Capítulo 13
*Antes que comece, convido você para ler "Para Todo O sempre Serei Seu"! Corre lá! É um bagulho cheio dos paranauês sobrenaturais(+18). Você vai entender que nem tudo é o que parece...
Capítulo 13
A luz da manhã sobre a janela me fez pular da cama, literalmente. Eu estava sentindo uma estranha felicidade. Parei assim que o vi, sentando na mesma cadeira, onde horas antes ele me deixado exposta, entregue e volátil, como eu nunca havia me sentindo. Um sentimento novo, que me fez prender o ar, olhando para ele. Ele tinha as pernas cruzas de modo elegante, enquanto arrumava as abotoaduras de prata, com as letras NF em Edwardian Script, quase parecida com a sua caligrafia. Forte e elegante. O relógio marcava seis horas, eu ainda estava nua, e ele vestido com seu magnífico terno cor de chumbo, assim como as paredes da sua casa noturna, e só Deus sabe de onde ele tirou aquele terno. A cor do terno combinava perfeitamente com o azul dos seus olhos. Um azul que eu, agora, queria mergulhar e me afogar por inteira nele. Cabelos úmidos, e bem penteados, Nathan estava com a barba por fazer, deixando seu queixo e as maçãs do seu rosto mais firme, com cara de homem que gosta do perigo, e mesmo assim a sua pele parecia mais que perfeita. A manhã de quinta nunca fora tão quente como quando ele fixou os olhos no meu corpo, mas como sempre, paralisei. O sentimento bom estava ali, mas o medo de que esse sentimento não fosse durar, me deixou inquieta, quase assustada.
Enquanto eu o observava, um sorriso esplendoroso se formou no canto da sua boca. Um sorriso de satisfação, por me pegar babando por ele. Mas não foi apenas o sorriso ou como ele estava divinamente lindo, foi o seu cheiro... O seu cheiro tomou conta da minha mente e do meu corpo.
- Gostei do terno - consegui falar, quase sem ar.
- Gostei e gosto da sua bunda - seu sorriso se ampliou ainda mais, com o fato do meu constrangimento ter aparecido por causa da minha nudez esquecida. Eu poderia não conseguir ser tocada, mas eu morreria para ficar com ele em uma ilha deserta, com ele pelado, enquanto repetia o ato memorável da noite passada.
- Droga! - xinguei correndo para o closet, pegando uma calça e uma blusa de cor verde claro - sabe - comecei a falar, me vestindo - você poderia ter esperado na sala... - falei querendo parecer irritada, mas falhei miseravelmente. É claro que eu estava feliz por ter ele como a visão perfeita, pela manhã. E acho que eu poderia me acostumar com isso - assim, não iria precisar olhar para essa sua cara medonha, e nem você para mim com o cabelo de alma penada... - quando voltei, ele ainda permanecia sentado, e abafado o riso.
- Não acho que você pareça uma alma penada, e se você se acha parecida com uma - deu de ombros - eu adoraria comer uma alma penada como você a cada dez minutos...
- Você mal acordou e já está pensando isso? - cruzei os braços e fechei a cara, ficando frente a ele, mas não por muito tempo.
- Não consigo evitar - sorriu - é mais forte do que eu...
- Como você está? - perguntei tentando mudar de assunto, mas eu estava preocupada com ele - você dormiu bem?
- Eu não dormi aqui Liz - o seu rosto de repente ficou serio - na verdade, houve uma emergência em uma das casas, e isso me tomou mais tempo, tempo o qual eu queria completamente para você - ele parecia irritado. Muito irritado com o fato de ter saído na madrugada para resolver algo. Será que tinha haver com Isaäk Markov?
- Foi algo grave? - tentei parecer casual, mas nenhuma jornalista que se preze pergunta algo de modo casual, em uma situação como aquela.
Ele esperou mais um pouco antes de responder. Respirou e abriu a boca, mas logo fechou, acho que incerto se contaria alguma coisa, ou não. O semblante de Nathan estava pesado, e cada vez mais serio Isso não me deixava muito à vontade. Estava habituada com ele sendo o tarado que sempre foi, mas ver ele tão serio e preocupado, me deixou com o coração na mão. Não havia muito tempo que o nosso relacionamento tinha começado, mas acho que nas minhas investigações, eu sempre soube quando tinha alguma coisa de errado com ele. Nas fotos, ele sempre tinha um jeito de levantar a sobrancelha, quando estava em uma matéria que seria sobre a sua suposta vida no crime.
- Nathan - comecei - você pode falar...
- Só o que posso dizer é que, todos os meus erros, daqui para frente haverá conseqüências, que podem causar danos colaterais, quase mortais... - ele virou o rosto para olhar a janela do quarto de maneira pensativa - eu fiz coisas Liz, das quais não me orgulho - eu conseguia sentir como sua voz estava triste.
- Eu não vou sair daqui - falei apresada - eu não vou sair de perto de você, se é isso que está pensando...
- Eu fico muito feliz, mas tenho medo que o meu passado e presente - voltou a me olhar - façam com que você fuja de mim.
- Eu não vou fugir - sorri meio torto para ele - se você não fugir, ou cansar de ter uma namorada como eu na sua vida - isso o fez sorri novamente.
- Farei o possível para que isso não aconteça. Não pretendo ir a lugar algum sem você, senhorita Radzimierski - fez uma breve pausa antes de continuar - mas, primeiro, quero ajudar você - tentando escapar do assunto, olhei o relógio. Eu estava muito atrasada, e isso faria com que Elijah comece meu fígado frito, com rodelas generosas de cebola.
- Você não vai trabalhar hoje - disse ele ao se levantar da cadeida, abotoando os dois botões do seu terno.
- Oi? - parei, chocada - como assim eu não vou trabalhar hoje?
- Falei com Elijah, e disse que você teria que ir ao medico hoje...
- Você não fez isso, fez? - gritei com raiva. Ele poderia mandar na hora em que me fizesse abrir as pernas para ele, mas não no meu trabalho - seu filho de uma puta... - esbravejei.
- Me chame de novo, e eu vou ter que pegar você à força - alertou.
- Droga - resmunguei - você poderia ter me...
- Avisado - terminou a frase. Um pânico me veio à mente, se ele avisou a Elijah, e ele entendeu que havia algo entre nós dois?
- O que você falou exatamente para Elijah?
- A verdade - falou indo em direção a porta.
- Deus... - gemi deixando meus ombros pesarem como concreto.
- E por falar nisso - o som dele despejando um liquido em alguma coisa ecoou, e logo soube que ele havia preparado o café - o que você quis dizer com a parte de virar gozação se os outros descobrissem o nosso namoro?
Arrastando-me para ir ao banheiro, queimei ele com os olhos quando ele levantou a xícara fumegante para mim, abrindo um sorriso do tamanho do Grand Canyon.
- Vá para o inferno, seu escroto - falei mau humorada - você sabe muito bem do que eu estava falando...
- Não, não sei - levou a xícara até a boca, enquanto eu entrava no banheiro, pegando a escova de dente para fazer minha higiene - ilumine minha mente.
- Você viu a minha pesquisa sobre sua vida - resmunguei enquanto escovava os dentes - todos sabem que a minha meta, o meu maior desejo era jogar seu nome na merda - enxaguei a boca e lavei meu rosto.
- Era? - podia sentir o sorriso através da sua voz.
- O que você quer que eu diga? - sai do banheiro, enxugando o rosto - que eu estou caidinha por você, e que todas as vezes que você sorriso, eu desmancho?
- Isso seria muito bom - ele já estava sentado do sofá.
- Então - falei com a voz mais romântica e melosa possível - vá se ferrar -sorri dando de ombros - agora, me fale sobre esse medico...
- Você quer falar sobre o assunto comigo, antes de irmos? - perguntou cauteloso.
- Eu nunca contei isso para ninguém Nathan - falei sinceramente - certas coisas ficam melhor, quando são deixadas no passado...
- Não quando o passado não permite que você seja feliz, Liz - arqueou a sobrancelha bem desenhada com preocupação - eu pretendo me abrir com você, meu doce, mas quero que confie em mim, para ajudar você...
- Eu confio - eu não conseguia acreditar em como aquelas palavras saíram da minha boca de uma forma tão verdadeiras, que me tocou a alma - muito...
- Quantos anos você tinha? - a pergunta que eu temia surgiu, me fazendo ficar enjoada e tonta, a ponto de que eu precisava urgentemente me sentar.
Antes de responder, me sentei, fechei os olhos e respirei, para então abrir minha boca e dizer:
- Oito anos - respirei mais fundo prendendo o ar, ainda sem olhar para Nathan, que pude sentir sua voz engasgar, para poder falar:
- Oito anos? - perguntou chocado - miserável, filho de uma cadela - rosnou de uma forma, que eu senti todo o seu ódio percorrer meu corpo - ele espancou você? - sua respiração estava ruidosa - por isso, é por isso que você não consegue... - falou entendendo um dos motivos - eu... eu... - quando abri os olhos, Nathan tava de punhos cerrados, e olhos fechados e espremidos, tentando expulsar a idéia de uma criança indefesa sendo abusada e espancada - mato esse... Droga! - se agitou ficando de pé, passando as mãos no cabeço exasperadamente, com olhos angustiados. Meus lindos olhos azuis celestes estavam cheios de preocupação e algo mais... compaixão, por uma menina que não existia mais, só existia uma mulher quebrada e com traumas - esse cara merece queimar nas profundezas do inferno, por estragar você...
- Nathan - minha voz era baixa, mas eu estava quase vomitando a bile, só em pensar no que tinha me acontecido - eu não acho que se pode estragar, o que já estragado desde que nasceu - baixei a cabeça, sentindo as lagrimas começarem a arder, queimando meus olhos.
- Que merda você esta falando Liz? - ele estava com raiva, irritado e mais seu olhar não havia mudado. Ele permanecia me olhando com compaixão.
- Minha mãe... - virei o rosto, para esconder a vergonha do que eu ia revelar - ela era uma prostituta, e tudo isso aconteceu depois que ela encontrou alguém que quis casar com ela, mesmo com uma filha... eu acho que tudo foi minha culpa... - falei quase soluçando - eu era a garota que estava no meio dos dois... da possível felicidade dela...
- Deus! Como eu queria abraçar você - sua angustia em não poder me abraçar, era a minha em não poder sentir o toque dele - não foi sua culpa Liz. Nada disso foi sua culpa, pelo amor de Deus... Sua mãe é uma... - levou o punho até a boca e mordendo com raiva, contendo o que iria falar - você era apenas uma criança...
- Mas agora não importa mais - eu queria um buraco para m enfiar, e ficar ali por séculos. Ter uma parte do meu passado revelado, não estava me fazendo bem.
- É claro que importa - se ajoelhou próximo a mim, mas sem chegar perto - eu me importo com você...
- Ninguém nunca cuidou de mim - olhei tristemente para ele - mais uma novidade para mim...
- Depois de descobrir isso tudo - me olhou firmemente com carinho - minha vida só tem sentido, porque você está nele. Eu vou cuidar de você...
- Eu acho que vou vomitar - falei correndo para o banheiro, caindo de joelhos, abrindo a tampa do vaso e esvaziando o liquido amarelo de gosto amargo. Nathan apareceu na porta, mas ele nada poderia fazer. Urgh! - você não precisa ver isso...
- Verdade - sua voz era firme, mas carinhosa.
- Agora é o memento certo para você decidir que não me quer mais - articulei ao me levantar, indo para a pia, lavando minha boca e escovando-a novamente.
- Eu já falei Liz - colou as mãos no bolso da calça - não vou desistir tão fácil de você...
- Cada maluco, com sua mania - sorri sem gosto - o cara pode ter a mulher que quiser, e escolhe a mais estragada que existe no mundo... - balancei incrédula cabeça, terminando de escovar os dentes.
- Ande - tirou uma das mãos do bolso, olhando à hora no relógio - estávamos em cima da hora - falou saindo da porta em direção a sala, se sentando novamente no sofá - espero que você seja bem rápida.
- Oh - debochei ainda sem humor - claro senhor - disse a ele passando pela sala, indo para o quarto - o senhor quer que eu deite, role e me finja de morta também?
- Humm... - ponderou antes de responder - deitar... rolar até que são idéias bem atrativas, e com toda certeza, quando você estiver deitando e rolando comigo, não vou querer eu se finja de morta... agora vamos meu doce.
- Safado - murmurei revirando os olhos.
- E Liz... - falou me fazendo virar.
- Sim...
- Eu sou um filho da puta, sortudo. Eu tenho você na minha vida, e isso me basta.
- Eu posso dizer o mesmo... - sorri com o humor voltando para minha vida.
- Agora pare de ficar me olhando com cara de quem quer ser comida - abriu um enorme sorriso sacana - porque eu não posso atender a essa sua vontade... - mordeu o lábio inferior, segurando a risada que viria.
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