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Marília.
Quando entrei naquela casa que agora era meu novo lar, meu coração apertou. Não de tristeza, de angústia, como eu era acostumada... De amor, de felicidade, de que eu estava no lugar certo.
Deco: Se amarrou? — Falou beijando meu pescoço, ele tava abraçado comigo de costas.
Marília: Melhor lugar do mundo, cara.— Fui andando, olhando cada cômodo.
Tinha dois quartos, a cozinha, a sala, dois banheiros, um quintal imenso e eu já me imaginava cuidando de várias plantinhas aqui, toda manhã.
Deco: Olha que dahora.— Falou me arrastando pra fora.
Quando eu olhei tinha um saco de luta, soltei uma gargalhada e dei um sorriso olhando pra ele.
Deco: Aí tu pode ficar correndo em círculos aqui no lugar de querer ir pra praia de manhã.— Apontou fazendo uma cara de sério e eu soquei o braço dele.— E socar o bagulhos no lugar do meu braço também pô, coloquei aí pra isso.
Marília: Vou te dar a noite toda porque você foi perfeito.— Levantei as mãos pra cima e ele me encarou.
Deco: No chão né?! Tem que comprar os bagulhos ainda.— Falou beijando meu rosto.— Por isso tô querendo que tu aguente mais uns dias lá em casa pô, pra dar tempo te organizar aqui.
Marília: Posso ficar na casa da Soraia, sem problemas.— Falei olhando em volta.
Deco: Por que tudo tu tem que complicar, Marília? — Me encarou sério.
Marília: Não tô complicando. Você me ofereceu algo, eu não quero, não é por birra. Só não vou estar onde não me querem!
Deco: Jae, não é por birra mas se não for do jeito que tu quer, não vale né?! — Fiquei calada e encarei ele.
Matheus ficou calado também e eu me mantive o mesmo, peguei meu celular do bolso me sentando no chão e procurei o número da Soraia.
Deco: Hoje é o aniversário do Bryan.— Falou soltando o ar e sentou do meu lado.— Tô estressadão.
Marília: Você não deveria estar comigo, deveria tá com a Ana.— Falei colocando a mão na nuca dele.
Deco: Ela fica o dia todo onde o corpo foi enterrado, gosta de ficar sozinha.— Falou olhando pra parede.— Quero ficar lá em casa porque me sinto próximo pra caralho dele, a gente cresceu lá. Mas quero ficar contigo lá, qual foi Marília...
Matheus deitou a cabeça no meu peito e eu fiquei calada, era muito doido a sensação que eu sempre fazia de tudo por ele, mas eu sei que ele faz de tudo por mim também. Por mais que eu estivesse em um péssimo momento com a mãe dele, tudo que ele precisava hoje era paz da maneira dele.
Se essa era a forma que ele achava de ficar em paz, eu não iria fazer questão por isso... Chegamos na casa dele e ele foi direto pro quarto no final do corredor, o que eu nunca vi nem a porta aberta, mas sempre via ele, ou a Ana saindo de lá.
Entrei no quarto dele e aproveitei pra organizar um pouco da nossa bagunça, depois fiquei deitada esperando por ele. Quando ele apareceu, deitou o corpo por cima de mim e eu dei vários beijos na cabeça dele, em silêncio, senti o meu peito ficar úmido e me dei conta que ele tava chorando.
Marília: Ele tá feliz por ter uma cunhada como eu.— Falei baixo, sentindo o Matheus soltar um sorriso.— Tá tipo, caraca. Meu irmão acertou mesmo.
Apesar de sorrir, ele não me respondeu. Continuo deitado em cima de mim quietinho, e eu fiquei fazendo carinho nele até sentir a respiração ficar mais calma. Eu tava cochilando quando escutei a porta da sala bater, abri os olhos vendo que estávamos na mesma posição e me arrastei pro lado, mas coloquei minha perna em cima dele e abracei novamente.
Ele se ajeitou colocando o rosto no meu peito e eu fechei os olhos novamente, mas ela bateu na porta do quarto. Apertei mais o Matheus contra meu corpo e ele soltou um arzinho no meio dos meus peitos, fazendo eu empurrar ele e soltar uma risada pelas cócegas que fez.
Marília: Eu tô com fome, pega algo pra comer.— Falei vendo ele sentar na cama com a cara amassada.
Deco: Marca um dois aí, filha.— Falou quando a Ana bateu na porta de de novo.
Ele foi pro banheiro lavar o rosto e depois de um tempo saiu, eu me arrastei pegando meu celular e fiquei mexendo por enquanto ele que ele não voltava. O celular do Matheus tava embaixo do travesseiro, tomei um susto quando começou a tocar e era um número que não estava salvo, me arrisquei a atender por pura curiosidade e fechei os olhos ao atender, porque não sabia o que esperar.
— Matheus...— A voz do outro lado saiu baixa e fraca, mas era masculina.— Matheus, eu tô morrendo caralho.
Marília: Aonde? — Foi a única coisa que eu falei e me sentei na cama com o celular no ouvido.
— Onde ele morreu...— Eu consegui reconhecer, o Gl.— Caralho, eu tô...— Parou de falar.
Marília: Gabriel? — Quase gritei com ele, pulei a cama.— Ei, fala aí cara.
— Eu vou ficar com ele.— A voz dele saiu arrastada.
Eu não sabia se era choro, bebida ou o que tava acontecendo. Abri a porta do quarto correndo e procurei o Matheus em todo lugar, mas não achei.
Marília: Matheus.— Gritei alto, em menos de segundos escutei os passos dele vindo lá do quintal.— Gl, Gabriel ligou, ele tá mal, disse que a morrendo.
Deco: Aonde? — Me encarou assustado.
Marília: Aonde o Bryan morreu, ele disse que vai ficar com ele.— Falei nervosa igual.
Ana apareceu assustada olhando pra gente e o Matheus saiu de casa correndo, olhei pra trás e a única coisa que eu fiz, foi correr atrás.
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