12 Um Louco Passeio Pelas Ruas de Nova York
" Emocionante, não é? Quebrar as regras. "
( Hermione Granger )
Dois dias depois no intercâmbio, Richard veio com uma novidade interessante. Interrompeu uma de nossas aulas e disse:
-Pessoal, como parte do intercâmbio, vocês têm direito a alguns passeios aqui em Nova York, para conhecer alguns dos nossos muitos pontos turísticos. E... Quem quer adivinhar onde nós vamos hoje?- A voz dele denotava empolgação.
-Ver a Estátua da Liberdade??- Tentou uma garota canadense, que se sentava perto de mim.
-Não...!
-Visitar as torres gêmeas do World Trade Center??- Outro garoto, um japonês já fluente em inglês tentou também.
-Também não!
Eu fiquei olhando para Richard enquanto riscava distraidamente uma folha do meu caderno, gostando menos dele a cada segundo que se passava.
Eu não conseguia evitar de pensar em toda a história dele com Kristen quando o olhava e, mesmo que isso fosse vergonhoso, intimamente eu debochava dele por ter levado uma surra de Steve.
-Bem feito...
-Amber? Qual é o seu palpite, minha querida?- Ele estava perto de mim e eu nem havia notado.
-Ahn... nenhum- falei.
Ele sorriu, voltando lá para a frente.
-Não acredito que ninguém acertou. Pessoal, vamos visitar o American Museum Of Natural History!
-Ahhhhh... - Reclamou a classe, desanimada.
-Na boa, Richard. Logo o Museu?- Reclamaram mais.
-Sim, logo o museu. O Museu De História Natural Americano é um ponto importante e nós vamos visitar, sim.
-Poxa, museu só tem coisa velha- disse a canadense.
Eu fiquei quieta, porque para mim, tanto faz aonde iríamos. Se fazia parte do intercâmbio, ok. Além do mais, não podia ser tão desinteressante assim visitar um museu.
~❤~
Segundo Richard, ele só havia conseguido agendar a nossa turma para o último horário do museu, ou seja, das 16:45 às 17:45 da tarde.
Sendo assim, pudemos voltar para casa, antes do passeio.
Eu estava no meu quarto, relaxando um pouco após o almoço, quando o meu telefone tocou. Fiquei muito feliz ao ver quem era.
-Nina!!!
-E aí, mocréia! Se eu não ligo, você não liga mesmo, né?
-Deixa de ser chata, conversamos semana passada.- Eu ri.
-Pra quem se falava todos os dias, uma semana é meio muito, você não acha?
-Verdade.- Concordei.
-Tô com saudades- disse ela, numa voz dengosa.
-Eu também estou. Cadê a minha mãe?
-Titia está trabalhando. E eu vou para o salão daqui a pouco, também.
-Quantas clientes já te processaram até hoje?- Debochei, para irritá-la.
-Fique sabendo que tenho mãos de fada para cuidar do cabelo das pessoas, ok?
É, não consegui muito.
-Eu sei- falei sorrindo.
-Amber...
-Sim?
-Como estão as coisas por aí? Alguma novidade?
Hesitei ao responder. Até então, em nenhuma das nossas conversas por telefone, eu havia contado para ela sobre a chegada de Steve a Nova York. Meu medo era um só: que ela sem querer, acabasse dando com a língua nos dentes e contasse tudo para a minha mãe. Se minha mãe pelo menos sonhasse que Steve poderia estar perto de mim, ela me mandaria voltar imediatamente para o Brasil. Então respondi:
-Hum, não... nenhuma.
-Sei. Ahn, Amber.
-Fala.
-Tenho uma coisa meio séria pra te falar.
-Hum... deixa eu adivinhar. Está namorando?
-Não.- Ela riu.- Deus me livre, não é isso.
-Então o que é?
Ela demorou um pouco a responder.
-É que... já faz alguns dias que...
-Desembucha, Nina!
-O Jeff sumiu.
-Quê? Como assim, sumiu?
-Assim, sumiu. Não está em casa, não está em São Paulo. Não atende o telefone. Simplesmente, sumiu. Ninguém sabe aonde ele está. Luísa está histérica por causa disso, os pais dele estão muito preocupados.
-Poxa, até eu fiquei agora- falei, sentindo certo medo, por dentro.
-Também estou- ela disse, séria.
Independente de eu ter ido para Nova York sem voltar às boas com Jeff, eu ainda o considerava como meu amigo e esperava que um dia pudéssemos voltar a nos falar.
Por isso, a notícia de que ele havia sumido me deixou muito consternada.
~❤~
O ônibus da EF saiu às três e meia de Tarrytown, para que chegássemos no horário correto ao Museu de História Natural.
Eu mexia no meu telefone, procurando alguma música legal para escutar, ainda com o pensamento em Jeff e no que Nina havia falado.
-Ei, pode dar licença um pouco? Tem várias poltronas vagas por aí.- Richard apareceu.
-Sim, senhor.- O garoto que estava sentado ao meu lado saiu rapidamente.
Richard se sentou.
Eu olhei pela janela, lá para fora, para não ter que encará-lo.
-Oi, Amber.
-Oi- falei, ainda olhando pela janela.
-Está tão quieta desde que entrou no ônibus. Está tudo bem?
-Está.
-Hum, não gosto de ver você assim tão quietinha, parada, escondida. Você é linda demais pra ficar assim.
-Obrigada, mas não gosto de aparecer.
Ele sorriu, me fitando divertido.
-Se importa se eu for aqui do seu lado?
-Bom, você já se sentou...- Dei de ombros.
Ele riu novamente e se ajeitou, de modo que sua perna encostou levemente na minha.
Suspirando, me afastei discretamente até ficar bem grudada na lateral do ônibus. Coloquei meus fones de ouvido e fui o trajeto todo com o rosto voltado para a janela.
~❤~
-Como todos vocês estão carecas de saber, foi aqui, neste museu incrível, que foram gravadas cenas de todos os filmes " Uma Noite No Museu ". E, eu garanto a vocês, essa visita não vai ser nem um pouco entediante. Vamos lá pessoal, aproveitem!- disse Richard antes de entrarmos.
Fui entrando com a minha câmera digital, pois pretendia fotografar um pouco, a fim de mandar algumas fotos para a minha mãe, pedido que ela mesma me fez ao saber que iríamos ao Museu De História Natural Americano.
O garoto japonês cochichou no meu ouvido:
-Olha só... o Central Park aqui do lado e a gente aqui. Mano, que tédio!
-Não pode ser tão ruim assim, Japa- falei, sorrindo.
E de fato, não foi. Pelo menos não pra mim.
No primeiro andar, vimos a famosa baleia gigante pendurada no teto, o que sinceramente, me causou certa agonia.
-Parece que vai despencar de lá a qualquer momento.- Comentei, olhando com os olhos vidrados.
-Mas não vai, minha linda.- Richard sussurrou no meu ouvido e eu saí de perto, procurando alcançar o resto da turma.
No segundo andar, foi o conservatório de borboletas que me chamou a atenção. Fiquei olhando, admirada. Mais de 500 delas, de todas as cores, espécies e tamanhos, voando por todo o lado. Era incrível. Um deleite para os olhos.
Mesmo depois de ver os anfíbios, répteis e primatas do terceiro andar e a famosa exposição de dinossauros do quarto, ainda foi o conservatório de borboletas que continuou me encantando.
Quando o estava fotografando, foi inevitável pensar em Jeff. Ele, tão amante da arte de fotografar, sem dúvida conseguiria belas imagens daquelas lindas borboletas.
Quando pensei nisso, meu coração apertou, pois me lembrei do que minha prima havia dito sobre o desaparecimento de Jeff.
Onde ele poderia estar??
-Vejo que você é uma grande admiradora de borboletas, Amber.- Fui surpreendida outra vez por Richard, que apareceu mancando ao meu lado.
Suspirei, contendo minha irritação.
Odiava quando ele aparecia assim, do nada. Mas me concentrei no que ele havia falado.
-Não...- falei pensativa, olhando as borboletas.- Eu só achei lindo demais. Nunca tinha visto uma coisa assim na minha vida.
-É lindo, sim. Mas não se compara a você.
Tive que encará-lo dessa vez.
-Fala sério, Richard. Para com essas cantadas baratas.
Fiz foi ele rir.
-Ah, Amber! Você é uma fofa.
-Não tem só eu aqui de aluna, não. Vá da atenção aos outros também!- Reclamei.
-Eu...
-Richard!!!- Gritaram umas garotas, acenando para ele.
Somente levantei a sobrancelha, sem precisar falar mais nada e ele se afastou, revirando os olhos e sorrindo.
-Aff!- Suspirei, guardando minha câmera.
~❤~
Quando o nosso horário agendado no Museu acabou, saímos para fora, a fim de entrarmos no ônibus e voltarmos para casa.
No entanto, Richard ainda conversava com alguns professores que encontrou por lá, o que fez com que alguns alunos também se reunissem ao redor dele.
Eu havia saído para fora, conversando distraidamente com o Japa e a canadense, enquanto tomávamos sucos comprados na saída do Museu, sentados na grande calçada.
-Eu vou admitir: gostei de ter vindo ao Museu- disse a canadense, que se chamava Lauren.
-É... não foi horrível.- O Japa meneou a cabeça.
-Eu disse- falei, rindo.
-Richard conhece esse museu tão bem. Sabia tudo o que o guia sabia, e até mais do que ele. Eu fiquei impress...
Deixei de ouvir Lauren, porque algo capturou totalmente minha atenção.
Ao pé da calçada do Museu, com pedestres à sua volta, a moto de Steve. E ele lá. Olhando diretamente para mim, como no dia em que eu havia saído com Jhony.
Ele levantou o capacete e acenou.
Engoli em seco, meio atarantada por vê-lo.
-Oh, Amber? Quem é aquele que acenou pra você?- Meu colega perguntou.
-Ahn, ele...
Steve continuava me encarando lá de baixo e eu me levantei.
-Segura isso pra mim- falei, colocando meu copo de suco nas mãos de Lauren e desci a escadaria do Museu, em disparada.
-Amber, volta! O Richard não vai gostar disso!!!- Eles gritaram.
Fui parar lá em baixo, bem perto de Steve.
-Uma visitinha ao museu.- Foi o que ele disse primeiro, em um tom divertido.
-Como sabia que eu estava aqui?- falei, meio desconfiada, mas sem dúvida balançada por ele estar ali.
-Eu não sabia- disse ele, sacudindo a cabeça.
-Eu não acredito em você.- Cruzei os braços, arqueando a sobrancelha.
-Isso é um problema seu, senhorita Amber.- O engraçadinho falou, dando aquele sorriso maravilhoso, quero dizer... sarcástico.
-No entanto, tem coisa muito melhor para se fazer em Nova York- disse ele, desprendendo o outro capacete e me estendendo o mesmo.
-O quê... ?
-Vamos, sobe aí. Você não vai se arrepender.- Insistiu ele.
Peguei o capacete indecisa, olhando para o Japa e a Lauren, que me chamavam de volta.
-Mas o Richard...
-Dane-se o Richard!- ele disse, com certa raiva.
Engoli em seco.
-Você vem ou não??
Eu fui. Coloquei o capacete, subi na moto, me segurei em Steve e partimos à toda dali.
~❤~
A história se repetia. Mais uma vez eu abandonava um compromisso por causa de Steve.
Parecia que conviver com ele era sempre assim: um círculo vicioso, uma aventura nova a cada dia.
Ele pilotava a moto pelas ruas de Nova York, numa velocidade impressionante, que me causava um frio na barriga e me fazia agarrar mais ainda a barra de sua jaqueta.
Passávamos em alta velocidade por prédios, pessoas, monumentos... e quando Steve freava bruscamente para respeitar algum sinal vermelho, eu achava que meu coração iria sair pela boca.
-Steve...- Arfei e minha voz saiu abafada por causa do capacete.- Vai mais ... devagar!
Ele riu, o que fez seus ombros se sacudirem.
-Você ainda não viu nada!
O sinal abriu de repente e ele arrancou, de novo. Eu achei que fosse infartar ali mesmo.
Ele abriu um pouco seu capacete e disse:
-Estamos quase chegando na Times Square! E você vai ter que fazer o que eu mandar.
-É o quê??- falei, sentindo vontade de espancá-lo, caso não estivéssemos em cima daquela moto.
Ele diminuiu a velocidade e virou-se para mim, dizendo:
-Confia em mim?
-Ahn... não...- falei, também abrindo um pouco meu capacete para poder vê-lo melhor.
-Amber, é sério. Confia em mim?
Seu rosto estava muito perto, por ele ter se virado e eu senti aquela inconfundível acelerada no coração.
Suspirei.
-Confio...- falei, baixinho.
-Ótimo. Então, tire o capacete.
Pensei ter ouvido mal.
-O quê???
-Tire o capacete e me dê aqui.
-Steve, não. Não vou fazer isso!
-Você disse que confia em mim, não foi? Então, tire o capacete. Por favor. Não vai acontecer nada de mal com você.
Mesmo temerosa, fiz o que ele pediu. Tirei o capacete lentamente e o entreguei.
Ele fez o mesmo e os segurou ambos de cada lado nos braços, enquanto também se preparava para guiar a moto.
-O que vamos fazer?- perguntei, com medo.
-Vamos passar pela Times Square, sem capacete.
Ele acelerou e eu nem estava preparada.
Senti o vento nos meus ouvidos e por um momento pensei que fosse tontear e cair, mas me segurei fortemente nele, fechando os olhos.
-Mas Steve, isso é contra a lei!- gritei, aflita.
-Seja fora da lei, Amber!
-Você é louco!
-Obrigado! Mas aproveite a sensação. É incrível!
-É horrível!- Retruquei.
-Você está de olhos fechados?
-Estou, é claro!
-Abra os olhos, Amber. Relaxa, abra os olhos e aproveita!
Demorei cerca de um minuto para fazer isso.
Primeiro respirei fundo. Esperei meu coração se acalmar. Só então abri os olhos. E aí... foi mágico.
Todos sabem que a Times Square é conhecida mundialmente por seus letreiros luminosos, suas brilhantes fachadas e é um dos pontos turísticos mais famosos de Nova York.
Iluminada. Essa é a Times Square.
Steve não diminuiu a velocidade, o que só tornou tudo ainda mais incrivelmente prazeroso.
Os borrões iluminados passavam por nós de uma tal forma, que a impressão que eu tinha é de que éramos viajantes do espaço, enquanto milhares e milhares de estrelas passavam por nós.
Era uma sensação incrível. Steve tinha razão.
Meu cabelo esvoaçava com o vento e eu soube, no fundo do meu ser, que aquele era um momento especial, que provavelmente não haveria de se repetir e que deveria ser guardado com carinho na minha memória.
Certas coisas só se vivem uma vez.
-Uhuuuuuuu!!! Isso é muito loucoooo!!!- Gritei, abrindo os braços.
Sim, criei coragem para fazer isso. Parecia que, depois de tirar o capacete, eu era capaz de fazer qualquer coisa.
Steve não disse nada, mas eu podia apostar que ele estava sorrindo.
Eu tinha consciência da multidão de pessoas que passavam por nós e que algumas até nos olhavam horrorizadas, mas aquilo não tinha a menor importância no momento.
Agora eu entendia porquê ele havia pedido para tirar o capacete. Com ele, o passeio pela Times Square não seria a mesma coisa. Eu não sentiria toda aquela adrenalina, aquela sensação surreal de estar numa incrível passarela cheia de luzes.
É, o passeio pela Times Square foi demais.
~❤~
-Opa.- Steve me amparou, quando desci da moto e cambaleei.
-Steve, isso foi... incrível- falei, o olhando e sacudindo a cabeça, tentando me recuperar daquilo.
-Eu sei que foi.- Ele se aproximou e passou a mão pelo meu cabelo, colocando algumas mechas no lugar.
Observei a moto, dizendo:
-Pensei que nunca mais fosse andar nela de novo.
-Mas essa não é aquela moto, Amber.- Ele coçou a cabeça.
-Não?- Franzi a testa.
Steve balançou a cabeça, negativamente.
Revirei os olhos.
-Ah, é claro. Esqueci que você é rico.
Ele não disse nada e começou a andar.
Diante de nós estava agora a ponte do Brooklyn. A grande ponte que separava Manhattan do distrito de Brooklyn.
Fomos andando lado a lado, e eu me sentia inquietíssima com o tanto de perguntas que tinha vontade de fazer.
Então fiz a que mais rápido me veio à mente.
-E aquele carro que você disse que era alugado, quando me levou ao hotel para jantar?
Ele sacudiu a cabeça.
-Não era alugado. É meu.
-Steve, eu não entendo. Por que você não disse que era rico? Por que escondeu isso?
-Eu já expliquei. Eu não... não queria que as pessoas soubessem de onde eu vinha, quem eu era. Por que isso me faria lembrar de tudo o que passei aqui. Foi mais fácil pra mim, esconder.
-Você não pode fugir de si mesmo. Você é o que você é.
-Eu sei. Mas você não passou pelo o que eu passei, por isso é fácil falar.
Me calei, e subi na ponta dos pés para ver o rio East que corria, lá embaixo.
Steve se encostou nas estruturas da ponte de aço, me observando enquanto eu olhava o rio.
-Sabe, eu queria que as coisas tivessem sido diferentes comigo. Sei lá...- Ele também se virou e ficou olhando para o rio.- As pessoas acham que riqueza é tudo. Não é nada.
A lua cheia refletia seu brilho no rio East, o que fazia gosto de olhar.
-Você está falando sobre os seus pais, não é?- Virei-me para olhá-lo.
Steve demorou um pouco a responder.
-É. Eu daria tudo para ter eles de volta.
Foi a minha vez de ficar o olhando. Achei aquilo bonito. Aquele lado família de Steve.
Pensei em Emma e imaginei o que ela diria se estivesse ali, naquele momento.
-Talvez... o que aconteceu com seus pais seja uma forma que Deus encontrou de preparar você pra vida. Você não sabe o que vem pela frente, Steve. Isso está te fortalecendo, para quando você enfrentar o pior.
-O que mais de ruim pode acontecer comigo??- Ele disse, com certa ironia.- Só mesmo se você não me perdoar, aí sim. Será o cúmulo.
-Eu acho...- falei, baixinho.
-Acha o quê?
-Que já te perdoei...- falei, mais baixo ainda.
Steve me fitou, e percebi que ele havia escutado.
-É sério?
Eu ia responder, mas algo chamou a minha atenção e eu olhei por cima dos ombros de Steve.
Com as mãos nos bolsos e boné na cabeça, eu poderia reconhecê-lo em qualquer lugar do mundo. Fui dominada pelo susto e pela surpresa.
-Jeff ???
▫▫▫
Sim, o nosso Jeff está na área!
O que será que houve com ele?
Depois desse capítulo enorme, só posso desejar uma ótima noite pra vocês. ( Se você estiver lendo isso de dia, kkk tenha um ótimo dia. )
Até o próximo capítulo, beijoooos!❤😘
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro