhos do general Kim:

— ... No entanto, senhor... Eu recentemente descobri que, em seus dias de... cio, Vossa Excelência se deita com ômegas dos vilarejos lo-localizados ao redor da... da capital! — ele balbuciou, seu tom de voz era o mesmo de alguém que havia sido traído — Durante todos esses a-anos eu... eu deixei óbvio os meus sentimentos para com o senhor... Então por que nunca..., jamais, uma vez sequer aceitou-me e-em seus dias de cio...??

A questão levantada pelo rapaz emudeceu a todos.

Kim Namjoon se viu paralisado, com a respiração entrecortada e os olhos brilhando como âmbar luminescente; e Jung Hoseok arqueou as sobrancelhas, chocado e ao mesmo tempo agitado com a súbita atitude corajosa de seu discípulo. Kim Jina era a única calada por ter se assustado com o tom de voz de Lu Keran, e não com o conteúdo da fala dele. A menina nem sequer sabia o que eram esses tais "dias de cio", ela estava mais preocupada com as lágrimas que caíam dos olhos de seu querido tio Lu.

— Senhor alquimista, por que o tio Lu está chorando? — Jina murmurou para Hoseok.

— Ah... Tem a ver com o coração dele — Jung Hoseok respondeu baixinho.

— O coração também foi machucado!? — a menina choramingou, rapidamente ficando nervosa e enchendo os olhinhos de água.

Vendo o estado da filha, Kim Namjoon engoliu em seco e apertou a lateral da testa com dois dedos. Em seguida, ele pegou o material cirúrgico das mãos de Jung Hoseok e falou:

— Por favor, alquimista Jung, poderia levar a Jina para olhar as luzes? Eu me encarregarei de cuidar dos ferimentos de seu discípulo.

— ... Está bem, mas o general conseguirá lidar com aquelas perfurações no braço de Keran? — Hoseok precisava perguntar, mesmo sob o olhar intenso e pedinte de Kim Namjoon.

— Eu lutei em guerras, senhor. Sei lidar com todos os tipos de feridas — o general não quis ser arrogante, ele apenas dizia a verdade.

Com isso, o alquimista ergueu as mãos e murmurou um "Certo", mostrando, com o gesto, que havia cedido.

— Venha, senhorita Kim. Vamos ver os... Como eram chamados mesmo?... Ah! Vamos ver os "Fogos de Artefatos" do sor Park — ele mostrou o caminho até a saída para a garotinha.

— Fogos de artefatos? — Jina contraiu as sobrancelhas.

— Sim, sim. Essas explosões no céu.

— Mas e o tio Lu...? — ela virou a cabeça para trás, ainda preocupada com Keran.

— Ah, não há problema. O seu pai cuidará dele...

E, com isso, os dois sumiram porta afora, deixando toda a estufa para Kim Namjoon e Lu Keran.

O general então pegou um alicate entre os objetos esterilizados do alquimista real e, com muito cuidado, começou a tirar cada pedacinho que havia perfurado a pele do outro rapaz. Depois de cuidar dos maiores fragmentos, ele mudou a ferramenta por uma pinça, para arrancar os menores resíduos. Lu Keran o observava o tempo todo, com um olhar distante e enevoado, como se estivesse sonhando acordado.

Por um segundo, Kim Namjoon realmente pensou que o rapaz havia dormido de olhos abertos, mas esse pensamento morreu quando Keran murmurou as seguintes palavras:

— É algum problema... comigo? — o garoto quis saber. Em sua cabeça ainda pairava o tema da discussão anterior.

— Perdão? — o general ergueu o olhar para o outro.

— ... O senhor nunca me quis... É porque eu não lhe agrado? — os olhos de Keran se encheram de lágrimas.

— E-eu... Não é isso — Namjoon engoliu em seco e voltou a se concentrar no braço ferido do garoto. Ele já estava acabando, faltava apenas passar uma camada de ervas curativas e enfaixar com um pano limpo. Tais objetos podiam ser encontrados facilmente entre os utensílios de Jung Hoseok.

— Então... simplesmente me o-odeia, General? — as lágrimas transbordaram e preencheram as bochechas coradas do jovem discípulo.

Com um suspiro profundo, Namjoon guardou a pinça e começou a aplicar as ervas medicinais. Depois de um instante, ele abriu a boca para falar:

— Eu jamais o considerei de forma tão negativa, Keran... Como eu poderia odiá-lo se, desde o primeiro instante em que nos conhecemos, foste tão cordial e adorável comigo? — o alfa terminou de cobrir as feridas do ômega com as plantas, e passou a enrolar o braço dele com um fino tecido feito de algodão — E, sim, eu sempre estive ciente de seus sentimentos para comigo. Mas é exatamente por conta disso que eu nunca ousei usá-lo durante os meus... Dias... — Kim pigarreou — Nenhum daqueles ômegas com quem me envolvi tinha laços comigo. Eles eram apenas pessoas dispostas a se entregarem. A culpa recairia sobre mim se eu passasse a tratá-lo daquela forma, Keran...

— E-eu ainda não... entendo — o garoto abraçou os próprios joelhos quando Namjoon terminou de cuidar de seus machucados, e apoiou a cabeça bamba ali, no meio deles — ... Eu realmente não me importaria... Volto a pe-pensar que não lhe agrado...

— Keran — o general cerrou as pálpebras e os punhos — Não há nada, absolutamente nada que não seja atraente em ti. És um dos ômegas mais belos que já vi em minha vida, e tão genioso... Então como não poderia agradar a alguém? Eu apenas não posso arriscar colocá-lo numa situação que, muito provavelmente, iria desiludi-lo no futuro.

— General... — Keran o encarou atônito.

Namjoon respirou fundo.

— Jamais poderei ser o seu alfa, Keran. Ser completamente e unicamente seu... é impossível para mim.

Ele virou o corpo, pronto para se distanciar e encerrar aquela discussão melancólica. Porém, a mão instável e fraca de Lu Keran alcançou o rosto dele antes que pudesse se dar conta disso.

— Sortudos são aqueles... que podem se entregar completamente um ao outro... — o rapaz balbuciou com um sorriso triste e ébrio, seus olhos azuis brilhando como o mar ao refletir as estrelas do céu — Mas, em minha humilde sorte... Eu seria feliz se houvesse, no coração do General, ao menos um espaço quente que me caiba.

Somente um segundo irresoluto pairou entre eles, antes que ambos se aproximassem num impulso, unindo suas sombras numa só enquanto se afundavam num beijo acanhado e, ao mesmo tempo, imerso numa profusão de sentimentos reprimidos.

Kim Namjoon envolveu as costas da cabeça entorpecida de Lu Keran com as suas grandes e cálidas mãos, e o puxou para mais próximo. Ele notou a falta de experiência do rapaz com aquele tímido toque, e, por um instante, se sentiu terrivelmente culpado por ter cedido, pois era como se estivesse lhe roubando as experiências mais pueris, como um libertino faria.

No entanto, antes que o general tivesse a chance de reconsiderar, Keran o abraçou e depositou beijos nos cantos dos lábios dele enquanto exibia um sorriso genuinamente feliz.

Como Kim Namjoon poderia continuar resistindo àquilo? Mesmo que metade de seu peito estivesse morto, a outra metade agora vibrava com um pouco de calor revigorado. Ele quase se sentia como na primeira vez em que se apaixonou por um ômega, aquela sensação queimante que lhe derretia todas as paredes de sua alma rigorosa retornando igual a um maremoto poderoso, pronto para arrasar tudo em seu caminho.

De repente, a ideia de amar novamente não lhe parecia tão aterrorizante assim.

🌕🌖🌘🌑

Quando o coração se permite amar, ele toma para si alguns riscos. É como uma faca de dois gumes, uma moeda de duas faces, uma ação com várias consequências. Há aqueles que temem, acima de qualquer coisa, esses riscos; e, nessa hesitação constante, acabam perdendo a melhor parte do que esse sentimento pode oferecer: A adrenalina de sentir todas as emoções mescladas numa só, como uma droga que derrete e congela, que arde e acalma, que vibra e anestesia.

No entanto, é necessário enfatizar que, a priori, deve-se arriscar-se.

🌕🌖🌘🌑

A noite turbulenta passou devagar para alguns, mas, para Park Jimin, foi veloz como um simples piscar de olhos.

Primeiro, enquanto despertava, ele coçou os olhos sonolentos e se virou até parar num conjunto de travesseiros macios e cheirosos. Depois, ele apalpou a colcha de seda e os cobertores grossos, levantando um perfume agradável de lavanda e rosas. Aos poucos, a claridade do dia tomou espaço entre os seus cílios, impulsionando as pálpebras para cima e retraindo as pupilas.

Com tantas sensações externas, Jimin não demorou muito a acordar. Ele se sentou, ainda um pouco grogue, e piscou para analisar o estranho quarto no qual havia dormido.

Onde eu estou...? Jimin se perguntou ao reparar que aquele cômodo era diferente do anterior.

Além do espaço ser maior, com paredes revestidas por um papel de parede bege mais elegante, num estilo que lembrava bastante o vitoriano, ele também contava com janelas maiores, cobertas por cortinas de duas camadas, uma transparente e outra branca. As enormes portas de madeira clara eram revestidas por entalhes de plantas, detalhe esse que podia ser visto também nos móveis do quarto, como nas cômodas, cadeiras estofadas, namoradeiras, mesas de canto, cabeceiras e na estrutura da cama.

E o luxo não parava por aí. No teto, um imenso lustre de cristal jazia pendurado, e, nos cantos do cômodo, se viam castiçais de mesmo material.

Park Jimin contraiu o cenho, sentindo-se confuso, pois não se recordava de como havia parado naquele lugar.

— Eu roubei o quarto de alguém...? — ele murmurou, quase rindo.

Nessa hora, um leve desconforto nasceu em sua garganta, e isso trouxe à tona todas as lembranças da noite anterior.

A imagem da fera lhe atraindo para o abate, a mão monstruosa lhe estrangulando sem piedade; o instante em que Jeon Jungkook surgiu para lutar com ela, a morte e a ressurreição dele, a sua transformação num alfa completo e, por fim, a aparição do Ômega de Prata.

— Tudo aquilo realmente aconteceu...? — a respiração de Jimin ficou pesada e o seu corpo inteiro se arrepiou.

Ele então tocou o pescoço, em busca de machucados, mas não encontrou nada tão evidente, nenhum incômodo real e profundo que fosse igual ao da última noite. Era como se seus hematomas tivessem sido curados milagrosamente.

Curados assim como Jeon Jungkook foi.

Como será que ele está? O pensamento atravessou a mente de Jimin.

A luta entre Sua Majestade e a criatura monstruosa foi aterradora. O rapaz jamais havia presenciado tamanha brutalidade em toda a sua vida. Nem os seus jogos mais violentos conseguiriam passar a mesma sensação de ver, ao vivo e em cores, carne sendo dilacerada, sangue sendo espirrado pelo chão, grunhidos e gritos de dor, e rugidos de ira pura.

Por isso, preocupar-se com Jeon Jungkook era um tanto inevitável para ele.

— Calma, Jimin — ele soltou o ar dos pulmões — O Ômega de Prata finalmente apareceu e salvou o Jeon, então deve estar tudo bem com ele e... Hmm... — Afinal, o que aconteceu depois que o prateado surgiu? Eu não me lembro, Jimin completou em pensamentos. Sua mente ainda rodopiava em confusão, com imagens e cenas desconexas pairando sobre ela.

Enquanto tentava organizar as lembranças, o rapaz inclinou a cabeça para baixo e a balançou, espalhando mechas de seus cabelos. Alguma coisa estranhamente o incomodava, um peso fora do normal, uma dorzinha de cabeça bem esquisita.

Ele só notou a origem do desconforto quando tentou pentear os fios com os dedos. No meio do caminho, as suas mãos encontraram duas elevações duras e incrustadas em sua cabeça, como se tivessem brotado de seu crânio.

— An...? — Jimin começou a apalpar aquelas duas hastes entre os seus cabelos, sentindo a dureza delas e o comprimento mediano, do tamanho de uma mão grande.

O coração do garoto passou a bater mais forte, e a respiração dele perdeu o ritmo três ou quatro vezes seguidas. Ele soltou um grunhido de assombro, e, em seguida, saltou da cama para ir até o espelho mais próximo.

Não... Não. Não. Não. Não.

Assim que encarou o seu reflexo, Park arregalou os olhos, saltou para trás e gritou como se estivesse tendo um ataque cardíaco.

— PUTA QUE PARIU!

Ele tropeçou nos próprios calcanhares e no tapete de pelos que cobria aquela parte do quarto, e foi ao chão num baque surdo, caindo de costas e espatifando-se dolorosamente.

Quando parou de ver estrelas, Jimin engatinhou de volta à cômoda e escalou aquela mobília para dar outra olhada no espelho.

Talvez ele ainda estivesse dormindo. Talvez o que foi visto não passasse de uma absurda miragem. O garoto orava para que essas opções fossem reais.

Mas não eram.

Quando Park Jimin encarou o reflexo mais uma vez, o garoto viu que definitivamente havia mudado. Não era sonho, nem ilusão.

A sua pele agora parecia feita de gelo, como se neve a cobrisse. O castanho escuro de seus olhos agora estava manchado por gotas radiantes de vermelho vivo, feito sangue luminescente em meio ao carvão. A raiz naturalmente preta de seus cabelos parecia se desbotar em prata, e os fios desciam platinados até alcançar as pontas; no meio deles, viam-se dois chifres estreitos e curvos, semelhantes aos de um cervo jovem, da cor de marfim e tão duros quanto essa matéria.

Nas pontas dos chifres, Jimin observou brotos de minúsculas folhas tão rubras quanto agora estavam os seus olhos.

— E-eu... — ele tentou tocar a superfície do espelho com os dedos trêmulos — Eu me to-tornei...

Jimin sentiu dificuldade para respirar, como num surto de ansiedade. Ele encarou as próprias mãos e depois as ergueu para tocar os chifres mais uma vez, balançando a cabeça de um lado para o outro.

— Ca-calma, Jimin... E-eu 'tô num lugar onde monstros e criaturas mí-místicas existem, e-então vai ficar tudo be-bem. É só u-uma história... — ele engoliu em seco e arfou quando se lembrou do livro de sua irmã caçula — Uma história! O livro! O-onde 'tá aquele livro cuzão!?

Park disparou a abrir todas as gavetas da cômoda em sua frente, em busca do objeto que o trouxera até aquele estranho mundo. Depois de achar somente meias, laços, lenços e acessórios de cabelo, ele se dirigiu ao resto da mobília, fuçando-a de maneira desesperada.

Após se deparar com um vestuário de alta costura, sapatos elegantes, chapéus bonitos, jóias, roupas de cama e outras tantas coisas pomposas, ele finalmente encontrou o bendito livro junto ao seu celular e ao presente de Yeseo.

Jimin o folheou como se sua vida dependesse disso — e parecia que, de fato, dependia —, virando as páginas até parar naquelas em que dois novos capítulos haviam sido magicamente escritos.

— Aqui!!! — ele enfiou o rosto entre as folhas abertas, bem onde estavam descritos os acontecimentos dos últimos dias, começando com a chegada das tropas de Jeon Jungkook à capital Adwan, passando pela reunião na Mesa de Prata e então pelo vexame de Jimin ao não ser reconhecido pela árvore sagrada.

O final do capítulo ainda retratou um acontecimento peculiar de que Park Jimin não tinha conhecimento.

Como a história considerava Jeon Jungkook como o seu protagonista, as coisas que ele fazia eram mostradas em primeiro plano. Logo, o livro revelou que, na noite em que Jimin foi descartado como candidato ao Ômega de Prata, o jovem rei apareceu em seu quarto e ficou ali durante algum tempo, apenas observando o rapaz adormecido com certa tristeza.

"Em seu silêncio lânguido, a jovem Majestade desejou que aquele novo ômega não escapasse de sua vista tão logo quanto foi a extraordinária aparição dele", esta era a frase que finalizava o capítulo. Jimin passou os dedos sobre as palavras e sobre o bonito desenho de Jeon Jungkook no canto inferior da página.

— Jungkook... — o garoto murmurou, sentindo um sorriso inclinar os cantos de seus lábios carnudos para cima.

Aquela sensação agradável permeou o seu peito de forma calorosa, mas Park Jimin não se permitiu ficar preso a ela por muito tempo, pois ele precisava continuar a analisar o livro.

Passando para as próximas folhas e entrando no capítulo seguinte, o rapaz leu os parágrafos que descreviam os acontecimentos ocorridos no dia anterior.

Tudo estava ali, narrado entre palavras: A reunião de Jeon Jungkook na sala do trono, o seu encontro com um Park Jimin sujo e descabelado, a conversa no pátio e o beijo na fonte.

Antes de prosseguir com a leitura das páginas seguintes, o garoto suspirou profundamente. Seu peito então se agitou quando ele se deu conta de que, dali por diante, os acontecimentos do baile seriam narrados.

O salão de festas lotado de pessoas usando roupas sofisticadas, para a surpresa e o deslumbre de Jimin, foi retratado numa pintura em aquarela que tomava duas folhas inteiras. No centro da multidão feita por pinceladas, via-se o casal da noite, uma dupla em vermelho e branco: Park Jimin e Jeon Jungkook.

Os parágrafos seguintes também expuseram o que aconteceu após aquela dança. Eles detalharam os beijos e as carícias que os dois rapazes trocaram no lado de fora do salão. As palavras usadas aqui deixaram o leitor Jimin enrubescido ao núcleo.

Mas essa agitação foi coberta por uma massa de ar fria quando o rapaz leu o que houve logo depois do beijo: A aparição de Choi Ren e o seu momento "intensamente romântico" com o rei.

Park Jimin cerrou os olhos, balançou a cabeça de um lado para outro, numa pequena negação, e virou as folhas para rapidamente avançar até a última cena, a mais importante naquele momento de urgência.

Outros problemas poderiam esperar por enquanto.

— "A criatura monstruosa escapou das garras do alfa soberano... Blah blah blah... Jeon Jungkook voltou a ser humano... Park Jimin se aproximou do rei e blah blah..." — Jimin lia em voz alta, apressando-se para encontrar o que desejava — "... E então a figura lupina de prata, com hastes de cervo, foi presenciada por todos... E o Ômega de Prata se revelou no menino estrangeiro."

O rapaz engoliu em seco.

— "No menino estrangeiro"... Eu — ele murmurou enquanto fechava o livro e o reabria na Introdução, onde podia-se encontrar imagens dos personagens.

E lá estava Park Jimin, mas agora não como um alquimista esquisito, e, sim, como a verdadeira entidade lendária. O desenho do garoto havia sido modificado na mesma medida em que ele fora transformado por aquele mundo.

Com o corpo estremecendo e derramando suor frio, Jimin guardou o livro novamente e se encostou na parede mais próxima.

— 'Tá legal. 'Tá legal. Hahaha... — ele passou a mão sobre o rosto e começou a andar de um lado para o outro — Calma. Concentração! Focooo! Respira e inspira. Não é o fim do mundo. Com fé em todos os deuses e espíritos superiores, eu não vou ficar com essa aparência para sempre. Não vou! Por enquanto, eu so-sou apenas um personagem que... — Jimin arregalou os olhos ao se dar conta de algo — Puta merda. Agora eu faço parte do elenco dos personagens principais... Ou seja... Aaaaaaaah, eu preciso anotar o-ou gravar isso pra me lembrar depois.

O garoto puxou o celular, cuja bateria ainda brilhava cheia de energia, e abriu a câmera frontal.

Outro susto.

Ele esperava ver o próprio reflexo sem outras esquisitices além daquelas que agora estavam moldando a sua face. Porém, ao invés de um rosto naturalmente humano, como o que o garoto viu no espelho, o que foi capturado pela câmera mais se parecia com um desenho igual àqueles que decoravam o livro de sua irmã caçula.

Era como se Jimin estivesse usando um efeito especial que deixava tudo em aquarela, como numa HQ medieval. Sua face parecia uma pintura animada na tela do celular.

— Okay... Isso é foda, mas também é sinistro — ele disse, nervoso, e pigarreou. Em seguida, o seu dedo clicou no botão para iniciar a filmagem — Certo! É a primeira vez que abro a câmera neste lugar... Antes eu tinha receio de fazer algumas coisas, mas agora vou mandar tudo isso ir pra puta que pariu!

Jimin inflou os pulmões e encarou bem a câmera.

— Prazer, telespectadores imaginários, agora eu sou um dos personagens principais deste mundo bizarro, tenho chifres e estou prestes a entrar em surto — ele soltou o ar pesadamente e começou a gesticular — Enfim! Acontece que ontem apareceu uma besta fera querendo me matar, e depois daquilo eu me tornei esta... Este negócio aqui. O Jungkook também conseguiu se transformar num daqueles lobos gigantes que existem neste lugar. Ou seja: Surgiu um obstáculo e esse obstáculo causou uma evolução nos personagens principais. Então, na minha teoria, acabamos de concluir a primeira parte da "Jornada do Herói"!

O garoto andou em círculos pelo quarto, mas o que mais girava nesse momento era a sua mente.

— Por que eu acho que ainda estamos na primeira parte? HAHA! Porque aquele MALDITO livro ainda tem váaarias folhas em branco, esperando para serem preenchidas — Jimin choramingou — Ai, olha... Se eu começar a soltar purpurina pelo cu depois que o vilão principal desta história aparecer... ... ...!!! — ele interrompeu a caminhada em círculos quando um pensamento urgente atravessou a sua mente — E-epa. Epa. Epa. MAS É CLARO! Se o monstro de ontem foi derrotado, então significa que a história irá caminhar para a "Provação suprema" do mocinho. Ou seja, O CHEFÃO DOS VILÕES AINDA VAI APARECER!

Park Jimin conseguia sentir os seus miolos explodindo. Com uma risada desesperada, ele largou o celular sobre a cama e correu até a janela, em busca de ar fresco para os seus pulmões nervosos. A fresca brisa matinal os preencheu num instante.

Após dar uma olhada no céu limpo que cobria Adwan, o rapaz murmurou para o vento:

— E-eu só espero estar errado. Algum personagem pode acabar morrendo no meio disso... — os seus lábios carnudos se comprimiram.

Com a intenção de acalmar a si mesmo, pois nada adiantaria perder a cabeça dali por diante, Park Jimin passou a cantarolar trechos da música Heroes, do cantor inglês David Bowie, balançando o corpo e friccionando os dedos do meio com os polegares no ritmo da melodia.

Após cantar o refrão "Though nothing will drive us away/ We can be Heroes, just for one day", o garoto reparou em algo interessante.

Aos poucos, o peitoral da janela começou a se encher de passarinhos. Eles observavam Park Jimin atentamente, balançando os seus corpos miúdos e se movendo como se estivessem atraídos pela cantoria do garoto.

— Ué...? Será que... — após murmurar, o garoto decidiu testar uma ideia.

Com um tom de voz um pouco mais elevado, Jimin cantou o refrão de Heroes mais uma vez. Em dois tempos, mais uns seis ou sete pássaros apareceram voando, rodopiando ao redor dele, e pousaram no quarto.

— Haha, muito engraçado! Consigo atrair passarinhos com a minha cantoria. Eu virei uma princesa da Disney, pelo visto — o garoto disse, com as mãos nos quadris.

Em seguida, carregando um semblante entretido na face, Park Jimin alongou os braços e o pescoço, depois balançou as mãos no ar e pôs metade do corpo para fora da janela.

Vamos ver o que eu consigo fazer agora, o menino pensou.

Com os pulmões cheios de fôlego, ele se preparou para cantar tão alto quanto um alto-falante:

WE CAN BE HEROES! WE'RE NOTHING! AND NOTHING WILL HELP US!!!

Com um sorriso louco nos lábios, Jimin esperou pela aparição de, ao menos uma, dezena de passarinhos. No entanto, para a sua infeliz surpresa, apenas três planaram até a janela dele.

— Ah... Parece que eu não consigo mais do que isso — ele se sentiu um pouco decepcionado e afastou o corpo da janela — Hmmm, deixa pra lá. É melhor eu ir atrás de um café da manhã. Que fome...

Ao virar o corpo para caminhar em direção à porta de saída do quarto, Jimin hesitou e franziu o cenho, pois um ruído distante e estranho lhe chamou a atenção.

Parecia um conjunto de asas batendo e pios dos mais variados tipos, que se aproximava numa velocidade aparentemente rápida.

O rapaz voltou a observar o lado de fora da janela. Foi aí que ele viu um número incalculável de aves voando em sua direção, como um enxame de abelhas atrás de sua rainha.

Nesse momento, o sangue de Park Jimin gelou.

— Ah... A-AAAAAAAAAH — ele deu meia-volta e saiu correndo.

Sua batalha contra a maçaneta da porta lhe tomou alguns preciosos segundos. Quando ele finalmente conseguiu escapar do quarto, os pássaros mais rápidos, como águias e falcões, já alcançavam a janela.

Jimin atravessou o corredor do lado de fora como um maratonista de corrida o faria. Ele se deparou com alguns guardas e servos que, ao verem a sua figura, imediatamente se ajoelharam e encostaram as suas testas no chão, em profundo respeito.

O garoto passou por eles como uma folha sendo levada por um tufão, seguindo pelo caminho longo e estreito em busca de um lugar seguro para se refugiar, ou por alguém que pudesse ajudá-lo.

🌕🌖🌘🌑

Naquele mesmo andar do castelo, numa ala separada, porém não distante, o príncipe Min Yoongi se encontrava sentado numa poltrona próxima ao quarto de Sua Majestade, o rei. Ele aguardava pacientemente enquanto olhava contemplativo para um quadro pendurado numa parede ali perto.

No quadro, três mulheres eram retratadas usando roupas elegantes que ressaltavam as suas belezas sublimes. A do centro era a Grande Rainha, Wang Nara. Ela estava sobre um trono de prata e vestia uma armadura verde escura, da cor das florestas ao sul de Adaman.

Em sua direita, numa posição importante e cheia de simbolismos, estava Jeon Haerin, embelezada por um vestido rubro e por jóias negras.

Em sua esquerda, um pouco escondida atrás do trono, estava a mãe de Yoongi, Min Hyuna. O loiro de seus cabelos, as roupas brancas que ela usava e o sorriso que cruzava a sua face perfeita era o que trazia luz àquela pintura tão séria.

Em silêncio, o príncipe Min suspirou e tentou imitar o sorriso da mãe.

Mesmo após algumas tentativas, ele não conseguiu ser tão sincero e radiante quanto ela.

Para o seu alívio, a porta do quarto do rei foi aberta nesse momento.

— Desculpe-me pela demora, Alteza — Jung Hoseok disse num tom de voz baixo, e girou a maçaneta devagar, para evitar grandes barulhos.

— Como ele está? — Yoongi perguntou, virando-se para o alquimista.

— Os tônicos funcionaram, creio eu... O rei acabou de se deitar. Após um cochilo, ele estará de volta ao normal — o outro falava de maneira tranquilizadora.

O príncipe Min respirou profundamente.

— De fato, o aroma forte desapareceu — ele contraiu o cenho — É a primeira vez que o meu irmão passa por isso, ele não deveria se reprimir desta forma... Se Jeon Haerin descobrir...

— Ele ordenou que fosse mantido em sigilo, meu bem.

— Eu já imaginava — Yoongi revirou os olhos e se ergueu da cadeira. Fazer isso lhe cobrou esforço, o príncipe precisou da ajuda do alquimista para se equilibrar em pé — Obrigado.

— Não precisa me agradecer, você sabe disso.

Os dois saíram caminhando pela ala, lado a lado, segurando as mãos um do outro. Os guardas que ficavam por ali, protegendo os aposentados de Sua Majestade, se curvaram na presença do príncipe e, logo em seguida, retornaram às suas atividades.

Quando ficaram sozinhos novamente, Min Yoongi e Jung Hoseok voltaram a conversar.

— Hoseok... Você acredita nos boatos? — o príncipe perguntou. Seus olhos claros encaravam um horizonte distante.

— Refere-se àqueles que envolvem a criatura com quem o rei lutou ontem?

— ... Isso.

Um silêncio pairou entre eles.

— Eu não tenho certeza, Alteza — o alquimista Jung respondeu, hesitante.

— Jung Hoseok, eu definitivamente odeio quando você é formal comigo enquanto estamos sozinhos — Yoongi bufou — Fale de uma vez que acredita neles. A possibilidade de aquela fera ter sido a responsável pelo assassinato de minha mãe ômega não irá quebrar-me como se eu fosse feito de porcelana.

— Para quê dar ouvidos a rumores que apenas trazem à tona acontecimentos ruins do passado? — Hoseok balançou os ombros e apertou a mão do outro alfa com carinho — Você não precisa se ferir com nenhum deles, meu amor.

Min Yoongi ficou quieto por alguns instantes. Sua face, sempre tão serena, agora carregava uma sombra de inquietação.

— Eu sei... Apenas... — ele soltou o ar pesadamente — Enfim, você está certo.

Jung olhou para o parceiro com pesar, e, sem hesitar, o puxou carinhosamente para um abraço forte, colocando os braços ao redor dele.

A sua estatura era mais alta do que a do príncipe, o que lhe permitia encostar a cabeça entre os cabelos dele. Assim, o alquimista conseguia apreciar o aroma cítrico abundante entre os fios loiros.

Enquanto isso, Min Yoongi afundava-se na curvatura do pescoço de Jung Hoseok, apreciando o calor daquele ponto e o perfume único impregnado ali, sempre tão revigorante, o qual trabalhava como uma cura até mesmo nos piores dias do corpo fraco de Sua Alteza.

— O que eu faria sem você...? — o príncipe sussurrou contra o peito macio do outro alfa.

— O que eu faria sem você? — Jung enfatizou com um sorriso enorme, típico dele.

Essa serenidade entre eles poderia ser notada de longe. Havia uma calmaria os envolvendo, como paredes revestindo um ambiente particular cheio de sentimentos. Nada poderia quebrá-las.

Quer dizer... Nada que fosse normal.

De repente, uma figura de pijamas e chifres passou pelos dois gritando, como um fantasma fugindo de seu ceifador. Logo atrás, veio uma nuvem de pássaros que não parecia ter fim.

Jung Hoseok e Min Yoongi se espremeram juntos, entre duas colunas, para não serem atropelados. Eles viram que a pessoa que abria caminho pela ala, aos berros, era o peculiar Park Jimin; e o assistiram quando ele se refugiou, sem mais nem menos, nos primeiros aposentos que surgiram em sua frente.

Coincidentemente, eram os aposentos de Sua Majestade, o rei.

Após o sumiço de Park Jimin, os pássaros que o perseguiam se dispersaram para longe, planando através das janelas para alcançarem voo no céu.

— Fascinante! — Jung segurou o queixo com os dedos. Ele agora sustentava o seu costumeiro olhar analítico de amante das ciências naturais.

Min Yoongi era apaixonado por aquele olhar, mas isso se tratava de um segredo seu, pois ele gostava de guardar algumas coisas para si mesmo.

— Yoongi, não acha que deveríamos tirar sor Park do quarto de seu irmão? — Hoseok parecia seriamente preocupado, completamente alheio aos pensamentos que pairavam na cabeça do príncipe Min.

— Park Jimin é o Ômega de Prata, meu bem. Ele saberá lidar com Jeon Jungkook muito melhor do que nós — Yoongi pôs uma mão sobre a lateral da face do alquimista e a puxou para que o outro o encarasse.

Um pouco atordoado com o toque do príncipe, Jung exibiu um sorriso acanhado.

— Mas, nas atuais circunstâncias do rei... — ele tentou dizer, e foi logo interrompido.

— Hoseok... Sabe onde estamos agora?

O alquimista contraiu as sobrancelhas, confuso com a repentina mudança de assunto.

— Na ala de Sua Majestade? — ele inclinou a cabeça para o lado.

— Hmm, sim, mas... Aqui, neste lugar, entre essas duas colunas... — Yoongi aproximou a boca do ouvido de Hoseok para murmurar — Estamos em frente a entrada de uma passagem secreta. Ajude-me a empurrar a parede, ela é falsa.

O alquimista real imediatamente entrou em êxtase com aquela informação. Mesmo sem saber as razões que tinham levado Min Yoongi a lhe dizer sobre aquilo, ele se moveu para lançar o corpo contra a parede. Após alguns empurrões, uma fresta foi aberta, deixando o casal de alfas animados.

Os dois se esgueiraram para dentro da passagem escura, Hoseok ajudando Yoongi o tempo todo, impedindo que o príncipe tropeçasse em algum ponto por conta da ausência de luz. Quedas eram perigosas para ele, até mesmo aquelas que trariam pouquíssimos machucados para alguém normal.

— Incrível! Eu tinha conhecimento de algumas passagens como essa, mas esta é a primeira vez que atravesso uma localizada na ala do rei. Elas são tão privadas à família real... — Jung Hoseok comentou enquanto eles desciam algumas escadas. Seus olhos de alfa ajudavam a ver os degraus sob o breu — Yoongi, por que me contou sobre ela tão de repente?

— Eu queria trazê-lo aqui algum dia, pois sei que gosta dessas coisas — na escuridão, o príncipe deu de ombros — Como paramos bem na entrada deste lugar, acabei desejando vir aqui com você... Principalmente por conta do final do caminho.

— O que há lá?

Min Yoongi não respondeu, mas suspirou com um sorriso, criando suspense.

À medida que eles avançavam, a luz solar do fim da passagem ganhava espaço pelas paredes estreitas, pintando-as de amarelo e marrom e revelando as plantas que brotaram há centenas de anos entre os tijolos daquele lugar, quando o castelo tinha acabado de ser construído.

Quando alcançaram o final do túnel sombrio, o dois alfas levaram alguns segundos para que seus olhos se acostumassem novamente com a claridade. Assim que suas pupilas se retraíram com a luz, eles tiveram o vislumbre um de jardim secreto e abandonado localizado no lado de fora do perímetro do palácio.

— Em todos os meus anos de vida, jamais conheci este lugar... — Jung Hoseok disse, deslumbrado.

— Poucos o conhecem, de fato, pois só os reis e rainhas poderiam escapar por aqui, caso houvesse uma invasão no castelo — o príncipe Min explicou, passando a mão sobre a pétala de uma flor exótica — Tecnicamente, eu não deveria saber sobre essa passagem, pois tanto não fui o príncipe herdeiro como também jamais carregarei a coroa. Apenas Jeon Jungkook deveria conhecê-la... Mas Wang Nara acabou revelando-a para mim.

Ele riu com um leve toque de escárnio e acrescentou:

— Talvez ela realmente estivesse enfeitiçada pela minha mãe ômega, assim como todos os fofoqueiros diziam na época. E, por conta disso, decidiu impressioná-la ao me dar algum tipo de privilégio.

Ainda que Min Yoongi soubesse disfarçar muito bem os seus sentimentos com um marcante tom de indiferença, Jung Hoseok era capaz de lê-lo como um leitor voraz e experiente. Ele conhecia as lamentações que pairavam ao redor do coração de seu amado príncipe.

— Wang Nara sempre amou você e o seu irmão igualmente... Essa rixa jamais existiu no coração dela, todos sabem disso — o alquimista falou, colocando as mãos nos ombros do outro.

— Sim, e também jamais existiu no meu e no de meu irmão... — Yoongi comprimiu os lábios e encarou o chão — Perdoe-me, eu tentei fazer uma piada, mas acabei soando um tanto mesquinho.

Hoseok penteou uma mecha dos cabelos loiros dele para trás, colocando-a atrás da orelha rosada.

— Sinto uma perturbação em você desde a noite passada. Quer desabafar?

Min Yoongi piscou, desviando o olhar, sentindo-se um pouco constrangido. Ele nunca conseguia escapar dos olhos analíticos e sagazes daquele alquimista.

— É novamente sobre a questão da fera. Estou agitado com o que houve — o rapaz suspirou profundamente — Ainda que me tenha dito para não dar valor a meros rumores, eu simplesmente não posso ignorá-los...

O príncipe cerrou os punhos nas laterais do corpo. Ele sentiu um tremor o envolvendo junto com um sentimento de ira e melancolia. Seus olhos começaram a pesar.

— Se eu tivesse forças... Eu poderia ter ajudado a minha mãe ômega naquele tempo — Yoongi balbuciou, amargo.

— Não, meu amor. Ninguém pôde ajudá-la porque tudo aconteceu repentinamente, longe da vista de todos — Hoseok acariciou o topo da cabeça do príncipe.

Este último se mexeu, inquieto.

— Não. Aconteceu bem debaixo de nossos narizes. Sabe o que houve naquela noite, anos atrás? — Yoongi ergueu os olhos molhados de lágrimas — Jamais contei a alguém, porque isso me atormenta mais do que esta maldita doença de meu corpo!... Naquela noite, eu senti o cheiro da criatura. Eu vi Min Hyuna pela janela de meus aposentos, ela caminhava rapidamente para fora do jardim sul, cambaleante como uma alcoólica. Eu poderia tê-la seguido e a impedido de ir, mas as minhas pernas já não conseguiam correr, Hoseok.

O príncipe tremeu por inteiro, lágrimas frustradas rolaram pelas suas bochechas. Jung Hoseok o segurou com mais firmeza, pois temia que ele caísse e se fragmentasse ainda mais.

— E-eu não pude sequer acompanhá-la, porque ela sumia de minha vista cada vez mais rápido — Yoongi cerrou os dentes — Se o meu corpo fosse no-normal, eu poderia ter ido atrás daquele monstro e o matado com as minhas próprias mãos.

— E teria se arriscado sozinho... Algo que você e Sua Majestade herdaram de Wang Nara é essa vontade impetuosa de agir por conta própria... — Jung Hoseok fechou os olhos e balançou a cabeça, afastando pensamentos ruins — Meu amor, você ainda era tão jovem... Mesmo que o seu corpo fosse como o de qualquer outro menino de sua idade, isso não o daria tantas chances assim contra uma criatura como aquela que vimos ontem, lutando com o rei. O falecimento de sua mãe não é e nunca será culpa sua...

Min Yoongi se afastou dele e virou o corpo para o outro lado, ainda em negação.

— Min Hyuna era a única família verdadeira para mim naquele castelo... Eu não me arrependeria de ter morrido lutando pela vida dela. Seria melhor passar por esse risco do que viver desta forma medíocre, como uma sombra inquilina.

— Inquilino para quem? — Hoseok se reaproximou dele — Você é o nosso príncipe e filho primogênito da Grande Rainha. As pessoas o adoram, o vosso irmão o aprecia...

— Jeon Jungkook é a única pessoa que ainda me mantém naquele castelo. Mas, ainda assim, eu não me arrependeria de ir atrás daquela besta, se me fosse possível.

Silêncio.

— Então eu sou o mesmo que nada para você? — o semblante de Jung foi coberto por um véu de tristeza.

Min Yoongi rapidamente se virou para ele, com o coração batendo mais forte e pesado, e tentou se corrigir:

— E-eu não quis... — mas ele foi logo interrompido.

— Se você morresse assim... Se você morrer, de qualquer forma, eu morrerei junto — o murmúrio de Jung Hoseok parecia tão desolado quanto um barco sem velas no meio de um oceano parado.

Uma onda de culpa arrasou o peito de Min Yoongi, e se mesclou ao turbilhão de sentimentos tristes que já pairava nas profundezas de seu coração.

A simples ideia de Jung Hoseok morrer era, para o príncipe, como um pesadelo eterno.

— Não estamos vinculados. É impossível. Não fale isso — Min murmurou o pedido.

— Não refiro-me a vínculos, Min Yoongi! O que você é, para mim, não pode ser medido com isso — o alquimista bufou, lânguido, e se virou para retornar à passagem — Voltarei para a minha estufa e passarei o resto de meus dias trancado nela, pesquisando uma cura para Vossa Alteza. Com licença...

A mão franzina do príncipe Min agarrou, com muito esforço, o braço de Jung.

— Jeon Jungkook é o único que me mantém naquele castelo porque, se não fosse pela a existência dele, eu já teria sugerido migrar com você para bem longe de Adwan. Apenas nós dois, para sempre — Yoongi lutava para manter a firmeza na voz — Quando eu trouxe à tona o fato de não estarmos vinculados, não foi com a intenção de diminuir o que temos... A-apenas odeio escutá-lo dizer que morreria comigo.

— Você dialoga sobre a morte e sobre agir feito um suicida, sendo movido pela vingança e pelo rancor; mas somente EU peco porque falei que me recusaria a ficar para trás, caso algo acontecesse contigo...? — os lábios de Hoseok se inclinaram num sorriso sem brilho.

— Não... Não é isso. E-eu já não me refiro mais àquela criatura e nem aos meus anseios por retaliação, Hoseok — Yoongi sentia-se ainda mais cansado do que o normal. Com a cabeça e o tronco inclinados para baixo, e as duas mãos apoiadas no braço de Jung Hoseok, ele soluçou silenciosamente, engolindo o ar, para então conseguir se explicar — Acontece que e-eu estou absolutamente ciente de minha condição, e sei que naturalmente não viverei a mesma quantidade de anos que um homem normal viveria. Eu estou fadado a esfriar no túmulo antes de você, de uma forma ou de outra. E nós já superamos isso! Portanto, não ouse falar sobre a sua morte. Não dessa forma! Como se, para mim, fosse prazeroso arrastá-lo comigo nesse destino.

Após um momento de lamúria emudecida, Jung Hoseok segurou as mãos do príncipe e depositou nelas um pequeno beijo, acariciando-as com os seus dedos longos.

— Está enganado... Eu não superei a ideia de vê-lo partir antes de mim — a respiração quente dele arrepiou a pele dos pulsos de Min Yoongi — Portanto, seja justo comigo, meu amor, e não fique falando sobre os "E se" dessa maneira. Eu desejo que você possa viver o presente, comigo, com quem está ao seu lado hoje...

O príncipe concordou com um movimento de cabeça e mordiscou os beiços, fungando. Os cantos de seus olhos foram enxugados por Hoseok, primeiro com a ponta do polegar direito e depois com os lábios macios.

Depois, o alquimista roçou o nariz no de Min Yoongi e, com um sorriso doce, beijou os lábios úmidos dele com imensa ternura. O calor contido na pele de ambos passou a fluir entre eles numa nuvem invisível de respirações, as quais se tornavam cada vez mais profundas e intensas à medida em que o beijo deixava de se resumir a um simples toque entre bocas.

Agora envolvidos num abraço forte e cheio de anseios ambíguos, o par de alfas se deitou na relva verde e úmida. Com um braço segurando as costas do príncipe Min, Jung Hoseok tomou cuidado para que o corpo do outro não caísse de uma vez no chão, e que nenhuma pedra em meio à grama pudesse machucá-lo.

Sempre tão atencioso, o alquimista conteve os próprios instintos avassaladores, cujo ardor naturalmente superava o de Min Yoongi, pois seria arriscado para o corpo frágil do príncipe receber toda a carga de desejo que explodia dentro do peito de Jung.

Imersos num beijo cheio de línguas e arquejos, trocando carícias com as mãos, acariciando os cabelos e bochechas, respirando calorosamente contra a pele um do outro, e cerrando as pálpebras para se concentrarem único e exclusivamente nas sensações que provocavam um no outro; Hoseok e Yoongi começaram a desamarrar os nós de suas roupas, puxando os laços que prendiam os dois lados da camisa do alquimista e as fitas que fechavam o espartilho masculino do príncipe.

Após descer os lábios, traçando uma fileira de beijos até alcançar a clavícula marcada de Min, Jung impulsionou a iminente protuberância em sua virilha, por baixo da calça, contra a elevação robusta do outro rapaz, e moveu os quadris para excitá-lo com o aperto.

Yoongi sentiu faíscas fervilhando em suas veias nesse instante. Ele gemeu baixinho e sorriu.

— Tu sempre provoca-me assim... — murmurou, lascivo.

E como se quisesse engolir tudo e até mesmo a voz suave do príncipe, Jung Hoseok voltou a beijá-lo com ardor. As suas mãos longas dedilharam a fivela da calça do outro rapaz e passaram a abrí-la, puxando-a devagar.

O som do tecido passando pelo metal da vestimenta carregava uma mensagem implícita de que algo estava por vir. Algo sensual e delicioso.

Assim que a calça foi aberta, Hoseok se aventurou por baixo dela. Primeiro, ele usou as mãos, acariciando o relevo macio e duro que passou a pulsar com mais força sob o toque de seus dedos. Depois, ele se inclinou até aquele ponto, aproximando a boca do membro excitado, e o abocanhou vagarosamente, absorvendo-o sem restrições, sem hesitação.

— Ho-Hoseok... — o príncipe jogou a cabeça para trás e arfou. O corpo dele estremeceu com o maremoto de prazer causado pelo amante. A boca quente e úmida de Jung lhe arrancou pensamentos e sensações cheias de luxúria, o que impulsionou os seus quadris para cima com a intenção de estimular o outro a continuar o trabalho maravilhoso.

O alquimista se deliciou com o semblante de prazer na face do amado e passou a chupá-lo com mais força, num movimento constante e frenético, contando com a ajuda das mãos para intensificar os estímulos naquela região tão sensível.

Para provocar Sua Alteza ainda mais, Hoseok segurou os quadris dele, impedindo-o de se movimentar, e o engoliu com vigor, apertando-o com os lábios numa ação profunda que foi da base até o topo do membro.

Depois do movimento ser repetido mais quatro vezes, Min Yoongi arquejou e sentiu a profusão dentro dele explodir e derramar na boca do alquimista. Este último saboreou o momento com um sorriso, passando a língua pelos lábios molhados e engolindo o líquido quente.

— E-eu também odeio quando você engole... — o príncipe balbuciou num tom de voz frustrado, mas com a face tomada pelo rubor.

Em resposta, Jung acariciou a bochecha dele, revirou os olhos e sussurrou:

— Pois eu adoro...

Min Yoongi começou a tateá-lo, passando a mão pela camisa aberta dele, tocando-lhe o peito e o abdômen, e depois massageando o endurecimento na virilha do alquimista.

— Deixe-me fazê-lo também — o príncipe pediu.

Jung Hoseok se inclinou para cima, beijou a lateral do rosto do outro e murmurou contra o ouvido dele:

— Hmmm, perdão... — o alquimista negou o pedido — No momento eu preciso de algo a mais — as mãos dele passaram a puxar as calças de Yoongi para baixo, revelando uma nudez esbelta e pálida.

A pele de porcelana do príncipe era macia como pluma e brilhava como uma escultura feita de pérolas. Sempre que o despia, Jung Hoseok suspirava e agradecia em silêncio, sustentando um olhar faminto que nunca parecia se saciar.

Assim que jogou as calças reais para longe, o alquimista abriu as penas de Yoongi e se colocou entre elas, devagar, com todo o cuidado do mundo. Enquanto as suas mãos acariciavam as coxas delgadas do outro jovem, ele o beijava apaixonadamente, pressionando a virilha contra o outro, abrindo-o e relaxando-o.

As investidas fizeram Min Yoongi se afogar em desejo e anseio. A necessidade pelo outro cresceu numa inclinação íngreme e repentina. Ele o queria dentro de si, em toda a sua amplitude e calor.

— Por favor — o príncipe suplicou, gemendo. Ele nunca precisava suplicar por nada, pois assim que exigia algo, as pessoas ao seu redor se apressavam para atendê-lo. Jung Hoseok era o único que conseguia fazê-lo implorar.

Já não suportando mais o pulsante desejo, o alquimista desafivelou as próprias calças e revelou o falo ereto. Depois, com dois dedos muito úmidos de saliva, ele preparou o ponto estreito dentro do vale de Min Yoongi, enfiando-se ali, naquele círculo pequeno e desejado.

Em seguida, segurando firmemente o próprio membro, Hoseok o pressionou contra a entrada do príncipe e cuidadosamente tentou preenchê-lo.

Yoongi arfou quando sentiu o amado entrar. As paredes de seu interior prazerosamente se expandiram com o visitante. O fogo delas se mesclou ao dele e, juntos, criaram um incêndio que se alastrou pelo corpo da jovem Alteza e do alquimista.

Ambos estremeceram, gemendo. As suas mãos buscaram um ao outro, puxando os respectivos corpos para mais próximo, mais do que já estavam, como se desejassem criar um único indivíduo conjugado.

Abraçados, suados e trêmulos, eles fizeram sexo como se nunca o tivessem feito e como se jamais fossem fazê-lo novamente. Não havia limite para o quanto eles desejavam se sentir, assim como era imensurável o amor existente em seus corações.

Enquanto Jung Hoseok investia-se para dentro de Min Yoongi, movimentando-se de forma ritmada com uma força arrebatadora, mas ao mesmo tempo suportável para o príncipe; eles se beijavam e grunhiam baixinho, arfando vez ou outra.

Em determinado momento, quando o falo do amante passou a preencher Yoongi avidamente, tocando-lhe um ponto extremamente sensível em suas profundezas; ele gemeu alto, atônito e enfraquecido, e explodiu mais uma vez. O líquido claro molhou o abdômen de Hoseok, deixando-o feliz e satisfeito.

Mas não totalmente satisfeito.

O alquimista, em seguida, virou o príncipe na relva e o cobriu como uma concha. Depois de adentrar o outro mais uma vez, ele moveu os quadris contra as nádegas alheias, afundando-se em seu máximo, roubando outra onda de gemidos e tremores de Min Yoongi.

Sentindo que estava prestes a explodir, Jung segurou as mãos do amado e mordeu a nuca dele com os seus caninos de alfa. Ele sentiu o gosto do sangue real quando se moveu numa última estocada, a mais profunda de todas, e se derramou completamente.

Ambos arfaram alto, cheios de prazer. Os lobos em seus corações uivaram, felizes e apaixonados.

Naquele instante, quando Hoseok e Yoongi caíram lado a lado na relva, abraçados e sorridentes, parecia que nada jamais poderia separá-los. Eles eram os únicos no mundo e, portanto, não haveria um mundo sem um deles.

Aproveitando a solidão daquele lugar, os dois descansaram nus sob o Sol matinal, entre a relva cheia de orvalho e as flores exóticas que brotavam por ali.

🌕🌖🌘🌑

De volta ao palácio, mais especificamente à ala de Sua Majestade, o rei, e ao momento em que Park Jimin se refugiou desesperadamente e inocentemente nos aposentos reais, numa medida de último segundo.

O rapaz não fazia ideia de onde estava, pois as janelas do cômodo se viam fechadas por pesadas cortinas que mal permitiam uma fresta de luz atravessar para dentro.

A priori, no entanto, essa não era a sua principal preocupação.

Com um ouvido colado à porta, ele pacientemente esperou pelo sumiço dos sons dos pássaros, o que indicaria a sua enfim libertação daquele evento estranho e bizarro.

Quando se fez silêncio, Jimin começou a rir de nervosismo e incredulidade.

O que diabos acabou de acontecer, véi...?, ele pensou, afastando a cabeça da porta e se virando para apoiar as costas nela.

Para acalmar a pulsação agitada de seu coração, e abrandar a adrenalina que repentinamente havia circulado pelas suas veias, o garoto respirou fundo, enchendo os pulmões de ar. Com isso, ele captou algo no ar.

Eram apenas pequenos resquícios de um perfume, um aroma marcante que Park Jimin já havia sentido em algum lugar antes. Ainda que estivesse fraco e que estivesse espalhado pelas partículas de ar ao seu redor, ele era bom, envolvente e... Quente, de um jeito peculiar.

— Quem está aí? — uma voz familiar e rouca atravessou a escuridão. Ela parecia ter vindo do fundo dos aposentos, provocando ecos em seu caminho. Por conta disso, Jimin concluiu que o cômodo no qual estava era duas vezes maior do que o seu novo quarto.

Antes de responder à pergunta, ele se deu conta de que os pelos de seu corpo estavam arrepiados.

— Er... Sou eu, Park Jimin.

Um instante de silêncio.

De repente, dois anéis vermelhos brilharam nas profundezas do quarto. Dois olhos acesos, flamejantes e ferinos.

— Park... Jimin? — a voz hesitou.

Desta vez, o garoto conseguiu reconhecer aquele timbre. Seu peito voltou à instabilidade de antes.

— Jeon Jungkook? É você? — Jimin começou a caminhar pelo breu, com a intenção se aproximar do outro — Por que aqui está tão escuro? Olha, cara, você precisa pegar um Sol. Existe um troço chamado "Vitamina D" que...

— Quem permitiu a sua entrada? — o rei agora parecia bastante sério, como se estivesse com raiva.

Ao reparar nisso, o garoto interrompeu o passo. Algo em seu interior murchou e sentiu frio.

— Eu... Entrei sozinho. Ninguém me impediu... — Jimin respondeu, sentindo-se como uma criança que havia sido pega fazendo algo de errado.

Assim que se deu conta disso, e do quão sem sentido era aquela situação, o garoto bufou.

— O-olha, foi mal pela invasão. Eu 'tava numa emergência, 'tá okay? Mas a gente precisaria se falar de um jeito ou de outro, porque o que rolou comigo tem a ver com você, e é sinistro!

Sons de algo se arrastando entre tecidos reverberou no fundo do quarto. Parecia que Jungkook estava saindo de sua cama e tirando cobertores de cima de seu corpo.

Park Jimin então escutou quando os pés do rei tocaram o chão revestido de madeira, e caminharam suavemente pelo piso, silencioso como um lobo observando a sua presa.

Foi então que o aroma de antes voltou alguns níveis mais intenso, mais eloquente, tremulando no ar ao redor do garoto, deixando-o com a respiração um pouco instável e carregada.

Jimin inconscientemente se moveu um passo para trás, como se estivesse intimidado.

Mas intimidado pelo quê? Por Jeon Jungkook?

O garoto se recusava a aceitar essa possibilidade; porque, afinal, na noite anterior ele viu aquele jovem soberano se transformar num lupino feroz, e, mesmo assim, em nenhum momento lhe passou pela cabeça a ideia de que Jungkook poderia machucá-lo.

Então qual a razão dessa atitude irracional? Nada aparentava estar fora do lugar para ele. Nada exceto aquela súbita e leve tontura em sua mente, e a sutil aceleração das pulsações de seu coração. Ou talvez as pernas bambas e as pequenas e invisíveis faíscas queimando na base de sua barriga...

O que estava acontecendo com ele?

Park Jimin mal teve tempo de refletir sobre isso antes de a figura de Jeon Jungkook surgir em sua frente, como um vulto que carregava dois faróis rubros e incandescentes no lugar de olhos.

Uma brisa matinal fez a ponta de uma das cortinas se inclinar alguns centímetros para o lado, abrindo uma fresta maior à luz solar, deixando-a se aventurar no cômodo com maior liberdade.

A luminosidade permitiu aos dois rapazes uma boa visão de seus corpos. Nessa hora, Park Jimin viu que o rei estava a poucos centímetros de distância, descabelado, usando apenas calças justas e pretas, deixando à mostra o seu peitoral e músculos.

Lindo. Mais lindo do que antes, se é que isso poderia ser possível

Além da aparência desgarrada, Jeon Jungkook encarava o garoto intensamente, carregando um semblante tenso e nervoso; porém, ao mesmo tempo, as pupilas profundas dele brilhavam como se estivessem contemplando o ser mais perfeito já existente.

Eles ficaram assim, parados, encarando um ao outro com as palavras presas em suas gargantas, amordaçados por uma força invisível que se caracterizava por uma profusão de sentimentos gritantes: Receio, confusão, temor, ardor, paixão e lascívia.

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Epa, epaaaa!!! Não vai embora antes de deixar o seu VOTO

Use a tag #LoboDePrata no Twitter para ajudar esta fic a ter mais leitores, eu ficaria muito agradecida se vocês fizessem isso💜

Quanto romance, né? Quase avistei as diabetes atravessando a minha rua... Eu gosto de fazer capítulos assim, de pôr no "papel" declarações e sentimentos profundos entre duas pessoas. Esse clima de "paz" vai continuar por mais um ou dois capítulos, eu acho, então espero que tenham gostado da dose de hoje!

Novamente peço desculpas por não estar voltando com att dupla, eu só preciso resolver uns probleminhas e regular a minha vida de estudante para então normalizar o ritmo da minha escrita. Tentarei postar um novo capítulo em menos de duas semanas! 

Antes de me despedir de vocês, eu queria deixar aqui algumas fan arts de leitores preciosos (MUITO OBRIGADA PELOS DESENHOS E EDITS💜💜 EU AMEI TODOS):

(Infelizmente eu salvei esta última imagem sem antes verificar se havia nela alguma marca d'água que identificasse o seu criador. Se você for o dono/a dona da edit, me avise para que eu possa colocar o seu perfil aqui!)

Até o próximo capítulo, nenéns💜

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