Deco.

Ajeitei o dinheiro no meu cofre e tranquei, tirando uma parte e colocando no bolso, quando virei de costas dona Ana tava parada me encarando com uma cara feia, eu fechei o guarda roupa e tirei o dinheiro, estendendo pra ela.

Ana: Tá achando que vai me enganar com esse dinheiro? — Me deu um tapa na cabeça e eu soltei uma risada fraca.— Eu já falei, quando for fazer essas porras, me avisa caralho!

Deco: Tu só fica arrumando preocupação atoa, boba.— Abracei ela contragosto, beijando a cabeça dela.

Ana: Tu tá se arrumando pra ir pra onde? Chegou dessas tuas vagabundagens, não comeu nada, só tomou banho e acha que vai sair? — Eu neguei com a cabeça.

Deco: Festa de cria, qual foi cara.— Baguncei o cabelo dela.— Vou comer na rua, pega aí, compra algum bagulho pra tu.

Ana: Você acha que me engana.— Falou toda marrenta, pegando o dinheiro.

Dei outro beijo nela e peguei meus bagulhos, sai vendo o vermelhinho me esperar e subi na. garupa dele. A gente foi para o de lei, balada da zona leste onde só tinha patricinha e filhinho de papai, melhor lugar pra pegar mulher e enganar bobo.

Quando a gente chegou, subiu direto pro vip mas no mermo momento fechei a cara quando vi o Gl ali, balancei a cabeça negando e encostei no canto, vendo o Gl me olhar de cara fechada.

Deco: Vacilo no papo, tu tá ligado que aonde esse comédia tá, eu não faço questão de pisar.— Falei apontando pro Vermelhinho.

Vermelhinho: Qual foi deco, vai ficar igual cria birrento ou vai aproveitar? Se liga, porra.— Falou pegando um copo e jogando nos meus peitos.

Virei o rosto vendo ele encher meu copo de whisky e joguei gelo, me afastei dele indo pra perto dos outros moleques e procurei alguma mina dahora, me amarrava numa loirinha e era o paraíso isso aqui pra mim.

Tava bebendo meu whisky quando vi uma menina com o cabelo longo, meio liso e preto, ela usava um vestido azul escuro que tinha um decote grandão no meio dos peitos, que chamava atenção de qualquer um! Ela era alta o suficiente pra ser avistada de longe e sem nem mandar o papo sobre a beleza dela, que mesmo de longe era coisa linda.

Mas ela tava com uma garrafa de água mão, olhando fixamente pro Gl, que não tinha nem percebido e tava conversando com os outros moleques. Ela encarava ele como se fosse bagulho de outro mundo, papo que pra nós isso era bagulho de atenção já, mas eu tava pouco me fudendo pra ele, se ele se fudesse ia ser privilégio pra mim, então ignorei esse bagulho e continuei olhando pra ela.

Depois de pegar uma visão maneira ali, desviei o olhar pras meninas que subiam pra cá, me amarrei numa loira e encarei ela dos pés a cabeça, igual as outras. Olhei pra ela e passei por ali descendo pra ir no banheiro, sai sozinho no meio da galera e entrei no bagulho, fiz minhas paradas tranquilão e quando tava saindo bati com alguém.

A garota quase se desequilibrou e eu puxei o braço dela, meu olhar caiu direto no decote e pela cor do vestido eu sabia que era a morena. Subi o olhar pra ela que me encarava feio, os olhos castanhos me encaravam e ela tentou me soltar.

— Tá cego? — Falou puta comigo.

Deco: Se eu to cego tu tá chapada né, maluca.— Continuei segurando o braço dela.— Te ajudo no bagulho e ainda vem na maldade comigo?!

— Me ajudou em que? Eu ein, acha que salvou o mundo né?! — Me empurrou com mais força e eu soltei ela, vendo que a galera tava começando a vim no banheiro.

Deco: Qual teu nome? — Ignorei o que ela falou e encarei a boca dela, que se abriu levemente e depois fechou.

Ela me encarou dos pés a cabeça, fazendo questão de deixar claro que tava fazendo essa parada, cruzei os braços fechando a cara pra ela e ela olhou pra minha boca, eu desci os olhos pra boca dela novamente e ela fez a mesma parada de abrir levemente, mas dessa vez ela falou.

— Me dá licença.— Apontou pro banheiro.

Balancei a cabeça de lado saindo da frente e ela levantou o rosto passando por mim, virei pra analisar a bunda dela e o corpo por trás, que era bagulho de se admirar, de vagabundo se perder ali. E papo só, eu tinha ficado cheio de vontade de me perder ali, só pela forma de maluca que ela tinha.