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Deco.
Meu celular não parava de tocar, olhei pra tela e ignorei a Eloísa me ligando pela quarta vez, virei pro lado fechando os olhos de novo e quase que a porta do meu quarta ia sendo derrubada, sentei na cama assustado e o Gl tava na porta, só com uma perna apoiada no chão.
Gl: Invadiram a casa que o Dadinho tava.— Falou se arrastando pra dentro do quarto.
Deco: E eu tenho o que a ver com isso cara? Qual foi maluco, olha a hora.— Me joguei na cama de novo.
Gl: A tua protegida não quis ir embora com a Eloísa, ficou e caiu na mão da polícia.— Ele sentou na cama e eu sentei junto de novo.
Deco: Caralho que garota teimosa! Filha da puta se joga pra humilhação, que bagulho de chata.— Reclamei me levantando.
Gl: O que tu tem a ver mesmo? — Encarei ele serinho e ignorei, colocando uma bermuda.— Polícia tá aí, Deco.
Deco: Lembra quando a mãe tava no hospital, Dadinho sumiu no mundo e a gente tava sozinho? — Falei ligando a luz.— A garota tá vivendo o mermo bagulho, mas a diferença maior é que ela não tem nem irmão pra segurar essa parada com ela.
Gl: E tu se importa mermo com isso? — Olhei pra ele e confirmei.
Deco: Mandei o papo reto faz maior cota, ela não merece! — Gl ficou calado por um tempo.
Peguei meus bagulhos e tentei ligar pra Eloísa, ela demorou uma cota mas me atendeu, perguntei qual b.o e ela falou, falou que a garota foi levada pela polícia e tava toda machucada quando a Eloísa viu ela pela última vez.
Eloísa: Eu sempre concordei com você falando sobre ela ser de bem, você sabe. Mas é mais questão de mulher agora, você sabe o que eles fazem quando conseguem levar uma mulher assim, sem a mídia em cima. Se puder, acha ela o mais rápido possível.
Gl: Como tu vai fazer? Não dá pra ter noção de pra onde ela foi.— Apontou.
Deco: Vou ligar pra uns moleques da área, ver se algum aliado da polícia tá sabendo de algo... Não sei pô, mas a garota tá fudida!
Ele só confirmou e eu sai do quarto, era madrugada ainda e parecia tá tudo calmo lá fora. Consegui descer sem muito estresse e fui pra casa onde eles tavam, quando cheguei lá fiquei observando por um tempo, tava sozinho e não ia dar bobeira.
Dadinho não me atendia, Eloísa falou que ele tinha sumido com os moleques também. Passei quase vinte minutos e não tinha nenhuma movimentação, entrei por trás observando tudo, algum bagulho me dizia que tinha uma coisa muito errada por aqui.
Quando eu entrei por trás, só tinha uma luz ligada. Fui seguindo com a arma apontando e tomei maior susto com o Dadinho, uns moleques e a Marília jogada no chão. Primeira coisa que eu fiz foi ver os moleques apontando arma pra mim, depois encarei o Dadinho, que tava mexendo no celular.
Deco: Qual foi do bagulho? — Falei firme.
Por um momento, maior nojo do meu pai bateu por imaginar qualquer bagulho de ruim que ele tenha feito, ou tenha deixado fazerem com a Marília.
Xt: Aí Deco, tavam levando ela pra mata.— Foi o único falou.— A gente tava escondido na casinha de lá esperando a barra limpar, eles tavam na maldade com a garota.
Dadinho: Vão fazer ronda.— Ignorou o que aconteceu e falou com os moleques.— E organizem as paradas pra gente meter o pé.
Deco: Rocinha tá rodeado de polícia, tá suave ir pra lá não.— Falei com ele e me sentei no chão, do lado da Marília.
Segurei o rosto dela vendo que tava machucado, tinha sangue seco e a testa dela tava com um roxo grandão, tirei o cabelo dela do rosto e comecei a tentar acordar ela.
Dadinho: Pai da garota negou ela, bagulho que eu nem faria contigo. Preferia te matar logo.— Falou tranquilão, eu soltei uma risada e peguei o álcool em cima da mesa.
Deco: Nem precisei botar minha vida em jogo pra te mostrar que ela é inocente.
Coloquei ela pra sentir o álcool e ela puxou do meu colo assustada uns minutos depois, coloquei o álcool em cima da bancada e ela se sentou assustada, se encolheu me olhando com maior olhão, colocou a mão na testa e eu só vi a lágrima descer do rosto dela. Puxei a Marília pra perto de mim e abracei ela, ela não se mexeu, não se afastou, só deitou a cabeça no meu peito e começou a chorar igual uma criança.
Marília: Obrigada.— Falou olhando pro Dadinho.
Dadinho: Deco me paga.— Falou se levantando e eu abri maior olhão.— Mete o pé antes que voltem, a gente se tromba por aí.
Balancei a cabeça passando a mão no cabelo da Marília e ela se afastou de mim, encarei ela e ela me olhou, deixando o cabelo cair no rosto.
Marília: Me leva pra sua casa.— Pediu baixo, me olhando com medo.
Me levantei e estendi a mão pra ela, mas ela mal conseguia ficar de pé. Ajudei ela a levantar e sai arrastado com ela, não ia dar o mole de voltar pro morro agora, então procurei qualquer pousada no caminho e parei com ela lá.
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