ㅤ ㅤ 01. παιχνίδι επιβίωσης:
CAPÍTULO UM.
JOGO DE SOBREVIVÊNCIA.
━━━ GENOSHA, MADAGASCAR
JUNHO, 14:13 pm
O vento rasgou a pele de Nêmesis com violência. A roupa branca como a neve balançava com ferocidade e os cabelos negros sentiam a autonomia que fluía em suas veias. Havia um mínimo sorriso sinalizado nos lábios cor sangue da deusa, transmitidos sobre suas safiras um sentimento prazeroso e, até então, desconhecido.
A liberdade era uma sensação incompreendida até aquele instante. Sempre houve a necessidade de explicar-se caso desejasse qualquer feito em sua vida. O título que Zeus carregava como pai dos deuses exigia tal desavença.
Contudo, naquela fração de instantes, a deusa era de si mesma. Suas ações não precisavam ser explicadas e a imensidão azulada do céu poderia pertencer ao chocar das suas asas contra as nuvens.
Nêmesis puxou com força o ar, preenchendo seus pulmões e prendendo-o como se analisasse suas ações. O sorriso iluminou uma feição desafiadora, deixando seu corpo inerte as sensações que eram dominantes. Suas orbes claras desviaram para o lado, acompanhando a pequena ave acelerar em um voo desdenhoso. Seu bico virou-se para a deusa, deixando o pequeno amarelado ao redor chamar atenção sobre a cor neutra do falcão peregrino, enquanto seus olhos não pareciam possuir um foco determinado, como se a mente dele trabalhasse em uma isca.
Era a ave mais rápida. Nêmesis ouvia os murmúrios ao ser comparada com o falcão. Talvez, por esse fardo, houve uma chama crescente na ambição da morena. Seus dentes brancos como pérolas surgiram em seu rosto ao transmitir um sorriso vitorioso e as asas escuras como um céu noturno bateram com ainda mais urgência.
Seus braços esticaram na lateral das suas curvas, como duas barras de ferro. Os movimentos tornaram-se intuitivos, memórias cravadas sobre músculos bem treinados para aquele tipo de ação. As asas esticaram e comprimiam em determinado momentos, entrelaçando o corpo da deusa em um giro preciso. Direcionou-se a nuvem, atravessando-a ao sentir sua pele arrepiar com o feito.
Suas safiras desceram para suas pernas, observando a ave próxima de si, quase acompanhando suas ações e assim, Nêmesis comprimiu suas asas, batendo-a tão forte que o vento transmitido incomodou o falcão. Seu corpo teve um impulso maior, acelerando para longe do animal em fração de segundos complexos.
O sorriso era orgulhoso e determinado. Sua feição tranquila era carregada com o batimento acelerado do seu órgão principal do sistema cardiovascular. Ainda assim, foi desmanchado como pequenos grãos de areia sobre mãos trêmulas. O objeto atravessou o ombro da deusa, rasgando sua pele e raspando próximo de um osso importante.
Nêmesis grunhiu. Suas pernas foram para frente do seu corpo ao cessar o voou para identificar a origem súbita da dor e, enquanto as asas batiam nas suas costas para deixar a deusa abaixo das nuvens, observou a ferida aberta com a testa franzida. O sangue derramava até o branco do vestido, manchando a beirada com um vermelho escarlate. Pousou a mão trêmula sobre a ferida, confirmando se o líquido que escapava era mesmo o que sua mente formava com precisão e não uma ato ilusório no instante que sua mente buscava a explicação e a pele lutava contra a cicatrização do objeto.
— Alvo na mira! — O som ecoou no seu ouvido aguçado, sem cogitar permitir a deusa de sentir a dor que alojava sobre a abertura da sua pele.
Seus dedos deslizaram sobre os fios escuros do seu cabelo, deixando seu ouvido livre para qualquer som ecoando ao redor. Possuía o aprimoramento dos seus sentidos devido a necessidade de ouvir as batidas cardíacas, tendo a rapidez de identificar uma mentira em instantes, mas jamais
— Atire! — a permissão surgiu mais distante, com um falhar que parecia vir de um aparelho tecnológico.
As orbes da deusa tiveram, instintivamente, a ação de semicerrar, girando seu corpo para observar o que acontecia atrás de si. O veículo planava a uma distância considerável de si, enquanto no metal, nas laterais da aeronave, era deixado um homem vestido de trajes militares.
A arma destravou, maior que qualquer uma que Nêmesis teria visto ao longo de sua jornada. O objeto ponteado carregava uma mira próxima ao olho esquerdo do militar, como se não fosse possível a opção de escapar da deusa. Porém, ela era ágil, tão rápida quanto a bala disparada em sua direção.
Moveu seu corpo para a lateral, observando o amarelo atravessar seu campo de visão até desaparecer em instantes. Quando voltou a atenção para o helicóptero, sua mandíbula se travou, sentindo o borbulhar de suas veias aumentarem em uma intensidade triplicada.
— Está desconfortável, Eduardo? — a voz do homem surgiu dentro do local, transmitindo uma risada sarcástica. — Acerta essa aberração logo! — praticamente gritou e a deusa notou o mínimo sorriso no lábio do homem que portava a arma.
— Estou mais confortável que seu pai quando eu transei com sua mãe ontem. — vociferou, transmitindo uma risada alta, como se o sangue no braço de Nêmesis não significasse nada, nem mesmo uma ação de preocupação.
Eles não vislumbram uma ameaça, pensou tombando a cabeça para lateral ao deixar o escuro das suas asas batem com rapidez. Nêmesis impulsionou suas pernas, ergueu sua cabeça e cravou os braços na lateral do seu corpo, deixando que avançasse para o helicóptero.
O grito surgiu, tão alto que ela duvidava Zeus não ter ouvido o suplicar de socorro. Nêmesis sentiu o pulmão falhar e abaixou a visão para contemplar o corte sobre o tecido branco. Porém, não houve pensamento que a fez cessar seus atos. A necessidade de uma vingança gritava em sua mente como a sabedoria vinha com facilidade a Atena. Era seu instinto. E ignorar a dor fazia parte do progresso.
Outra bala atravessou sua pele, desta vez sobre seu braço, alojando-se sobre dois ossos. O grunhido não foi contido e a feição dolorosa da deusa era deixado sobre o campo de visão dos militares que pareciam cada vez mais próximos.
O helicóptero balançou sobre o vento que o bater das asas da mulher proporcionaram e, em instantes, o piloto possuiu o controle novamente. Quando o tiro foi disparado novamente, a proximidade foi vantajosa para a mulher, agarrando a arma com tamanha facilidade que bastou um movimento para vê-la despencar até o chão das terras abaixo de ambos.
Tombou sua cabeça para lateral, admirando as orbes claras como dois oceanos e arregaladas do militar. Seu braço se esticou, deixando que seus dedos apertarem sobre a pele exposta do pescoço dele. Parecia ter sido preparado para tal ação, encaixando perfeitamente sobre a mão precisa da deusa.
— Está confortável? — questionou, travando a mandíbula ao apertar o pescoço do homem com a força gradativamente maior. Afastou o corpo dele do metal, deixando-o ser erguido somente por si e suas asas. — E agora? — indagou em um murmuro, soltando-o ao ouvir o grito feroz escapar.
Não houve um estalar do corpo. As mãos do homem foram para frente de seu rosto, como se tentasse conter um impacto que viria atrás e Nêmesis se amaldiçoou por não conseguir ouvir o crânio se afundando em um chão.
Porém, o ataque veio pela lateral. O corpo da deusa moveu-se centímetros ao sentir o impacto da bala atravessar. Seu rosto virou para dentro do helicóptero aberto, mostrando a feição raivosa do homem dentro dele. A arma, tão grande quanto a do outro, foi erguida para a mulher.
— Adeus, aberração. — notou a repulsa no tom usado e assim, girou-se para avançar.
As asas bateram com dificuldade, mostrando a abertura sobre as penas. A deusa da vingança tombou seu rosto para observar o ponto ferido sobre elas e, em seguida, mais disparos. O barulho fez seus ouvidos zumbirem e as feridas arderam sobre todo seu corpo.
Nêmesis tentou chocar as asas ainda mais forte para erguer seu corpo, mas o ato fez uma a dor invadir. Seus pulmões falharam e os lábios apenas se ergueram. Não havia grito. Apenas a sensação e o desejo que ele escapasse de sua garganta incomoda.
Mesmo que fosse, de fato, imortal, haveria uma pele que sangrava como um mortal. Contudo, sua cicatrização era tão ágil como um leopardo durante uma caça, fazendo com que o vestido branco repleto de manchas vermelhas não apresentassem um ponto de ferimento em seu corpo.
Sentiu o vento bater contra suas costas, rasgando sua pele em um aviso de cuidado quando avançou para o pescoço do homem. Seus dedos enroscaram sobre a pele exposta da região, deixando a trilha vermelha pelo sangue preso na região. Havia um singelo sorriso nos lábios da deusa, mesmo que a raiva a preenchesse como uma velha amiga.
Não precisou murmurar algo, as asas rodearam ambos, fechando-se sobre os corpos, permitindo apenas que ambas cabeças sentissem o vento rasgar suas peles. Os movimentos do militar tornaram-se instintivos, o braço erguido para tentar alcançar a barra de metal do helicóptero folgou contra o medo invadido.
Nêmesis não desviou suas orbes dos olhos arregalados do loiro, sequer ousou deixar que a sensação prazerosa fosse minimamente rápida. Ambos caiam juntos, selados como um cruel destino ou como a maça de Isaac Newton. Os corpos giraram no movimento da deusa e ela cessou a queda durante 105 metros de altura.
— Por favor, me solta! — Ele suplicou, tentando chutar as pernas firmes da deusa, mas os lábios carnudos dela ergueram um sorriso largo e irônico.
— Visto que suplica, concederei seu desejo. — sussurrou, deixando que o ar quente de sua boca tocasse os fios claros dele.
Deixou que suas mãos soltassem o pescoço do outro e as asas tornaram-se instintivas para apenas mantê-la em pé. O corpo do militar girou três vezes contra o ar, antes que se chocasse contra um chão firme. O barulho foi ensurdecedor. O crânio se abriu na lateral e as feridas pingaram sobre o que estava abaixo dele. As fraturas eram expostas quando os ossos rasgaram a pele dele para apresentar sinais de existência, mas as orbes claras como uma água cristalina eram arregaladas.
Nêmesis desceu agilmente para a terra firme e seus pés descalços apertaram a grama do local ao manter-se intacta próxima do corpo sem vida daquele que tentava matá-la. Bateu os cílios com uma apatia maior, como se houvesse um peso sendo retirado lentamente dos seus ombros pesados, mas o silêncio não era mais um conhecido.
— Quem é você? — Ouviu uma voz feminina e distante surgir como uma luz no final do túnel. — Quem é você? — O questionar surgiu novamente e a deusa girou seus calcanhares para observar a mulher que a encarava alarmada.
— Mais um passo e consideraremos você como nossa inimiga. — Outra voz surgiu, desta vez atrás da mulher e Nêmesis franziu a testa ao observar ao redor.
Notou os fios loiros como o sol de uma mulher na esquerda, como se a jovem fosse a própria chama viva da estrela central do sistema solar. Seu braço era segurado afavelmente por um homem, moreno como uma perigosa tempestade. Sua cabeça tombou para lateral ao virar-se lentamente para direita, haveria mais de doze pessoas presentes, cada uma com uma peculiaridade distinta para ela, mas não ousaria desejar saber seus nomes.
— Acreditem — murmurou, travando a mandíbula. — Não vão desejar me ter como inimiga de vocês. — Sinalizou, como se o perigo de tal ação fosse notória.
— Precisamos do Erik. — sussurrou o jovem ao lado da primeira voz feminina, deixando que as orbes amareladas mostrassem uma distinção da mortalidade humana. — Alguém chama o Magneto! — vociferou.
A deusa desejou levantar e sair do local. Entretanto, a curiosidade contra aqueles seres distintos se formou em suas entranhas e haveria um minúsculo sorriso em seus lábios avermelhados.
© bartonsoul, 2023
31.07.2023
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