18
Deco.
Rodei por aí tranquilinho até achar uma galera vendendo lanche, parei lá esperando o xingamento dela. Paty, morava na sul, prédio de rico, outro nível, já tava preparado pro esculacho que ela ia dar querendo ir pra restaurante.
Mas ela desceu calada e me olhou dos pés a cabeça quando eu desci da moto, ela soltou um sorriso pra mim e eu olhei pra ela de lado.
Deco: Tu tá linda.— Balancei a cabeça pra ela.
Ela ficou calada parecendo pensar e eu arrastei uma cadeira pra sentar, ela sentou do meu lado e colocou o celular na mesa, enquanto eu peguei o cardápio.
Mari: Você tá bem bonito.— Falou enquanto eu olhava pro cardápio.— O que é algo milagroso até...
Deco: Não sabe elogiar sem ofender né, maluca? — Interrompi ela e ela deu uma risada, levantando as duas mãos em rendição.
Mari: Adoro batata frita, mas como uma vez por ano.— Falou animada, olhando a garçonete passando.
Deco: Que papo de maluco é esse?
Mari: A mulher do meu pai não deixa entrar essas comidas lá em casa.— Resmungou.
Deco: Bota terror nela, mostra quem manda.
Mari: Ela manda, ainda mais agora que vai ter um filho. Um terror só, não aguento nem imaginar.— Falou baixando a cabeça e logo levantou, pegando o cardápio da minha mão.
Fiquei tranquilo mexendo no celular até ela decidir, a gente pediu dois hambúrgueres e uma batata frita, coloquei o celular em cima da mesa e ela tava olhando tudo em volta, parecia que tava descobrindo o mundo.
Deco: Tu faz o que da vida? — Chamei atenção dela.
Mari: Estudo.— Respondeu rápido e eu esperei ela terminar de falar, mas ela só ficou me olhando.
Deco: Pra que? Tu já faz faculdade? Pô, tu tem quantos anos?
Mari: Estudo pra ser delegada federal.— Falou devagar, encarei ela segurando uma risada, eu tava fudido filho.— Eu estudo pro concurso e tenho 19 anos. Não que seja da sua conta essas coisas, maluco.
Deco: Ih cara, qual foi? É assim que funciona um encontro pô, serve pra se conhecer melhor e tal, nunca teve um não? — Gastei com ela.
Mari: Só com gente que eu gosto.— Passou a mão no cabelo jogando pro lado, me fazendo soltar uma risada.— Aí nem precisava de muito esforço.
Deco: Tu é linda com o cabelo assim, mas quando tá cacheado fica sem condições pô. Auge de beleza, papo reto.— Apontei pra ela.
Mari: Obrigada.— Falou tentando segurar o sorriso mas nem deu, caiu na rede.— E você, o que faz da vida?
Deco: Eu tô trabalhando numa loja...— Ela ficou me olhando.— Loja de roupa.
Mari: E aonde fica pra eu ir falar com o patrão pra falar que você é péssimo em educação? — Olhei pra ela indignado.
Deco: Tá metendo papo de maluca ein, sou aqui maior dez contigo. Tu que é neurótica aí, me xinga até quando não tem motivo.— Desviei maneiro da pergunta dela, ela sorriu e batata chegou antes do hambúrguer, porque ela quase chorou pra mulher adiantar as batatas.
Mari: Mas aonde fica? — Achei que ela tinha esquecido, já que tava comendo o bagulho felizona.— Aonde você mora?
Deco: Na zona leste, eu moro na leste.— Falei encarando ela.— A lojinha é lá perto também, é bagulho pequeno ainda mas boto fé que uma hora cresce.
Ela confirmou com a cabeça mas pela cara marolou em outra ideia. Mina estuda pra federal, burra essa garota não é! E só pelo que eu via já tava metido em uma confusão maneira. Confusão maneira e gostosa pra caralho, pelo menos assim valia a pena.
A gente conversou sobre altos besteiras, umas paradas meio tranquilas, ela comeu tudo que queria e ainda ficou reclamando que comeu demais, levantou se arrastando até a moto.
Mari: Não quero ir pra casa, é tão bom ficar na rua.— Falou olhando pro céu.— A vista é muito melhor daqui.
Deco: Te levo pra onde tu quiser.— Eu disse enquanto ligava a moto e ela sorriu.
Mari: Não conheço nada legal pra fazer. A gente pode só andar de moto por aí.— Confirmei.
Ela subiu na moto e eu meti o pé dali, sai andando por umas ruas que eu nunca tinha visto, tava dando volta pelos lugares tranquilão. Desci pra Ipanema, fui devagarzinho por ali vendo ela olhar pro mar e sorrir de orelha a orelha, rodei mais um pouquinho e já eram quase meia noite quando eu parei no posto.
Mari: Preciso ir no banheiro.— Falou pulando da moto.
Ia perguntar se ela queria que eu fosse com ela mas ela saiu igual maluca correndo, observei que tinha uns três homens bebendo perto da entrada do banheiro e quando ela passou eles já ficaram olhando. Paguei a gasolina encostando a moto e fiquei encarando eles, querendo saber no que ia dar.
Quando ela saiu, os três pararam de conversar pra olhar ela, ela virou o rosto e ia saindo tranquila, quando um deles falou algum bagulho que eu não entendi, já comecei a andar pra perto, mas ela virou maior soco na cara dele.
Parei de andar vendo ela grandona pra cima dos três, falou algum bagulho e veio pisando forte na minha direção.
Mari: Odeio homens.— Falou amarrando o cabelo.
Deco: O que ele falou?
Mari: Que a mão dele ficaria linda na minha bunda.— Falou puta, encarei eles e ela bateu o pé.— Vamos embora, quero ir pra casa.
Deco: Quer ir no controle? — Falei virando pra ela, ela tirou no mermo momento a postura de brava e sorriu.
Mari: Não sei, a gente morre na primeira esquina.
Deco: Te ensino, é bagulho fácil.— Falei puxando ela pra frente.
Ela subiu na moto, mostrei pra ela cada bagulho, subi na garupa e porra, eu sou inteligente pra caralho. O perfume dela era maior pra mim daqui, fiz questão de passar o rosto pelo pescoço dela e ela se encolheu, me dando uma cotovelada leve.
Quando ela foi sair na moto quase virou e a gente caiu ali mesmo, ela ficou nervosa e começou a rir e eu soltei uma risada fraca, falando que era papo de outro dia isso aí porque hoje não tava legal pra cair de moto.
Deco: Tô novin pra morrer, vem não.— Falei descendo da moto, mas por mim ficaria ali fácil.
Mari: Te avisei, preciso de aulas. Só sei pra carro, aí sou a melhor motorista do mundo.— Eu tomei a frente e ela parou do meu lado antes de subir.
Olhei pra ela sem entender e só senti a boca dela colando na minha, não soltei a moto porque ia cair, então uma mão tava segurando a moto com uma força que eu nem sabia que tinha, e outra segurando a cintura dela. Eu quis colocar ela em cima da moto e transar com ela ali em cima mermo, só pelo prazer que tava sentindo.
Quanto mais eu puxava ela pra perto, mas ela vinha, até eu perder a noção do bagulho, minha mão vacilar na moto e quase os três bagulhos iam cair no chão, eu, ela e a moto.
Ela se afastou prendendo os lábios e deu uma risada nervosa, queria continuar ali mermo mas ela pulou se afastando. Olhei bem pra ela antes de subir na moto e ela subiu na garupa, eu fui devagar até a casa dela, tava sem pressa nenhuma, tava dando tempo dela pensar e me chamar pra subir.
Mari: Lá vem com as coisas de maluco.— Falou quando eu parei no prédio dela e desci da moto junto com ela.
Puxei ela pelo braço encostando na moto e beijei ela de novo, ela abraçou minha cintura e eu segurei o rosto dela, enquanto buscava a língua dela com presa, sentia o tesão bater e só queria uma coisa com ela ali mermo, não tava nem aí.
Mas ela me fez desacelerar, ela puxou pra um beijo calmo, que fez piorar minha situação, senti meu garotão pronto pra guerra, chega doeu. Soltei a boca dela e coloquei meu rosto no pescoço dela, sentindo o perfume.
Deco: Vamo subir pra tua casa...— Falei baixo, beijando o pescoço dela, e ela colocou a mão no meu peito.
Mari: Boa noite, obrigada.— Falou se afastando, assim que eu me aproximei.
Abri a boca pra xingar ela maneirinho, ia ser só papo de ódio. Mas ela virou o rosto e o corpo, começou a andar pra dentro como se nada tivesse acontecido e eu fiquei encarando aquilo como papo de maluco, de doida.
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