
Capítulo 05
Fiz as audições e o professor de teatro disse que mandei bem. As minhas amigas ficaram a minha espera, e o Lucca fez a sua audição e foi embora.
Ainda não tinha me explicado o porquê de não confiar nos seres humanos e confiar em mim. O que eu Nessa, tinha de especial para ele confiar em mim? Eu era uma garota como as outras.
Eu e as minhas amigas fomos ao parque passear e lá encontramos uma exposição de artes sobre gatos e uma feira de adoção de gatos.
— eu quero um para mim meninas. — pedi, olhando para os animais mais fofos do mundo.
A vontade de levá-los a todos era grande, mas a minha mãe não aceitaria várias bolas de pelo e caixas de areia no meio da sala. O pai sim, mas a minha mãe, nem pensar.
— eu também quero um gato Ruth. — Dani pediu e nós gargalhamos.
— vamos procurar saber como adotar um desses animais. — Ruth falou e eu revirei os olhos.
A Ruth não gostava de gatos, ela preferia cachorros. Nada contra, mas um gato era um animal mais fofo, macio, delicado, limpo, cheiroso, olhos brilhantes, enfim, existem inúmeras razões de amar um gato.
— Desculpa minha senhora. — Ruth falou, parando em frente a moça do balcão. — Como podemos adotar um gato?
— É simples, é só assinarem esse protocolo aqui e depois pagar o primeiro mês de veterinário, que está com promoção de cinquenta e cinco por cento de desconto.
— Eu posso assinar? — pedi entusiasmada e a moça entregou-me um panfleto e um documento para assinar.
Paguei o primeiro mês e escolhi um gato branco muito peludo, olhos azuis e dei-lhe o nome de Baunilha. Como o meu sabor de sorvete favorito e como as paredes do meu quarto, que tem apenas decorações rosas como borboletas e flores e a minha estante de livros igualmente rosa. — ah, meu bebê.
— Dani, não queres mais? — Ruth perguntou, ironizando. Dani revirou os seus olhos, mas ainda estava atenta aos gatos fofinhos, que estavam presos numa gaiola perto do balcão.
— É melhor não, a minha mãe pode expulsa-lo. — Dani respondeu, soltou uma risada fraca e eu apenas abanei a cabeça sorrindo.
Dani foi a sua casa e eu e Ruth caminhamos até as nossas casas, eram cinco da tarde e já estava a escurecer.
Ruth despediu-se de mim e entrou na sua casa. A sorte é de eu morar duas casas depois da Ruth, bati a porta e minha mãe abriu a porta sorrindo, mas o sorriso foi a baixo quando ela viu o gato nas minhas mãos.
— Leandro! — Ela gritou e eu entrei dentro de casa. — Aonde pensas que vais com este animal?
— Mãe, é o Baunilha. — Contestei. — Ele é o meu mais novo gato e eu amo ele.
— O que foi Audrey? — Meu pai questionou, parado na porta da sala. —Ah, deixa o gato em paz. Nessa, podes ficar com o gato.
— Obrigada pai. — Eu sorri e abracei o meu Baunilha. — Baunilha, esse anjo é o vovô Leandro.
— Oi meu neto, de boas? — Meu pai perguntou e eu gargalhei.
— Eu vou subir pai e mãe.
Subi as escadas até o meu quarto e coloquei um cobertor velho no chão, tentei dar um jeito de parecer uma cama de gato e coloquei o Baunilha deitado no mesmo. Sentei-me em frente a penteadeira e abri o meu laptop. Fiquei a assistir filmes, enquanto a minha mãe cozinhava o jantar e para não ouvir conversas ofensivas sobre gatos. Eu me apaixonei pelo Baunilha logo que vi seus olhos brilhando e não será a minha mãe a fazer-me desistir dele.
Depois de assistir dois filmes de terror, minha mãe chamou-me para jantar e eu saí do quarto, certificando-me de trancar a porta por qualquer imprevisto.
Desci as escadas e entrei na cozinha. Sentei-me na cadeira ao lado da minha mãe e servi o purê de batata e um pedaço de bife.
— Como foram as audições? — Minha mãe perguntou, cortando a carne.
— Foram ótimas e o professor de teatro disse-me que fui bem, agora é só esperar o resultado. — Redargui e minha mãe sorriu.
— Decerto que conseguiste. — Minha mãe falou.
— Eu espero que assim seja. — ela riu e meu pai apenas sorriu.
— Tu és a Nessa Carter, a minha filha, não tem como você não conseguir ser a Cinderela. — Meu pai disse e eu gargalhei.
— Pai e mãe, vocês estão muito confiantes. — Brinquei. — Mas é isso, eu vou conseguir.
As audições foram boas, mas teve meninas impressionantes. Várias loiras tentando ser a Cinderela e eu dei uma de espertinha e sentei-me na fila da Cinderela, a Cinderela ruiva. A minha amiga Dani é quem teve sorte, a fada madrinha pode ter qualquer cor de cabelo, mas Cinderela? Ela é loira.
Terminei de jantar e lavei o meu prato, subi as escadas até o meu quarto e encontrei o Baunilha deitado na minha cama. Esse gato é mesmo fofo.
Tomei um banho e vesti o meu pijama de corações e caveiras. Deitei-me ao lado do meu gato e adormeci olhando para o teto. Acordei com a forte luz do sol batendo no meu rosto, abri os olhos e de longe senti a silhueta da minha mãe ao lado da janela.
— Mãe, hoje é sábado. — Reclamei, erguendo o meu corpo.
— Onde está o teu gato? — Ela perguntou e eu procurei o mesmo por todo quarto mas não o achei.
— Mãe, você... — Não consegui terminar de falar e contive uma lágrima rebelde.
— Claro que não, ele está comendo, comida para pessoas, não ração para gatos e isso não serei eu a comprar, tens o final de semana inteiro para tratar desta tua aberração. — Minha mãe parou na porta e sorriu. — Tenha um bom dia. — Ela saiu do quarto e fechou a porta.
Revirei os meus olhos e puxei a minha toalha do guarda-roupa. Bendita hora que inventei de adotar uma fofura para mim. Tomei um banho quente e vesti uma blusa rosa e calças de ganga azul escuro. Fiz uma trança longa com o meu cabelo e calcei o meu par de tênis branco.
Saí do quarto e desci as escadas até o rés do chão, encontrei o Baunilha deitado no sofá e os meus pais tentando brincar com ele.
— Pai e mãe, eu vou ao pet shop do centro comercial.
— Está bem filha. — minha mãe disse e eu saí de casa.
Caminhei lentamente até o ponto de autocarros e entrei no que ia até o shopping. A cidade está menos movimentada para um sábado normal. Talvez seja pelo dia dos namorados ou apenas querem ter um sábado preguiça. Eu infelizmente não tive essa sorte, a minha mãe teve que me acordar por causa do Baunilha.
Desci do autocarro e caminhei até o shopping, entrei no edifício e segui o meu caminho até o pet shop. O shopping também não está tão movimentado, fazendo desse sábado, um dia gostoso de vir aqui.
— Nessa! -— Lucca chamou e eu olhei para trás. Ele sorriu e acenou para mim. Lucca estava com mais duas pessoas. Uma menina loira de olhos azuis e um rapaz de cabelos castanhos como os dele e os olhos azuis como o do Lucca.
— Oi Lucca. — Falei, acenando para ele e Lucca aproximou-se de mim.
— O que fazes por aqui? — Lucca questionou e eu apontei para o pet shop.
— Vim comprar comida para o meu gato.
— Não queres ir a minha casa, talvez ensaiarmos para os nossos papéis da peça?
— Eu não sei Lucca, tenho que cuidar do Baunilha.
— Eu não aceito um não como resposta e também não quero ficar sozinho com os meus irmãos.
— Está bem, vamos comprar o saco de ração e vamos para tua casa. — Lucca sorriu e caminhamos juntos até o pet shop. Comprei a ração e saímos do shopping.
— Esses são os meus irmãos, a Stacy e o Brunno. — Lucca disse, abrindo a porta do banco de trás para mim.
— Oi. — Cumprimentei-os e eles sorriram.
— Oi, o Lucca nem disse o teu nome, mas você é muito linda. — Disse a Stacy, sentando no banco ao lado do motorista e o Brunno sentou no lugar de motorista.
— Eu sou a Nessa Carter. — Eu disse, sentando no banco de trás no lado direito e Lucca entrou no carro e fechou a porta.
— A primeira amiga do Lucca. — Brunno falou, ligando o carro.
— É, ele nunca falou com ninguém na rua. — Stacy disse, conectando o seu celular com o rádio do carro.
— Ei! — Lucca retrucou e os irmãos gargalharam.
— Sem problemas. — Sussurrei, segurando a sua mão e ele prendeu o seu olhar ao meu, institivamente, soltei a sua mão e olhei pela janela a estrada.
O caminho até a sua casa não foi longo e quando o carro entrou no quintal, parecia que estava a entrar num bosque encantado, várias árvores e arbustos, flores lindas, de cores vivas e a sua casa, uma mansão de três andares bege claro com o telhado vermelho. As janelas castanhas e a porta também castanha. Uma casa de contos de fadas.
Saímos do carro e o Lucca disse para eu manter o meu saco de ração dentro do carro, obviamente, deixei o saco e entramos na sua casa.
A sua casa era realmente enorme, entramos pela grande porta de madeira e subimos as escadas de madeira até o seu quarto.
Diferente de todos os cómodos da sua casa, o seu quarto era escuro. As paredes eram cinzas e as janelas de vidros tingidos de preto. Os seus lençóis pretos e vários posters de filmes góticos e uma prateleira de livros.
— O seu quarto é diferente. — Falei, encarando atentamente cada detalhe.
— É, eu gosto assim. — Ele disse, sentando-se na sua cama.
— Você lê? — Questionei, tirando um livro da sua prateleira. After, de Anna Todd. -— Você também ama After?
— Eu gostei da leitura. — Lucca respondeu, descalçando os seus pés.
— Para mim é o único romance com bad Boy agradável.
— Eu discordo. — Ele falou e eu olhei para Lucca confusa. — Tem o cinquenta sombras de grey.
— Bom, eu também vou discordar porque tem o através da minha janela.
— Isso não conta como um romance de bad Boy agradável porque foi lançado a tampouco tempo em físico.
— Mas é um romance sim. — Contestei. — Tal como os outros.
— Enfim, não vamos debater sobre bad boys e corações partidos né? — Lucca indagou e eu abanei a cabeça negativamente. — Prontos, vamos ensaiar a cena de Cinderela?
— Não, pois eu acho que não é necessário. Nem sei se vou ficar com o papel.
— Tu és incrível.
— Incrível, eu? — Questionei e ele assentiu. — Muito obrigada, mas sei lá, não tenho prática com teatro.
— Bom, podemos ensaiar juntos.
— Ok, como queiras, venho aqui todas segundas, quartas e sextas ensaiar.
— Combinado.
Olhei pela janela do seu quarto uma mulher alta e magra, de cabelos loiros, entrando pelo portão, o vestido rosa justo e o salto alto são totalmente notórios e extravagantes no seu corpo, o som do solto também.
— É ela? — Lucca perguntou, revirando os olhos.
— É uma mulher loira. — Respondi.
— É a minha mãe.
— Linda ela. — Comentei e Lucca forçou um sorriso.
— Disso todo mundo sabe.
— Acho que já está na hora de eu ir-me embora. — Falei e ele sorriu triste.
— Fica mais um pouco, por favor.
— Não tenho como Lucca.
— Eu... — Lucca suspirou. — Está bem. Apenas queria companhia.
— Tens os teus irmãos.
— Eles não têm uma boa auréola. — Lucca disse e eu arregalei os meus olhos confusa.
— Auréola? — Indaguei.
— Sim, eles são pessoas péssimas e eu não confio neles. — Lucca confessou e eu forcei um sorriso.
— Mas eles são os teus irmãos, você deve confiar. — Expliquei.
— Bom, vamos eu acompanho-te — Ele falou, fugindo do assunto. Suspirei e saí do quarto com ele.
Descemos as escadas até o rés do chão e sua mãe sorriu ao me ver.
— Oh, que linda ela não é? —- Sua mãe perguntou, sorrindo. — Como te chamas?
— Nessa Carter. — Respondi, devolvendo o sorriso.
— Eu sou a Nicole Roberts. — Ela estendeu a sua mão para mim e eu apertei. — Prazer em conhecê-la.
— O prazer é todo meu.
— És a namorada do meu filho querido? — Ela quis saber e eu institivamente soltei uma gargalhada.
— Não, eu sou... — Olhei para Lucca esperando uma resposta e ele forçou um sorriso.
— Uma colega da escola. — Lucca respondeu e eu afirmei abanando a cabeça.
— Isso mesmo, uma colega da escola.
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