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22

Deco.

Soltei o ar pesado e abri a porta, olhei pra ele sentado no sofá tranquilo, como se não tivesse rolando nada, desviei o olhar pra dona Ana que tava na cozinha e pulou assim que me viu. Não tive tempo de falar com ele, porque a única coisa que eu senti foi um soco no meio da minha cara, recuei pra trás sentindo o meu nariz doer e coloquei a mão no rosto.

Dadinho: Tu tá fudido comigo, filho da puta! Tu não consegue assumir uma responsabilidade? É tua função, caralho.— Gritou me puxando pela blusa.— Tu tá achando que essa porra é brincadeira? Quantas mortes tu quer carregar nas costas por irresponsabilidade?

Meu corpo tremeu ao ouvir aquilo, ele nunca falava sobre isso, mas quando tocava no assunto era papo de me desmontar.

Deco: Vai se fuder.— Fui pra cima dele empurrando, Dadinho chutou minhas pernas com toda força e minha mãe entrou na minha frente.

Ana: Para, já chega! Chega de tanta confusão.— Gritou.— Se você encostar no meu filho de novo, eu te mato.

Eu encarei ele que colocou a mão no fuzil e girou pra frente, quando ele ia encostar no rosto da minha mãe, eu empurrei ela e o bico bateu na minha bochecha.

Deco: Larga de ser covarde, filho da puta. Vaza daqui, mete o pé da minha casa! — Empurrei o fuzil e ele ia vir pra cima de mim de novo.— Sai de perto da minha mãe, porra.

Ele tava no ódio porque eu vacilei, eu sei. Mas porra, agir como otario na frente da minha mãe é papo de me deixar cego de ódio, era só mais um surto dele e eu atirava nele aqui mesmo, por ela eu não pensava nada.

E ia continuar em mim, mas a porta abriu com tanta força que eu olhei pra trás, vi o Gl entrando com raiva e vindo pra cima de mim. Ele não tinha motivo assim, mas qualquer bagulho era desculpa pra querer se meter em briga comigo, então ele não ia deixar ser atoa.

Ele veio preparando o soco na minha cabeça, empurrei ele cego de ódio. Comecei a socar a cara dele, empurrei ele na parede e chutei as pernas dele. O Gl caiu, minha mãe gritava, meu pai tava parado em pé encarando sem nenhuma reação, Vermelhinho passava pela porta no mesmo segundo em que eu sentia o sangue sair, o corpo mole e ele não tinha forças pra me mover dali.

Ana: Matheus pelo amor de deus! Chega, para com isso.— Gritou chorando.— Eu não vou aguentar, não vou aguentar perder outro de vocês.

Vermelhinho: Já deu, cara...— Puxou meu braço.— Dona Ana tá aqui, Matheus.

Me levantei com a ajuda dele vendo o Gl tossir sangue no chão e ele me olhou nos olhos, encarei ele e senti minha cabeça doer, assim como a mão.

"Quantas mortes tu quer carregar nas costas por irresponsabilidade?"

Não adiantava fugir, não adiantava negar. Eu sabia que era culpa minha, que geral podia disfarçar, mas todo mundo me tirava como culpado da morte do Bryan. E no final eu sabia, eu era o culpado.

Tudo aconteceu quando era meu aniversário, dezesseis anos, moleque novinho, no tráfico não tinha nem cinco meses. Meu irmão que me guiava, ele era quatro anos mais velho que eu, me mostrou tudo, me ensinou tudo, enquanto meu pai tava ocupado comendo qualquer mulher que ele via na rua.

Eu tava no baile da penha comemorando meu aniversário quando me bati com o Diego, o filho da puta do Diego. Filho também de um dos gerentes do tráfico de um morro comandado pelo pcc, ou seja, facção inimiga. Assim que eu me trombei com ele no baile eu já havia pegado a maldade, mas tentei ficar suave.

Ele ficava me olhando torto, passando do lado pra jogar piadinha, rindo de longe com os amigos. Aguentei até o final do baile, assim que terminou e tava geral indo pra casa, eu matei ele, dois tiros na cabeça. Por prazer, por querer pagar de grandão, por achar que isso era o certo.

Minha primeira morte...

Quase um mês depois tudo continuava normal, tranquilo. Mas o Pcc todo resolveu invadir o morro, eu levei o bagulho na brincadeira, sempre achei que minha ação não ia ter a porra de uma consequência. Eu tava gastando a invasão desde o começo, até escutar eles procurando pelo culpado da morte do Diego.

Diego não era envolvido, ele só era filho do cara. Mas trabalhava na lei, nunca se envolveu com esses bagulhos, por isso era tão importante pros caras. Eu não sabia, e mesmo se soubesse, tenho certeza que isso não iria mudar em nada pra mim naquele dia.

Eu vacilei quando descobri que era a mim que eles queriam, perdi a cabeça e rodei. Uns três caras me pegaram, mas ainda não sabiam que eu tinha sido o culpado, de qualquer forma eu era o filho do gerente do tráfico, ia ser usado pra benefícios deles. Eu tava sendo arrastado pra fora do morro depois de ter apanhado pra caralho quando o Bryan apareceu.

Sem arma, sem nada pra proteger ele. Ele gritou pra me soltarem, falou que tinha sido ele o culpado pela morte, deu os detalhes, como, aonde, que dia, o porquê.... E ele não mentiu em nada disso porque ele estava comigo no dia, na hora em que aconteceu. Ele me viu surtar, brigou comigo e me deu uma coça, me tirou do tráfico por semanas e ficou no ódio comigo.

Eu vi ele sendo morto.

Eu vi os pentes descarregando em cima dele, por minha culpa.

Minha culpa.

Eu vi o sangue descendo, eu vi seu corpo desfigurado, eu vi minhas lágrimas caírem, senti meu peito doer, senti ódio de mim, senti minha garganta doer enquanto eu gritava, eu implorava pra ele ficar aqui, pra ele não me abandonar.

Eu não iria aguentar sem ele.

Gl chegou com uma tropa, matou os caras. Mas olhou para o Bryan no chão, se ajoelhou do lado dele chorando igual uma criança.

"A culpa foi sua." — Disse ele olhando nos meus olhos, que mesmo embaçados de tanto chorar, conseguiu enxergar.

Ele sabia, ele também estava com a gente.

E ele estava certo, não adiantava negar, fingir que não era bem assim não ia mudar. Não importava quando dona Ana dizia que tava tudo bem, que me amava, que não era culpa minha, mesmo sabendo da história. Porque eu sempre ia carregar isso comigo, eu sempre ia ter a culpa aqui.

E encher a cara do Gabriel de soco, gritar com meu pai e querer matar ele não ia mudar, porque não ia ter o Bryan de volta, eu não ia mudar minhas atitudes, eu ia continuar sendo o filho da puta responsável pela morte do próprio irmão, não importava quanto tempo passasse.

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