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|32|♛|Reunião Familiar|

🐺HELLO, LOBINHOS🐺

Como prometido na sexta passada, hoje eu trouxe mais um capítulo de Era uma Vez um Ômega (Gente, descobri que tem uma galera que sempre pensou que esta fic se chamasse Ômega de Prata KKKKK será que sofreram do efeito Mandela, ou será que são, hm, levemente videntes?). Enfim, está rolando uma batalha uaaaaaaaar. O rolê parou com a chegada do Jin no acampamento das crianças, agora vocês vão ver o que resultou disso. Também teremos um foco muito importante em alguns personagens secundários, para o desfecho do arco deles (e para adicionar um elemento que pode vir a ser importante num futuro distante...). E, por fim, voltaremos a ver o confronto dos irmãos... Desejo-lhes uma BOA LEITURA!

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#LoboDePrata

♛|Reunião Familiar|

Acampamento nos arredores de Hayang

Em um piscar de olhos, a clareira se tornou um caótico campo de batalha improvisado. Os soldados hipnotizados de Seokjin não mediram forças quando se jogaram sobre os lupinos comandados por Jeon Sirah. Com sua numerosa quantidade e irrefreável violência, eles tinham certa vantagem, e se dividiam entre atacar como lobos e golpear com lâminas.

Porém, assim que superou o choque do elemento surpresa, o grupo da comandante retomou as rédeas e passou a revidar o ataque com o mesmo nível de intensidade. E, para completar, a ira da floresta recaiu em cima dos intrusos. Dezenas de pássaros se juntaram para atacá-los numa nuvem de penas, com garras e bicos poderosos capazes de dilacerar carne, mostrando que Jimin havia deixado suas ordens antes de se afastar dos filhos.

Seokjin, contudo, pouco se importava com a situação daquela luta. Seu maior objetivo ali não era derrotá-los. Sendo assim, quando viu abertura, atravessou a clareira em caos, desviando das investidas de ambas as frentes, e caminhou até as tendas do acampamento.

Mas quando chegou na metade do caminho, foi surpreendido pela enorme loba branca que saltou com tudo na direção dele.

Nem mais um passo, desgraçado ㅡ rosnou Sirah, com olhos injetados em fúria.

Logo em seguida, ela tentou atacá-lo com uma sequência de mordidas poderosas. Seokjin conseguiu se desviar e impedir as primeiras, mas não foi forte o bastante para parar as últimas, então isso resultou num conjunto de lacerações em seus braços. Se fosse um humano comum, eles estariam quebrados.

Usando os pés, o feiticeiro chutou a base da barriga da lupina, arremessando-a para longe, e então se transformou em sua forma de raposa.

O vermelho do sangue que escorria dos machucados parecia mais escuro agora, sobre o dourado de sua pelagem. Quando Sirah voltou a atacá-lo, Seokjin usou suas nove caudas como chicotes e correntes que cortaram o corpo da comandante.

Sirah aguentou a dor como uma verdadeira alfa. Fincando as garras no chão cheio de grama, ela aguardou pelo instante certo e abocanhou duas das caudas da raposa, então mordeu e mordeu até Seokjin se revirar em agonia e parar com os açoites. Mas Sirah não o soltou mesmo depois disso, ela o puxou pelas caudas como se estivesse carregando uma marionete, e, usando a brutalidade que lhe era inerente, o arremessou direto ao chão duro.

Seokjin cuspiu sangue e sentiu o mundo dar voltas em sua cabeça, mas não se permitiu ser levado por isso. Caso desse as costas para a sua oponente por um segundo, ela o destruiria.

Por isso, voltou a se erguer e usou o pouco de magia que havia conseguido recuperar nas últimas semanas para curar seus machucados e fortalecer a musculatura corporal. Depois se virou para a comandante, e, com um sorriso ferino e sangrento, rugiu:

Não vou deixar que me mate, madame. Não é você quem eu quero. ㅡ As risadinhas sinistras ao redor se sua voz soaram como uma provocação para Sirah.

Ela sentiu uma profusão de ira e adrenalina fervilhar nas veias do corpo. Estava cansada das brincadeiras daquele feiticeiro, e absolutamente enraivecida com o fato de que ele tinha aparecido ali para pegar as crianças. Para pegar Soobin.

Ah, Sirah sentiu a selvageria lhe tomar por completo. Seus instintos estavam apitando, descontrolados.

Com um impulso poderoso, ela saltou para cima da raposa, mirando as garras na face brilhante dela ㅡ ou, mais especificamente, nos olhos reluzentes. Seokjin desviou a tempo, mas não antes de ganhar três profundos arranhões próximos ao focinho. Os dois então entraram numa batalha corporal cheia de rasgos e mordidas, o sangue de ambos escorreu para todo lado, e os rosnados que soltavam se misturaram aos sons da batalha ao lado. Em algum momento, Sirah obteve a vantagem e o encurralou entre as pedras da clareira, mas, em outro, Seokjin obteve uma abertura e passou a enforcá-la com as caudas.

O homem raposa quis aproveitar esse instante de vulnerabilidade da loba para afundar as garras no peito dela, porém, antes que pudesse fazê-lo, foi cegado por um enorme vulto amarelo com garras e um bico tão duro quanto aço.

Ele só teve tempo de ouvir o bater de asas do imenso condor, pois rapidamente sentiu uma dor excruciante na lateral direita do rosto. Aflito, jogou Sirah para longe e chicoteou o pássaro, depois saiu trotando com metade da face rasgada e o olho destruído.

Seokjin xingou ao ver ㅡ com o olho restante ㅡ que a lupina já voltava a se apoiar em suas patas e que logo iria avançar contra ele outra vez.

Percebendo que estava perdendo tempo e que talvez não iria conseguir aguentar outra rodada de luta contra Jeon Sirah, ele convocou uma parcela de seus soldados com um grito ferino. Rapidamente um grupo de hipnotizados se aproximaram e cercaram a alfa. Como ela estava fraca, aquela barreira iria segurá-la.

Sem hesitar, Seokjin correu pela clareira para alcançar a tenda. Porém, quando chegou lá, a encontrou completamente vazia.

Droga, Taehyung...

Foi por isso que Kim Taehyung não tinha entrado em seu caminho até o momento, acontece que ele havia aproveitado a movimentação ao redor do acampamento para fugir com todos que estavam lá.

O feiticeiro logo decidiu seguir o rastro do garoto.

Sendo guiado pelo inconfundível perfume, ele atravessou o outro lado da clareira e adentrou a floresta. A ausência de um olho o fez esbarrar em algumas árvores e tropeçar, mas as feridas novas mal se comparavam às que já tinha, então isso em nada mudou o ritmo de sua trajetória.

Já estava correndo há uns minutos quando avistou os corpos se dirigindo ao fundo da floresta. Taehyung estava entre eles, acompanhando-os em sua forma humana para conseguir segurar Soobin no braço. Yeonjun ia no colo de Utah e as outras crianças com os demais cuidadores.

Taehyung sentiu a aproximação do homem raposa e acelerou o passo, mas era difícil aumentar a velocidade com aquele grupo, então entregou Soobin a um cuidador e se preparou para ficar para trás e servir de barreira entre eles e Seokjin.

Só não contava com a aparição do imenso condor amarelo que havia visto anteriormente na clareira, observando atentamente a tenda do acampamento. O pássaro voou a toda velocidade para cima do feiticeiro e começou a bicá-lo sem parar.

Seokjin agiu de imediato e usou as caudas para açoitar seu peculiar oponente. Conseguiu se livrar dele depois de uma chicotada que o arremessou contra uma árvore, mas não antes de ganhar outros furos pelo corpo.

Agora não havia mais nada entre Taehyung e ele. Seus olhos flamejantes o encararam com um misto de frustração e raiva, e talvez também com tristeza, pois a luta entre os dois teria que acontecer, e um deles precisaria ficar extremamente ferido para que aquilo acabasse.

Saia ㅡ rosnou a raposa quando o garoto se colocou no caminho dele.

ㅡ Você não precisa deles. Você não precisa fazer isso pra chamar a atenção dele. Então por quê? Pra quê esse show!?

Seokjin voltou à forma humana e o encarou em silêncio. A ferida em sua face parecia bem pior do que quando ele estava na forma de raposa. O sangue que escorria daquilo o cobria por inteiro.

ㅡ É meu último show ㅡ murmurou.

ㅡ O quê?

Antes que Taehyung obtivesse sua resposta, uma luz pálida atravessou a floresta, então o chão tremeu e foi aberto por um turbilhão de caules de marfim que serpentearam pela terra até capturarem Seokjin.

Depois disso, uma voz etérea e cheia de fúria ressoou com o vento:

Você está fodido, projeto de Kurama.

🌕🌖♛🌘🌑

Porto de Hayang

O mundo parou na mente de Choi Yoojung quando ela viu a gaiola que prendia seu irmão cair em cheio no rio. Os sons de tiros de canhão soaram distantes ao seu redor, assim como o barulho infernal da batalha que se desenvolvia logo acima dos adarves do muro de Hayang, e da tempestade que obliterava o céu.

Ignorando todos os avisos e pedidos desesperados de Min Miho em suas costas, a jovem beta saltou do parapeito do navio e mergulhou nas águas turbulentas. Ela não ligava se tudo parecia escuro lá embaixo, e nem se suas forças não se comparavam com as da correnteza como se comparariam caso fosse uma alfa ou uma ômega do clã Choi. Era seu irmão e seu sobrinho no ventre dele que estavam se afogando bem diante de seus olhos.

Yoojung abriu caminho pelo leito aproveitando que a direção da água estava a seu favor. Bateu as pernas e os braços freneticamente, diminuindo a distância até onde a gaiola havia afundado. Quando chegou lá, acumulou fôlego, pegou uma adaga do coldre e imergiu nas profundezas.

A pouca luz ali embaixo era sua maior inimiga, mas ela conseguiu localizar as grades da cela aquática e o vulto do corpo de seu irmão. Os olhos azuis de Choi Ren brilharam por trás da escuridão líquida e a guiaram até a fechadura de metal. A jovem posicionou sua adaga ali, na abertura onde iria uma chave, e começou a forçar para destrancar.

Ela forçou e forçou, mas o metal estava escorregadio e duro, parecia um pouco enferrujado.

Os segundos se passavam e ficavam cada vez mais perigosos. O rio arrastava tudo ao seu redor e colocava ambos em risco de serem atingidos por algum objeto levado pela correnteza, além do risco de afogamento. Ren era um ômega dos Lobos do Mar, então poderia aguentar mais minutos submerso do que outras pessoas, e Yoojung também tinha sua herança familiar que tornava seus pulmões mais resistentes, mas isso não iria durar muito mais tempo, e nem a água os pouparia de mais problemas como o que veio a seguir.

A gaiola de repente foi empurrada pela força da correnteza, ficando próxima demais do ponto onde o rio desaguava no mar. Yoojung se deu conta disso e pôs mais dedicação na fechadura, mas a bendita adaga não estava sendo de grande ajuda.

Ela e o irmão seguraram as mãos frias e trêmulas através das grades. Ren a encarou com pesar, sabendo que nada resultaria daquilo.

"Vá embora", era o que os olhos dele pareciam dizer. "Por favor, vá embora e salve-se".

Yoojung o ignorou e continuou tentando, ela preferia ficar ali até perder o último fôlego de seus pulmões do que desistir e abandonar Ren.

Foi então que uma mão firme tocou suas costas e a empurrou para o lado com um impulso. A beta olhou para trás a tempo de ver o vulto borrado de Miho se aproximar da grade e forçar a fechadura da gaiola com a fina espada que a general loira tinha no lugar onde um dia fora seu braço.

Miho girou e cutucou os mecanismos da trava, usando as habilidades que um dia a fizeram ser uma das melhores soldados de Kim Namjoon. Se não fosse pela pressão da água e pela falta de ar, a loira teria aberto aquilo em dois tempos. Mas estava difícil...

Yoojung já começava a ficar tonta depois de passar tantos minutos sem respirar. A agonia insuflava dentro de si. Ren provavelmente devia estar igual, ou quase igual. E Miho... Os movimentos dela passaram a diminuir de intensidade, enfraquecidos pela ausência de oxigênio.

Quando a porta da cela finalmente foi destravada e aberta, ela se entregou à correnteza, pois estava exausta. Teria sido levada pela água se Ren e Yoojung não tivessem agarrado seu corpo e nadado para a superfície rapidamente.

Chegaram à margem do porto cuspindo água e respirando alto, então se deitaram no chão de areia para recuperar as forças.

ㅡ Pelos deuses, esse foi o chá de bebê mais humilhante da minha vida ㅡ disse Choi Ren, após tossir um pouco.

Yoojung passou a mão pelo rosto molhado, para tirar os cachos da frente dos olhos e limpar as lágrimas que caíam. Ela nem tinha reparado que estava chorando.

ㅡ Você está bem? ㅡ perguntou ao irmão caçula.

ㅡ Estou. E você?

ㅡ Sim. E Miho... ㅡ Ainda zonza, ela olhou para o lado em busca da antiga amante. Queria agradecê-la pelo que tinha feito, pelo risco que havia corrido para salvá-los, e pedir desculpas por anteriormente tê-la interpretado tão cruelmente; mas quando se virou, viu que a beta loira estava desacordada e tão pálida quanto um cadáver.

O desespero a atravessou feito uma lâmina.

Ignorando as reclamações de seu corpo cansado, Yoojung saltou e se ajoelhou ao lado da outra beta, então passou a tateá-la para sentir algum pulso. Percebeu, com alívio, que o coração de Miho ainda batia, mas estava fraco. Percebeu também que a respiração dela parecia limitada por alguma coisa.

ㅡ Tem água dentro dela! ㅡ exclamou, tremendo de preocupação.

ㅡ Faça uma massagem! ㅡ disse Ren, ao seu lado. Antes mesmo de ele sugerir, Yoojung já se posicionava para massagear o peito de Min Miho e expulsar a água que havia nele.

ㅡ Por favor... por favor... por favor, entidades das águas, não a levem ㅡ balbuciou Yoojung enquanto pressionava ritmicamente o corpo da outra beta e se revezava para fazer respiração boca a boca nela.

Seu coração já batia na garganta quando Miho arfou e cuspiu uma torrente de água, e então tossiu até se livrar de todo o líquido que quase a afogou. A cor voltou ao rosto dela, corando-a, e o calor também.

ㅡ A-ah, Yoojung... nunca mais se jogue na água daquela forma. Eu quase morri de preocupação ㅡ ela pediu num balbucio e curvou os lábios num sorriso torpe.

Choi Yoojung arfou e revirou os olhos marejados.

ㅡ De fato, você quase morreu ㅡ murmurou, dando um peteleco na testa da outra beta. Então, logo depois, abaixou a cabeça para esconder as lágrimas que começaram a cair. ㅡ Obrigada... e sinto muito por tudo.

Ainda zonza e fraca pela recente falta de ar, Miho se apoiou nos cotovelos e ergueu o tronco para conseguir aproximar o rosto ao da outra jovem. Em seguida, ela a beijou com carinho.

Quando se afastaram, trocaram olhares constrangidos de felicidade e perdão.

Yoojung apenas despertou daquele doce devaneio quando avistou um movimento peculiar logo acima dos muros de Hayang. Logo percebeu que era seu avô, Choi Kangson, correndo com dois guarda-costas para o outro lado da muralha enquanto todos se distraíam com a batalha.

ㅡ O canalha está tentando fugir ㅡ vociferou a beta, pondo-se de pé e armando-se com sua adaga. ㅡ Não vou deixar que ele escape outra vez das consequências do que provocou.

ㅡ Você não pode ir sozinha. Ele é um ancião, mas também é um alfa. Kangson tem força suficiente para matá-la! ㅡ alertou Ren, segurando-a pelo braço.

Miho também tentou alcançá-la, mas ainda estava zonza demais para isso.

Yoojung então se soltou do aperto do irmão e disse:

ㅡ Alguém tem que impedi-lo de ir.

Depois, partiu para fora do porto, girando a adaga em suas mãos e se preparando para a maior briga familiar que teria em sua vida.

Choi Kangson cruzou a parte frontal da cidadela até chegar ao outro lado dos muros, onde desceu as escadas secretas usadas pelo corpo de vigília de Hayang que acabavam na parte rasa do oceano. Lá havia um barco pequeno ancorado próximo à praia, cheio de comida e de dinheiro esperando por ele. Seu objetivo era escapar pelo mar e navegar até o extremo norte do continente, onde poderia sumir do mapa e nunca mais ter que enfrentar a ira do trono de Adaman.

Mas assim que subiu no barco com seus guarda-costas, um deles teve o ombro atingido por uma adaga, que veio voando de algum lugar. O Patriarca Choi, ao virar o rosto para ver quem poderia ter feito aquilo, recebeu um chute no estômago pela bota de Yoojung.

Até o momento, a beta estava escondida na proa do barco, debaixo da água para que o seu cheiro se confundisse com o do mar. Ela esperou pelo momento certo para surpreender os fugitivos, e conseguiu.

ㅡ Matem-na! Matem-na já! ㅡ gritou Kangson, tossindo e apertando o estômago ferido.

Yoojung logo viu o guarda-costas que restava em pé vindo em sua direção, enquanto o outro arrancava fora a adaga presa ao ombro. Ambos eram betas, assim como ela, então a vantagem que tinham envolvia seus corpos grandes e fortes que poderiam nocauteá-la com um soco bem dado.

Sabendo disso, e tendo ciência de que não era uma lutadora, Yoojung usou a inteligência e apenas desviou de todos os golpes que vieram em sua direção, usufruindo de seu corpo pequeno e ágil que saltava e deslizava com facilidade. Ela pegou a adaga de volta e perfurou o mesmo guarda-costas de antes, que, por já estar ferido, movia-se com menor rapidez e tinha mais aberturas em sua pose defensiva. Yoojung dessa vez arrancou-lhe a capacidade de andar, pois o atingira nos tendões das pernas.

Seu maior problema veio em seguida, quando o outro guarda-costas brutamontes a agarrou pelo colarinho da roupa e desceu o punho em seu estômago. Yoojung se inclinou para trás no mesmo instante, o que evitou parte da brutalidade do golpe, mas, ainda assim, ela sentiu falta de ar e muita dor.

Com a adaga ensanguentada em mãos, ela cambaleou para trás e tentou firmar as botas no chão do barco para recobrar o equilíbrio do corpo. Seus olhos analisaram o novo oponente, buscando brechas e desvantagens corporais nele. Infelizmente, achar alguma coisa que pudesse lhe trazer a vitória não foi fácil.

No entanto, nesse momento, lembrou-se de uma ocasião onde Min Miho descompromissadamente lhe ensinou sobre técnicas de luta apenas para que as duas tivessem algum assunto a discutir num dos passeios que deram no início do relacionamento.

Uma vez quase obtive sucesso numa luta contra o General Kim, Milady ㅡ disse Miho, em algum momento do passado quando o casal passeava pelos arredores do castelo de Adwan.

Ela exibia um sorriso levemente arrogante enquanto balançava os curtos cabelos loiros ao vento da primavera.

Numa luta contra Kim Namjoon? ㅡ Choi Yoojung estava um tanto incrédula, mas se viu curiosa com aquela história. ㅡ O General é um alfa enorme e também é deveras bruto em suas demonstrações de força...

Juro pelos deuses que estive a um passo de vencê-lo.

ㅡ Então diga-me como...

ㅡ Hm, o próprio general me ensinou que não devemos superestimar oponentes maiores e mais fortes que nós, pois eles mesmos se superestimam. Este é o segredo: Brincar com o ego do inimigo ㅡ disse Miho, suavemente, enquanto colocava um cacho de cabelo atrás da orelha de Yoojung. A jovem do clã Choi sentiu-se enrubescer debaixo daqueles olhos amarelos feito o Sol no verão.

Então ㅡ pigarreou Yoojung ㅡ, eu deveria deixar que meu oponente me veja com inferioridade.

Sim, até o final. E quando ele estiver totalmente certo de que irá vencer, você o apunhala pelas costas. ㅡ Miho colocou a mão na base das costas de Yoojung e a afundou ali. O gesto fez as duas se aproximarem vários centímetros, ficando face a face uma da outra.

Que técnica vil e desonrosa, atacar o oponente pelas costas... ㅡ disse a outra, provocante.

Quando se está entre a vida e a morte, Milady, nada mais importa.

Choi Yoojung gravou aquilo no fundo de seu cerne e jamais se esqueceu da lição que aprendera naquele dia.

Ela voltou a encarar o brutamontes em sua frente e girou a adaga na mão para afastar o sangue escorregadio que a cobria. Depois de respirar fundo e acumular forças, Yoojung se jogou e fingiu que iria golpear o ombro do outro beta. Ele foi rápido e a golpeou no ar, ferindo o antebraço ligado à mão que segurava a pequena lâmina. A garota largou a arma no último segundo e a agarrou com a outra mão, então enfiou a ponta cortante na coxa dele.

Enfurecido, o guarda-costas desceu o cotovelo nas costas dela com tanta força que Yoojung sentiu um tremor perigoso nas costelas.

Num impulso de adrenalina que agiu como morfina em todos os seus machucados, ela girou pelo chão do barco para desviar dos golpes seguintes, e escapou dos chutes que ganharia a seguir por meio de pulos e giros.

Quando viu que não poderia continuar com aquilo até o final, pois ainda teria que lidar com Choi Kangson, ela decidiu arriscar para valer.

Com isso em mente, no fim de seu último giro, Yoojung arremessou mais uma vez a adaga, que rasgou profundamente a lateral do rosto de seu oponente. Isso o deixou atordoado e levemente enfraquecido, mas satisfeito porque agora tinha em mãos a única arma da garota. A única que poderia lhe oferecer alguma vantagem naquela briga.

Ele usou a adaga quando avançou na direção dela, e tentou golpear Yoojung com a lâmina a todo custo. Seu desejo em se vingar das investidas anteriores da beta e em se mostrar mais forte que ela o fez deixar muitos pontos de seu grande corpo expostos e vulneráveis. Yoojung aguentou dois cortes antes de concentrar toda a força em seu joelho direito e dispará-lo direto no queixo do oponente, num giro que a jogou para trás.

O guarda-costas piscou, tonto, e então se entregou ao nocaute.

ㅡ Talvez eu tenha subestimado um pouco a minha neta. ㅡ Ouviu Choi Kangson falar. A risada cheia de escárnio do velho veio em seguida.

ㅡ Talvez? O senhor fez isso a minha vida inteira... ㅡ Yoojung recuperou a adaga e a limpou na barra da camisa azul encharcada. Seus olhos brilharam como a tempestade que caía.

ㅡ Então foi por isso que se voltou contra mim, contra sua própria família?

ㅡ Eu me voltei contra o senhor simplesmente porque suas atitudes foram erradas. Não pense que estou fazendo tudo isso por conta de alguma birra ou rancor infantil, ainda que eu tenha sim raiva guardada depois de ter sido excluída de suas expectativas por anos. ㅡ Ela caminhou na direção dele com passos firmes. A essa altura, seus cachos já haviam se soltado e balançavam volumosos com a ventania da chuva. ㅡ Saiba, vovô, que não decidi vir até aqui para sanar nossos conflitos pessoais, por mais que eu tenha motivos suficientes para querer fazê-lo, como suas sucessivas tentativas em me matar e matar Ren. ㅡ Yoojung passou a adaga para a outra mão e cortou os pingos que caíam do céu. ㅡ O Clã Choi está em risco de se tornar um pária para sempre por sua maldita causa. Estou aqui para impedir que isso termine assim...

Choi Kangson mostrou os dentes amarelos para ela, que logo cresceram e se tornaram caninos afiados. Ele arrancou fora o manto azul que cobria seu corpo curvado e saltou na direção dela, transformando-se num lupino com pelagem da cor do mar.

Yoojung foi empurrada para fora do barco por causa do peso do avô, e afundou na água sob as patas dele.

Imersa pelo oceano agitado, ela tentou lutar contra as garras e os dentes de Kangson, que pareciam ainda mais fortes e pesados lá embaixo. Depois de receber vários machucados profundos, quase se afogou com o próprio sangue misturado à água que a envolvia.

A jovem beta conseguiu revidar de certa forma, perfurando o ombro e desferindo cortes na barriga do lupino ancião, mas lutar contra um alfa a deixava em extremas desvantagens. Ela não era tão rápida e forte quanto ele, e nem tinha uma recuperação tão acelerada. Além disso, a água e os lupinos do clã Choi eram grandes aliados e sabiam como trabalhar em conjunto para afogar seus oponentes.

"Mas eu também sou uma loba do mar", pensou Yoojung, sustentando o fôlego preso. "A água também deveria estar ao meu lado".

Ela fechou os olhos enquanto se debatia para segurar as patas do avô e não ser fatiada em pedaços, e lançou um pedido silencioso para qualquer deus ou entidade aquática que pudesse ouvi-la.

Se ao menos seu amigo, Park Jimin, pudesse ajudá-la naquele momento... Não, ela não queria recorrer ao Ômega de Prata outra vez, não depois de ele e o rei terem feito questão de mobilizar todas as tropas para recuperar Hayang e salvar Ren. Yoojung sentia que precisava se sobressair através dos próprios feitos para enfim retomar o posto de Matriarca Choi.

Foi então que ela sentiu algo calmo e peculiar cochichando na água, como os sons abafados de uma concha ao ser colocada no ouvido.

"Aliada... Aliada... Aliada da criança apadrinhada pelo senhor da terra."

"O filho do mar pode viver graças à tua ajuda", os sons balançaram ao redor dela e silenciaram todos os demais barulhos.

"O mar se lembra. O mar nunca se esquece."

Nessa hora, um redemoinho se formou debaixo d'água e magicamente se enroscou ao redor do pescoço canino de Choi Kangson. O alfa se debateu, sufocando, tentando se livrar daquilo e retornar para a superfície.

Atônita, mas não o bastante para perder aquela chance ㅡ principalmente porque já não lhe restava muito mais fôlego e forças ㅡ, Yoojung enfiou a adaga no peito dele e afundou.

Então foi o fim para o patriarca.

Ela saiu da água arrastando pela areia úmida o corpo de Kangson. Exausta, largou o lupino morto e a adaga, depois respirou fundo e se sentou numa pequena duna que havia ali perto para encarar o horizonte oceânico.

Suas mãos tremiam, mas não era de frio. Alguma coisa acontecera ali além do fim do governo de seu avô, Yoojung só não entendia o quê exatamente, e nem sabia se um dia iria entender.

Minutos mais tarde, avistou Miho, Ren e o almirante Baekho atravessando a praia para se aproximar dela. As faces dos três relaxaram quando a encontraram bem.

ㅡ Santos deuses, você está viva! ㅡ exclamou Ren, pronto para abraçá-la, mas Min Miho foi mais veloz e agarrou Yoojung antes que qualquer um tivesse a chance de fazê-lo.

ㅡ A-ah, um momento... ㅡ Os machucados causados pela luta agora começavam a aparecer sob o apertado abraço da beta loira.

ㅡ Perdoe-me... Deixe-me cuidar dessas feridas. ㅡ Miho engoliu em seco. Sua face era um poço de preocupação.

Yoojung suspirou e, com um sorriso levemente tolo no rosto, acariciou os cabelos dela. Em seguida, virou-se para Ren e, por último, para Baekho.

ㅡ Almirante, alivia-me vê-lo com vida ㅡ disse com sinceridade. ㅡ Todos nós pensávamos que estivesse morto.

ㅡ Eu provavelmente estaria morto depois de hoje. ㅡ Baekho respirou fundo. ㅡ Estive preso na mesma cela que Ren durante todo esse tempo. Consegui sair dela depois que os soldados de Sua Majestade invadiram Hayang.

ㅡ Eles derrubaram a defesa dos muros?

Ren confirmou com um aceno e, depois de encarar com um pesar frio o corpo de Choi Kangson esparramado na areia, ajoelhou-se ao lado da irmã.

ㅡ Está acabado, Yoojung.

ㅡ Está... ㅡ Ela então encarou a barriga alta do irmão e se lembrou do estranho acontecimento debaixo d'água, quando enfrentou o velho patriarca.

"Filho do mar... Criança apadrinhada pelo senhor da terra... Senhor da Terra não seria o outro nome para o deus da natureza, o Ômega de Prata? Será que...", pensou ela, e tocou o ventre de Ren com uma mão.

ㅡ Ren, seu bebê por acaso ganhou alguma bênção de sor Park Jimin? ㅡ ela quis saber.

Confuso, o irmão a encarou com cenho franzido.

ㅡ Bênção? Aquele desequilibrado sequer sabe o que é oferecer bênçãos?

ㅡ Pense, Ren... ㅡ Yoojung insistiu.

Ren franziu ainda mais o cenho, mas dessa vez levou a pergunta da irmã a sério.

ㅡ Naquele tempo, quando ajudei com a fuga de vocês, antes de Park Jimin entrar no navio de Baekho, ele tocou em minha barriga e disse que gostaria que nossos filhos fossem amigos no futuro... É tudo o que consigo pensar. Por que essa pergunta tão de repente, Yoojung?

A beta olhou para ele e depois para o mar, então ficou pensativa.

ㅡ Ainda não sei ao certo. ㅡ Ela tentou se levantar, mas acabou tropeçando por estar fraca demais depois de lutar tanto. Miho a segurou antes que caísse de cara na areia.

ㅡ Vamos conversar depois. Temos que nos reunir com nossos aliados ㅡ disse a outra beta.

ㅡ Sim, tem razão. ㅡ Yoojung segurou firme a mão dela e encarou o trio com um olhar azul tempestuoso. ㅡ Alguém precisa coordenar a retomada de Hayang enquanto nossas majestades enfrentam suas próprias batalhas.

🌕🌖♛🌘🌑

Oceano nos entornos de Hayang

A queda da ponte, seguida pelos redemoinhos violentos do desaguar do rio no oceano, poderia ter ferido perigosamente os corpos de Jeon Jungkook e de Min Yoongi se ainda fossem os mesmos de antes.

Em suas formas lupinas, eles se enfrentaram entre as ondas e debaixo delas enquanto estabilizavam-se na água para que não sucumbissem à morte por afogamento. Os sons da tempestade e do oceano em movimento gritavam ao redor dos dois irmãos, mas não superavam seus uivos e rugidos cheios de ira.

Quando saíram da região de turbulência, eles foram arrastados pela maré para o outro lado da baía e acabaram numa praia deserta a poucos metros de distância de Hayang. O espaço amplo e vazio logo se transformou num cenário de batalha.

Os lobos saltaram de dentro da água e se abocanharam, raspando canino contra canino enquanto tentavam arrancar fora pedaços um do outro. Com garras afiadas feito navalha saltando de suas patas, eles desferiram arranhões entre si e empurrões tão fortes quanto esmagamentos por rochas. A praia passou a ser manchada por sangue e destruição, pois vez ou outra um dos irmãos era jogado contra os troncos das árvores litorâneas e a luta passava a acontecer entre montanhas de folhas, madeira quebrada e terra clara.

Em determinado momento, eles pausaram o contato corpo a corpo e passaram a se rodear à distância, formando um círculo na areia.

De um lado, o lupino loiro de imenso tamanho e com músculos monstruosos pulsando por baixo dos pelos.

De outro, enorme o lupino negro com parte do tronco revestido por uma armadura de marfim que reluzia assim como seus olhos vermelhos.

Nestes entrementes, Jungkook percebeu o olhar de Yoongi fixado naquela região do peito, onde o seu coração fora destruído por ele. Os olhos amarelos não revelavam muita coisa além de uma frieza psicótica, mas havia o risco de uma sombra apagando o brilho de suas pupilas dilatadas.

O que sentiu quando me viu vivo naquele dia, enquanto eu fugia de Adwan? ㅡ perguntou ao irmão mais velho.

A questão pegou Yoongi um pouco de surpresa. Ele piscou e hesitou antes de dar o próximo passo.

Não houve respostas, então Jungkook continuou:

O que sentiu quando queimou Rangkee e assassinou minha família? Quando viu Adaman ser destruída pela fome? Quando atravessou o meu peito com sua própria mão? O que sentiu, Min Yoongi!?

Cale-se ㅡ o outro latiu e estremeceu. Os olhos de ouro se reviraram como se ele estivesse reprimindo algo que vinha de dentro.

Eu quero saber, Min Yoongi, eu quero saber... Até onde os seus estragos foram causados pela maldição que te controla? ㅡ Suas orbes vermelhas piscaram como faróis incendiários, carregando toda a ira do mundo. ㅡ Até onde eu deveria te poupar das consequências que o aguardam?

CALADO. ㅡ Yoongi debateu-se como uma fera em agonia.

BASTA. ㅡ A face canina de Jungkook se repuxou, franzindo a ponte do focinho para exibir uma arcada dentária letal. Ele deu um passo à frente, quebrando a harmonia do círculo na areia e se aproximando do outro alfa. ㅡ Sou eu quem deve exigir o seu silêncio... mas estou lhe entregando a oportunidade de me mostrar que ainda devo levar em conta alguma humanidade existente dentro de você.

Yoongi avançou com os dentes expostos, ameaçando atacá-lo. Jungkook revidou, encarando-o no fundo dos olhos.

Diga-me, Min Yoongi! Eu devo levar em conta!? ㅡ rugiu feroz, e sua voz gutural ecoou junto com o estrondo da tempestade. ㅡ Sinceramente, estou cansado de ser complacente com tudo o que aconteceu, de pensar em alternativas para nós dois e de me culpar pelas dores de nossos antepassados. Estou cansado de ser o único que age como um irmão!

Jungkook atacou e colocou força em suas patas para derrubar Yoongi de costas na areia. Quando aproximou os dentes a centímetros da jugular dele, viu o alfa loiro voltar à forma humana e ficar ali, parado, observando-o sem expressão. Isso pegou Jungkook de surpresa.

ㅡ Não pode... me matar ㅡ balbuciou Yoongi, apático.

O que era aquilo? Um alerta para que Jungkook se lembrasse do que iria acontecer com quem matasse um portador da maldição? Ou talvez uma provocação?

Independente do que fosse, não seria capaz de abalar o lupino negro, que já tinha planos em mente para lidar com ambas as opções. O que realmente o incomodou foi o fato de Yoongi ter se transformado em sua forma mais vulnerável no último segundo.

Sentindo um misto de irritação e outros sentimentos, Jungkook também deixou a forma lupina para trás. Em seguida, revestido de pura força bruta, agarrou o colarinho das roupas de Yoongi e o arremessou com força na areia.

Voltaram a lutar no mesmo instante, mas, desta vez, carregando corpos humanos. Foi punho contra punho, chutes e unhas afiadas golpeando numa velocidade sobrenatural as armaduras e malhas protetoras que eles vestiam. Aos poucos, aquela primeira camada de defesa perdeu força diante da brutalidade monstruosa dos golpes, e cedeu, expondo o tronco e o peitoral dos dois irmãos.

Decidiram então se livrar de toda a armadura restante, porque era irritante ter que lidar com um peso desnecessário enquanto batalhavam na areia úmida e debaixo de uma chuva densa. Agora descalços e vestindo apenas calças e camisas rasgadas, se juntaram noutra sequência de socos violentos que terminou em ambos rolando pela areia e quebrando árvores que entravam em seu caminho.

Foi então que Yoongi impulsionou o corpo para cima e se metamorfoseou num lupino para empurrar Jungkook contra a encosta de uma alta falésia. Ainda em sua forma humana, o irmão mais novo foi arremessado contra a parede de rocha com tanta intensidade que poderia ter sido esmagado. Ele cuspiu sangue e se apoiou com um joelho quando voltou a tocar o chão, depois ergueu os olhos rubros para encarar o mais velho e o viu se aproximando a toda velocidade, como uma besta desgovernada.

Não teve tempo para se transformar, então usou as próprias mãos humanas para barrar o ataque brutal. A parede em suas costas se rachou com o impacto e fez sedimentos rolarem pela encosta.

Jungkook percebeu, enquanto mantinha a defesa erguida, que aquela força física de Yoongi era a mesma que dera ao irmão mais velho vantagem no primeiro duelo que tiveram. Ela estava ali, pulsando pelos músculos amaldiçoados dele, fervendo adrenalina e ira para que explodisse em golpes imparáveis, e não parecia nenhum pouco mais fraca que antes. Muito pelo contrário, talvez tivesse evoluído alguns níveis, como uma praga consumindo mais e mais parcelas do que um dia Min Yoongi fora, substituindo o passado por essa besta que se apresentava agora.

Pensar nisso abalou uma parte do âmago de Jungkook que ele pensou que estivesse destruída.

ㅡ No fim das contas... você apenas está se entregando. ㅡ Cerrou os dentes a ponto de doer. Sentiu os olhos pesarem, mas rapidamente afastou todos os sentimentos inquilinos e se entregou ao vazio em seu peito.

Então ardeu e se transformou, mas dessa vez deixou vir à tona todo o "nada" que o consumiu por muito tempo, toda a sombra que o seguiu até o momento em que despertou e descobriu que metade dele havia sumido.

O lobo que acordou dessa vez era muito mais instintivo e frio, e tinha uma força diretamente ligada ao poder da armadura de marfim que pulsava em seu peito. Seu tamanho ultrapassava o de Min Yoongi e sua pelagem negra era um mar de nanquim que apagava toda a luz do mundo, exceto aquela vermelha que piscava em suas orbes estreitas.

Depois disso, a batalha se resumiu a dois pontos velozes e poderosos, um preto e um dourado, se enfrentando às margens da baía de Hayang. De longe era possível ver os resultados catastróficos que esse embate provocava, como a parcial destruição do canto da falésia que iniciava naquela área da praia.

Quem assistiu ao início desse caos à distância foi um lupino marrom que chegou sem avisar e simplesmente se jogou na direção da luta. Ele uivou para chamar a atenção dos dois herdeiros de Adaman enquanto saltava pela areia úmida, ganhando velocidade.

PARE! ㅡ gritou com sua voz canina familiar. ㅡ YOONGI, PARE!

O rei hesitou ao escutá-lo, mas não conteve o próximo golpe que daria em Jungkook. A luta continuou sem parar.

PARE, YOONGI. NÃO É CONTRA O SEU IRMÃO QUE VOCÊ DEVE LUTAR! ㅡ gritou o lupino marrom outra vez, aproximando-se rapidamente. ㅡ NÃO FOI POR ISSO QUE VOCÊ VEIO AQUI, YOONGI!

Então abocanhou as costas do pescoço de Yoongi para puxá-lo e impedi-lo de continuar a avançar contra Jungkook.

Irado e perdido em sua própria insanidade, o rei se debateu até soltar o corpo, então redirecionou suas forças para aquele que o segurava, cravou os dentes na pata dele e o arremessou para longe, jogando-o na parede de rochas.

Foi só após isso que Yoongi se deu conta do que tinha acabado de fazer.

Quando viu, o lupino marrom esparramado contra a encosta se transformou no humano que ele mais conhecia, Jung Hoseok.

O alquimista não era tão resistente quanto seu irmão mais novo, por isso o impacto do golpe o afetou perigosamente. Hoseok estava caído, meio deitado contra as pedras fragmentadas, e sangrava pelo nariz e pela boca. Parecia estar com dificuldades para respirar, mas se mantinha firme e não parava de encarar Yoongi. A dor em seus olhos não era por causa dos machucados.

A batalha entre os dois irmãos foi oficialmente interrompida.

ㅡ E-eu sei o que você veio fazer aqui, Yoongi... ㅡ balbuciou o alquimista, arfando para respirar. ㅡ Sei que... pretende dar um fim em tudo isso. Veio aqui co-como se tivesse a intenção de lutar por algum trono ㅡ ele tossiu sangue ㅡ, mas só está enganando essa coisa dentro de você para que... para que esse duelo ocorra e seu irmão o destrua mais rápido, antes que você seja totalmente consumido pela besta.

Uma lágrima desceu pelo rosto dele e se misturou ao sangue.

ㅡ Você tentou se despedir de mim naquela hora, não foi, Yoongi? ㅡ Tossiu outra vez, agora mais sangue escorria de sua boca. ㅡ É claro que eu não iria aceitar isso quieto, seu tolo. E é óbvio que eu iria perceber que estava tentando me dizer... adeus.

Quando o alquimista cerrou as pálpebras cansadas e mergulhou numa profunda quietude, Min Yoongi caminhou até ele e voltou à forma humana, então se ajoelhou ao seu lado e piscou com olhos despertos cheios de lágrimas.

~♛🌕🌖🌘🌑♛~

#LoboDePrata

Muito obrigada pela sua leitura!!! Deixe seu ⭐VOTO⭐ antes de ir embora^^

E vamos às resoluções sobre este capítulo: E aí? Gostaram das descrições das cenas de luta? Espero que elas não tenham sido confusas ou sem sentido. Eu particularmente gosto de escrever violência, mas ao mesmo tempo não gosto de resolver o problemas dos personagens por meio disso, pois acho que não finaliza direito o arco deles, então não esperem um ritmo tão agressivo até o final de EUVUO.

Sobre a parte dos Choi, vocês viram algo peculiar ali? O lance da água e afins... Eu posso dizer que tenho planos, mas por enquanto são só planos. Quanto ao fim do velho chato que todo mundo odeia, vocês curtiram? Retiro um pouco do que eu disse no parágrafo superior, amei matar o fdp do Kangson, foi prazeroso hahahaha.

Agora, sobre a luta dos irmãos e o final deste capítulo... Jung Hoseok tentou até o fim, e, no fim, Yoongi conseguiu recuperar um pouco da razão. Sei que tem gente se preparando pra enfiar uma tora no meu c* neste momento, mas tá tudo bem, eu aguento. Digam-me, o que acham que o Jungkook vai fazer? Conhecendo o tipo de pessoa que ele é, qual vai ser sua atitude diante dessa situação? Estou curiosa!

Enfim, é isto. Eu gostaria de estar trazendo a data para o próximo capítulo, mas ainda não consegui terminá-lo, então não vou arriscar perder um prazo com vocês. Prometo que estou escrevendo um pouco todo dia, sempre que posso! Estarei postando os futuros cronogramas nas minhas redes sociais (TT: @kakaguinho , IG: @kaka.leda ), acompanhem por lá!

Beijões e até logo💜

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