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10 O Desabafo

" As pessoas entram em nossa vida por acaso, mas não é por acaso que elas permanecem. "

(Lilian Tornet)

A mansão Parker era absolutamente linda.

Era, de longe, o imóvel mais requintado da rua.

Emma conversou com alguém pelo interfone, que abriu o portão automático, liberando a nossa entrada.

Entramos e eu fiquei logo deslumbrada com a beleza dos jardins bem tratados pelos quais passamos antes de chegar à casa propriamente dita.

Fomos recebidas no saguão por Bruce, o mordomo, um homem alto e gordo, que nos fez passar para a ante sala, a fim de que pudéssemos esperar.

-As senhoritas podem sentar-se e fiquem à vontade. Eu vou...

Antes que o mordomo pudesse terminar de falar, ouvimos gritos.

-Você voltou aqui para quê, afinal?? Se não foi para cumprir com as suas responsabilidades nesta família, para quê veio então???

-Não interessa!!! Desde quando você se importa com o que acontece comigo??

-Xiii...- Fez Emma.- Parece que viemos em péssima hora. Eles estão discutindo. De novo.

Olhei para ela e não consegui evitar ficar preocupada.

Bruce se foi por um dos imensos corredores, nos deixando ali.

-Sua mãe está aqui?- Perguntei.

-Sim, provavelmente limpando os quartos de cima.

-... então é claro que me importo! Você que nunca se importou, do contrário, não teria ido para o Brasil e me abandonado aqui!!!

-Agora vai se fazer de vítima?? Você sabe muito bem porquê eu fui embora!

-Eu sei. Mas você precisa amadurecer, Steve! Precisa deixar o passado para trás. Você não pode mudar as coisas que já aconteceram!

-Eu não vou ficar aqui ouvindo esse seu discurso, estou cansado de ouvir sempre a mesma coisa!

-Aonde você vai, garoto??

-NÃO IMPORTA!!!

Exatamente neste momento, Steve passou pela sala onde estávamos, tão apressado e nervoso, que sequer nos viu ali.

Me levantei imediatamente.

-Emma, me espere aqui.

Comecei a andar de volta para o saguão, por onde Steve havia acabado de sair.

-Aonde você vai, Amber??- Ela segurou meu braço.

-Eu vou atrás do Steve.

~❤~

Não demorei a encontrá-lo.

Estava sentado no banco de uma praça não muito distante, com os cotovelos nos joelhos e as mãos na cabeça.

Me aproximei, devagar. Temerosa, por algum motivo.

-Steve.- Chamei.

Ele levou cerca de meio minuto para levantar a cabeça e me olhar.

Piscou, confuso.

-Amber?? Você está fazendo o quê aqui?? Como sabia...

-Eu estava na sua casa. Mas você nem viu.- Sorri, sem graça.- Vi como saiu nervoso e vim conversar com você.

-Mas você acabou de me expulsar da sua casa- ele disse, seco.

-Eu sei. Mas estou disposta a te ouvir agora. E você pelo jeito, está mesmo precisando desabafar.

Ele suspirou, enterrando os dedos nos cabelos.

-Posso me sentar do seu lado?- Perguntei.

Ele assentiu, se afastando para a outra ponta do banco.

-O que aconteceu? Não pude evitar ouvir a sua discussão com o seu avô.

-É o que sempre fazemos quando estamos juntos.- Ele deu de ombros.

-Mas por quê?

Steve ficou um tempo calado. Eu fiquei quieta, esperando pacientemente.

Até que por fim, ele virou-se no banco ficando de lado, olhando diretamente para mim.

-Amber, eu cometi muitos erros nessa minha vida. Com você, com o meu avô... e outras pessoas também. Eu estou tentando consertar tudo, mas está sendo mais complicado do que eu pensei.

-A Emma me contou sobre você e a Kristen...

Ele me olhou e contraiu a boca.

-Ótimo. Mais essa agora.

Eu fiquei encabulada, tendo seus belos olhos verdes voltados para mim, agora um pouco obscuros.

-Steve, estou aqui pra te ouvir. Pode dizer o que quiser.

Ele passou os dedos outra vez pelo cabelo.

-Tudo ficou muito ruim quando os meus pais morreram naquele acidente. Eu era só uma criança, praticamente. E logo veio a pressão do meu avô. Ele queria que eu me tornasse exatamente aquilo que o meu pai era. O que ele é. Um homem de negócios. Mas poxa... Eu só queria estudar, brincar, sair com os meus amigos. Enfim, ser criança. Mas não, eu tinha que dar continuidade ao negócio da família.

Ele olhou para um ponto distante e suspirou.

-Até que alguns anos depois, eu conheci Kristen. No começo foi tudo bem. A gente se gostava e estava dando certo, até ela se tornar obsessivamente ciumenta.- Ele sacudiu a cabeça.- Até aí, eu estava conseguindo lidar. Mas quando ela me traiu... Eu decidi que estava mais do que na hora de por um fim àquilo.

-Foi melhor, você não acha?- Eu disse, timidamente.

-Foi a melhor decisão que já tomei na minha vida. É claro que foi. Eu entrei para a faculdade, me formei em Administração... Mas aí, tudo começou a me sufocar. A pressão do meu avô para que eu assumisse o negócio da família, a traição de Kristen... E então eu me revoltei.

Eu o olhava, ouvindo sem interromper e sentindo cada momento daquele, como se eu os tivesse vivido.

-Depois de mais uma discussão com o meu avô, eu decidi ir embora. Eu tinha um colega da faculdade que me disse que estava indo para o Brasil e eu resolvi ir com ele. Deixei tudo aqui e fui. Meu colega disse que ia me ajudar a encontrar um lugar onde eu pudesse me estabilizar no Brasil, um lugar que estivesse de acordo com o meu nível social. Mas não era isso que eu queria. Eu não queria nem saber de classe, de dinheiro, de luxo. Nada disso. Eu queria me desligar de tudo isso. Estava revoltado. Parece que um espírito de rebeldia tomou conta de mim.

Steve fez uma pausa.

-Foi então que eu conheci aqueles dois caras. Eles já vendiam drogas e faziam assaltos, e eu vi ali uma ótima oportunidade de me rebelar contra o sistema.

-Você nunca tinha feito isso, então?- Perguntei.

-Nunca.

Ficamos calados por um minuto.

-Amber.- Ele se voltou mais uma vez para mim.

-Sim?

-Me desculpa, por favor. Eu fiquei vivendo aquela vida desregrada no Brasil, vendendo drogas e ajudando a assaltar casas... mas eu não tinha idéia de que tudo iria mudar quando te conheci. Você é especial pra mim e sabe disso. Eu me arrependo a cada segundo por ter feito o que fiz. Sabe, começar a vender drogas foi uma espécie de revolta, de uma vontade de fazer tudo errado, só para fazer raiva no meu avô. Não era pelo dinheiro, que em vista do que eu tenho, era uma mixaria. Nunca foi. Mas isso não afetou tanto ele. Porque ele continua aqui, firme e forte, apesar de abalado com o meu comportamento. Eu só consegui destruir a mim mesmo.

-É verdade.- Tive que concordar.

-Mas depois que eu conheci você Amber, tudo mudou. Você foi a primeira pessoa que me confrontou. Que me fez perceber que eu estava perdendo o meu tempo. Você veio com sua pureza, sua bondade, sua vontade de ajudar... e me encantou.

Engoli em seco e abaixei a cabeça.

-Espero que um dia você possa me perdoar.

Eu levantei a cabeça e olhei em outra direção, sem conseguir encará-lo diretamente.

-Amber?

-Hum?- Eu fiz, enrolando uma mecha do meu cabelo nos dedos.

-Tem uma coisa que você precisa saber.

-O quê?

-Naquela noite, apesar de ter rendido você com a arma, eu não roubei nada, ok? Não tirei nada da sua casa. Pelo menos não eu.

-Eu sei. Já tinha me dado conta disso.

-É, mas... não é aí que eu quero chegar.

Ele hesitou antes de dizer:

-Naquela noite, eu só fui à sua festa com a intenção de vender maconha para o seu amigo Jeff.

▫▫▫


Amber que lute pra lidar com isso, Kkkk.
Até o próximo capítulo, beijoooos!😘



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