40 Adeus, Nova York!
⚫Último capítulo, pessoal!
Boa leitura! Leiam as notas finais!⚫
❤❤
"Ela aprendeu a viver; ele aprendeu a amar."
(Outono Em Nova York)
❤❤
O dia marcado para a minha partida amanheceu lindo.
Em um perfeito contraste com o meu estado de espírito desanimado, ele estava radiante e caloroso.
Eu teria adorado isso, se aquela viagem não fosse, no momento, o meu maior desagrado.
O vôo estava marcado para as onze da manhã, mas eu estava bem desperta desde às sete.
Estava inquieta e não conseguia controlar o meu nervosismo.
Emma, solícita, havia aparecido para se despedir de mim, em casa mesmo.
Pelo menos com algo eu estava satisfeita: ela iria me substituir na empresa, e poderia se desenvolver aos poucos. Eu já havia conversado com Steve e seu Charles sobre isso, e ambos concordaram em admiti-la na Corporação Parker.
Coloquei minha bolsa sobre o ombro, observando o quarto que havia sido meu, enquanto ali morava. Eu sentiria falta de tudo, isso é uma certeza incontestável.
Houve uma leve batida na porta e Emma entrou.
-Já está tudo arrumado e pronto pra ir.- Ela disse, cruzando as mãos na frente do vestido.
-Legal.- Suspirei.
Encontramos com o meu pai no corredor, apressado, procurando as chaves do carro.
-Já se decidiu?- Perguntei à ele.
Meu pai me olhou por alguns segundos e seguiu na nossa frente, dizendo:
-Já sim. E a resposta é não.
Chutei a parede do corredor com força, sentindo aquela raiva me dominar.
Eu havia pedido (na verdade suplicado) à ele para deixar que Steve fosse ao menos se despedir de mim no aeroporto e ele prometeu que pensaria no assunto e depois me daria a resposta. E agora, tudo o que recebo é um não.
-Quando foi que você deixou de ser um pai para se tornar um monstro insensível??!!- Gritei, a plenos pulmões.
-Não adianta insistir, Amber!!! Eu já disse que não!- Ele gritou, de volta.
-Que ódio!!!- Rosnei, enraivecida.
-Calma...- Emma pôs a mão no meu braço.- Você não pode ficar se estressando assim. Você sabe...- Ela olhou discretamente para a minha barriga e eu suspirei, concordando.
-Vamos descer- falei.
~❤~
Tive que enviar uma mensagem de texto para Steve, avisando-o que não aparecesse no aeroporto, pois eu não sabia do que o meu pai era capaz de fazer, se o visse por lá.
Foi difícil me despedir de Emma.
Ela lutava o tempo todo contra o choro. E no final, aquele rostinho cheio de sardas dela ficou todo avermelhado, de tanto ser esfregado para tentar esconder as lágrimas.
Por que parecia que eu estava sempre me despedindo das pessoas que eu amava? Até quando seria assim?
-Vamos Amber, seu pai está esperando- disse Fernanda.
Abracei Emma mais uma vez.
-É isso- falei, com a voz embargada.- Eu tenho que ir.
-Eu sei. Só quero que saiba mais uma vez que você foi a melhor amiga que já tive até hoje.
-Tá bom. Eu digo o mesmo. Tchau Emma...- Sorri, mesmo estando com vontade de chorar.
-Boa viagem.- Ela beijou minhas mãos, sorrindo também.
E finalmente, eu saí.
~❤~
O trajeto até o aeroporto foi silencioso. Pelo menos da parte dos três adultos ali dentro.
Apenas Enzo tagarelava o tempo todo. Mas até ele eu sabia que só estava tentando se distrair, pois, na verdade, estava triste com a minha partida.
Nova York passava por mim através dos vidros do carro, e eu tentava não pensar no quanto tinha sido feliz ali.
E que tudo isso estava escapando de minhas mãos aos poucos.
Não que fosse ruim recordar os bons momentos. Isso me fazia ter certeza de que a felicidade havia me alcançado.
Mas, em seguida, o que eu sentia era dor, por ter a sensação de que ela estava fugindo de mim.
~❤~
Henrique já estava no aeroporto, quando chegamos.
Ele nos cumprimentou afetuosamente, e parecia realmente animado com a viagem.
-Como vai, Amber?- disse, apertando a minha mão.
Forçei um sorriso, só por que ele era muito simpático.
-Estou bem e você?
-Contente por você estar aqui.- Ele sorriu para mim.
Desviei os olhos para o outro lado, porque senti-me constrangida, de repente.
Alguns minutos depois, tive que correr para um dos banheiros do aeroporto, pois senti uma leve onda de náuseas me atingir.
Eram os famosos enjôos matinais.
Fernanda me esperava do lado de fora, e me olhou, preocupada.
-Vomitou?
Sacudi a cabeça.
-Não...
-É melhor tomar um comprimido, antes de embarcar.- Ela falou.
Estendeu-me uma cartela com pequenas bolinhas brancas.
-Toma. Vai cortar os enjôos. Mas também vai fazer você dormir.
-Ótimo- falei.
Eu não precisaria ter que interagir com o meu "companheiro de viagem", se estivesse dopada pelo remédio.
Tomei o comprimido, e seguimos para o saguão, a fim de fazermos o check in.
Tudo estava nos conformes. Parecia tudo certo.
Mas eu, claro, estava insatisfeita. Vazia.
Mais uma vez, eu iria viajar insatisfeita com o rumo que as coisas entre mim e Steve tomaram.
Parecia que eu nada podia fazer. Estava de mãos atadas.
Nosso vôo foi anunciado e meu pai desandou a falar.
Eu nem me dei ao trabalho de prestar atenção em seus conselhos, avisos, recomendações e pedidos de desculpa.
Eu amava o meu pai. E amava muito. Mas tudo o que conseguia sentir agora, quando olhava para ele, era mágoa.
-Amber.- Ele disse alto, chamando a minha atenção.
-Oi?- Eu o olhei, finalmente.
-Você ouviu tudo o que eu disse?
-Unhum.- Fiz, sacudindo a cabeça.
-Vem cá.- Ele me abraçou e percebeu o quanto eu estava distante.
Mesmo assim, apertou o abraço e eu fiquei ali, presa a ele, sentindo uma mistura de raiva com amor e saudade, tudo junto.
Engoli em seco, para desfazer o nó em minha garganta.
-Eu sinto muito que tudo tenha que ser assim.- Ele sussurrou em meu ouvido.- Mas eu só quero o seu bem. Você sabe disso, não é?
Não respondi.
Meu pai suspirou. Eu sabia que o meu silêncio o feria.
-Eu te amo, filha...
"Eu também te amo", pensei. Mas não disse nada. Apenas esperei ele me soltar e assenti, começando a me afastar.
Dei um beijo em Enzo.
-Promete que vai voltar?- Ele agarrou meus braços.
-Não posso prometer nada, Enzo.
-Então eu vou lá te ver- ele falou, com os olhos brilhando.
Sorri, balançando a cabeça.
-É uma ótima idéia.
Ele concordou, se afastando.
Os segundos corriam e eu olhava ao redor. Um fiozinho de esperança em meu coração me fazia acreditar que Steve poderia sim, aparecer, apesar da proibição do meu pai.
-Amber, boa viagem, querida.
Olhei para Fernanda, que me estendia os braços e a abracei.
-Se cuida, tá? Não deixe de ir ao médico. Seja cuidadosa, por favor.- Ela me recomendava, baixinho.
Fiz que sim, quando nos afastamos.
-Pode deixar. Obrigada por tudo, Fernanda. Nunca vou saber como retribuir tudo o que você fez por mim.
-Só fiz o que uma mãe faria.
-Não sei, não. Tenho medo da reação da minha mãe, Fernanda...- Confessei, angustiada.
Ela segurou minha mão.
-Vai dar tudo certo.
O vôo voltou a ser anunciado, pois faltavam apenas cinco minutos para o embarque.
-Vamos?- Henrique apareceu ao meu lado.
-Vamos...- falei vagamente, vasculhando com os olhos todo o aeroporto, procurando por um rosto conhecido no meio daquele mar de gente.
Será que realmente Steve não faria nenhum esforço para me ver antes que eu partisse? Logo ele, que sempre quebrava as regras, será que acataria de bom grado a proibição do meu pai??
-Você pode ficar com o lado da janela, se quiser...- Henrique dizia, andando ao meu lado.- Eu não me importo.
Eu olhava constantemente para trás.
-Tanto faz...- falei.
Três minutos e eu já estaria no avião.
"Não pode ser. Ele vem."
-Por que não entramos?- Henrique perguntou, incomodado com a minha demora em entrar.
-Pode entrar. Eu já vou...
-Claro que não. Não vou entrar sem você.- Declarou ele.
Dois minutos...
Deixei meus ombros caírem, percebendo o quanto era inútil eu ficar ali, esperando por algo que não iria acontecer.
~❤~
Mas então...
-Amber!!!
Aconteceu. Virei-me.
Ele estava lá.
Sim, no meio daquela aglomeração de pessoas se despedindo e se abraçando, ele estava.
De calça jeans e camisa azul comum. Lindo.
Steve retirou os óculos escuros e me olhou.
Meu coração batia descompassado.
Ele veio!
Steve sorriu.
-Amber, vamos.- Chamou Henrique.
O sorriso de Steve sumiu ligeiramente ao ver o detetive ao meu lado. Mas ele já sabia que meu pai praticamente havia exigido que eu viajasse com Henrique.
Senti inveja daquelas pessoas todas ali que podiam se abraçar e sentir pela última vez o calor das pessoas que amavam.
Mas nós não podíamos. Estávamos separados por alguns metros e também pelo olhar atento e desaprovador do meu pai, ali por perto.
O que podíamos fazer? Absolutamente nada.
Steve desenhou um coração no ar com as mãos e eu li um "eu te amo" nos seus lábios.
Fiz o mesmo, sentindo uma certa euforia tomar conta de mim, apesar de que, aquele era um momento de despedida e despedidas normalmente são tristes.
-Ei, moça! Ei!- Alguém gritou e eu demorei a perceber que era um garotinho muito pequeno, que puxava minha blusa para que eu olhasse para ele.
-O que foi???
Ele colocou um pequeno pedaço de papel em minhas mãos.
-Mandaram entregar você.
-Quem???- Perguntei, confusa, lendo o pequeno bilhete.
Nele, apenas uma palavra, aparentemente rabiscada às pressas, com as letras tremidas:
"Sorry"
-Quem mandou você me entregar isso??- Perguntei ao garotinho.
-Aquela moça ali.- Ele apontou e eu olhei na direção em que ele apontava.
Demorei a ver, no meio de todas aquelas pessoas.
Era Lauren. A canadense que fazia intercâmbio comigo.
Ela me olhava de um jeito estranho, parecia assustada, e então correu, desaparecendo dali.
-Lauren!!!- Gritei.
Aquilo não podia ficar assim.
Por que ela estava me pedindo desculpas através de um bilhete, no último momento, quando eu estava prestes a ir embora dali? Ela nunca havia me feito nada de mal.
Então por quê... ???
Eu estava exasperada.
-Amber, temos que ir- disse Henrique.
Continuei olhando para as pessoas, e percebi que, no meio daquela confusão, Steve havia sumido, assim como Lauren.
Meu Deus, como eu poderia viajar agora, com o monte de perguntas que rodeavam minha mente???
O que estava acontecendo???
Henrique me puxou em direção à escada do avião.
-Temos que ir!
-Espera só...
-Não, Amber. Não há tempo. Vamos!
~❤~
O comprimido já começava a fazer efeito, pois eu me sentia grogue e sonolenta, mas ainda estava consciente.
Já havíamos decolado há alguns minutos.
Eu estava muito abatida.
Toda aquela euforia que havia sentido ao ver Steve estava se transformando em um abatimento e tristeza a cada minuto.
-Sabe, eu quero dizer que... eu entendo- disse Henrique.
Levantei a cabeça para olhá-lo.
-Entende o quê?- Perguntei.
-Tudo o que você está passando. Percebi o quanto gosta daquele cara. E sei que as coisas não estão fáceis pra vocês. Então entendo seu abatimento.
Suspirei, virando o rosto para a janela, vendo as nuvens passarem por nós.
-Tenta focar nas coisas boas que aconteceram. Sabe, eu vim pra Nova York tem apenas alguns dias e agora que estou voltando, não sou o mesmo que era quando cheguei. Estou voltando com alguns conhecimentos e experiências a mais. Tenho certeza de que você também.
Ele fez uma pausa.
-Sem dúvida você está levando algo consigo, não é? Algo novo, algo que aprendeu aqui.
-Você não faz idéia do que estou levando...- Murmurei comigo mesma, pousando a mão discretamente na minha barriga.
-O que disse?
-Nada. Você tem razão- falei, tentando me endireitar na poltrona, mas o sono estava me consumindo.
-Amber...
-Hum?
Senti a mão dele segurando a minha e estremeci. Sua mão era quente e senti-me confortável ao seu toque.
Abri os olhos e o olhei.
-Quero que você saiba que pode contar comigo. Não pense em mim apenas como o cara que está viajando do seu lado nesse avião, ou só como o detetive que sua família conhece. Podemos ser amigos ou até...
-Até o quê?- Engoli em seco, o encarando.
Ele sacudiu a cabeça.
-Só... pode contar comigo. Para o que precisar. Eu estou aqui, com você.- Ele apertou minha mão suavemente, sorrindo.
Quando percebi, estava sorrindo também.
Henrique me passava uma sensação de que existiam coisas novas e que a vida não era só as decepções e os conflitos que a gente passa.
Havia algo mais a ser vivido. Algo novo, como ele mesmo havia dito.
Eu ainda estava preocupada. Não sabia o que exatamente me esperava no Brasil.
Como seria essa volta? Eu teria coragem de contar para a minha mãe que estava esperando um filho? Como ela reagiria? E todas as outras pessoas, meus amigos e conhecidos? E se eu tivesse que passar por todo aquele processo sozinha? Será que eu daria conta ou me deixaria vencer?
O que aconteceria comigo?
Suspirei, fechando os olhos e pedindo a Deus que me desse forças.
E para servir de consolo, ainda ouvi a voz tranquilizadora de Henrique perto de mim, dizendo:
-Tudo vai dar certo. Você vai ficar bem.
Ele não soltou minha mão.
E eu adormeci.
Quando acordasse, provavelmente já teríamos chegado ao destino.
E seria o que Deus quisesse.
💠💠💠
A Segunda Temporada chegou ao fim ^.^
Sim, mais uma vez, há coisas que só serão esclarecidas e desta vez, definitivamente, na Terceira Temporada, que também será a última.
Esta é uma história que eu comecei a escrever em Maio de 2018 e terminei ela no comecinho deste ano.
Eu escrevia para minhas amigas que moram aqui na minha cidade lerem e aí tive a idéia de postá-la aqui no Wattpad.
Portanto, Envolvidos não é uma história que eu esteja escrevendo. Ela já está toda pronta. Não pretendo modificar nada, pelo menos não por enquanto. Então, tudo o que acontecer, aconteceu e pronto kkk, não vou mudar.
Vocês podem esperar para a Terceira Temporada muitas mudanças, pois a cada nova temporada as coisas mudam mesmo.
Não tenho ainda uma data pré estabelecida para postar o primeiro capítulo da última temporada. Só posso dizer que não demorará muito. Preciso antes resolver umas coisinhas, como capa e sinopse, por exemplo e aí sim, começarei a postar.
Não me abandonem, não abandonem a história, please!❤😊
No final da Terceira Temporada, pretendo fazer uma dedicatória especial a cada uma de vocês que têm acompanhado, porque pode ser que se não fosse o incentivo de vocês através dos votos, dos comentários e das leituras, eu tivesse desanimado de postar a história.
Então, muito obrigada, meninas.
Eu amo vocês num grau, que vocês não tem noção.❤❤
Meninos que lêem, obrigada também. rsrs
Enfim, acho que é isto.
Isso não é um adeus, e sim um até logo. Hahahaha!
Nem pra Amber talvez seja exatamente um adeus, mas isso é coisa pra Terceira Temporada.
Posso contar com você para a Terceira Temporada? Se sim, deixe aqui seu comentário e um coração.
Amo demais vocês.
E, como eu disse, até breve!
Muitos e muitos beijos!❤❤❤❤😘😘😘😘😘
Talita✔
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