Epílogo
Falar com Olga tirou um peso dos ombros de Luana, um peso que ela nem mesmo sabia que estava carregando. Porém, aquela conversa não transformou ela e a madrasta em melhores amigas instantaneamente, afinal, elas nunca foram amigas. Mas serviu para criar um vínculo com a mais velha que ela achou que jamais fosse existir, e, conforme o tempo passava, mais as duas se tornaram próximas. Não foi a morte que as uniu, mas o amor por Osmar e a falta que ambas sentiam de ter uma família, uma vez que Luana não era a única a ter ficado sozinha com a morte dele.
— Não acredito que fez dois anos da morte do seu pai, Luana — desabafou Olga quando as duas deixaram o cemitério após levarem flores no túmulo do homem.
— É difícil mesmo de acreditar, mas fico feliz de ter você para compartilhar as lembranças dele.
— Eu também fico feliz, querida — sorriu Olga, entrando no carro. — Kazuo vai nos encontrar no restaurante?
— Como se você não soubesse. Eu sei que você anda de segredinhos com meu namorado — piscou deixando o estacionamento do cemitério e prometendo a si mesma que não ficaria triste demais naquele dia.
— Eu não tenho segredos nenhum com Kazuo, Luana! Ele apenas estava me indicando um fisioterapeuta, você sabe muito bem disso.
— E para isso precisava falar praticamente todos os dias com você? Me poupe, eu sei que tem alguma coisa aí, mas hoje eu descubro ou não me chamo Luana.
— Você vai descobrir que ele apenas gosta de falar com uma velha solitária como eu.
— Olga, você é muitas coisas, mas não tem nada de velha ou solitária na sua vida. Sei muito bem do seus encontros com o seu Lucas...
— Lucas e eu gostamos de andar de bicicleta e falar de quando as pessoas gostavam de se encontrar para conversar. Hoje em dia é tudo só neste bicho do celular.
— Olha a desculpa! — elas seguiram uma implicando com a outra até a cantina italiana próxima ao hospital. Afinal, namorar um médico fazia com que eles sempre se encontrassem naquelas redondezas, uma vez que os plantões de oito ou dez horas deixava o tempo de Kazuo muito escasso. Mas ele havia aprendido a lição e passava muito tempo junto da amada, mesmo que fosse apenas alguns poucos minutos entre uma cirurgia e outra, dividindo um café na cafeteria em frente o hospital, que, por sinal, era a apenas três quarteirões do campus da faculdade de Luana.
Luana soube que havia algo de errado assim que entrou na cantina e não localizou o namorado na mesa de sempre deles. Estava se dirigindo à mesa com vista para a rua quando Sílvio, o garçom que sempre os servia, pediu que ela o acompanhasse ao jardim. Tinha algo para falar com ela. Estranhando o comportamento do homem, que era sempre muito sorridente e estava tão sério naquele dia, o seguiu com o coração apertado até os fundos do salão e estava pronta para questionar se estava tudo bem quando eles entraram no jardim e ela deparou-se com uma mesa posta para seis pessoas e alguns balões coloridos espalhados pelo pequeno jardim. Antes que pudesse questionar Silvio sobre o que era aquilo, ouviu os acordes de Ana Júlia tocar e sorriu.
— Onde você está, Kazuo?
— Bem aqui meu amor — falou o nipônico (1), segurando uma rosa e estampando um sorriso radiante, surgindo ao seu lado muito bem vestido para quem deveria estar na metade do plantão. — Hoje é um dia triste, Lu, mas eu espero que a partir de hoje seja lembrado como um dia feliz — disse ajoelhando-se à sua frente. Ela ficou paralisada por um instante, mas já sentia os olhos enchendo-se de lágrimas. — Luana Vitória Lima, você aceita dividir todas as imperfeições da vida ao meu lado para sempre?
— Você está me pedindo em casamento, Kazuo? — Ele riu, tentando espantar o nervosismo. Depois ela ainda dizia que ele era lerdo.
— Se você me disser sim, sim. Agora se a resposta for...
— Siiim! Eu quero viver imperfeitamente com você! — Naquele momento, Akemi entrou usando um vestido de tule rosa choque e uma coroa de flores nos cabelos curtos enquanto carregava uma caixinha de veludo azul e o símbolo do amor do seu casal preferido.
— Eu disse que ela ia dizer sim, oniisan!
— Eu não poderia dizer outra coisa que não fosse sim — falou abraçando-se ao amor da sua vida. — Eu te amo, Kazuo Watanabe! — Ele sorriu olhando dentro dos olhos castanhos dela, tão encantado como quando a viu pela primeira vez.
— Eu te amo muito mais — afirmou beijando os lábios que ele saberia que amaria para todo o sempre.
E enquanto houvesse sempre.
*
Fim.
(1) - Japonês, com descendência japonesa.
Foi mais rápido do que esperávamos, mas esse é realmente o final de Entrelaços do Destino e ele veio como um balde de clichê especial jogado bem na nossa cara (eu sei que tinha gente esperando por isso). E mostrando muito mais que só o nosso casal, pudemos ver o amor que juntou toda essa família. Ai senhoras e senhores leitores, me desculpem, mas estou muito emocionada.
Para brindar ao nosso até logo, não esquece a estrelinha, que se eu pudesse dava 1000 só agora, e conta pra gente tudo o que achou dessa experiência.
Sigam a gente no instagram @aculpadosescritores que lá a gente ta falando sobre esses bebês todo santo dia e os avatares deles estão lá também, como a carinha dos escritores te convidando pra vir amar Kazuo e Luana, você não vai se arrepender não, juro.
E pra finalizar, uma frase que vai te fazer lembrar desse livro todas as vezes que você ouvi-la:
ÔH ANNA JULIAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!
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