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Marília.
Acordei depois de uma luta pra conseguir dormir com o Deco me balançando, eu encarei ele que tava de roupa e me olhava com uma cara de cansado, me sentei na cama olhando pra minha roupa e depois olhei pra ele de novo.
Deco: Troca de roupa que a gente tem que meter o pé rápido.— Jogou uma sacola em cima de mim.
Marília: Tem alguém atrás da gente? — Falei sem entender, abrindo a sacola e pegando um short jeans e uma calcinha.
Deco: Não, mas a polícia vai subir o morro de novo e eu tenho que tá lá.— Olhei bem pra ele.
Mari: Eu não quero ir pra lá...— Ele me olhou impaciente.
Deco: Então tu vai ficar na rua sozinha, né pô? Não vou ficar te bancando em hotel cara, tu tem que aceitar que tua vida tá de cabeça pra baixo! Bagulho de mimada não tá dando certo aqui.
Mari: Todo mundo já sabe de quem eu sou filha, eu não quero confusão.— Semicerrei os dentes enquanto falava.
Deco: Garota tu tá comigo! Eu sou o rei.— Falou em tom de brincadeira.— 10 minutos no máximo pra gente sair.
Peguei a sacola e me levantei da cama esquecendo totalmente que estava sem nada embaixo, mas o Matheus desviou o olhar de mim e pegou o celular, corri pro banheiro e vesti a calcinha e o short que ficou muito curto, tentei fazer ele parecer mais longo de diversas formas mas nada adiantava.
Mari: Não podemos comprar um vestido? — Sai do banheiro choramingando pra ele que olhou pro meu short.
Deco: Só tinha vestido de glitter no bagulho, achei marola.— Falou olhando diretamente pra minha coxa.
Ignorei ele e esperei ele pra gente sair, Matheus me jogou um saco com hambúrguer e batata frita, na hora abri um sorriso de orelha a orelha e ele pagou, engoli tudo pra não fazer ele esperar enquanto eu comia e subi na moto assim que terminei. Agarrei nele e senti o perfume, me aproximei o máximo que podia e aproveitei a sensação de proteção que ele conseguia me passar.
Subi a rocinha pela primeira vez com ele, não pude olhar muito pra nada porque ele tava voando. Só paramos numa rua que parecia sem saída e ele me olhou de lado.
Deco: Se eu te levar pra minha casa, vou precisar me preocupar contigo abrindo a boca pra polícia onde é? Papo reto mermo, Marília! Essa é a parada mais séria que eu tô te perguntando.
Mari: Não, eu prometo que não vai.— Falei firme.— Quando eu sair daqui pretendo deixar tudo que eu vivi aqui também.
Ele me olhou e virou o rosto, pareceu pensar no que eu falei e eu entendia ele, mas eu realmente tava disposta a isso.
Mari: Não sei quanto tempo vou precisar ficar aqui, mas eu te garanto que tudo que eu ver ou ouvir, vai ficar pra trás quando eu for embora. Leva como meu pagamento pela ajuda do seu pai.— Falei de coração.
Ele confirmou com a cabeça e eu segurei quando ele saiu com a moto, ele fez outro caminho e chegamos numa casa. Desci e esperei ele descer também, apenas fui seguindo e ele quando entramos, o Gl tava rindo e uma mulher tava contando algo pra ele.
Me lembrei da mulher, logo me lembrei da Soraia. Sentei na mesma mesa que essa mulher na festa da filha da Soraia, e a mulher pareceu não gostar de me ver, pela segunda vez me olhou de cima a baixo.
Gl: Marolou de vez agora, qual foi Deco? — Tentou se levantar, mas a perna pareceu que tava machucada.
Deco: Confio mais nela do que em tu.— Virou o rosto e fui até a mulher, beijou o rosto dela e eu continuei paradinha.
Gl: Vai achando que tá passando batida.— Apontou bem pra mim, eu encarei ele e semicerrei os olhos.
Mari: Você, vai se fuder! Gostou de ter levantando a mão pra mim várias vezes né? Otario.— Falei com raiva.
— Respeite meu filho.— Falou alto me chamando atenção.
Gl: Deixa cara, tá maluca pra voltar a ficar presa numa sala.— Eu ia responder novamente, que cara insuportável.
Deco: Se liga, da um tempo.— Falou alto e me puxou, encarei o menino e ele soltou uma risada fraca.
Parece que falou só por pura diversão, porque ele parecia não tá nem aí, parecia só implicância.
Matheus me puxou pra um quarto e parecia ser o dele, me sentei na cama de casal e ele tirou a blusa, me encolhi e pensei bem antes de falar, fiquei olhando pro teto e procurando a melhor forma de dizer.
Deco: O que é que tu quer? — Falou cruzando os braços.
Mari: É que ninguém daqui gosta muito de mim, se tivesse outro lugar...— Falei, achando que ele iria me xingar.
Deco: Quer ir pra casa da Eloísa? — Neguei rapidamente.— Então fica tranquila, não vai ser por muito tempo! Vou matar teu pai, tu entra na justiça e herda algum bagulho dele.
Mari: Tudo bem, obrigada.— Fiz legal pra ele que soltou uma risada fraca.
Deco: Vou resolver uns bagulhos, melhor papo pra tu é não sair do quarto porque minha coroa não gostou muito de tu não! Então fica suave, tem comida por aí.— Apontou pra um armário pequeno.
Apenas encarei ele e soltei o ar respirando fundo, me deitei na cama dele e ele pegou uma pistola, colocou a blusa no ombro e saiu fechando a porta. Fiquei sem saber o que fazer, apenas olhei pro teto e fiquei escutando alguns barulhos que vinham da rua.
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