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24 A Melhor Recompensa

Os dias acabaram correndo rapidamente sem que, no entanto, eu encontrasse um jeito de sair de casa à noite, sem a supervisão da minha mãe. Ela ficou "meio" paranóica depois daquele incidente, e não me permitia mais sair sozinha.

Sempre havia uma visita importante para nós darmos atenção, uma entrega de revistas em que ela me levava junto, ou simplesmente exigia que eu ficasse com ela na sala, assistindo tevê.

E assim, vários dias se passaram. Praticamente quase um mês. Os pontos na minha têmpora foram retirados e agora tudo o que restava era uma pequena cicatriz de forma irregular.

Até que por fim, certa noite, o trabalho exigiu que minha mãe se doasse um pouquinho mais, e ela ligou avisando que só chegaria bem tarde.

Naquele mesmo dia, Steve ligou para marcarmos o nosso jantar. Finalmente daria certo.

***
Eu me olhei pela última vez no espelho, certificando-me de que estava com a aparência decente para um jantar.

O vestido preto de malha era comportado e ia até um pouco acima dos meus joelhos. Suas mangas eram adoravelmente pequenas e da cintura para baixo ele era rodado, me fazendo parecer ter mais quadril do que eu realmente tinha. Calcei saltos pretos, não muito altos, que combinassem, e apenas deixei meu cabelo castanho comprido solto, pois o havia lavado horas mais cedo.


- De quem é o casamento? - Nina perguntou, ao me ver descer as escadas.

- Ahn? - falei, vestindo um casaquinho curto bege com botões pretos por cima do vestido, pois estava um pouco frio.

- Está toda arrumada assim por quê? Quem vai casar? - Ela falou, enfiando a mão num balde de pipoca.

- É o casamento da dona "Não É Da Sua Conta", com o senhor "Não Te Interessa" - eu disse, começando a caminhar para a porta.

- Ihhhh, já vi que titia não pode saber disso.

Fiz um gesto para ela, colocando o indicador em frente à boca, confirmando o que a mesma acabara de dizer.

- Mas arrasou no look. - Ela bateu palmas e eu lhe joguei um beijo, saindo por fim.

***
Caminhei até a esquina da minha casa ( onde eu e Steve tínhamos combinado que ele me pegaria ) e me surpreendi ao ver, ao invés da moto preta dele, um lindo carro prata parado, com ninguém menos do que ele próprio ao volante.

Saiu imediatamente de dentro do automóvel ao ver que me aproximava.

- Boa noite - falou, educadamente, abrindo a porta do carro para mim.

- Boa noite, Steve. - Cumprimentei, tentando não olhá-lo tanto, pois ele estava ainda mais bonito, se é que isso era possível.

Usava uma calça de couro preta e uma camisa social branca com as mangas dobradas. O cabelo preto estava úmido, como se ele tivesse tomado banho há apenas alguns minutos. E ele cheirava incrivelmente bem.

Assim que entrei no carro, ele fechou a porta e deu a volta para também entrar.

Meu Deus, aquele traficante de drogas era um grande cavalheiro!

- E esse carro?

- Emprestado - ele disse, ligando o carro e partimos.

- Ah, claro.

Ele tirou os olhos brevemente do trânsito e me olhou.

- Você parece bem - disse.

- E estou - falei, surpresa.

- Que bom.

- Aonde vamos? - perguntei logo depois.

- Para um hotel.

Pisquei os olhos, aturdida. Antes que pudesse me expressar, ele se apressou em dizer:

- Ah, mas calma. Não comece a imaginar coisas. Vou te levar a esse hotel porque é onde tem o restaurante com a melhor comida dessa cidade, na minha opinião.

Respirei aliviada.

- Ah, tá.

Ele me olhou de novo.

- Você vai gostar. Eu prometo.

Eu sorri e procurei relaxar enquanto ele dirigia e o carro deslizava pelas ruas de São Paulo.

***
Quinze minutos depois ele estacionou o carro em frente à um edifício e eu me surpreendi com a imponência do lugar. Era um belo prédio, de muitos andares que eu não me perderei em descrever.

- Meu Deus, ainda bem que eu vim vestida adequadamente - murmurei para mim mesma, mas Steve ouviu, sorriu e disse, me dando o braço para eu entrar com ele:

- Você está ótima.

Eu corei levemente, pois era a primeira vez que ele fazia qualquer comentário a respeito da minha aparência.

Fomos conduzidos por um funcionário do hotel diretamente até o restaurante, que ficava do lado direito do prédio.

Era um lugar bonito, bem arrumado e decorado.

As mesas de madeira de lei escura, elegantemente forradas com delicadas toalhas vermelhas e brancas, e a música que soava de alguma caixa amplificadora, davam ao ambiente um certo ar romântico.

Nem todas as mesas estavam ocupadas, considerando que era um dia de semana, e eu me senti bem mais confortável com isso.

Um jovem garçom nos acompanhou até uma das mesas e nos entregou dois cardápios.

Despejou água de uma jarra de vidro em dois copos e saiu, dizendo que voltaria assim que soubéssemos o que pedir.

Eu tomei logo um gole daquela água que parecia tão atraente para minha garganta que estava seca e fiquei imaginando como Steve teria dinheiro para pagar tudo aquilo.

Incrível como vender drogas pode ser lucrativo.

- E então? - Steve disse, me olhando, com uma expressão suave no rosto.

- Bom, se a sua forma de me recompensar era me deixando impressionada, parabéns, você já conseguiu!

Ele riu, balançando a cabeça.

- Deixe para ficar impressionada quando provar da comida.

- Não sei se vou conseguir comer.

- Por quê?

- Estou um pouco... nervosa - admiti, apertando minhas próprias mãos no meu colo.

Afinal, aquele era de longe o encontro mais diferente que eu tivera na vida. Se é que aquilo era um encontro.

Todos os outros haviam sido idas ao cinema e ao parque com pessoas que nada de tão especial despertavam em mim, com a exceção de Jhony, é claro.

Mas estar ali, e com alguém como Steve, era totalmente diferente.

- Amber... relaxa. Eu não quero que fique nervosa. Quero que aproveite a noite. Quero que se divirta - ele disse, conseguindo me transmitir uma sensação de tranquilidade com a voz.

Respirei fundo e sorri, concordando.

- Está bem. Então vamos escolher o que comer - falei.

Como era ele quem conhecia o lugar e a comida melhor do que eu, deixei que me ajudasse na escolha.

Por fim, acabamos pedindo o mesmo prato: risotto de carne, uma vez que o restaurante daquele hotel tinha tendências italianas.

Steve não estava nem um pouco errado ao falar sobre a comida: era deliciosa.

Eu nunca fui muito dada a conhecer detalhadamente como e de quê eram feitos determinados pratos, e pouco estava importando ali, enquanto degustava daquele risotto italiano, com Steve.

- Hum... preciso saber de uma coisa, que esqueci de perguntar - eu disse, em certo momento.

Steve limpou a boca com o guardanapo.

- Fala.

- Minha mãe não surtou quando me viu descalça e com os pés cheios de lama aquele dia, não?

- Ela não te viu assim.

- Não??

Steve balançou a cabeça.

- Eu liguei do seu celular primeiro para a emergência. Enquanto esperava eles chegarem, lavei seus pés rapidamente no rio, sequei com um pano que o pessoal evangélico me emprestou e te calcei os sapatos lá mesmo ainda. Só liguei para sua mãe quando você já estava no hospital.

- Puxa. - Encolhi os ombros. - Obrigada.

- Não precisa agradecer.

Fiquei em silêncio, terminando o meu risotto.

O burburinho de conversas e o tilintar dos talheres era constante e eu me senti à vontade e confortável ali, com alguém que eu havia conhecido de um jeito inusitado e que estava, pouco a pouco, fazendo cada vez mais parte da minha vida.

***
- O que está achando?

Eu nem consegui responder a pergunta de Steve.

A taça de sundae de baunilha, coberto de calda de chocolate e crocantes pedaços de amendoim, era o foco total da minha atenção naquele momento.

- Huummm, hummm... - Foi o que consegui dizer, algumas colheradas depois.

Steve riu, divertido, também saboreando o seu sundae.

- Divino! - Exclamei.

- É bom que você não tenha nenhuma paranóia sobre engordar - alertou Steve.

- Não, não tenho. E se tivesse, hoje seria o meu dia de comer besteira.

- Uma coisa tão gostosa assim não devia ser chamada de " besteira".

- Realmente - concordei.

- Não quero nem saber como você vai pagar tudo isso - falei, em seguida.

Ele riu.

- E não vai saber mesmo.

Eu ri junto, quebrando um pedacinho de amendoim na boca.

A música de repente ficou mais alta.

Era uma dessas músicas sertanejas contemporâneas e eu vi que algumas pessoas começaram a se levantar para dançar.

Havia um espaço livre separado das mesas propositalmente para isso; era como se fosse a " pista de dança " do lugar.

Achei divertido ver alguns casais dançando. Uns desajeitadamente, outros já mandavam bem.

- Que legal! - Exclamei rindo, quando um senhor de idade acenou para nós, enquanto rodopiava com sua esposa.

Steve ficou observando calado, com um leve sorriso no rosto e terminando o seu sundae.

Coloquei minha cadeira perto da dele, pois de onde estava eu precisava me virar para ver, e percebi outras pessoas fazendo o mesmo.

O ambiente, já agradável, agora estava ainda melhor, com a música e a dança.

- Você não bebe? - perguntei à Steve, vendo que os garçons levavam bandejas com vinho para algumas mesas.

- Raramente - respondeu, balançando a cabeça.

- Qual é. - Cutuquei ele. - Se for por minha causa, pode beber. Desde que esteja sóbrio no final para me levar de volta para casa.

Ele colocou a taça vazia sobre a mesa.

- Não quero beber.

- Então, o que vamos fazer?

- Vamos dançar - disse, decidido.

Virei-me para ele, arregalando os olhos.

- O quê? Não, nem pensar!

- Por que não? - Quis saber, arqueando a sobrancelha.

- Porque não, imagina. Eu... nem sei dançar.

- O que eu falei sobre você aproveitar a noite e se divertir?

- Eu posso me divertir vendo os outros dançarem.

- Qual é, vamos lá, Amber!

- Mas eu não sei dançar!

Steve se levantou.

- Sabe sim, é só se mexer - ele disse, me estendendo a mão.

Tirei meu casaco e coloquei sobre o espaldar da cadeira.

Dei a mão à ele trêmula, e me levantei devagar.

Enquanto ele me conduzia pelo salão, a música sertaneja acabou e uma outra, internacional e lenta, começou a tocar.

***
- Tudo bem?

Fiz que sim, engolindo em seco.

Ele colocou suas mãos em minha cintura e, sem saber exatamente o que estava fazendo, coloquei as minhas em volta de seu pescoço.

- Isso. - Steve disse, baixinho.

A música tinha um quê de melancólica e romântica, e provavelmente era de algum filme sobre vampiros que se amavam.

Por causa das aulas de Inglês, eu soube exatamente do que ela se tratava.

" Heart beats fast "

( O coração acelerado )

Começamos a nos mexer vagarosamente e Steve sacudiu a cabeça, sorrindo de leve.

- Está vendo? Não é tão difícil como você achou que era.

Concordei, também sorrindo minimamente para ele, um pouco perturbada por ter agora seus olhos verdes cativantes tão pertos de mim.

" Colors and promisses "

( Cores e promessas )

" How to be brave? "

( Como ser corajosa? )

Eu fui me esquecendo aos poucos de quem eu era e de onde estava.

Fui perdendo a noção de que haviam mais pessoas dançando à nossa volta, de que eu estava de salto e precisava me concentrar para não cair, e de que eu estava ali sem que minha mãe soubesse.

" How can I love when I'm afraid to fall? "

( Como posso amar quando eu estou com medo de cair? )

Só me concentrei na música e em Steve, que permanecia com suas mãos segurando suavemente minha cintura, e me olhando de um jeito indecifrável.

" But watching you stand alone "

( Mas vendo você ser independente )

" All of my doubt suddenly goes away somehow "

( Todas as minhas dúvidas de repente vão embora, de alguma forma )

Nós nos balançávamos lentamente no compasso da música, e eu coloquei uma de minhas mãos sobre o ombro de Steve.

" One step closer "

( Um passo mais perto )

- Tinha que ser essa música do Crepúsculo? - falei baixinho, me lembrando do nome do filme.

Steve riu.

- Pra mim não importa a música. Eu só queria dançar com você - falou, me olhando.

- É mesmo?

" Time stands still "

( O tempo para )

- É, sim.

Ele me olhou sério e, de repente, tocou a pequena cicatriz que ficara na minha têmpora. Dali, seus dedos percorreram todo o meu rosto suavemente, desde a testa, até o queixo.

- Eu sei que você deve estar cansada de ouvir isso, mas... você é tão linda. - Ele me fitou.

" Beauty in all she is "

( Beleza em tudo o que ela é )

Eu não consegui abrir a boca para agradecer. Ele tirou a mão do meu rosto e suspirou.

- Eu fiquei tão preocupado. Eu me  odiei por muitos dias. Não me perdoaria se aquilo tivesse te prejudicado de alguma outra forma.

Eu entendi que ele estava falando sobre a pedrada.

- Mas não foi sua culpa - murmurei.

- Foi, sim. Você teria ido pra lá se eu não tivesse te levado?

- Não - admiti.

- Então.

Demos um breve giro e quando voltamos a nos olhar, ele disse:

- Mas você está aqui. E está bem. Não sabe o quanto isso me deixa aliviado.

Eu sorri, feliz por ouvir aquilo.

" I will be brave "

( Eu serei corajosa )

" I will not let anything take away "

( Eu não deixarei nada levar embora )

" What's standing in front of me "

( O que está na minha frente )

- Por que se preocupou tanto comigo? - perguntei.

Ele pareceu surpreso com a pergunta.

- Eu preciso de um motivo?

- Não sei, é que... é estranho - falei.

- É estranho eu me preocupar com você?

Encolhi os ombros.

- É, talvez seja. - Ele mesmo respondeu.

- E eu não sei o porquê disso - acrescentou.

A música se aproximava, nota após nota, do seu fim.

" Every breath "

( Cada respiração )

" Every hour has come to this "

( Cada hora tem caminhado para isso )

" One step closer "

( Um passo mais perto )

Quando a música acabou e a dança também, e quando saímos daquele hotel, eu percebi que, estranha ou não, a preocupação de Steve me deixou comovida.

***
A lua cheia brilhava alta no céu, e  eu a observava, com a cabeça encostada no vidro do carro, enquanto Steve me levava de volta para casa.

Eu não queria que aquela noite terminasse. Queria que ela se estendesse pelo tempo que fosse possível.

Tirei meus olhos da lua e olhei para Steve.

Ele dirigia, concentrado.

Seu braço forte parecia que a qualquer momento ia romper as mangas dobradas de sua camisa.

Seu olhar que estava fixado na rua à nossa frente, de repente se voltou na minha direção e ele me sorriu.

Eu devolvi o sorriso, sentindo um aperto no peito ao pensar que talvez, depois daquela noite, a gente não se visse mais.

Afinal, tudo o que ele pretendia com aquele jantar era me recompensar porque, de alguma forma, ele se sentia culpado pelo que aconteceu comigo. E depois de ter feito isso, talvez nunca mais aparecesse.

Mas de repente, eu senti que não poderia conviver com aquilo, com a ausência de Steve.

Por Deus, eu nunca me sentira assim em relação à uma pessoa!

- Pronto, aqui estamos - ele disse, parando o carro em frente à minha casa e esticando os braços.

Desencostei minha cabeça lentamente do vidro do carro e me endireitei.

Eu tremia, sem saber exatamente porquê.

- Você ficou calada o tempo todo na volta. Está tudo bem? - Steve disse, se virando para mim.

- Sim, está. Eu só... bom, obrigada pela noite, Steve.

Ele permaneceu me olhando e eu, que deveria abrir a porta do carro e sair, não fiz isso.

- Amber...

- Hum? - falei, num fio de voz.

- Eu quero que você fique bem, tá? Tente não sair por essas ruas à noite, cheias de homens mal intencionados; tente ficar fora da mira de crianças com pedras nas mãos... Enfim, tente ficar fora de perigo.

Ele tocou meu queixo, levantando-o.

- Tá bom? - falou.

Eu fiz que sim com a cabeça, sentindo um nó na garganta.

- Ótimo.

- Steve...

Ele me olhou.

- É verdade aquilo que você disse no outro dia? Que eu sou provavelmente a garota mais especial que você já conheceu?

- É claro que é verdade.

Eu ergui minha mão e toquei seu rosto, não conseguindo desviar meus olhos dos olhos dele.

- Obrigada. Você fez eu me sentir realmente especial essa noite.

Seu rosto de traços perfeitos estava irresistivelmente muito perto do meu, e quando olhei pra sua boca foi um caminho sem volta.

De repente, percebi que meus próprios lábios se uniam aos dele e o beijei lentamente, sentindo meu coração pulsando acelerado.

Quando me afastei, vi que ele me olhava com um misto de surpresa e espanto no olhar, como se não estivesse acreditando no que eu fizera. Nem eu acreditava.

- Amber... - sussurrou e quando fez menção de se afastar, eu agarrei a barra de sua camisa.

- Por favor - pedi, totalmente desnorteada pelo calor que emanava dele.

Steve me olhou com seu olhar felino e pôs a mão na minha nuca, puxando-me para si.

E foi então que tive a melhor recompensa que ele poderia me dar: o beijo mais arrebatador da minha vida.


▫▫▫

😍😍😍 ❤❤

Até o próximo capítulo, meus amores ❣

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