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Deco.
Abri a porta da minha casa e vi de primeira Marília e Gl sentados no sofá, ela com um prato vazio em cima da perna, enquanto assistia o bagulho que passava na televisão e nem piscava direito. Já o Gl tava de braços cruzados e dormindo, parecia até que ela não tava ali. Marília me olhou e eu coloquei a sacola em cima do prato, ela desviou o olhar abrindo a sacola e o Gl abriu os olhos.
Deco: Tá na hora de meter o pé já né, pô? — Falei sério, a mudança desse cara de um dia pro outro não era bagulho maneiro pra mim, porém ele não me respondeu, só sentou no sofá e foi se levantar.
Marília: Obrigada.— Falou tirando a batata frita e uma pizza pequena da sacola.— De maracujá?
Confirmei com a cabeça vendo ela olhar pro suco com a maior admiração do mundo e fiquei encarando ela, que sorriu pro suco. Gl saiu da sala se arrastando e eu passei por ela indo na cozinha, bebi água e fui pro quarto. Tomei um banho tirando o cheiro da menina que tinha ficado em mim e tava me enjoando, era doce pra caralho.
Não se comparava com o da Marília, o dele era doce pra caralho mas era bagulho bom de sentir. O dessa garota era horrível, pior que a morte.
Tava pensando no que ia rolar daqui pra frente, não queria manter a Marília aqui dentro por mais que uma semana. Mas era complicado querer bancar uma casa pra ela, eu não tinha essa obrigação, por mais que ela fosse dahora, isso não é uma parada que eu tenho que carregar nas costas.
Desde o bagulho todo que aconteceu, sosseguei pro lado dela. Já tinha conseguido transar, me satisfiz da melhor maneira e ponto, esse era o intuito desde o começo. Não ia dar esse espaço pra ninguém se apegar, porque o bagulho era transar e depois de um mês sumir.
Mas tudo aconteceu da maneira errada pô, admito que ela é gostosa, apesar da pouca experiência sabe fazer de uma forma boa pra caralho. Mas eu tinha que pensar nas consequências dessa parada toda, não meter o louco na emoção.
Quando percebi ela tava entrando no quarto, eu já tava só de bermuda pra dormir e ela me olhou em dúvida.
Mari: Aonde eu durmo? — Falou encostada na porta.— E preciso de uma escova de dentes.
Soltei o ar pesado e apontei pro banheiro, falei que tinha escova na gaveta e falei que ela ia dormir aqui mermo. Não sei o que rolou, mas minha coroa não foi muito com a cara da Marília.
Talvez porque ela já chegou brigando com o Gl, ou porque é um bagulho novo ter outra mulher aqui dentro.
Deco: Tem mais algum bagulho do teu pai que tu sabe pô? Que pode ajudar aí.— Falei vendo ela sair do banheiro, enquanto coçava a cabeça.
Marília: Tem algumas coisas no escritório dele sobre você.— Sentou do meu lado.— Sei que isso não é algo que ajude, mas tem umas fotos suas com um menino que lembra um pouco você... Pelo que eu entendi, o menino morreu, e você é o próximo alvo...
O menino que lembra... O Bryan, o menino que está morto...
Deco: Algum bagulho útil.— Falei sério e ela ajeitou o postura, me encarando.
Marília: Ele sai todas as quintas às cinco, não sei pra onde, mas sempre sai. É um dos únicos momentos que ele sai sozinho. Só sei isso que pode ajudar.— Falou com raiva, se arrastando na cama e deitou.
Olhei pra ela de costas que tava colocando o lençol por cima do corpo e encarei a parede, passei uns segundos encarando o bagulho pra pensar em alguma parada mas minha cabeça só doeu. Então eu me levantei e fui fumar um, pra ver se conseguia aliviar a porra do estresse.
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