02
Matheus Alencar.
Deco.
Segurei o pino de cocaína brincando entre os dedos movendo de um lado pro outro enquanto olhava o pó branco ali dentro. Soltei a fumaça sentindo as cinzas caírem e quando um moleque entrou na lojinha, cambaleando e quase caindo, eu levantei a cabeça pra observar, vendo ele jogar o dinheiro em cima de mim como um desesperado.
— Me dá dois pinos aí mano.— Falou e eu encarei ele, que estava totalmente em outro mundo.
Abri a gaveta pegando os pinos e joguei em cima dele, que agiu como se tivesse encontrado uma fonte de felicidade, segurou o bagulho e saiu batendo em tudo, inclusive no Gl que estava entrando e empurrou ele, resmungando um palavrão enquanto vinha na minha direção.
Gl: Dadinho quer tu na frente do assalto.—Falou sério, abrindo a gaveta do dinheiro.—Papo de uma grana boa.
Continuei calado e peguei meu celular, vendo o Gl pegando o dinheiro junto do caderninho. No reflexo do celular encarei meu olho roxo que era uma lembrança do que o Gl havia feito comigo ontem de noite. Quando eu fui pra cima dele quando ele falou que eu merecia ter morrido no lugar do meu irmão, mas tava junto dos parceiros dele, que me seguraram e eu apanhei por um bagulho que eu deveria bater pra caralho.
Gl: Tu escutou o bagulho ou tá de fazendo de surdo? — Aumentou o tom de voz, Vermelhinho tirou os olhos da pistola que ele tava limpando em cima da mesa e olhou pra mim.— Tá preciso apanhar de novo pra aprender?
Deco: O que eu tinha pra resolver com o Dadinho eu já resolvi, com ele. Se ele não te passou os bagulhos problema é teu! — Falei votando a olhar pro celular e sentir um chute nas minhas pernas, joguei o celular em cima da bancada me levantando e empurrei ele que tava na minha frente.— Vai tomar no teu cu, filho da puta.
Vermelhinho: Ah cara, qual foi vocês dois.— Se meteu me puxando pra trás.— Chega dessa parada cara, chato pra caralho.
Gl: Teus dias tão contados na minha mão, bota fé no que eu tô te falando.— Saiu arrastando a grana e o caderno.
Dei um murro na parede descontando minha raiva ali e senti meu pulso arder, vermelhinho colocou as mãos na cintura e negou, me vendo sentar.
Vermelhinho: Até quando vocês vão ficar nessa guerra cara? Bagulho chato, parece dois inimigos. Os cara cresceram juntos, caralho! — Falou puto.
Deco: Quando tu tiver que escutar da boca de um filho da puta quase todo dia, que teu irmão morreu por tua culpa, tu me fala qual vai ser.— Me joguei na cadeira, vendo minha mão machucada.
Vermelhinho: Tu sabe que o Bryan não morreu por tua culpa, ninguém pode falar ao contrário do que tu viveu, porra. E ele ia odiar pra caralho ver o irmão e o primo brigando dessa maneira, papo só.— Sentou na cadeira, pegando a pistola de novo.
Meu celular tocou e eu olhei o Dadinho na tela, joguei a cabeça pra trás atendendo e o único bagulho que ele falou foi pra eu subir pra casa. Desligou na minha cara e eu me levantei, joguei a lojinha nas costas do Vermelho e fui saindo, peguei minha moto e subi pra casa do Dadinho, tava aberta e eu só entrei, vendo ele assistindo televisão enquanto tomava uma cerveja.
Dadinho: Bagulho de hoje precisa ver de outra forma, parece que o carro forte vai atrasar.— Me joguei no sofá.— E parece que o delegado federal vai tá de olho na movimentação.
Deco: E desde quando ele se mete nisso?
Dadinho: Ele tá doido pra chegar no meu rastro, tá ligado qual a especialidade.— Soltou uma risada.— E aí, vai pular fora?
Deco: Me dá as informações novas que eu organizo a parada. Se tu me der autorização eu chamo os moleques e mato o Márcio hoje mermo!
Dadinho: Não, o que é dele tá guardado, bagulho é ter paciência.— Balancei a cabeça.— Fiquei sabendo que tu brigou com o Gl de novo.
Deco: Ele veio pra cima de mim, mandou os moleques me segurarem.— Meu pai me encarou.— Aí, da próxima vez que ele falar qualquer bagulho relacionado ao Bryan, eu vou meter um tiro na testa dele.
O coroa me encarou e eu me levantei, mandei ele pedir pro moleque me atualizar e fui atrás de resolver esse corre de hoje. Fiquei batendo cabeça até umas quatro da tarde, depois disso meti o pé pra casa e aproveitei que a minha coroa não tava pra encher minha mente, só tomei um banho, peguei meus bagulhos e meti o pé, indo pra missão.
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