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Abbie, Lana e Engel caminhavam lentamente pelo corredor. Engel segurava Abbie, ajudando-a a andar com cuidado.

- A-Alias... Quais vão ser as três últimas aulas? - perguntou Abbie, hesitante, quase sussurrando.

Engel olhou para o chão, franzindo as sobrancelhas enquanto tentava lembrar.

- Hmmm... Se não me engano, as duas próximas são com a Miss Sasha, e a última... - ele fez uma breve pausa, como se hesitasse em continuar - ...é com a Miss Circle.

Assim que essas palavras escaparam, Engel notou Abbie se encolher ainda mais, agarrando-se a ele como se buscasse proteção.

- Abbie... Não precisa se preocupar. O teste é só amanhã. A Miss Circle não vai fazer nada contra você hoje!

- É-é, você tem razão... M-mas... ainda estou com medo... - Abbie respondeu, sua voz frágil, enquanto seus ombros se curvavam ainda mais.

Lana, que observava a cena, deu um passo à frente, posicionando-se atrás de Abbie. Sem aviso, ela envolveu seus braços ao redor do pescoço do amigo, apertando-o em um abraço reconfortante.

Abbie ficou vermelho instantaneamente com o gesto inesperado.

- L-Lana? - perguntou Abbie com o rosto vermelho em confusão

Lana inclinou o rosto levemente, olhando para Abbie com um olhar cheio de ternura.

- Abbie, você não precisa ficar tão preocupado. Nós vamos estar do seu lado o tempo todo! O que quer que você precise, nós vamos ajudar, está bem? - disse Lana, enquanto um sorriso radiante iluminava seu rosto.

Ao ouvir aquelas palavras, algo dentro de Abbie pareceu relaxar. Um sorriso calmo, mas cheio de felicidade, tomou conta de seu rosto, aquecendo o ambiente ao redor.

- Obrigado, pessoal... - respondeu ele, sua voz agora mais firme e tranquila.

Lana sentiu seu coração acelerar ao ver aquele sorriso. Para ela, era como se estivesse olhando diretamente para uma miniatura do sol. Seu rosto começou a corar, sem que pudesse evitar.

Engel, por sua vez, também sorria, mas havia algo de estranho na expressão dele. Seu sorriso estava ligeiramente torto, e seu rosto começava a adquirir um tom avermelhado. Os dois afetados não perceberam a reação um do outro.

Abbie, sem perceber as reações dos amigos, olhou para frente e notou que já haviam chegado à sala da Miss Sasha.

- Chegamos... - disse ele chamando atenção dos dois que se viraram e viram a sala da Miss Sasha

Os três entraram calmamente na sala e se juntaram a Bubble e Claire, que já estavam esperando por eles. Conversaram brevemente enquanto aguardavam o início da aula.

Pouco tempo depois, Miss Sasha chegou e, após alguns minutos, começou a introduzir o conteúdo do dia.

Para atrair a atenção dos alunos, Sasha bateu palmas e sorriu:

- Turma, hoje teremos uma aula um pouco diferente! Vamos fazer uma dinâmica especial!

Murmúrios curiosos começaram a preencher a sala, mas ela logo gesticulou para que os alunos se acalmassem.

- Pessoal, prestem atenção! É bem simples: quero que vocês desenhem a pessoa que mais admiram. Pode ser qualquer um: uma figura histórica, alguém que vocês conhecem ou até mesmo um personagem fictício. Não importa! Usem a criatividade e se divirtam. Vocês podem desenhar mais de uma pessoa caso queira! - disse Sasha com um sorriso

O barulho foi diminuindo à medida que os alunos assimilavam a proposta.

- Quando terminarem os desenhos - continuou Miss Sasha -, peço que os deixem na minha mesa. Vou avaliá-los com calma depois. Tudo bem?

Alguns alunos pareciam animados, outros menos, logo começaram a pegar seus materiais, preparando-se para dar vida à proposta criativa da professora.

Cada aluno tinha a tarefa de desenhar uma pessoa ou personagem, mas os resultados variavam bastante em criatividade e habilidade. Alguns desenhavam figuras históricas, outros criavam retratos de personagens fictícios, seja de desenhos, séries ou livros. Havia também aqueles que preferiam desenhar pessoas próximas, embora essa fosse a minoria.

Abbie, por sua vez, estava inquieto, enquanto pensava consigo mesmo:
- Quem eu posso desenhar? Uma figura histórica? Não... por mais que eu ache a maioria incríveis, nenhuma delas realmente me inspira. Um personagem? Também não... eu gosto de vários, mas admiração é outra coisa. Talvez... um familiar? Não, melhor não... meu pai pediu para falar dele só quando fosse estritamente necessário. - Ele suspirou profundamente, quase derrotado.

- Aaaah~ quem eu posso desenhar? - resmungou, perdido em suas próprias indecisões.

Abbie apoia o braço na mesa, a mão no rosto, pensando em algo para desenhar.

- Bubble você tem um lápis de cor verde? - perguntou Lana

- Infelizmente não, o único que eu tinha acabei perdendo. - responderia Bubble

- Você pode pegar o meu Lana! - disse Engel estendendo o lápis

- Obrigada Engel!! - disse Lana com um sorriso, o qual Engel retribuiu

Ao observar a cena, Abbie tem uma ideia e começa a desenhar, um leve sorriso surgindo em seu rosto.

O tempo passava, e a maioria dos alunos já havia terminado seus desenhos. Sasha olhou para o relógio e percebeu que restavam apenas alguns minutos para o fim da aula.

- Muito bem, pessoal! Faltam dez minutos para a aula acabar. Por favor, entreguem os desenhos na minha mesa antes de saírem para a próxima aula! - pediu Sasha gentilmente, acompanhando as palavras com um sorriso acolhedor.

Os alunos começaram a guardar seus materiais e, um a um, foram entregando os desenhos à professora antes de sair. Quando chegou a vez de Abbie, ele caminhou lentamente até a mesa, mancando visivelmente.

- A-aqui está, Miss Sasha - disse Abbie, estendendo o desenho com a folha virada para baixo.

- Obrigada, Abbie! - respondeu Sasha com seu habitual sorriso gentil. No entanto, ao olhar mais atentamente, seu semblante mudou. Ela notou os curativos em seu nariz e o pé enfaixado. - Meu Deus, Abbie, o que aconteceu? - perguntou ela, visivelmente preocupada, enquanto analisava os machucados.

Abbie congelou por um momento, o nervosismo evidente em sua expressão. Ele sabia que contar a verdade significaria expor os três valentões que o haviam machucado, mas também temia as represálias deles caso fizesse isso. Sua mente lutava para encontrar uma resposta que não piorasse sua situação. Até que finalmente um ideia lhe veio a mente.

- E-eu acabei c-caindo da e-escada na b-biblioteca, e a-acabei f-ferindo o n-nariz e torcendo o tornozelo. M-mas n-não precisa se preocupar, eu e-estou bem! - exclamou Abbie, visivelmente nervoso, evitando contato visual enquanto falava.

Sasha estreitou os olhos, analisando-o com desconfiança. A história parecia improvável, mas ela decidiu não pressioná-lo naquele momento.

- Certo... se você diz... - respondeu, com um tom hesitante. Então, suavizando a expressão, estendeu a mão para acariciar a cabeça de Abbie. - Mas tome mais cuidado, tá bom?

O gesto foi suficiente para fazer Abbie congelar. Por um momento, ele fechou os olhos, apreciando o toque carinhoso de Sasha, mas logo percebeu o que estava fazendo. Com o rosto corado e uma expressão nervosa, afastou-se apressado.

- O-obrigado... Eu... preciso ir... - murmurou, desviando o olhar enquanto se retirava rapidamente em direção aos amigos, cambaleando um pouco por conta do tornozelo machucado.

Sasha observou-o partir, rindo baixinho do nervosismo evidente do garoto. No entanto, sua diversão logo se desfez ao notar Engel ao lado de Abbie, novamente apoiando-o para caminhar.

O sorriso de Sasha desapareceu, substituído por uma expressão de preocupação.

Enquanto isso, Abbie, Bubble, Claire, Engel e Lana caminhavam tranquilamente em direção à próxima sala de aula.

- Então, é por isso que o seu pé está enfaixado, Abbie? - perguntou Claire, franzindo o cenho enquanto observava os machucados do amigo.

- Sim - respondeu Engel, com a testa franzida de raiva ao relembrar. - Aqueles idiotas não têm noção do que é limite!

- É revoltante - continuou ele, cerrando os punhos. - O pior é que os professores sempre passam pano pra eles. Nunca são punidos de verdade! Tudo o que recebem é um "não façam isso de novo", e, claro, continuam fazendo como se nada tivesse acontecido!

Os outros assentiram em silêncio, compartilhando a indignação de Engel, enquanto lançavam olhares preocupados a Abbie.

- N-não precisam se preocupar comigo, e-eu estou bem agora! - dizia Abbie, tentando acalmar a situação.

- O problema não é esse, Abbie. O problema é que eles podem fazer isso de novo sem serem punidos pelo que fazem - respondeu Claire, com uma expressão séria enquanto mencionava os três valentões.

Abbie permaneceu em silêncio após a resposta de Claire. Ela sabia que a mesma estava certa. O que os impediria de voltar a intimidá-lo? Os professores certamente não fariam nada, e mesmo com Engel sempre disposto a defendê-lo, aquilo não parecia ser o suficiente. Eles sempre encontrariam uma forma de incomodá-lo.

Esses pensamentos acompanharam Abbie durante toda a caminhada até a sala da Miss Circle, deixando-o calado e pensativo. Seus amigos notaram o silêncio incomum e trocaram olhares preocupados, mas não insistiram em conversar.

Ao chegarem na sala, o grupo se sentou nas mesas da frente, aguardando o início da aula. A ansiedade pairava no ar, mas ninguém mencionou o ocorrido. Alguns minutos depois, Miss Circle entrou na sala. Sem nem olhar para os alunos, foi direto ao quadro, começando a escrever equações com movimentos precisos e quase automáticos.

A precisão metódica da professora parecia contrastar com o turbilhão de pensamentos na cabeça de Abbie. Ele olhou de relance para Lana, Bubble, Claire e Engel, que também pareciam atentos à aula, mas em algum lugar de seus olhos, a preocupação ainda estava lá.

- Respondam essa equação que ensinei ontem e me entreguem até o final da aula! OUVIRAM!? - gritou Circle, surpreendendo os alunos com o tom autoritário. Todos balançaram a cabeça em concordância, o silêncio pesado se instalando na sala.

Abbie começou a copiar a equação, mas um impacto suave em sua cabeça o distraiu. Quando se virou, viu uma bolinha de papel no chão ao seu lado. A princípio, ignorou. Porém, mais e mais bolinhas começaram a acertá-lo, uma após a outra, aumentando sua frustração e desconforto. Tentando se concentrar, ele se encolheu em sua cadeira, focando na atividade.

Engel, que estava sentado ao seu lado, percebeu o que estava acontecendo. Instintivamente, ele se virou para verificar a situação e, como suspeitava, os culpados estavam bem ali: os três valentões de sempre, rindo e zombando como se fossem os donos do mundo.

- Tch! Esses malditos não têm mais o que fazer, não? - Engel pensou, os olhos estreitando em uma mistura de raiva e desdém. Seu olhar furioso se dirigiu à professora, que permanecia impassível, claramente ciente da situação, mas escolhendo ignorá-la.

A indignação cresceu dentro dele, evidente em sua expressão carregada. Engel cerrava os punhos debaixo da mesa, lutando contra o impulso de fazer algo mais drástico, enquanto o som abafado das risadas ecoava na sala.

Porém, ele se acalmou, sabendo que a violência não resolveria isso naquele momento.... Naquele momento! - Abbie! - Ao ouvir seu nome sendo pronúnciado, Abbie se virou pra ver Engel olhando pra ele com um olhar sério - gostaria de trocar de lugar comigo? - perguntou Engel franzindo o cenho enquanto lançava seu olhar na direção dos valentões.

Abbie percebeu o olhar de Engel recair sobre o trio e compreendeu a mensagem.- O-obrigado, Engel... - murmurou, abaixando a cabeça ligeiramente em sinal de gratidão.

Reunindo seus materiais, Abbie levantou-se e trocou de lugar com Engel. Agora sentado no lugar de Abbie, Engel passou a ser alvo da mesma chuva de bolinhas de papel. No entanto, ele permaneceu impassível, ignorando completamente os ataques. A indiferença logo desarmou o trio de valentões, que, frustrados, desistiram da provocação.

Engel sorriu de canto, satisfeito com sua pequena vitória, enquanto observava Abbie, agora em paz, copiando a atividade com concentração. Engel então voltava a copiar.

Após algum tempo, todos já haviam terminado de copiar a equação e estavam começando a resolver a atividade. Lana, que já tinha terminado de responder, olhou para o lado e viu Abbie. Ele estava com as sobrancelhas franzidas, encarando a equação com dificuldade.

- Essa doença parece realmente afetar ele... - pensou Lana, preocupada ao notar como gotas de suor escorriam pelo rosto de Abbie. Apesar de estar claramente focado, ele parecia estar enfrentando uma grande dificuldade.

Sem hesitar, Lana levantou-se e colocou sua carteira ao lado da dele. Circle, que percebeu o gesto, nada fez além de observar a cena com atenção. Abbie, surpreso com a aproximação, olhou para Lana com uma expressão confusa.

- L-Lana? O que você está fazendo? - perguntou ele, com a voz insegura.

- Não é óbvio? Vim te ajudar! - respondeu ela, acomodando-se ao lado dele. - Então, qual parte da atividade está te dando trabalho? - perguntou Lana com um sorriso caloroso que fez Abbie ficar hipnotizado por um instante antes de recuperar os sentidos.

- E-e-essa aqui... - disse ele, nervoso, apontando para a equação que estava tentando resolver.

Era uma equação logarítmica.

- Ah, essa? É mais simples do que parece! Aqui, vou te ensinar passo a passo, tudo bem? - disse Lana, inclinando-se um pouco mais para perto de Abbie.

Abbie, com o rosto corando levemente, respondeu baixinho, quase como um sussurro - S-sim... -

Lana sorriu, aproximando-se ainda mais enquanto começava a explicar a solução com paciência. Lana pegou o lápis das mãos de Abbie, gesticulando de forma animada enquanto começava a explicar:

- Certo, primeiro vamos revisar a base do logaritmo. Quando temos algo como Log.b(x) = y , isso significa que b.y = x. Nesse caso, qual é a base dessa equação? - perguntou ela, apontando para o logaritmo no papel.

Abbie inclinou a cabeça, tentando acompanhar o raciocínio, mas ainda um pouco distraído pela quantidade de informações. Ele olhou para a equação e respondeu hesitante - É......... 10? -

Lana sorriu mais uma vez, incentivando-o - Isso mesmo! Quando a base não aparece escrita, assumimos que é 10, porque é o logaritmo comum. Agora, veja aqui: para resolver log.10(x) = 3 , precisamos perguntar: "10 elevado a quê dá 1000?"-

Abbie pensou por um momento, mordendo o lábio inferior, até que sua expressão se iluminou - Eh~.... Ah! 10³! Então... x = 1000, certo? - perguntou Abbie inseguro

Lana deu um pequeno sorriso tranquilizante - Exatamente! Viu como é simples? Agora tenta resolver essa aqui, usando o mesmo raciocínio: log.2(x) = 5.

Ela entregou o lápis de volta para ele, e Abbie, ainda um pouco nervoso, começou a escrever. Seus olhos se encontraram por um breve instante, e ele desviou o olhar rapidamente, sentindo o coração acelerar.

- E-eu acho que é 2^5 = 32... Então x = 32, certo? - respondeu ele, ainda incerto.

Lana sorriu mais amplamente,

- Isso Abbie! Sempre que precisar pode pedir minha ajuda ok! - exclamou Lana com um sorriso gentil, fazendo as bochechas de Abbie esquentarem um pouco.

- S-sim, obrigado Lana...- respondeu Abbie em agradecimento, com As bochechas levemente coradas, Lana apenas respondeu com um sorriso satisfeito enquanto voltava pro seu lugar.

Tempo restante: 10 minutos

Todos já haviam terminado suas tarefas e as entregado para Miss Circle. A professora começou a conferir as respostas com atenção. Alguns alunos alcançaram um C+, outros conseguiram um B-, e apenas um ou dois sortudos tiraram um A+. Contudo, o que mais chamou sua atenção foi a tarefa de Abbie.

Ao analisar as respostas, Miss Circle notou que, das sete questões passadas, Abbie acertou quatro. Isso pode não parecer impressionante à primeira vista, mas considerando que o garoto geralmente acertava apenas de uma a duas perguntas em cada atividade - três, em ocasiões raríssimas - essa pequena evolução foi suficiente para despertar a curiosidade da professora. Esse progresso inesperado fez com que um leve sorriso surgisse em seu rosto, ainda que por menos de dois segundos. Logo, ela voltou ao seu semblante habitual, atribuiu um C- à tarefa e seguiu para devolver os resultados.

Depois de entregar os trabalhos corrigidos, Miss Circle se posicionou à frente da sala, atraindo a atenção de todos.

- Atenção, seus pirralhos sem cérebro! - começou, em um tom firme que fez o ar da sala pesar. - Como vocês sabem, amanhã teremos um teste. E eu espero que vocês estudem! Caso contrário, haverá consequências.

Enquanto dizia isso, ela ergueu o compasso, seu sorriso sutilmente distorcendo-se em algo psicótico, o que fez alguns alunos se encolherem, nervosos, em suas carteiras.

- Não é mesmo, Abbie?~ - disse ela, posicionando-se ao lado do garoto. O olhar predatório cravou-se nele, enquanto que agora assumia um sorriso com um tom debochado.

Ao ouvir a provocação da professora, Abbie sentiu o corpo inteiro enrijecer. O nervosismo tomou conta. Suas mãos, escondidas debaixo da mesa, começaram a tremer levemente, e os dedos dos pés se apertaram com força dentro dos tênis. Na sala, o clima era pesado. Alguns alunos observavam com expressão de pena, enquanto outros, indiferentes, apenas assistiam à cena. Circle, por sua vez, parecia se deleitar com o efeito que causara. Soltou um leve bufar satisfeito antes de se afastar em direção à sua mesa.

- Como só faltam quatro minutos para o sinal tocar, podem sair agora - anunciou Circle, organizando suas coisas e se dirigindo à porta.

Um a um, os alunos começaram a sair, a maioria apressada para escapar da atmosfera opressora da sala. No entanto, Abbie permaneceu no mesmo lugar. Ele encarava a mesa à sua frente, o rosto contorcido de medo e preocupação, incapaz de se mover.

Os amigos de Abbie perceberam rapidamente o estado dele e se apressaram em ajudá-lo. Lana começou a guardar o material do amigo na mochila, enquanto Engel tentava consolá-lo, dando tapinhas leves em suas costas. Após cerca de um minuto, Abbie finalmente conseguiu se acalmar.

- Está mais calmo agora, Abbie? - perguntou Engel, com uma expressão de preocupação.

- S-sim... Vamos... - respondeu Abbie, com a voz baixa e hesitante. Lana lhe entregou a mochila com cuidado - Obrigado... - murmurou Abbie, quase inaudível, o que deixou Lana ainda mais preocupada.

Engel, percebendo o estado frágil de Abbie, posicionou-se ao seu lado e o apoiou para ajudá-lo a caminhar. Assim, o grupo saiu da sala.

Enquanto caminhavam pelos corredores, Bubble, Lana e Claire tentavam manter uma conversa descontraída para dissipar a tensão do momento. Embora o esforço delas tenha surtido algum efeito, a preocupação ainda pairava no ar.

Engel, por sua vez, continuava apoiando Abbie em direção à saída. Observava atentamente o amigo, que mantinha o olhar fixo no chão, perdido em pensamentos. Os cabelos de Abbie cobriam parcialmente seu rosto, deixando apenas a boca e o nariz visíveis.

- O que eu faço? Eu... Eu não quero....! Eu não quero....!! - os pensamentos de Abbie corriam descontrolados. Ele apertava os dentes contra os lábios inferiores, que tremiam, enquanto suas mãos, agarradas ao braço de Engel, começavam a tremer também. Sua respiração tornava-se mais acelerada.

Engel percebeu a mudança repentina no comportamento de Abbie. Ele parou de andar, chamando atenção apenas de Claire, que estava mais próxima.

- Engel? O que foi? - perguntou ela, confusa, fazendo Lana e Bubble também olharem para trás.

- Vocês podem ir na frente. Eu e o Abbie vamos passar no banheiro antes - disse Engel com um aceno, tentando soar despreocupado.

- Ah... Tudo bem! Tchau Engel, Tchau Abbie! Vamos, meninas! - respondeu Claire, guiando as outras duas em direção à saída. Lana, contudo, hesitou por alguns segundos, lançando um último olhar para Engel e Abbie antes de seguir com as amigas.

Assim que as garotas desapareceram pelo corredor, Engel guiou Abbie rapidamente até o banheiro mais próximo. Assim que entraram, Engel o puxou para uma das cabines, tentando descobrir o que realmente estava acontecendo.

- Abbie, por favor, me fala o que está acontecendo. - A voz de Engel era suave, mas carregada de preocupação. Seu rosto refletia claramente o medo de ver o amigo naquele estado, os olhos buscando algum sinal de resposta no olhar perdido de Abbie.

- E-E-Engel... é que... e-eu... - Abbie gaguejava, sua voz trêmula enquanto suas mãos agarravam com força o tecido do short branco. O corpo inteiro dele tremia, e pequenas lágrimas começaram a se formar em seus olhos.

- Eu não quero morrer! - gritou de repente, finalmente rompendo o silêncio, as lágrimas represadas escorrendo por seu rosto de maneira torrencial.

- Eu não quero morrer! Tenho medo, tenho muito medo! - Abbie exclamou, sua voz tremendo enquanto o desespero transbordava. - Tenho medo de deixar você, a Lana, a Claire, a Bubble!! De ficar sozinho! Engel, eu não quero morrer! - Ele desabou de joelhos no chão, os dedos se enroscando em seus cabelos em um gesto de puro desamparo. Soluços descontrolados escapavam de seus lábios, enquanto lágrimas densas escorriam por seu rosto, refletindo o pânico avassalador que tomava conta de seu ser.

Engel observava a cena, paralisado, o desespero de seu Querido amigo lhe causava um aperto insuportável no coração. Ele não sabia como reagir, mas, antes que pudesse pensar, sentiu seu corpo se mover sozinho, como se seus próprios sentimentos o guiassem. Sem se importar com qualquer hesitação, Engel se ajoelhou diante de Abbie.

Com movimentos lentos e delicados, Engel estendeu os braços. Sua mão esquerda pousou suavemente nas costas de Abbie, enquanto a direita encontrou a base de sua nuca. Surpreso e confuso, Abbie ergueu o olhar, mas não conseguiu protestar. Engel, então, puxou-o para mais perto, inclinando a cabeça dele em direção ao próprio peito. Por ser mais alto, a cabeça de Abbie encaixou perfeitamente contra o calor de seu peito. Ambos permaneceram assim por quinze segundos, em silêncio, aguardando Abbie se acalmar.

Aos poucos, seus soluços foram cessando, sua respiração se tornando mais tranquila, enquanto ele apertava firmemente as costas de Engel

- Abbie, você não vai morrer! - declarou Engel com firmeza, segurando o queixo de Abbie e erguendo seu rosto para encará-lo diretamente nos olhos marejados. - Eu estou aqui com você e vou estar ao seu lado em cada passo desse caminho, não importa o que aconteça. Você não precisa carregar esse peso sozinho. Confie em mim, ok? Eu prometo que vou te ajudar com tudo o que for preciso! - As palavras de Engel eram cheias de convicção, e ele sustentou o olhar de Abbie, transmitindo segurança e determinação.

De repente, quase sem o mesmo perceber, o rosto de Engel começou a se aproximar do de Abbie, como se algo o atraísse de forma inconsciente. Abbie, ainda com os olhos lacrimejando, não percebeu a proximidade crescente. Os lábios de Engel se entreabriram levemente enquanto ele se inclinava mais para perto, seu coração batendo mais rápido a cada instante. A respiração de Abbie já se misturava com a sua, quente e ofegante, e agora restava menos de um centímetro para que os lábios de ambos finalmente se tocassem. Engel fechou os olhos por um breve momento, como se o mundo ao redor desaparecesse, deixando apenas eles dois naquele instante suspenso no tempo.

- Tem alguém aí? - Uma voz grossa e ligeiramente cansada ecoou pelo banheiro.

Engel congelou no lugar, parando abruptamente o que fazia. Ele se desvencilhou do abraço com Abbie de maneira nervosa, levantando-se de forma quase desajeitada. Seu rosto estava intensamente vermelho, e ele rapidamente levou as mãos à boca, desviando o olhar para o chão, consumido pela vergonha.

- O-o que eu estava pensando?! Eu estava quase b-beijando o Abbie?! - gritou mentalmente, sentindo o calor se espalhar por todo o rosto. Seus pensamentos estavam em tumulto, e a confusão estampava cada traço de sua expressão.

Enquanto isso, Abbie, ainda ajoelhado no chão, enxugava apressadamente as lágrimas, tentando encontrar a compostura para responder à pessoa do lado de fora.

- S-sim, Mister Clean. Eu e o Engel viemos aqui antes de ir embora - disse Abbie, a voz tremendo de timidez.

- Ah, Abbie! - exclamou Mister Clean, o zelador, do outro lado da porta. - Certo, preciso que vocês terminem aí. Tenho que limpar este lugar. Vou esperar lá fora!

A voz dele se afastou, os passos ecoando pelo banheiro vazio até sumirem completamente.

Abbie e Engel permaneceram em silêncio por alguns segundos, Engel ainda processando a situação. Engel mantinha o olhar fixo no chão, o rosto ainda vermelho como um tomate, enquanto Abbie parecia hesitante em dizer algo.

Abbie levantou-se com dificuldade por causa do tornozelo torcido. Ele olhou para Engel por um instante, antes de abraçá-lo novamente, pegando o meio-demônio de surpresa.

- M-Muito obrigado por ser meu amigo, Engel! - disse Abbie, abraçando-o de forma tímida e delicada.

Engel ficou paralisado, completamente surpreso. Seu corpo parecia não responder a nenhum comando, como se o abraço de Abbie tivesse tomado controle de si. Seu rosto estava ruborizado, as mãos congeladas no ar, o queixo ligeiramente caído e os olhos levemente arregalados.

Triiiiiiiiin!

O som do sinal da escola quebrou o momento.

- A-acho melhor irmos... o sinal tocou - disse Abbie, soltando o abraço com timidez.

Engel permaneceu imóvel por alguns segundos, até finalmente retomar a consciência.

- A-ah! S-sim! V-vamos! - respondeu ele, com um sorriso bobo no rosto.

Os dois saíram juntos do banheiro, com Engel ajudando Abbie a caminhar. Já do lado de fora da escola, Engel estava distraído, perdido em seus pensamentos. As lembranças do que acabara de acontecer o assombravam, especialmente a ideia de que quase havia beijado o amigo. Ele corava toda vez que a memória retornava.

Tentando aliviar o clima, resolveu puxar assunto.

- E-então, Abbie... c-como eu e a Lana vamos pra sua casa? - perguntou, na tentativa de desviar a mente e também ajudar Abbie a se preparar para o teste do dia seguinte.

- A-ah! B-bem... eu moro longe da escola, então vou pedir pro meu pai buscar vocês. Está tudo bem pra você? - respondeu Abbie, ainda tímido.

Engel pensou por um instante e assentiu.

- Por mim tudo bem. Posso te passar meu endereço e peço para a Lana fazer o mesmo. - Ele sorriu, recebendo um sorriso tímido de volta.

Fon Fon!

Ambos olharam para frente, vendo um carro preto estacionado. A janela se abriu, revelando um homem de longos cabelos negros e olhos da mesma cor, vestindo um terno impecável. Seu rosto tinha uma expressão neutra, mas logo se abriu em um leve sorriso ao olhar para os dois.

- É seu amigo, Abbie? - perguntou o homem, saindo do carro. Sua altura era impressionante, claramente ultrapassando os 3 metros, o que fez Engel se sentir pequeno e nervoso diante dele.

- Pai! É-é s-sim, ele é o Engel! Aquele amigo de quem eu falei... - disse Abbie, desviando o olhar com timidez.

O homem ergueu uma sobrancelha e sorriu enquanto olhava para Engel.

- Ah, então você é o Engel? O Abbie fala muito sobre você! - Ele se abaixou, tentando ficar mais próximo da altura de Engel, o que ainda era difícil.

- E-eh? S-sério? - respondeu Engel, surpreso, enquanto sentia o olhar penetrante do homem diante dele.

- Sim. Ele vive falando o quanto você o ajuda, o quão importante você é para ele e o quão forte é a amizade de vocês - disse o homem, lançando um breve olhar de canto para Abbie.

Engel ficou ainda mais surpreso. Suas bochechas adquiriram um leve tom de vermelho, quase imperceptível. Porém, para o olhar atento e experiente do pai de Abbie, foi fácil notar.

- P-Pai!! N-não era pra você dizer isso! - exclamou Abbie, a voz carregada de timidez enquanto o rosto dele se tingia de um vermelho.

O homem, que havia se apresentado com uma presença tão séria, deixou escapar uma risada curta e calorosa.

- Desculpe, Abbie. Aliás, onde estão meus modos? Sou Arikado, é um prazer conhecê-lo, Engel. - Ele estendeu uma mão enorme e firme na direção do garoto.

Engel hesitou por um instante, nervoso com a postura imponente de Arikado, mas rapidamente apertou a mão dele, sentindo a força controlada no aperto.

- É um prazer, senhor Arikado! - respondeu Engel, tentando manter a compostura, por algum motivo estar em frente ao pai de seu amigo o deixava nervoso. Após soltar a mão, ele olhou para Abbie, agora visivelmente mais tímido. - Bem, eu tenho que ir! Preciso chegar em casa antes das 17:40. Tchau, Abbie!

- E-e-espera, Engel! Por que você não vem com a gente? - perguntou Abbie timidamente, desviando o olhar.

Engel parou por um instante, hesitando. Antes que pudesse responder, Arikado interveio, com sua voz calma e firme:

- Ouvi vocês falando sobre você e a amiga do Abbie irem para minha casa. Posso te dar uma carona agora. Assim, eu ja fico sabendo onde é sua casa pra que eu possa te buscar - Ele disse enquanto se levantava, exibindo novamente sua imponente altura.

- S-sério? Eu não quero incomodar, senhor! - respondeu Engel, nervoso e um tanto desconcertado com a gentileza.

- Incomodar? Até parece! Não precisa se preocupar, vamos. Pode entrar no carro. - Arikado abriu a porta do veículo com um gesto tranquilo, mas firme.

Engel hesitou por mais um segundo, mas diante da insistência educada de Arikado e do olhar tímido de Abbie, acabou aceitando.

- Bem... muito obrigado, senhor Arikado! - disse Engel, curvando-se levemente em sinal de agradecimento antes de entrar no carro.

Ele se acomodou no banco ao lado de Abbie, que parecia mais envergonhado do que nunca. Logo, Arikado deu a volta, entrou no veículo e deu partida. O motor ronronou suavemente, e em poucos minutos o carro desapareceu na esquina, iniciando o caminho até a casa de Engel.







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