Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 1

        NATASHA encarou a lápide, a face esculpida numa perfeita expressão de apatia, as roupas negras salientado a sua tez pálida e grandes olhos azuis. Um vento gélido entranhava-se pelo vestido, arrepiando-lhe a pele e trazendo-lhe uma sensação de morte.

            A mãe morrera naquela madrugada. Alina não queria um velório nem um funeral, já que ninguém iria querer vê-la. Nunca quiseram ver viva, quanto mais morta. Pedira à filha que o coveiro a enterrasse no cemitério assim que desse o seu último suspiro, sem grande aparato nem floreados. Uma campa com o seu nome num local resguardado do cemitério, a filha presente para honrar a mãe e nada mais. A sua morte era esperada há muitos anos então não seria nenhuma surpresa ou novidade.

         A Sinclair mais nova não cumprira as regras da mãe à risca. Na mão, trazia um buquê de camélias, a flor preferida de Alina. Assim que o coveiro terminou o serviço, Natasha ajoelhou-se em frente à lápide, pousando as flores junto da pedra, deixando uma única lágrimas escapar e cair na terra recentemente movida.

- Amar-te-ei para sempre mamã. - murmurou, ciente de que nunca mais voltaria a dizer aquelas palavras, nem à mãe nem a ninguém - És a razão porque nunca esquecerei o que é o Amor... nem quão terrível pode ser.

          O som de passos fê-la levantar-se, encarando as recém-chegadas. Outra regra de Alina quebrada, pensou Natasha, fitando a mulher e a adolescente que a acompanhava.

- Lamento muito a tua perda, querida. - disse Claire, fazendo menção de se aproximar - Serás sempre bem-vinda na nossa casa, Natasha.

              A bruxa de Gavaldon abriu os braços, num gesto de conforto e carinho, tentando abraçar a recente órfã. Esta susteve a respiração, dando um passo atrás, os olhos faiscando ao dizer:

- Eu não gosto de abraços, Claire. - fez uma pausa, tentando soar menos fria - Agradeço os seus sentimentos e o seu convite mas ficarei bem sozinha.

          Claire assentiu, afastando-se. Ao seu lado, Agatha permanecia quieta, encarando Natasha com os seus olhos escuros e penetrantes. Com um último aceno e um breve olhar na direção da filha, Claire virou as costas e regressou a casa, deixando as duas adolescentes sozinhas junto à lápide de Alina Sinclair.

- Vais ficar bem? - perguntou Agatha, com uma expressão de compaixão no rosto - Podes vir viver connosco, sabes disso.

- Mostra empatia para quem a queira, Agatha. - respondeu a Sinclair, rudemente - Como disse, vou ficar bem.

- Vais deixar a escola? - perguntou a outra, ignorando o mau feitio de Natasha, habituada à sua acidez e frieza - Terás de trabalhar para ganhar algum dinheiro, não é?

- Eu já trabalho. - retorquiu a ruiva, cruzando os braços - Mas sim, deixarei a escola. Não vou conseguir conciliar tudo.

- Podes. Se víveres connosco. Entre as três, arranjamos uma solução...

- Não quero a vossa pena, obrigada.

        Agatha prensou os lábios, engolindo a irritação. Era difícil lidar com Natasha. Por muito que tentasse ser simpática e compreende-la, parecia que a ruiva gostava de a afastar, tratando-a o pior possível para que ela desistisse. Infelizmente para Natasha, a filha de Claire não era de desistir. Para além disso, Agatha e a sua mãe eram das poucas pessoas tão maltratadas pelos habitantes de Gavaldon como as Sinclair, logo Agatha sentia empatia por Natasha... o que só tornava a relação entre as duas mais complicada.

             Natasha não queria a compaixão de Agatha. Agatha não queria desistir de Natasha. Não eram exatamente amigas... mas Agatha protegia Natasha, independentemente do que acontecesse.

              Depois, havia Sophie.

- Vai. A tua princesa já deve estar à tua espera para irem juntas para a escola. - disse Natasha, com escárnio - E não queremos fazer Sua Alteza esperar.

       Agatha fez uma careta, mordendo a língua para não responder. Com um olhar de falsa inocência, Natasha encolheu os ombros, sorrindo com malícia.

- Adeus, Agatha.

              A bruxa de Gavaldon despediu-se com um aceno, virando-lhe as costas e atravessando o cemitério com pressa. Estava na hora de se encontrar com Sophie, a sua melhor amiga, para irem juntas para a escola.

            O que Agatha via de bom em Sophie, Natasha não sabia. A loira era pretensiosa, vaidosa, rude e traiçoeira. Por muito que afirmasse ser uma princesa de boas maneiras e beleza estonteante, Sophie de Gavaldon era tão bonita como irritante, tornando-a humana como outra pessoa qualquer. Não era mais que ninguém, embora se recusasse a aceitar isso, passeando por Gavaldon como se todos fossem inferiores.

                Natasha detestava-a. E era recíproco.

                 Em silêncio, observou a figura de Agatha desaparecer por entre as árvores, deixando-a sozinha junto à lápide da sua mãe. Fitou para além da floresta, distinguindo os contornos de Gavaldon, como se fizesse pouco de si ao espreitá-la. Alina Sinclair morrera e Natasha estava sozinha no mundo. Quando pisasse as ruas do vilarejo, uma de duas coisas poderia acontecer:

              Ou receberia olhares de pena.

               Ou iriam rir da sua desgraça.

              Natasha não iria permitir que nenhuma das opções acontecesse. O frenesim no seu corpo cresceu à medida que a raiva a preenchia, como tantas vezes acontecia. Fechou os olhos, inspirando profundamente, sentindo a pele arrepiar e o sangue ferver.

Ela não voltaria a colocar um pé que fosse em Gavaldon. Estava na hora de partir, deixar o vilarejo para trás, ir em busca de um lugar onde pertencesse.

Se houvera sempre uma certeza no seu coração, era que nunca pertencera a Gavaldon.

Ajoelhou-se em frente à lápide com pesar, acariciando o nome gravado na pedra, saboreando os últimos pedaços de si que ainda eram capazes de sentir fosse o que fosse. Uma rajada de vento despenteou-lhe os cabelos, como se fosse uma mensagem de Alina Sinclair para si. Se fosse, Natasha sabia o que a mãe lhe diria.

"Estás livre, minha querida."

Um sorriso distorcido surgiu nos cantos da boca da jovem. Um calafrio fê-la estremecer à medida que virava as costas à Morte e se encaminhava para casa com passos firmes, as botas de couro preto enterrando-se com veemência na terra escura, os olhos azuis faiscando. Estava na hora de partir e nunca mais olhar para trás.

Pensou em Claire e Agatha. Deveria ter sido mais grata às duas por todos os anos que a tinham ajudado com Alina. Deveria ter-se despedido de Agatha para sempre, ciente de que sair de Gavaldon era para nunca mais regressar.

Descartou esses pensamentos. O que estava feito feito estava e não havia volta a dar. Pensou em Sophie, quão feliz ficaria de ver a Sinclair longe da sua vista. O sorriso de Natasha aumentou perante a possibilidade de nunca mais ver a loira na sua vida.

Sair de Gavaldon ficara ainda mais interessante.

⚡️

A sua casa nunca lhe parecera tão vazia.

Um ímpeto de dor surgiu no peito de Natasha mas escolheu abafá-lo, recusando-se a vergar perante o luto e a perda. Chorara o que tivera de chorar. A mãe morrera mas a filha estava bem viva e iria fazer o que sempre sonhara fazer.

Sem pressa, arrumou os seus poucos pertences num saco de pano que encontrou. Observou com saudade a única foto que tinha com a sua mãe, resistindo ao impulso de a colocar no saco. Não iria levar nada da sua antiga vida consigo. Merecia um recomeçar e iria tê-lo. Deixou-se ficar entre aquelas quatro paredes, esperando pela noite, para que pudesse fugir de Gavaldon sem que alguém se metesse com ela. Não sabia o que faria se algum daqueles miseráveis aldeões a provocasse no dia da morte da sua mãe.

Esperou e esperou e esperou. E por fim à noite caiu, o céu estranhamente vermelho como sangue, o vento soprando com mais frieza do que o costume. Natasha pouco se importava com isso. Estava na hora de partir.

Natasha Sinclair sempre soube que não pertencia ali. Algo lhe dizia que Gavaldon não era o seu destino e nunca deveria ter sido o seu berço. Aquelas pessoas mesquinhas nunca reconheceram nela o poder que tinha, tratando-a como uma pobrezinha, temendo os seus olhos intensos e expressão fechada. Nunca fora como as outras crianças. Tivera de crescer cedo para ajudar a mãe, vira-se forçada a não mostrar fraqueza para não ser vítima dos habitantes de Gavaldon e a raiva acumulara-se dentro de si.

Raiva da mãe por estar sempre doente.

Raiva do pai que nunca conhecera.

Raiva de Gavaldon por ser um lugar tão retrógrada e aborrecido.

Raiva de si mesma por não ser capaz de parar de sentir-se deslocada naquele lugar, parar de sonhar com o outro mundo, aquele onde sabia pertencer.

Tão certo como saber que o frenesim no seu corpo perante emoções fortes era magia.

Natasha Sinclair iria sair de Gavaldon e nunca mais regressar. Mas ela não iria sem um propósito.

Ela queria vingança.

⚡️

Antes que pudesse sequer transpor a porta, Natasha Sinclair estava aos gritos.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro