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Deco.
Quando entrei no barzinho de novo, na mesa só tava Marília e Danda conversando, os moleques tavam lá fora fumando e minha coroa conversando. Passei os olhos em volta e sai de novo, parando do lado dos cara.
Deco: Marília viu federal andando por aqui.— Eles me olharam.— Atividade redobrada, qualquer um é alvo.
Gl: E tu é o principal já que tá com a filha do cara.— Vermelhinho me encarou.
Deco: Só se ele tiver ficando maluco pô, não deu valor nenhum a garota, falou que morreu e agora vai arrumar briga por ela? Não fode.— Neguei olhando a galera passar pela rua.
Vermelhinho: Tu tá com a Marília? — Falou no maior tom de deboche, olhei pra ele de novo e fiquei calado.
Pela forma eu já tava ligado o que tinha rolado, o vermelhinho as vezes viajava, então nesses caô dele eu nunca sabia se era verdade ou era gastação só pra tirar onda.
Gl: Dadinho volta de minas amanhã.— Confirmei.— Tu vai descer pra buscar ele? Ele pediu pra algum moleque ir.
Deco: Desce lá tu.— Falei olhando a Marília vindo na nossa direção com a Danda.
Danda: Estou com sono.—Falou entrando no nosso meio, ela abraçou a perna do Vermelhinho e ele jogou o cigarro no chão.
Senti a mão da Marília na minha cintura e olhei de lado pra ela, abraçando ela de lado. Passei o olhar pelo Vermelhinho e ele encarava a Danda, que tava no colo dele.
Vermelhinho: E aí, bora subir.— Apontou pra Marília.
Marília: Vou depois, tudo bem?! Quero resolver algo com o Deco.— Ele balançou a cabeça.
Vermelhinho: Se quiser ficar por aí pô, te dou o dinheiro amanhã. Tô de folga né não? — Me encarou, maior malandro.
Deco: Cola de manhã, tem um bagulho pra fazer.— Ele confirmou e saiu andando com a garota.
Gl: Ué pô, foi tu que disse que não tava com a Marília e agora tá arrastando a garota.— Ela olhou pra ele.
Mari: E quem falou que eu tô com esse garoto? Tenho uma reputação pra zelar nesse morro.— Falou negando.
Deco: Reputação que se eu te solto no meio da rua geral te quebra.— Bati na cabeça dela.
Dona Ana apareceu e Gl falou que ia levar ela, fui subindo andando com a Marília tranquilo, mas tava meio desconfiado dessas paradas daqui. Quando a gente chegou na minha casa, arrastei ela pro quarto e ela se jogou na cama, eu tirei a blusa e sentei.
Deco: Fala logo o que tu quer pra eu te deixar na casa do teu namorado logo pô.— Ela gargalhou tirando as costas da cama e eu encarei ela.
Marília: Ciúmes bateu? Lembra que a gente não tem nada ein.— Deu um tapa na minha perna.
Deco: Han, jae. Mas fala aí pô, manda o papo.— Marília me olhou.
Marília: Eu posso tentar marcar um encontro com meu pai, quero falar com ele algumas coisas. E depois, vocês podem pegar ele.
Deco: Não.— Ela sentou na cama.— Ninguém não tá precisando de ajuda pô, valeu.
Marília: Eu quero ir falar com ele de qualquer forma.
Deco: Para de ser teimosa cara, dá um tempo! — Falei bolado com ela.— Isso não é mais do teu interesse, qual foi. Arruma um bagulho aí pra fazer que eu pago cara, vai viver outra parada.
Marília: Sobre isso, andei pensando e vou fazer o concurso...— Fechei a cara.— Eu passei anos me dedicando a isso. Quero estar na polícia e fazer a diferença, quero ser algo.
Decidi não responder ela, mas Marília tava me olhando o tempo todo como se quisesse uma resposta. Mas eu ia falar o que pô? Não vou mentir que dou maior apoio pra ela, mas não vou querer acabar com um bagulho que ela se esforçou pra caralho.
Me levantei tirando a bermuda, apaguei a luz e deitei na cama, ela não se mexeu e eu coloquei a mão em cima da barriga dela, puxando ela pra perto de mim.
Marília: Sem opniões? — Virou o rosto de frente pra mim.
Deco: Tu vai amassar.— Falei baixo.
Consegui ver ela sorrindo e Marília beijou meu rosto me abraçando em seguida, ela se encolheu entre os meus braços e eu fiquei acordado por maior tempão sem consegui dormir.
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