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Capítulo 3

SOPHIE considerava-se uma pessoa Boa. Uma princesa. Dotada de uma beleza extraordinária, boas maneiras, praticava boas ações todos os dias - nem que fosse pelo simples facto de ser melhor amiga de uma bruxa - e sonhava em concretizar as palavras que a mãe lhe dissera vezes sem conta.

"Um dia vais mudar o mundo, Sophie."

Por isso, Sophie tinha-se em alta conta... e detestava quem duvidava de si. Natasha Sinclair era uma dessas pessoas, nem que fosse apenas para a irritar.

Natasha era tudo o que havia de errado no mundo. Se Sophie tivesse de defini-la, diria que Natasha era rude, mal educada, gostava de a tirar do sério, ambiciosa, egoísta... Todas as princesas tinham uma vilã e a Sinclair era a vila da sua história, uma Maléfica cujo único defeito era ser demasiado bonita para uma alma tão podre.

O ódio era mútuo. Nos poucos instantes que passavam juntas existia uma constante tensão com provocações de ambas as partes, a ironia de Natasha misturada com o ego frágil de Sophie deixando Agatha, a ligação entre elas, exasperada e a ter de as separar antes que houvessem cabelos arrancados e dentes a voar.

Na Escola do Mal, não existia Agatha.

Em passos decididos, Sophie caminhou na direção de Natasha, as mãos segurando a barra do seu vestido e os olhos faiscando de irritação.

- Tu! - espetou o dedo indicador próximo do nariz da ruiva, cujos dentes se arreganharam - Amaldiçoaste-me, não foi?! Sempre quiseste fazer da minha vida um inferno! A culpa de eu estar nesta escola estúpida é tua!

- Oh cala-te. - ripostou Natasha, afastando a mão dela com um safanão - Se estás aqui é porque és mais podre do que julgas. - esboçou um sorrisinho provocatório - Eu sempre disse que tu de Boa não tens nada.

- Eu sou Boa! Sou uma princesa! - exclamou a loira, batendo o pé - Isto é um erro! A Agatha é que devia estar aqui!

Ao ouvir o nome da única pessoa da sua idade que gostava minimamente, o sobrolho de Natasha franziu-se, fitando Sophie com uma expressão confusa.

- Agatha veio também? - fez uma pausa, levando a mão à boca para esconder a risada - E foi para a Escola do Bem? Isto está a ficar cada vez melhor.

A outra ignorou-a, olhando em volta. Com um resmungo, dirigiu-se a passos largos ao encontro de uma mulher parada de costas para elas, no centro do salão onde os novos alunos eram recebidos. Revirando os olhos, Natasha seguiu-a, notando a forma como os outros Nuncas conversavam entre si, perfeitamente integrados naquele ambiente tenebroso. Sophie era a única que destoava, com o seu vestido rodado, cabelos loiros e pele lisa. A sua voz cortava o ar com histeria, protestando com a mulher à sua frente ultrajada por ter sido colocada na escola errada. Esta, por sua vez, virara-se de frente para ela e fitava-a com uma mistura de tédio e divertimento, a bengala na sua mão acompanhando o seu movimento à medida que provocava a mais nova com mestria:

- O teu nome? Na verdade, não digas. Deixa-me adivinhar o teu nome...

- Não vai adivinhar. - interrompeu Sophie, em vão.

- Sophie. - a mais velha ergueu as sobrancelhas, os olhos púrpura analisando a outra com atenção- De Gavaldon. - um sorriso malicioso surgiu no seu rosto - Estou muito longe?

Os lábios de Natasha retorceram-se num sorriso, vendo a expressão horrorizada de Sophie. A mulher, que supôs ser alguém importante naquela escola, perguntou:

- Adivinhei? Adivinho sempre.

- Deve ser engano. - Sophie abanou a cabeça, abrindo e fechando a boca para continuar.

- És a Leitora? - questionou a mulher, os cabelos ruivos encaracolados abanando com o seu movimento floreado.

- Eu leio, se é isso que quer dizer.

A mulher ergueu o indicador, silenciando-a. De braços cruzados, Natasha limitava-se a observar a poucos metros de distância, os olhos azuis analisando a desconhecida com atenção. Alta, esbelta, arrogante e provocadora. Ora ali estava alguém que Natasha poderia vir a gostar.

- Não é. - respondeu a mulher, balançando a bengala que transportava consigo - De vez em quando, um candidato sortudo do exterior é selecionado para entrar nesta instituição reverenciada. - fez uma pausa, fitando a loira de cima abaixo - Nós chamamos-lhe Leitores porque só podem ler sobre as aventuras incríveis que começam aqui. Dois adolescentes são selecionados a cada quatro anos: um para o Bem, um para o Mal. - a mulher deu um passo atrás - Agora, se me dás licença...

- Se é um aluno do Bem e um do Mal, como é que estão duas alunas na Escola do Mal? - questionou Sophie, apontando com o indicador para a jovem atrás de si.

Um grunhido escapou-se dos lábios de Natasha. Lançou um olhar furioso à loira, cujo sorriso de satisfação provocou ainda mais irritação na ruiva. Quando os olhos púrpura da desconhecida a fitaram, a sua expressão alterou-se, a pele por si só branca tornando-se ainda mais pálida, a voz tremula ao dizer:

- Alina?

As sobrancelhas de Natasha ergueram-se, surpreendida ao ouvir o nome da sua mãe dito por uma desconhecida num mundo mágico e tão distante de Gavaldon.

- Natasha. - corrigiu, os lábios crispados - Alina era a minha mãe.

Mordeu o lábio inferior, refreando a vontade de fazer perguntas. Cedo aprendera a conter-se, refreando impulsos humanos básicos como questionar e demonstrar medo ou curiosidade, dois lados de uma mesma moeda perigosa e vulnerável. Aquela desconhecida fitava-a com uma intensidade anormal, o nome da sua mãe ainda pendente entre elas, mil questões na ponta da língua. Refreou-as todas. Preferia descobrir por si a teia de mistérios que a rodeava do que perguntar, implorar por respostas... ou mostrar-se frágil em frente a Sophie.

- Ela é que pertence aqui. - afirmou a loira, batendo o pé - Ela definitivamente pertence aqui. Não eu. Houve um erro...

- Não há erros. - interrompeu a mais velha, num tom de voz frio, as íris púrpura desviando-se com alguma dificuldade do rosto de Natasha - Sophie de Gavaldon, foste escolhida para estar nesta escola de prestígio e cumprir o teu papel no mundo. Aceita, cala-te e faz o que te mandam. - Sophie abriu e fechou a boca, incapaz de retaliar - Quanto a ti, Natasha de Gavaldon...

- Natasha Sinclair. - voltou a corrigir a menina dos olhos azuis, irritada - Não quero estar associada aquele mundo mesquinho.

A mulher dos cabelos alaranjados esboçou um sorriso malévolo, os olhos púrpura faiscando de algo semelhante a... orgulho?

- Bem-vinda à Escola do Mal, Natasha Sinclair.

⚡️

A Escola do Bem e do Mal estava a revelar-se... aborrecida.

Sempres e Nuncas conversavam entre si, sentados em bancadas separadas, aguardando pelo discurso de boas-vindas. Em silêncio, Natasha apenas observava, notando o nojo recíproco entre os filhos dos vilões e dos heróis, a tensão, aquele fervilhar de ódio entre pessoas que poderia facilmente incendiar o mundo.

Com um ar de tédio, Natasha ajeitou o uniforme horroroso que os Nuncas eram obrigados a usar, uma túnica simples e feita de um material áspero que lhe provocava comichão. Pouco se importava com as suas roupas mas não gostava nem um pouco do desconforto que sentia, deslocada numa roupa que não era sua, num ambiente com o qual não se identificava, rodeada de pessoas que iriam fazer-lhe perguntas...

Ainda assim, algo dentro dela incentivava-a a ter paciência, a dar uma chance, a ignorar as princesas de vestidos cor de rosa e ar pretensioso que a fitavam como se ela fosse uma abominação.

- Olá! - saudou uma menina ao seu lado, fitando-a com uns grandes olhos castanhos - Queres um? - perguntou, estendendo-lhe um enorme chupa-chupa em forma de coração - São de morango, uma receita minha.

Natasha pestanejou, erguendo o rosto lentamente para encarar a pessoa ao seu lado. Cabelos vermelhos, face de boneca, olhos muito redondos e um sorriso gigante nos seus lábios cheios de gloss, parecia um doce em tamanho grande, com o seu uniforme de Nunca coberto de autocolantes de diferentes formatos - rebuçados, maçãs, corações, balões...

Ela não parecia uma Nunca. E definitivamente não falava como uma.

- Sao muito bons. - continuava, agitando o chupa-chupa com veemência - Açúcar, morango, gelatina... És alérgica a morangos? Conheço algumas pessoas que são. Se fores, é melhor não comeres, não quero matar alguém no meu primeiro dia aqui. Se bem que a minha mãe iria ficar muito orgulhosa se eu matasse alguém...

- Não quero, obrigada. - interrompeu Natasha, cerrando os punhos - Não gosto de doces.

- A sério? Isso é triste. - a menina arregalou os olhos, atrapalhada - Não que eu ache que sejas triste! Quer dizer, pareces um pouco séria, carrancuda até mas...

- Eu já respondi à tua questão. - retorquiu a ruiva entredentes - Mais alguma coisa?

As bochechas da outra adotaram um tom avermelhado, combinando com o seu cabelo. Abanando a cabeça, ficou calada, colocando o chupa-chupa que oferecera na sua boca. Por instantes, permaneceu quieta.

Depois, estendeu a mão.

- Chamo-me Heartie. Caso algum dia nos cruzemos nas aulas e precises de um lápis ou assim. É sempre importante saber pelo menos um nome na turma, não achas?

Natasha revirou os olhos, apertando a sua mão, o sobrolho franzindo-se ao encará-la.

- O teu nome é Heartie? Como em...

- Coração*? Sim. - Heartie encolheu os ombros - A minha mãe não é muito criativa. A menos que seja para cortar cabeças, para isso ela tem imensa criatividade.

- Deixa-me adivinhar. Filha da Rainha de Copas? - questionou, soltando uma risada de desdém - Clichê.

A menina dos cabelos vermelhos sorriu.

- Eu sei. Pelo menos é fácil de memorizar!

- Sophie! - gritou alguém, a voz familiar atraindo a atenção de Natasha.

- Aggie!

A figura delicada de Sophie surgiu a poucos metros de distância de onde Natasha estava sentada. Uma risada escapou dos lábios finos da Sinclair, apreciando demasiado a visão desolada da menina mais bela (e arrogante) de Gavaldon enfiada no frio uniforme escolar, o rosto destorcido numa expressão de desgosto, os olhos esmeralda lançando um olhar furioso na sua direção.

No lado dos Sempres, uma menina enfiada num vestido cor de rosa e com uma cara de puro tédio surgiu por entre as outras princesas, o cabelo volumoso e a expressão atormentada destoando completamente da beleza e graça habitual. Os olhos castanhos de Agatha focaram-se primeiro em Sophie, os ombros relaxando ao ver a amiga sã e salva.

Depois, reparou em Natasha.

- Nat?! - chamou, dando um passo em frente - Também estás aqui? Estás bem?

- Estás preocupada com ela?! - bufou Sophie, fitando a amiga de alto a baixo - E deram-te um vestido?!

Um vestígio de um sorriso genuíno surgiu nos lábios de Natasha, os olhos azuis elétricos fitando Agatha com familiaridade.

- Nunca estive melhor, Agatha. Estás linda.

Quando Sophie foi empurrada na direção das bancadas e ordenada para se sentar com os restantes Nuncas, passou pela Sinclair com a cabeça erguida, recusando-se a encará-la. Ainda assim, Natasha não poderia perder a oportunidade de provocar a sua arqui-inimiga, o sorriso genuíno substituído pelo seu melhor rasgar maléfico.

- O saco de batatas deixa-te mais bonita. - sibilou, irónica.

As bochechas encarnadas de irritação de Sophie de Gavaldon eram uma visão perfeita para deixar a Escola do Bem e do Mal mais interessante.

- Acho que ela não gosta muito de ti. - murmurou Heartie ao seu lado, com o seu chupa-chupa na boca.

Natasha estalou a língua.

- É recíproco.

* Heart - coração em inglês.

Nota: as cores dos olhos dos personagens serão fiéis aos livros, sendo diferentes no filme. Vou seguir o roteiro do filme mas quis prestar uma homenagem aos livros desta forma, já que é um dos traços que o autor mais vinca na sua escrita.

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