Geralmente coloco as notas embaixo, mas como é a segunda atualização em menos de doze horas vim avisar, caso alguém não tenha visto, que atualizei outro antes desse, esta madrugada. Se não leu volta lá para não ficar perdido. 😚❤

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O pequeno grupo andava havia quase trinta minutos na trilha de terra entre as árvores; nem todos haviam ido, alguns ficaram para iniciar o concerto do zepelim e combinaram de se encontrar mais tarde. Camila sentia sede e se sentia cansada, mas não reclamaria, não pareceria um peso para os outros.

Claro que se caso ela sentisse alguma dor ela avisaria, não seria idiota ao ponto de deixar que algo acontecesse com seu bebê apenas por um orgulho idiota.

-- Você está muito pálida. Melhor pararmos um pouco. -- Lauren disse, vendo Camila menear a cabeça.

-- Eu posso continuar. -- Ela disse, vendo Lauren assentir, mas mesmo assim colocar uma blusa no chão e se acomodar ali.

-- Eu sei que pode, mas não deve. -- Ela disse, puxando Camila para seu colo. -- Por que está fazendo isso, meu amor? -- Perguntou baixinho. -- Podem ir vocês, logo iremos. -- Informou aos outros.

-- Não queria atrasar ninguém. -- Camila confessou, enterrando seu rosto na curva do pescoço de Lauren.

-- Camila, ninguém aqui tem pressa. Estamos presos neste lugar pelos próximos dias. -- Lauren disse, pegando a garrafinha de água que havia colocado em sua cintura e entregando para sua mulher.

-- Obrigada. -- Camila disse, bebendo a água sem pensar duas vezes. Estava morta de sede. -- Eu só não quero gerar mais falatório, sabe?

-- Eu sei. Você é preciosa demais para esse mundo, mas o mais importante da minha vida é você, nosso neném e minha mãe, então não ligue para o que o restante diz. -- Camila suspirou.

-- Eu sei, mas é doloroso saber que a cidade inteira alega que eu te traí com o nosso médico.

-- Eles têm a mente fechada. Só porque não existia esse método antes acham que jamais seria possível existir. -- Camila franziu o cenho quando sentiu Lauren colocar as peças de roupa que levava consigo sobre sua cabeça.

-- Para que isso? -- Camila perguntou confusa.

-- Não pode tomar sol tanto tempo e não temos um chapéu. -- Lauren disse, vendo Camila rir baixinho.

-- Desculpe.

-- Pelo quê? -- Lauren perguntou.

-- Por ter sugerido o que fizemos. Poderíamos ter adotado. -- Ela disse cheia de culpa. -- Se não fosse por isso os Rojas jamais teriam duvidado do seu poder como comandante e trocado de aliado.

-- Camila, já conversamos sobre isso. A culpa não é sua. -- Lauren insistiu. -- É um bebê com a nossa genética, não me importa que pensem que você me traiu com o nosso médico, que achem que eu aceitei a traição diante dos meus olhos e ainda assumi o bebê, nada disso me importa. Eu sei que esse filho é nosso e isso basta.

-- Senhora, achamos proteção para a sua esposa e para a senhora logo ali. -- Lionel, um dos homens da artilharia, informou.

-- E quanto a vocês? -- Ela indagou.

-- Também, porém um pouco mais a frente. Achamos apropriado para vocês logo ali pois é mais perto para a senhora Camila e é pequeno, cabendo não mais do que duas ou três pessoas.

-- Uma árvore? -- Lauren perguntou.

-- Uma grande rocha aberta no meio. Protege do relento e de chuva, desde que não seja muito pesada. -- Disse, vendo Lauren assentir.

-- Obrigada, Senhor Puentes. Vou deixar minha esposa ali e ir buscar alimentos para todos. Acredito que o senhor também não tenha comido desde esta manhã.

-- Sim, senhora.

-- Não quero que fiquem tanto tempo sem comer. Precisamos de força. -- Ela informou, ajudando Camila a se levantar e fazendo o mesmo.

-- Quer que eu a leve, senhora? -- Ele perguntou, notando Camila pálida demais.

-- É muito longe? -- Lauren perguntou, sentindo sua esposa encostar a cabeça em seu ombro.

-- Uns trinta passos em diagonal direita.

-- Então eu mesma a levo, obrigada. -- Ele disse, enlaçando seus braços nas coxas de Camila e a levantando.

-- Lauren Jauregui, eu posso andar. -- Camila disse, piscando demoradamente; o sol havia sugado suas energias.

-- Eu sei que pode, mas não quero que se esforce tanto estando tão cansada. -- Ela disse, começando a caminhar com Camila em seus braços.

-- Você vai se cansar, não estou tão leve. -- Camila informou, rindo fraco.

-- Eu carrego homens enormes quando estão feridos o tempo inteiro, não penso em te deixar caminhar.

-- Teimosa. -- Camila criticou, rindo.

-- Linda. -- Lauren rebateu, sentindo um sorriso se formar no rosto de Camila, já que a garota estava com seu rosto colado contra a pele de seu pescoço.

-- Me sinto revivendo nosso passado estando com John e Jenna aqui. -- Camila confessou, rindo.

-- Quando você me odiava? -- Lauren indagou.

-- Lauren, quantas vezes vou precisar te dizer que não tem como te odiar? Eu jamais te odiei. -- Camila disse, sentindo sua esposa soltar seu corpo contra o chão lentamente. -- Você sempre foi tão doce. Eu só...

-- Não me amava. -- Lauren completou.

-- Exatamente. -- Replicou. -- É aqui? -- Perguntou olhando em volta.

-- Sim. -- Disse, vendo Lionel colocar suas coisas, as quais ela carregava antes de pegar Camila no colo, ao seu lado. -- Obrigada. -- Ela lhe disse cordialmente.

-- Lauren, acho que um lobo ainda pode nos pegar ali dentro. -- A maior não se conteve em rir dessa vez.

-- Não vai acontecer nada de ruim, não se preocupe.

-- Não estou preocupada. Já lhe disse que não tenho medo; só te avisei para você ter isso em mente. -- Lauren sorriu de canto e se aproximou, deixando um beijo na testa de Camila.

-- Obrigada por me avisar, vida. -- Ela disse, pegando algumas roupas mais confortáveis e estendendo-as ao longo de onde dormiriam.

-- Senhora Jauregui... -- A voz feminina fez ambas as mulheres se virarem. -- Sou do comitê de costura e vim me oferecer para seus serviços enquanto estamos aqui. -- Disse gentilmente. -- Sou Nicole, é um prazer conhecê-las.

-- O prazer é todo nosso. -- Lauren disse, estendendo sua mão para apertar a de Nicole, fazendo Camila não gostar, definitivamente, daquele toque. Claro que Lauren fora gentil e Camila confiava em sua esposa, porém os olhos verdes, a pele morena e o corpo esbelto fizeram uma pitada de ciúmes invadir-lhe os sentidos.

-- Sou Camila. -- Ela se apresentou assim que a garota entendeu sua mão para ela.

-- Sei quem a senhora é. Aliás, todos sabemos. -- Ela comentou cordialmente, contudo, algo em seu tom de voz era acusatório.

-- Obrigada por se oferecer a prestar seus serviços a nós, no entanto estamos bem. Qualquer coisa avisamos. -- Lauren disse sorrindo, fazendo Camila se remoer por dentro. Por que ela estava sorrindo? Se perguntava.

-- Só vim me apresentar mesmo e deixar-lhes ciente de que estou às suas ordens. -- A moça disse, segurando o canto de seu vestido longo e se curvando ligeiramente, fazendo uma reverência. -- Estamos um pouco mais a frente, qualquer coisa é só nos chamar.

-- Obrigada por tanta disposição. -- Camila disse; algo em seu interior não gostou daquela mulher desde seu tom acusatório.

-- Imagina, com licença. --  Ela disse, se afastando. Lauren sorriu e se virou para Camila.

-- Quanta gentileza, não? -- Lauren era sempre tão ingênua que Camila não entendia como conseguia.

-- Totalmente gentil. -- Disse, forçando um sorriso antes de dar mais uma olhada na figura da mulher caminhando para longe dali. Então decidiu não se estressar, se sentia fraca demais para perder tempo com coisas triviais.