d e z e s s e i s
Chloe
Eu não acredito.
Não
Pode
Ser.
Eu, Chloe Brown, líder de torcida. Eu vou ser um desastre, disso tenho certeza. O professor deu duas opções péssimas e já que Zoe era uma das líderes, ficaria, talvez, mais fácil de suportar. Ela ficou muito animada, já que queria que eu entrasse pra isso desde sempre. Já eu, estou tentando não ser chata o tempo todo. Faço tudo o que a líder principal, Madson, que inclusive era a loira que estava no colo do Adrian na festa do fim de semana, diz para a gente fazer, como se inclinar e encostar os dedos das mãos nos pés, pular, polichinelo, rodopiar, e várias outras chatices. Eu já estava exausta.
Nós treinamos na parte exterior do ginásio, onde os jogadores também treinavam. No mesmo horário. Não sei quem organizou isso, mas fico um pouco incomodada, até porque parece que falta privacidade nisso. Nós vamos treinar em um canto e eles no campo treinando outras coisas. Pelo que Zoe me disse, não é sempre que eles treinam na parte exterior, e sim mais no ginásio, já que lá é onde os jogos acontecem. Madson manda a gente correr três voltas em volta do campo vazio. Bufo internamente.
- Vamos, Chloe, animação! — Zoe para ao meu lado para começarmos a correr junto com as outras meninas.
- Você está acostumada, Zoe, eu não. Estou tentando fazer o meu melhor, mas o que eu posso fazer se nunca fiz atividades físicas e por isso tenho a coluna de uma senhora de 80 anos?
Ela solta uma gargalhada sem reparar que eu não acho graça em nada disso.
- Para de ser boba, você tem um corpão. Aliás, vou te apresentar uma pessoa.
Ela acena para uma menina que está se alongando antes de correr, e abre um sorrisinho quando a menina olha para ela. Ela é alta, como todas aqui, e cabelos ruivos e olhos azuis. Bonita. Me sinto um patinho feio no meio dessas meninas com corpos áptos pra girar e não sei o que.
- Oi, Zoe. — Diz a menina.
- Oi Nicola, essa é a minha amiga Chloe. Chloe, essa é a Nicola.
Estendo minha mão para ela que aceita amigavelmente e ela sorri.
- Prazer, Chloe, espero que você se adapte às meninas porque elas praticamente mandam aqui. — Ela aponta para um grupo de três garotas.
- Sim. Madson, a loira, Amber a de cabelo cacheado e Nora, a outra. — Zoe aponta discretamente para cada uma para eu saber quem é quem.
A loira, Madson, que eu já conhecia muito bem, era a líder de todas pelo que pude notar até agora, e Amber, uma morena de cabelo cacheado que aparentava superioridade assim como Madson, e Nora, de cabelo castanho e olhos azuis, que parecia farinha do mesmo saco. As três demonstravam riqueza e serem superiores às demais. Eu não sou rica, mas também não tenho tanto dinheiro para gastar com coisas fúteis. Minha mãe é dentista, e meu pai gerente de um banco. Nós vivemos muito bem, mas nada luxuoso, temos tudo do melhor, mas mesmo assim nunca ostentamos nada, e gosto de ser assim.
Nós três estamos começando a nos preparar para correr quando o time de basquete chega no campo. As meninas começam a correr e eu também. Estamos correndo um pouco rápido demais para começar, mas não protesto, até porque nada vai ser sempre como eu quero. No meio da corrida, olho para o gramado e vejo os meninos se alongando. Logo meus olhos param em Adrian, que está de regata com o símbolo do time da Wood, uma calça de moletom azul marinho e um boné que reconheço ser do Chicago Bulls. Ele está bonito, mas tento não reparar muito, porque sei que ele não merece a minha atenção, porque já demonstrou ser um idiota.
Continuamos a correr e sinto minhas pernas fracas só com meia volta, e também está muito calor. Estamos todas com o uniforme de treino. Short moletom azul marinho com branco, e top de alças do mesmo tecido só que com o tigre do time no meio. Completamos a primeira volta e já sinto que vou desmaiar a qualquer momento.
Assim que completamos uma volta e meia, meu corpo já não aguenta mais, e eu caio no chão. Eu estava mais para trás, então não tinha ninguém do meu lado para me segurar. Meu corpo vira de costas pro chão e o sol bate na minha cara. Logo o ponto forte de luz não está mais no meu campo de visão porque uma pessoa está acima de mim.
- Chloe! Você se machucou? — Foco no rosto preocupado a minha frente e Adrian que está passando as mãos pelo meu corpo tentando ver algum machucado. Logo meu corpo reage ao contato e eu me sento rapidamente no chão, batendo com a testa na dele.
- Ai, me desculpe. — Digo.
Ele passa os dedos na testa e faz uma leve careta de dor, mas logo me analisa de novo com os olhos.
- Não foi nada, mas você está bem?
- Acho que machuquei o pé.
- Eu te levo para a enfermaria.
- Não precisa, Adrian, eu estou bem. — Apoiei a minha mão no chão e tentei erguer o corpo, mas a pontada de dor no meu tornozelo me fez voltar.
- Eu te levo. — Ele diz sério.
- Chloe, o que aconteceu? — Zoe aparece atrás de Adrian, que está agachado na minha frente, e me olha espantada.
- Nada, Zoe, eu só caí.
- E machucou o pé. — Completa Adrian.
Fecho a cara na sua direção, por preocupar a minha amiga.
- E eu vou levar ela na enfermaria. — Ele não me dá tempo de protestar novamente e logo ele me pega nos braços e eu me agarro em seu pescoço.
Solto um gritinho de surpresa e ele olha divertido na minha direção.
- Seu idiota. Só não nego mais você me levar porque realmente está doendo, mas você me paga por isso.
- Pelo que? Por isso? — Ele me joga pra cima nos seus braços e eu me agarro mais a ele.
- Para seu babaca. Me leva logo.
- Calma, esquentadinha, não vou deixar você cair.
- Não confio em você.
- E posso saber por que?
Estamos indo em direção a enfermaria, que fica um pouco longe da quadra, mas nem tanto, mas Adrian está andando tão devagar, que vamos demorar mais ainda.
- Porque você é estranho. — Confesso olhando nos seus olhos. Só aí percebo o quão próximos estamos. Ele está com os lábios entreabertos e fitando meus olhos. Ele rola os olhos de um lado para o outro alternando a visão entre meus olhos, e logo observa meus lábios também.
- Estranho? Por quê? — Ele pergunta com a voz rouca de repente.
- Na verdade, não confio no que você pode ser capaz de fazer. — Estamos tão concentrados nos olhos e nas expressões um do outro, que não notei quando ele parou de andar e agora estamos no corredor da enfermaria, mas à algumas portas de distância.
- Consegue pisar no chão? — Ele pergunta ainda com a expressão séria.
Franzo o cenho com a mudança rápida de assunto.
- Acho que sim.
Ele me põe no chão devagar e com cuidado. Assim que consigo pisar no chão, ele me segura pela mão, e me guia até uma parede no corredor de limpeza, e logo me prensa na parede e aproxima o rosto do meu sem nunca quebrar o contato visual.
- Como? — Ele sussurra.
Toda essa situação repentina me deixou um pouco desestabilizada, e se não fosse pela parede, meu corpo viraria gelatina agora mesmo.
- Como o que? — sussurro de volta, com a voz afetada.
- Como você me lê tão bem sem nem me conhecer direito? — Reparo, mesmo que ele esteja de boné, que seu cenho está franzido, como se isso realmente estivesse o incomodando.
- Eu não sei. — Confesso em um fio de voz sem suportar mais essa aproximação toda.
- Você leu coisas que ficam entrelinhas na minha vida, e que eu nunca disse pra ninguém. E isso está me matando. — Ele diz fitando os meus lábios e se aproximando.
Prendo o ar por um momento.
- O que você está fazendo?
- Resolvendo os meus problemas. — E rapidamente seus lábios estão nos meus. De início seu beijo é um toque macio, mas logo que ele me sente na sua boca, se torna algo necessitado. Ele logo adentra com a língua na minha boca e quando sinto seu gosto, é como se tudo tivesse sumido. Aquilo estava sendo especial, para nós dois. Eu sentia isso, mas não entendia.
As mãos que antes estavam apoiadas na parede atrás de mim, uma de cada lado do meu corpo, agora estão no meu rosto, e as minhas, no seu pescoço. Ele aprofunda o beijo, e eu sinto que poderia me desfazer nas suas mãos. É algo forte, e que me desestabiliza, e eu me sinto confusa com esses sentimentos todos.
O beijo só cessa quando nós dois precisamos de ar. Assim que ele afasta minimamente o rosto do meu, abro meus olhos encontrando algo fora do comum pra mim. Seus olhos que antes eram uma mistura de castanho claro com um tom âmbar, estão mais dourados que o normal e com um brilho que nunca tinha visto. Seu rosto parece que se ilumina quando encontra os meus olhos, e nesse momento, eu já não sabia quem eu era.
- Você sentiu. — Ele não fala em tom de pergunta, mas sim afirmando.
- Senti. — Digo, porque eu senti. Senti tudo e ao mesmo tempo nada. Aquilo tudo era muito novo e complexo, mas que no fundo, eu sabia que aquele beijo me levaria para mais longe do que eu imaginava.
AHHHH! Finalmente o beijo, né guys! Hahaha💕
Não aguentei até 00:00 e postei logo de tanta ansiedadeee rs.
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