q u i n z e
Adrian
- Por hoje é só, garotos. Podem ir para o vestiário e ir embora. — O treinador fala, quando o treino acaba. Eu tô puro suor e cansaço, e os outros alunos não estão muito diferente.
Ainda estou me sentindo estranho depois de encontrar Chloe na festa no final de semana. Eu realmente não esperava ver uma das principais causas de eu ter ido na casa de Julius e querer beber até esquecer a sensação que tive quando olhei para ela pela primeira vez.
Depois do nosso diálogo desconfortante, eu fui encontrar Madson e falei que queria ir embora. Fomos para o apartamento dela e transamos até eu conseguir esquecer toda essa situação, que no caso, não foi como eu esperava. Ela não saía da minha cabeça, e eu precisava fazer algo a respeito.
Vou em direção ao vestiário e entro na cabine privada e ligo o chuveiro na água gelada. Deixo o jato frio cair na minha cabeça e escorrer pelo meu corpo por um tempo.
- Ei, cara, você está estranho. Aconteceu alguma coisa? — Breaker me encara com o cenho franzido no lado direito da repartição do chuveiro.
- Alguns problemas, mas vou resolver. Nada sério.
- Se precisar de alguma coisa já sabe, né? Tô aqui.
Breaker era um cara muito legal com todo mundo. Mesmo sendo um pouco intimidante com um porte físico forte, alto, e cabeça raspada. Breaker tinha a pele negra e os olhos castanho escuro. Ele é o cara mais gente boa que eu conheço, porque ele sempre está comigo pra tudo. Não que Oliver e Jonas não estejam, mas Breaker é aquele tipo introvertido, mas que sempre vai em festas com o time.
- Claro, sei que posso contar com você.
Ele sorri e logo sai do chuveiro. E eu continuo ali deixando a água escorrer. Fico alguns minutos assim, passo o sabonete, me enxáguo e enrolo a toalha na minha cintura. Os outros jogadores do time estão se arrumando e conversando em frente os armários. Abro o meu, pego minha bolsa esportiva e apoio no banco que tem no meio do banheiro. Antes que eu consiga abrir a bolsa, ouço um grito feminino vindo da porta.
- Aqui não é o...o...o banheiro feminino? — Chloe está com o rosto vermelho e estática no lugar enquanto olha ao redor do banheiro.
Eu também congelo no lugar ao vê-la em um uniforme de líder de torcida apertado e curto.
No banheiro masculino.
Vejo Simon sorrir na direção dela e a analisar de cima a baixo. Meu sangue ferve com o interesse nítido dele e me movo em direção a Chloe. Ela percebe minha aproximação e cora mais ainda ao me ver apenas de toalha na cintura.
Ela não tira os olhos do meu peito nu. Se a situação não fosse trágica, seria cômica.
Paro na frente dela e seguro seus ombros a empurrando levemente para a saída do banheiro. Ela obedece o meu comando sem protestar. Assim que estamos fora do olhar dos jogadores, e no corredor vazio, me viro para ela. Ela está mais vermelha que um pimentão e olha para o chão.
- É... Desculpa, eu achei que fosse o banheiro feminino porque a Amber...
- Tudo bem, sem problemas. Pelo menos agora você já viu. — a interrompo.
Ela vira os olhos verdes arregalados na minha direção.
- Vi o que?
- Que esse não é o banheiro feminino. - Explico franzindo o cenho.
- A, sim, é, sim, isso. Esse obviamente não é o banheiro feminino, porque tinham homens nele, homens sem camisa, como você e molhados. — Ela fala rápido e cora mais ainda. — Ai, desculpa, eu não sei o que deu em mim.
Rio de sua expressão confusa.
- Ei, tudo bem. Acontece.
- Sim. Acontece.
- Porque você está de uniforme de líder de torcida? Nunca te vi no grupo das garotas, nos jogos.
- Sim, eu odeio isso. — Confessa. Ela está mais relaxada e me encarando sem nenhuma timidez pelo que aconteceu há segundos. Parece que ela esqueceu do motivo por estarmos nessa situação no corredor, por um instante. — O professor de educação física disse que precisávamos fazer uma atividade extraclasse e, ou era as líderes de torcida, ou entrar no grupo de xadrez. — Ela faz uma careta adorável quando termina de falar.
- E então você preferiu a torcida do que o grupo de xadrez, hum?
- Obviamente... — Diz ela casualmente.
Gosto da espontaneidade dela. Ela não fala as coisas para me agradar. Por algum motivo, gosto disso.
- Mas você parece...
- Uma nerd, que passa o tempo livre jogando xadrez e inda na Libélula. Não, mas é o que dizem. — Ela me corta e dá de ombros.
- É... Sim. Bom, então bem vinda ao time. — lanço um sorriso amigável em sua direção.
- Obrigada? — Fala incerta do que dizer.
- De nada. — Sorrio mais ainda. — Você vai sempre na biblioteca Libélula? — Pergunto curioso, pois nunca tinha visto Chloe lá, até porque teria notado antes.
- Sim. Sempre que eu posso. E você?
- Eu vou desde criança, a minha mãe me levava lá sempre. — Olho para a parede atrás de Chloe me lembrando das vezes que eu ia e minha mãe sempre alugava um livro pra mim.
- Levava?
- Sim. Ela morreu de câncer há 5 anos. — Nunca falei sobre esse assunto com ninguém antes, e não sei como me sinto confortável em falar sobre isso com ela.
- E você a amava muito, imagino.
Volto meus olhos para ela novamente. Das poucas pessoas que falei sobre a morte da minha mãe, todas me lançavam olhares de pena, e diziam que sentiam muito, mas nunca perguntavam como eu me sentia em relação a ela.
Chloe foi a primeira.
- Muito. A única pessoa que me amou de verdade, e a única que eu amei.
- E seu pai?
- Meu pai é um babaca que controla a minha vida e planeja um futuro que eu não quero pra mim desde sempre. — Trinco o maxilar ao pensar nele.
Vejo os olhos de Chloe descerem do meu rosto para o meu peito e ela corar como a minutos atrás.
- Ai, meu Deus! — Ela coloca as mãos no rosto. — Me desculpa, a gente está no meio do corredor e você está assim. — Abana as mãos na minha direção. Ela muda de assunto em um piscar de olhos.
Sorrio malicioso na direção dela.
- Assim como?
- Pelado. — Fala alto.
- Shh, você não quer que as pessoas me vejam pelado, no meio do corredor conversando com você, quer?
- Não!
Mas eu não via nada de mais nisso.
- Então não surte.
- Mas você... Argh — bufa — eu tenho que ir.
Ela segue em direção a saída do corredor.
- Chloe! — A chamo e ela para, virando pra mim. — O banheiro feminino fica na outra direção.
Tento segurar o riso quando ela desvia o olhar e segue na direção do banheiro feminino. Quando ela passa por mim, sinto aquele cheiro de morango novamente tomar conta do meu espaço pessoal. Se ela não tivesse passado como um foguete na minha frente, eu não teria pensado duas vezes antes de empurrar ela na parede e finalmente beijar aquela boca.
Mas ela logo entra no banheiro, me deixando com uma toalha na cintura e descalço no meio do corredor.
Hey, anjos! Estão gostando da história? Espero que sim ✨ Bom, a partir de hoje, os capítulos serão postados nas segundas e nas quartas por motivo de organização mesmo, mas garanto que em relação ao horário, será o mais rápido possível.💕
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