𝐢𝐢𝐢. PRÍNCIPE CASPIAN
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𝐄𝐏𝐇𝐄𝐌𝐄𝐑𝐀𝐋
[ CAPÍTULO TRÊS ]
‖ PRINCIPE CASPIAN
O ANÃO SUSPIROU, SEM GRAÇA. Apesar de as crianças serem ─ sem dúvida alguma ─ habilidosas, não tinha certeza se eram exatamente o reforço que todos esperavam. Pareciam pequeninos demais, magricelas demais e jovens demais.
─ E então? Vai nos levar até o tal Caspian? ─ Betty insistiu, ansiosa. Trumpkin sorriu amarelo, sem saber o que dizer.
─ Ainda não acredita que somos nós?! ─ Lúcia questionou, surpresa. ─ Não seja bobo, é claro que somos!
─ Não desacredito que sejam as crianças da lenda! ─ ele disse. ─ E tenho muito prazer em conhecer vocês. Mas, não se ofendam...
Edmundo o olhou impaciente:
─ Vá em frente, diga o que quer dizer.
Trumpkin suspirou, enquanto era observado pelos olhos atentos das crianças.
─ Veja, nós adoramos crianças ─ iniciou, com um leve tom de ironia. ─ Mas todos imaginavam vocês como grandes guerreiros.
─ E é o que somos ─ Pedro retrucou, ofendido. ─ Grandes guerreiros.
─ Acham que não aguentamos uma gata pelo rabo! ─ exclamou Betty, cruzando os braços.
Mesmo depois de Edmundo e Susana mostrarem seus grandes talentos, ainda eram todos desacreditados! Estavam indignados, sem dúvida alguma.
─ Asseguro-lhes, caros amiguinhos...
─ Caros amiguinhos?! ─ Edmundo indagou, franzindo o cenho. ─ Vencemos a batalha de Beruna! Derrotamos a Feiticeira Branca e seu exército! Bom, de mim pode dizer o que quiser, mas...
─ Edmundo, já chega ─ Susana pediu, tentando acalmar a todos. ─ Não adianta. Talvez, devamos ir embora logo.
─ Isso não! ─ protestou Pedro, já começando a caminhar decididamente sobre a areia. ─ Não iremos embora. Vamos lutar por Nárnia, independente do que pensam todos. Aí, podemos resolver o que fazer.
Todos o seguiram, inclusive Trumpkin, com um ar contrariado. Mas já havia desistido de discutir com os outros, pois estava claro que o debate não levaria a lugar algum.
Sebastian ajudou Edmundo e Pedro a empurrar o pequeno barco de volta à água, e logo, todos já estavam dentro do mesmo, revezando-se para remar, para que ninguém ficasse cansado demais. Durante o caminho, observavam o território, sempre estranhando a falta de alegria e vida.
─ As árvores estão tão quietas... ─ Lúcia observou, chateada.
─ São árvores, o que deveriam fazer?
─ Elas costumavam sempre dançar ─ a mais nova explicou.
O anão comprimiu os lábios, olhando para as árvores e tentando imaginar como seria se realmente dançassem.
─ Logo depois que se foram, os telmarinos invadiram. Os sobreviventes foram para os bosques, e as árvores se retiraram para tão dentro delas que nunca mais ninguém as ouviu falar. ─ ele contou, observando o céu azul.
Estavam todos tristes, mas Betty especialmente. Apesar da conversa com Edmundo, não podia deixar de se sentir ao menos um pouquinho culpada. Notando a cara tristonha da irmã, Sebastian segurou uma de suas mãos e a lançou um sorriso; ainda não entendia Nárnia muito bem, mas entendia que era um lugar muito importante para a irmã.
─ Não fique assim, Beth. Tudo vai ficar bem ─ ele assegurou, e ela sorriu pequeno, antes de se virar para Trumpkin.
─ Nós não quisemos ir embora.
─ Não faz diferença, agora.
Pedro o olhou, enquanto exervitava os braços ao remar o barco.
─ Leve-nos até os narnianos, e fará.
Demorou um pouco, mas finalmente chegaram ao seu destino, o Espelho D'água. Ancoraram o barquinho mais uma vez, e desceram todos. Se esticaram, sentindo-se doloridos depois de tanto tempo sentados e remando, e observaram as grandes árvores que haviam ali.
─ Olá, senhor urso! ─ distraídos, todos só notaram o grande urso pardo que havia ali quando Lúcia começou a correr em direção do mesmo.
Em estado de alerta, os rapazes desembainharam suas espadas, e Susana aprontou o arco e flecha, enquanto Betty corria em direção à mais nova, puxando-a para trás de si.
─ Betty! ─ Sebastian gritou, aterrorizado, e Pedro tentou o acalmar.
─ Os animais sempre a respeitaram.
Foi uma surpresa para todos, no entanto, quando o urso arreganhou sua boca, ameaçando as meninas com os grandes dentes afiados e garras pontudas.
─ Não! ─ Betty gritou, vendo que o urso não ia parar. Então, uma flecha o atingiu no coração, e seu corpo caiu alguns centímetros na frente das meninas.
Elas se viraram atordoadas para Susana, e notaram que sua flecha ainda estava em mãos; nao havia sido ela a arqueira que derrotara o urso. Enquanto isso, Trumpkin guardava seu arco.
─ Eu não quis atirar... ─ Susana se explicou. ─ Pensei que pudesse ser um urso como os antigos.
─ Por que ele não parou?! Os animais sempre me obedeciam e respeitavam! Eram meus amigos! ─ Betty exclamou, surpresa, com os olhos arregalados enquanto movia as mãos agitadamente.
Notando que sua respiração começava a se acelerar, Edmundo e Lúcia tentaram a acalmar, com medo de que sua asma atacasse. Sebastian instintivamente correu as mãos pelos bolsos da camisa e das calças que usava, sabendo que a irmã guardara seu remédio em algum deles.
─ Foram tratados como selvagens por tanto tempo, que é o que se tornaram ─ Trumpkin explicou, se aproximando do urso para cortar pedaços de sua carne.
Lúcia virou o rosto, não querendo assistir o processo, e os outros apenas suspiraram.
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Algum tempo depois, já estavam enfiados no meio do bosque, traçando um caminho que Pedro estava certo de que os levaria até onde desejavam.
─ Conhecem bem esses bosques?
─ Nunca estive aqui em toda minha vida ─ contou Susana, não convencida de que era aquele o caminho certo. ─ Se estive, não me lembro.
As árvores eram grandes e escuras, e quase os impedia completamente de ver o céu.
─ Garotas são assim mesmo, não conseguem guardar um mapa na cabeça ─ Edmundo implicou, e levou um leve tapa de Lúcia, enquanto as outras duas meninas reviraram os olhos quase que simultaneamente.
─ É que nossas cabeças estão cheias de muitos outros conteúdos ─ Betty retrucou, atrevida. ─ Não são vazias como as de vocês.
Edmundo levantou as mãos em rendimento, e Pedro riu. Continuaram caminhando por muito tempo, e em um certo ponto, ninguém mais acreditava que era aquele o caminho correto. Ainda assim, nenhum deles se atreveu a dizer alguma coisa a respeito, acreditando que seriam apenas ignorados.
Quando chegaram a um grande rochedo que os impedia de continuar, todos se entreolharam.
─ E não é que rapazes também não são muito bons em guardar mapas na cabeça?!
─ Não pode ser, eu me lembro muito bem que o melhor jeito de chegar ao Bosque Trêmulo é passando pelo Grande Rio! ─ Pedro disse, sem entender onde havia errado.
─ Bom, a não ser que o Grande Rio tenha virado pedra enquanto estávamos fora, acho que erramos o caminho ─ Edmundo falou, e se virou para Susana. ─ Você estava certa, Su.
Então, deram a volta e seguiram pelo outro caminho, sempre discutindo sobre quem estava errado, até que chegaram à beira de um precipício. Vendo a água correr lá embaixo, todos sorriram, aliviados por encontrar o Grande Rio. Então, perceberam que haviam errado mais uma vez, já que não havia como descer.
─ Viu só? ─ Susana perguntou, ao lado de Pedro. ─ Com o tempo, a água erode o solo da terra, escavando cada vez mais e...
─ Ah, para de falar ─ pediu Pedro, já aborrecido o suficiente.
─ Tem como descer? ─ Edmundo perguntou à Trumpkin.
─ Caindo.
Betty enrugou o nariz.
─ Parece adorável.
─ Podemos voltar. Há um val perto do Beruna, podemos nadar.
─ Prefiro nadar do que andar ─ Susana pontuou, já se virando.
Os outros concordaram, começando a seguir outra rota pela terceira vez.
─ Acho que nunca estive tão perdida ─ Betty disse, cansada. ─ Edmundo, você tem de tudo na sua bolsa. Poderia ter uma bússola, também.
O rapaz revirou os olhos, mas não respondeu. Sabia que Betty estava certa; algumas das coisas que carregava naquela bolsa nunca serviriam para coisa alguma, mesmo, e poderiam muito bem ser substituídas por uma bússola.
─ Esperem! ─ Lúcia gritou, e todos se viraram imediatamente, encontrando-a ao lado de Sebastian, que parecia estupefato.
─ Eu vi um leão! Betty, eu não quero morrer! ─ ele exclamou, aterrorizado.
─ Era Aslam! Vimos Aslam, bem ali! ─ Lúcia disse, apontando para um ponto do outro lado do rio. Estava feliz e agitada, e todos arregalaram os olhos.
No entanto, quando olharam para o local indicado por Lúcia, não encontraram nada. Trumpkin arqueou uma das sobrancelhas.
─ Está vendo, agora?
─ Ele estava bem ali, eu não estou louca!
─ E eu também vi! ─ disse Sebastian, que agora cutucava um dos ombros da irmã sem parar. ─ Vamos embora daqui! Primeiro um urso, e agora um leão?! Isso nem faz sentido, ursos e leões não vivem no mesmo tipo de território!
Betty segurou sua mão, para que parasse de a cutucar, e tentou o acalmar.
─ Aqui, leões, ursos e até unicórnios vivem em harmonia. Ou, ao menos, viviam. E Aslam não vai te matar, ele é bom! Muito bom! ─ explicou, pacientemente, e se virou para Lúcia. ─ Só não entendo o motivo de ter desaparecido tão rápido.
─ Ele queria que nós o seguissemos ─ a mais nova explicou.
Embora contasse a verdade, nem todos pareciam dispostos a acreditar; Pedro e Susana se entreolharam, e Trumpkin não demorou a protestar:
─ Não vou pular do penhasco para encontrar alguém que não sei se existe.
─ Lú, existem muitos leões nesse bosque ─ Pedro se abaixou para ficar da altura da irmã. ─ Pode ter visto um leão qualquer, como viu o urso selvagem.
─ Eu reconheço Aslam, Pedro!
Edmundo, que até então observava em silêncio, finalmente se pronunciou, demonstrando apoio a irmã mais nova.
─ Da última vez que não acreditei na Lúcia, acabei fazendo muita burrice depois.
Pedro suspirou, balançando a cabeça negativamente.
─ Me desculpe, Lú. Mas acho melhor seguirmos pelo vale.
Sebastian o seguiu sem reclamar, ainda com medo do leão. Susana e Trumpkin não ficaram muito atrás, também descrentes de que a mais nova entre todos eles havia visto o grande Aslam.
Edmundo e Betty ficaram por último, juntamente à Lúcia, e tentaram a animar.
─ Acreditamos em você, Lú ─ Ed falou, tocando seu ombro, e Elizabeth concordou.
─ Vamos encontrar Aslam, mais cedo ou mais tarde. Não se preocupe.
Derrotados, seguiram os outros. A noite não demorou a cair, e logo, tiveram de parar o caminho para um descanso. Aninhando-se ao lado de Betty, Sebastian não demorou a adormecer, exausto após o longo dia que tiveram.
Betty não conseguiu dormir com a mesma facilidade; enquanto Edmundo roncava ao lado de Pedro, que já babava na grama, ela permanecia com os olhos bem abertos, admirando as estrelas.
Pelo menos, elas continuavam iguais.
─ Lúcia, está acordada? ─ ouviu a voz baixinha de Susana, e fingiu estar dormindo.
Ela não era nenhuma bisbilhoteira, mas não queria se intrometer na conversa das outras duas.
─ Por que será que não vi o Aslam? ─ ela continuou, após ser ignorada pela irmã mais nova. Dessa vez, Lúcia a olhou surpresa.
─ Acredita em mim? ─ questionou, e a mais velha assentiu. ─ Talvez, você não quisesse ver.
Susana suspirou, voltando a se deitar.
─ Sempre soube que voltariamos, não é?
─ Eu desejava isso.
─ Eu tinha acabado de me acostumar com a ideia de estar de volta na Inglaterra.
─ Mas está feliz de estar aqui, não?
─ Estou. Enquanto durar.
E, ouvindo aquilo, Betty sentiu seu peito pesar.
Queria que durasse.
✾
Algumas horas depois, Betty acordou ao sentir um desconforto no rosto, que descobriu ser causado por um dos pés de Sebastian. Ela não entendia como o garoto havia sido capaz de se remexer tanto durante a noite, mas já não questionava: estava habituada às manias do irmão.
Mas, agora que estava desperta e o sol já nascia, não seria capaz de adormecer de novo. Ficou observando as nuvens, em silêncio, até que ouviu o barulho de passos. Levantou-se depressa, e viu Lúcia se distanciando do pequeno acampamento que haviam montado.
Com um suspiro, se colocou à seguí-la, não sem antes pegar sua lança. Quando alcançou a Pevensie, cutucou um de seus ombros.
─ Onde pensa que está indo?
─ Procurar Aslam!
─ Espere os outros acordarem, Lú! Assim, podemos ir todos juntos.
─ Se esperarmos os outros acordarem, tentarão nos impedir! ─ Lúcia explicou, como se fôsse óbvio. ─ Pode vir comigo, Betty.
Da última vez que Elizabeth havia seguido um dos Pevensie escondida dos outros, havia acabado em uma situação não muito boa: juntamente à Edmundo, havia acabado como prisioneira de Jadis.
─ Lúcia... ─ chamou, em tom de advertência, mas foi ignorada.
Ao se ver sem saída, continuou a seguí-la, para que pudesse a ajudar caso entrasse em apuros. Viu a mais nova tocar algumas árvores, pedindo-as que acordassem, e sentiu seu coração se partir quando elas não reagiam.
Lúcia adentrou uma parte ainda mais fechada do bosque, de onde havia ouvido um barulho.
─ Aslam? ─ ela chamou, e foi puxada para trás de um arbusto, onde encontrou Pedro.
Ao ver a pequena ser puxada, Betty logo levantou sua lança, apontando-a para a iminente ameaça e se deparando com Pedro. Ela arregalou os olhos, e abaixou a arma pontuda.
─ O que está fazendo aqui?!
O rapaz pediu por silêncio, levando o indicador aos lábios, e desembainhou a espada, mostrando que ali perto havia um minotauro. Eles eram conhecidos por serem violentos, e foram aliados de Jadis durante a batalha em Beruna.
Pedro caminhou devagar em direção a criatura, tentando não chamar atenção. Betty assistiu atentamente, seguindo-o de perto, e ao notar uma espada se aproximando de Pedro, empunhou a lança mais uma vez, impedindo o rival de atacar seu amigo.
Era sua primeira batalha em séculos. O choque dos metais de sua lança e da espada do filho de Adão que lutava contra si causava um barulho estridente, enquanto duelavam. Desviando de uma investida, Betty se abaixou e bateu a barra da lança nas pernas do oponente, fazendo-o cair de costas no chão.
Ele rapidamente se levantou, tirando os cabelos longos do rosto. A partir daí, Pedro interferiu, e duelaram de forma feroz até que a espada do rival desconhecido foi jogada para longe, e a de Pedro se prendeu a uma árvore. Mais uma vez, Betty se aproximou, encurralando o suposto inimigo com a lança apontada para seu pescoço.
─ Esperem! ─ Lúcia gritou. Centauros e outras criaturas começavam a aparecer, cercando-os, e naquele momento Pedro pareceu entender tudo.
─ Príncipe Caspian?
─ E quem são vocês? ─ o rapaz, que descobriram ser o tão falado príncipe telmarino, perguntou. Antes que pudesse responder, a voz de Susana se sobressaiu.
─ Pedro!
─ Betty! ─ Sebastian gritou simultaneamente, mais assustado do que nunca ao ver os centauros.
Elizabeth finalmente abaixou a lança, enquanto os outros se aproximavam.
─ Grande rei Pedro!
─ Você nos chamou.
─ Chamei, mas... ─ ele gaguejou. ─ Pensei que fossem mais velhos.
─ Se preferir, podemos voltar daqui a alguns anos ─ Pedro sugeriu, e Edmundo segurou uma risada.
─ Não! ─ Caspian exclamou. ─ Não é isso. É que... não são bem o que eu esperava.
Ele avaliou cada um dos reis do passado e Sebastian, ainda atordoado. Então, um rato de uns trinta centímetros se aproximou, fazendo uma reverência aos quatro.
─ Ansiamos tanto pelo retorno de vocês! Nossos corações e espadas estarão sempre a seu dispor.
─ Que nobre guerreiro! ─ Betty elogiou, com um sorriso, e se segurando para não chamá-lo de adorável.
─ E é muito fofinho!
Imediatamente, o rato ergueu a espada, adquirindo um tom raivoso.
─ Quem disse isso?!
Lúcia se desculpou, e ele logo se acalmou.
─ Vossa majestade, prefiro adjetivos como valente, galante e corajoso.
─ Pelo menos, alguns de nós sabem como empunhar uma espada! ─ Edmundo o elogiou, vendo a espada de Pedro ainda presa à árvore, e a de Caspian jogada no chão, a metros de distância.
Nem um dos dois respondeu, envergonhados e aborrecidos.
─ Vamos ao Monte Aslam! Lá, reunimos armas e um exército! ─ Ripchip, o rato, convidou.
Todos se colocaram a seguí-lo, tentando ignorar a tensão estabelecida entre Pedro e Caspian. Betty esperava que se resolvessem logo, pois não adiantava brigarem entre si enquanto o verdadeiro inimigo era Miraz.
─ Vi que ainda sabe como usar uma lança ─ Edmundo comentou, enquanto caminhavam.
─ É claro que sei! ─ ela riu. ─ Quando chegarmos ao Monte, te derrotarei sem esforço em um duelo.
Eu amei esse capítulo??? Tava sofrendo com essa fanfic, achando que ela não tinha a mesma essência da primeira parte, mas acho que finalmente consegui voltar. Mesclei cenas dos livros e dos filmes, e tô felizinha 🥰
Espero que tenham gostado, e vejo vocês no próximo capítulo!
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