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Marília.
Já se passavam de uma hora da manhã, segundo o relógio que tava em cima da bancada. Eu tava morrendo de fome e o Matheus não tinha chegado, eu sei que ele não tinha muita obrigação de bancar a babá, mas eu esperava pelo menos um acolhimento maior na primeira noite.
Porque a comida que ele disse que tinha, era um pacote de Doritos, e não encheu minha barriga nem de longe.
Me atrevi em pisar fora do quarto, olhei em volta vendo que a televisão tava ligada e respirei fundo, sai na ponta de pé e vi o Gl sentado no sofá com a perna em cima do sofá e mexendo no celular. Por incrível que pareça, preferi ver ele aqui do que a mãe do Matheus.
Gl: Não vou fazer nada pra tu, nem pede.— Falou antes mesmo de eu abrir minha boca, encarei ele e fiz uma cara feia, e se eu não fiquei maluca, ele soltou uma risada fraca.
Marília: Preciso comer.— Falei me sentando na ponta do sofá.
Gl: Pode ir na cozinha e fazer qualquer bagulho, tem um pedaço de bolo ali, pode comer.— Desviou o olhar e me encarou.— Aí, Marília, né?
Marília: Sim, fã.— Debochei dele que me olhava sério.
Gl: Se tu quebrar a confiança que o Deco tá te dando, eu vou pessoalmente te fazer viver o pior bagulho da tua vida!
Marília: Gabriel, né? — Balancei a cabeça.— O Matheus sabe quem eu sou, se ele colocou a confiança dele em mim, ele sabe muito bem como eu vou agir diante disso! Mas apesar disso, ele já é bem grandinho pra se cuidar sozinho.
Gl: Eu sei que tu não tem uma família, mas é assim que o bagulho funciona pô! Um protege o outro.— Falou muito sério e eu soltei uma gargalhada.
Marília: Vai se fuder.— Falei entre minha risada, ele soltou outra risada.— Enquanto eu estiver diante das leis do senhor Deco, tenho certeza que serei a protegida dele.
Gl: Enquanto tu não vacila, é com ele. Mas quando tu errar em qualquer coisa, é comigo.— Pisquei.
Marília: Não vou ficar por muito tempo, não se acostuma.— Falei indo pra cozinha.
Gl: Por mim metia o pé amanhã mesmo.— Escutei ele falando e fiz careta.
Peguei o pedaço de bolo e me sentei na mesa, depois do bolo peguei um pão e fiquei com vergonha de pegar mais coisa pra colocar no pão, então coloquei água da torneira no copo e fui até a sala, sentei do lado do Gl na ponta do sofá e ele olhou pro meu prato assim que eu sentei.
Gl: Vai pegar os bagulhos garota,
tem queijo, tem presunto, tem refrigerante. Para de ser nóia pô.— Apontou reclamando.— Vai achando que aqui tem empregado.
Marília: E você que é o que? Pode ir lá buscar.— Coloquei a mão na cintura.
Gl me encarou feio e eu prendi a risada, me levantei novamente indo colocar só queijo, quando voltei ele negou com a cabeça e eu olhei pra televisão, passava um filme aleatório, mas era o que eu precisava pra me distrair, então fiquei comendo enquanto assistia e me concentrava pra relaxar um pouco.
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